Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

A última semana fora maravilhosa, o tempo que tinham passado juntos fora especial, o sexo fantástico, mas tudo fora encoberto pela sombra cinzenta da hesitação de Anahi. Ela tentara não demonstrar, mas Alfonso podia senti-la facilmente, como se a dúvida fosse sua. Tinham muita sintonia para que ele não percebesse.
Puxou-a um pouco mais para perto quando a música tornou-se mais lenta e os acordes de um saxofone encheram o ar como fumaça. Girou-a com habilidade e desviou-se do fotógrafo com um movimento suave que os levou ao centro da multidão de dançarinos.
Espere o momento propício, Alfonso. Não force.
— Liz veio sozinha? — ele perguntou.
— Hum-hum. Resolveu rezar pela bíblia de Vera Creighton, e procurar aqui pelo homem de seu destino. Pessoalmente, creio que ela passou dos limites com essa obsessão pelo casamento.
— O cara com MBA e o BMW não deu certo?
— Não. Acontece que ele só queria lhe vender uma anuidade. Liz acha que talvez seus sinais estejam fracos, ou algo assim.
— Não sei não — Alfonso murmurou, ao avistar sua pequena espiã dançando com o Dr. Ponce. — Me parece que ela está se dando bem.
— Liz e Carlos? — Anahi soltou uma risada que atraiu olhares e sorrisos dos outros dançarinos ao redor. — Não creio.
— Por que não?
— Bem, por que... — ela gaguejou a resposta parecendo óbvia demais para precisar de palavras. — Ela acha que ele é chato, e ele acha que ela é fresca. São tão desemparelhados como água e óleo.
— Mesmo assim, coisas mais estranhas já aconteceram — Alfonso comentou, inclinando a cabeça para um ponto à esquerda.
Vera Creighton e Lars se aproximavam dançando, olhando-se intensamente. Vera estava resplandecente num vestido branco até os tornozelos com uma abertura lateral que ameaçava expor tudo menos sua data de nascimento. Lars quase arrebentava as costuras de um paletó de smoking cor de vinho. Não usava camisa, mas um peitilho de lamê dourado com uma gravata borboleta que se pendurava sobre os peitorais peludos.
O olhar de Anahi desviou-se de um improvável casal para o outro. Lars e Vera? Liz e Carlos? Seria possível?...
— Eu diria que esses dois são a prova positiva de que o amor vence tudo, até mesmo o mau gosto.
— E os erros passados? — Alfonso murmurou.
Todo o bom humor de repente desaparecera de sua expressão, e Anahi viu a necessidade, o pesar, o amor dele por ela. Roçou os dedos pela linha firme de seu queixo.
— Eu te amo.
— Mas ainda não confia em mim.
— Você disse que me daria tempo — Anahi murmurou tensa. — Tempo até a disputa acabar? Só está esperando que eu o declare publicamente o vencedor, é isso?
— Não é nada disso.
Um flash espocou no rosto deles, e um pequeno gravador foi colocado entre os dois.
— Ei, Tempestade, esta é a dança da vitória? — A voz do repórter veio de algum lugar além da luz ofuscante.
Alfonso enviou um sorriso estudado para o repórter, mas resmungou um palavrão entre os dentes quando sentiu Anahi se retesar em seus braços. A confiança que se esforçara a semana inteira para conquistar se evaporava depressa no brilho dos flashes. Ele podia ver a inquietação e o nervosismo no rosto de, Anahi conforme os profissionais da mídia se agrupavam em torno dos dois. E se amaldiçoou por ter tido a idéia do desafio. Parecera um golpe de gênio na ocasião, mas se alguém tentasse coroá-lo o vitorioso aquela noite, ele perderia Anahi para sempre.
— Sinto muito, amigos, nada a declarar — dardejou, desviando-se dos repórteres. — Encontre-me do outro lado daquela saída de emergência em cinco minutos — murmurou ao ouvido de Anahi, olhando para o canto mais distante do salão.
Anahi o encarou com uma expressão de incredulidade.
— O quê? Não! Não vou à parte alguma com você.
Os olhos de Alfonso tinham a cor do aço quando ele se inclinou para mais perto.
— Encontre-me do outro lado daquela porta ou eu a jogarei sobre o ombro e a carregarei daqui, na frente de Deus e de todo mundo.