Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

— Ei, baby!
— Não me venha com "ei, baby", Herrera! — Anahi esbravejou, pegando três bolas da mão do atendente. Jogou uma no olho do touro e errou a bola batendo na cortina de lona. — Como ousa insinuar que vou me casar com você neste outono? — Outra bola errou o alvo, mas chegou mais perto que a primeira.
— Eu não insinuei nada!
— Ah, é? Você disse isso a eles agora mesmo! Vupt. Tum!
Alfonso agarrou-se à cadeira e olhou feio para Anahi.
— Não falei nada para ninguém!
— Oh, está bem, assim como nunca começou esse desafio ridículo, para início de conversa! — Anahi pegou outro conjunto de bolas, sem olhar para o atendente. — Sabe quem vai ganhar esta rodada, caubói? Eu!
Vupt. Tum!
Alfonso encarou-a com um misto de raiva e admiração.
Anahi furiosa era uma visão para se contemplar. Os olhos brilhavam como ônix; o rubor acentuava a linha dos malares e o vermelho naquela boca sensual. Ela ergueu o braço para trás como uma atleta e atirou outra bola, que não acertou o alvo por pouco.
Um murmúrio alto elevou-se da multidão.
— Bem, eu vou ganhar no final, doçura — ele a provocou. — Não citei data nenhuma, mas já que você ficou tão brava por causa disso, quer se casar antes do outono?
— Eu quero ver você cair, isso sim! — ela vociferou, quando o ajudante ansioso estendeu-lhe outra bola. — E afundar, ouviu bem?!
A bola voou, o sino tocou, Alfonso tomou fôlego e despencou do alto. Ergueu-se do tanque sacudindo a cabeça, espalhando água em todas as direções. A multidão urrava. Ele puxou a sunga para cima, arrancando um coro de gritos das mulheres da platéia, e depois voltou ao poleiro, enviando a Anahi um sorriso enervante.
— Isso foi um golpe de sorte, ou será que a turma do beisebol deveria sondá-la, doçura?
Outra bola voou, o sino tocou e Alfonso mergulhou.
— O que me dizem dessa sorte, pessoal? — ele berrou, quando voltou ao banco. Penteou os cabelos para trás com ambas as mãos. — Não só vou ter uma linda dama, mas vou levar uma lançador a da liga principal!
O sino tocou outra vez.
Anahi o derrubou mais duas vezes. Seu braço afrouxou antes que a raiva passasse. Quando ela finalmente se afastou, nem mesmo os repórteres se atreveram a segui-la. Em passadas largas, saiu pisando duro. Lágrimas de fúria brotavam em seus olhos, mas ela se recusou a deixá-las correr. Maldito! Por que tinha de continuar a fazê-la de boba? E por que ela continuava caindo no anzol? Parecia não conseguir controlar as emoções no que dizia respeito à Alfonso. Ficavam muito perto da superfície e se tornavam muito voláteis com o amor.
Parou de repente. Carlos não reagira ao desafio até que a travessura de Alfonso o afetara diretamente. Seria porque ele confiava em seu amor, ou porque não a amava?
Anahi pensou em todos os acontecimentos da última semana e bem antes, englobando o relacionamento com Carlos por inteiro com um olhar. Nunca lhe ocorrera que Carlos pudesse enxergar o casamento dos dois como seguro e conveniente, que gostasse dela, mas não a amasse, que visse no fato de perder aquele desafio um meio elegante de cair fora.
— Oh, meu Deus! — ela murmurou, apoiando-se numa árvore como se o chão tivesse cedido. — Agora realmente estou sem rede.