Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Alfonso percorreu as alas enormes do aeroporto de Minneapolis, os saltos das botas rinchando no chão, os olhos estreitados e focados à frente. Passou por mais de uma pessoa que o reconheceu, mas não estava com humor para dar autógrafos, e essa mensagem era claramente telegrafada pelo trejeito do queixo, a linha dura da boca, as passadas decididas. A multidão se abria para ele. Alguns fãs começaram a segui-lo, curiosos.
Ele não gostara de acordar sozinho. Depois da noite que passara com Anahi, tinha certeza de que as coisas estavam acertadas entre os dois. O amor que brilhava nos olhos dela era absoluto, puro, forte, sem reservas. Pouco antes de caírem no sono, ele a segurara nos braços e sentira-se inteiro, completo, de um jeito como nunca se sentira antes, como se a última peça perdida do quebra-cabeça tivesse finalmente se encaixado no lugar, preenchendo um buraco no grande retrato de sua vida. Acordar sem Anahi em seus braços ou mesmo em sua cama fora uma surpresa desagradável. Descobrir que ela nem mesmo estava na suíte do hotel o deixara apavorado.
Seu estômago se embolou ao se recordar de olhar ao redor da saleta e de sua atenção recair sobre a manchete do jornal. Que falta de sorte! Ficara furioso por ter vazado as negociações à imprensa, mas isso não era nada comparado à raiva que sentira quando pensara que Anahi nem mesmo se importara em confrontá-lo a respeito. Dera uma espiada, presumira o pior e fugira.
Bem, se ela pensava que poderia apenas dispensá-lo e voar para a Califórnia, estava redondamente enganada. Era à hora de tomar medidas drásticas. Chegara o momento de entrar em ação.
Avistou-a de pé na fila para o portão de embarque. Anahi arregalou os olhos quando o viu saltar a grade da sala de espera. Virou-se para encará-lo, armada com uma bolsa a tiracolo que empunhava como um escudo. As pessoas na fila se afastaram.
— Para trás! — ela berrou. — Falo sério, Alfonso. Toque em mim, e eu grito!
— Veremos.
Rodearam-se como um par de lutadores, cada um medindo a distância que os separava, calculando as possibilidades, planejando a estratégia. Alfonso assumiu a ofensiva, fazendo Anahi recuar, saindo da fila, mesmo sem tirar os olhos dele. Uma enorme multidão reuniu-se para observar. Alfonso podia ouvi-los rindo, mas ignorou-os, a atenção cravada na mulher à sua frente, sua mulher, sua alma-gêmea que estava prestes a embarcar num avião e sair de sua vida.
— Você vem comigo, Pernocas! — ele declarou num tom de voz que não admitia desobediência.
Anahi o encarou furiosa.
— Terá de me nocautear e me amarrar primeiro!
— Não me provoque, baby — ele avisou, avançando e conduzindo-a para uma fila de cadeiras chumbadas ao chão.
— Onde está à equipe com as câmeras, Herrera? Não vai filmar esta cena para mandar para a rede de tevê? Você adora publicidade, não é? Talvez eles lhe dêem sua própria novela. Levadas pela Tempestade, a história de um imbecil odioso e traiçoeiro e das mulheres idiotas que se apaixonaram por ele.
— Ora, você já calculou tudo, não é? — ele falou num tom de voz assustadoramente baixo. — Planejou todo o meu futuro por mim? Não faz mal que não se tenha dado ao trabalho de me perguntar a respeito. Não faz mal que tome cada palavra de amor e compromisso que eu lhe disse como uma mentira...
— Você não reconheceria um compromisso se ele caísse na sua cabeça com uma bigorna amarrada! Tudo o que eu quero é você, o rancho, paz e quietude — ela o imitou num tom debochado que deixou a paciência de Alfonso por um fio. — É o maior monte de me...