Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Continuaram a picar os legumes em silêncio por um momento, e então Marni recolheu os legumes e colocou-os numa panela com água no fogão. Anahi sentou-se num banco e pendurou as mãos entre os joelhos, observando Marni e pensando em si mesma e em Alfonso.
Marni lançou-lhe um olhar de soslaio.
— Alfonso está fazendo de nós um exemplo, certo? — Sua boca torceu-se num sorriso enviesado, e ela meneou a cabeça. — Homens! Pensam que são muito espertos...
— Então, vai me dar o material promocional de Herrera Tempestade? — Anahi perguntou, sorrindo.
Marni sacudiu os ombros.
— O quê? Eu? Olhe, se você o ama, você o ama. Não posso lhe dar palpites nesse assunto. Só o seu coração é que pode saber com certeza. — Desligou uma boca de gás, enxugou as mãos numa toalha, e então endereçou a Anahi um sorriso encabulado. — Mas que ele é um cara incrível, ele é!
Os quatro passaram a maior parte da noite na cozinha, sentados à mesa, conversando, Alfonso e Scottie tentando superar um ao outro com histórias engraçadas de seus dias de jogadores juntos. Por fim, foram para a sala, onde assistiram a vídeos caseiros de Scottie fazendo acrobacias aéreas em festivais e puxando faixas publicitárias pelo céu azul.
Às dez da noite Marni adormeceu, com a cabeça encostada ao ombro do marido. Scottie desejou a Anahi e a Alfonso uma boa-noite e carregou a esposa escada acima até o quarto.
Alfonso observou-os se afastarem, e então se virou para Anahi com um olhar cheio de ternura.
— Eles são felizes — disse, simplesmente.
Anahi poderia ponderar que Scottie e Marni eram duas pessoas completamente diferentes deles, em circunstâncias completamente diferentes, mas não disse nada. O fato de Alfonso tê-la trazido até ali significava muito. De todos os seus grandes gestos, talvez aquele significasse mais, porque ele estava tentando lhe dizer que poderia ser feliz com uma vida simples.
Uma parte de Anahi queria se agarrar a essa idéia, e outra parte ainda se prendia àquela manchete do jornal sobre um trabalho de viagens, glamour e dinheiro. As noites em Montana eram longas e tranqüilas. Não havia nada de glamoroso em trabalhar num rancho.
Subiram para o quarto em silêncio. Anahi tirou a calça jeans e colocou-a numa cadeira. Puxou a tira da meia de nylon dos cabelos e começou a pentear as longas mechas, olhando-se num espelho acima da cômoda. Alfonso veio se postar atrás dela, a camisa aberta, para fora da calça, o botão do cós do jeans desabotoado.
— Ainda está brava comigo por ter seqüestrado você? — perguntou baixinho, os olhos nos dela, no espelho.
— Seqüestro é crime — Anahi o relembrou, com um olhar enviesado.
Alfonso esboçou um sorriso e deu de ombros.
— Um homem tem de fazer o que tem de fazer.
— O credo do caubói. — Anahi puxou o pente devagar por outra longa mecha, a expressão pensativa. — Gosto dos seus amigos.
— Fico contente. A questão principal é: você gosta de mim?
— Algumas vezes mais que em outras.