Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Ele se apossou da mão com que Anahi tentava empurrá-lo e espalmou-a em seu peito. Oh, Deus, agora ela estava encrencada. Podia sentir o coração de Alfonso bater. Ela o vira nu muitas vezes, a imagem marcada a ferro em brasa em seu cérebro, músculos peitorais perfeitamente definidos, uma ligeira penugem de sedosos pelos pretos, uma pequena cicatriz em curva de uma briga com uma vaca na pastagem em Bear Woods. As lembranças voltaram uma onda de calor a invadiu quando uma imagem em particular surgiu dos dois nus, deitados num leito de capim e flores silvestres, sua mão espalmada no peito de Alfonso, e ele dizendo com aquela voz baixa e rouca: "Meu coração é seu coração..."
— Você pode dizer para a minha cabeça o que quiser — continuou ele, naquela mesma voz grave e sonora que acariciava cada terminação nervosa de Anahi como se fosse veludo —, mas não pode dizer ao meu coração que existe o mesmo entre você e ele que existia entre mim e você.
Não pode dizer ao meu coração que acontece o mesmo quando você está na cama com ele ou quando ele a beija. Respirou fundo e a encarou.
— Lembra-se de como era, Anahi? Macios, lentos, ardentes, beijos molhados que duravam metade da noite. — Ele deu às palavras sedutoras um momento para penetrarem, e depois se inclinou para mais perto. — Talvez eu deva refrescar sua memória.
Anahi se sentia hipnotizada ao fitar aquela boca. Queria se afastar queria dizer não, mas continuou ali, imóvel, paralisada, conforme Alfonso se inclinava e capturava seus lábios, reduzindo a pedacinhos o mundo ordenado e equilibrado que ela criara penosamente nos últimos dezoito meses.
A memória do beijo de Alfonso estava gravada a fogo em sua alma, e Anahi recordou-se dele como uma criança se lembra do gosto do primeiro chocolate, e um alcoólatra, do gosto de vinho. O sabor, a textura, o efeito continuavam em sua mente, nunca muito longe da superfície, por mais que ela se esforçasse para soterrá-los. E emergiram, afogando-a numa mescla inebriante de lembranças e novas sensações que deixaram sua cabeça girando e seus óculos embaçados.
Anahi sabia que deveria tê-lo impedido, mas o magnetismo sexual entre eles era muito forte. Mesmo depois de todo aquele tempo. Mesmo depois de todo o sofrimento. Como se o toque de Alfonso acionasse um comutador dentro dela, seu corpo respondia ao dele, com vontade própria, desafiando os esforços frenéticos do cérebro para pôr um fim às ações, num impulso selvagem de emoções e memórias.
Quando os joelhos de Anahi começaram a ceder, seus braços acharam o caminho e se enrolaram em torno dos ombros largos de Alfonso, e ela gemeu. Aquilo era a última coisa que precisava: desejá-lo. Mas quando ele a enlaçou pela cintura e a puxou, quando seu corpo aninhou-se ao dele, encontrando todos os pontos onde se encaixavam perfeitamente, Anahi não conseguiu frear a maré de saudade.
Ele fora seu primeiro amante e, infelizmente, seu melhor amante. Lembranças como aquelas não poderiam ser apagadas simplesmente.
Depois do que pareceu uma eternidade, Alfonso ergueu a cabeça devagar, uma fração de milímetro de cada vez, relutante. O sangue zumbia em suas veias. Só queria carregar Anahi nos braços e levá-la para o quarto mais próximo, onde terminariam aquele encontro como deveria ser, mas um olhar para o rosto dela bastou para Alfonso compreender que isso não iria acontecer. O beijo despertara lembranças, era evidente, mas era evidente também que ela não estava exatamente feliz com isso.
Uma nuvem de fúria desabou sobre as feições toldadas de paixão como uma tempestade repentina. Anahi cerrou o punho para trás e depois lhe deu um murro no braço. Empurrou-o, batendo mais uma vez na parede da casa, com uma carranca tenebrosa.
— Como se atreve a me beijar assim?! — sibilou os óculos escorregando pelo nariz, as mãos fechadas em punhos.

gente viram a capa nova, é perfeita né agradeçam a Day ♥♥♥