Fanfic: O Último Romântico AyA FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e Comédia

Alfonso esfregou o braço, perplexo.
— É o único jeito que sei. Há algum outro? Você poderia me mostrar. Estou aberto a novas experiências na intimidade.
— Eu lhe darei uma experiência na intimidade com meu joelho se chegar perto de mim outra vez! — Anahi vociferou.
— Não ouvi você reclamar enquanto eu a estava beijando.
— Não é essa a questão. A questão é: está acabado! Você teve sua chance e a desperdiçou. Três tentativas e está fora, caubói.
— Isso é coisa de beisebol, doçura — Alfonso murmurou, meneando a cabeça. Deixou aquele sorriso predador espalhar-se pelo rosto. — E beisebol é um jogo chato. Só tem uma coisa de bom: os ditados. Eu prefiro aquele que diz: "O jogo só acaba quando termina".
— Já terminou!
— Hum-hum. — Ele balançou a cabeça. —Vou conquistá-la de novo, Anahi. Você é a melhor coisa que eu já tive na vida. Não estou mais fugindo. Voltei para ficar, desta vez. Pode ir se acostumando com a idéia.
Anahi estava ocupada demais assimilando as palavras e suas implicações para vir com uma resposta incisiva.
— Te pego mais tarde, Pernocas — ele disse, com uma continência.
— Em seus sonhos, Herrera.
Ele sorriu carinhosamente, e o coração de Anahi saltou no peito.
— Todas as noites, baby — ele confirmou. — Todas as noites.
Anahi respirou fundo e cruzou os braços no peito, fumegando de raiva enquanto o observava seguir pela calçada até a picape. Quem ele pensava que era, anunciando estar de volta à sua vida, descartando seu noivado com outro homem, pondo-a na mira como se ela fosse algum grande prêmio a ser conquistado?!
Ela não queria contato com Alfonso, não queria saber dele, não queria vê-lo de novo, nem ouvir aquela voz enfumaçada, sensual... Nem provar daqueles lábios... Nem sentir aquele corpo incrível...
— Belo traseiro — murmurou Liz, de pé na porta da frente, aberta, o olhar francamente apreciativo conforme observava Alfonso afastar-se. — E que belo vendedor de estrume de cavalo, não?... Aposto que ele atinge suas cotas todos os meses. Qualquer homem que me beijasse desse jeito poderia me empurrar qualquer bagulho.
Anahi endereçou um olhar horrorizado à amiga.
— Você estava olhando? Liz deu de ombros.
— A Sra. Perkins ligou dizendo que você estava ficando louca, caçando um caubói pelo jardim. Achei que valia a pena arriscar a estragar meu esmalte. Você nunca fica assim empolgada quando Ponce aparece.
— Isso porque Ponce é um homem normal, maduro...
— Chato...
—... Adulto, e Alfonso Herrera é... É... — Anahi gaguejou vermelha.
— Deslumbrante! — Liz completou.
— Irritante!
Liz arqueou uma sobrancelha.
— E aí, ele conseguiu lhe vender alguma coisa?
— Sim — respondeu Anahi, fechando o cenho quando Alfonso parou ao lado do carro para assinar um autógrafo para Gus Thorenson. — Um monte enorme de encrenca.
Uma hora mais tarde, Anahi ainda falava alto enquanto revirava o quarto à procura de algo para amarrar os cabelos.
— Ele pensa que só porque não estou usando aliança e ainda não tenho data marcada para o casamento, que sou uma caça legal! Você acha?
Desde a chegada e a partida de Alfonso, Anahi transformara seu normalmente impecável santuário num caos digno de um tornado.
— Bem — disse Liz, devagar —, geralmente, quem está noivo usa aliança e tem uma data marcada para o casamento. São os sinais tradicionais de noivado...
Os olhos de Anahi pareceram em perigo iminente de pular para fora das órbitas.
— Não acredito que você tomou o lado dele! Nem mesmo o conhece!
Liz revirou os olhos e resmungou algo em espanhol que soou como se fosse uma prece para um deficiente mental.
— Eu só estava querendo dizer que pode haver margem para interpretações...
— Caça legal! — Anahi resmungou, pegando uma tiara quebrada de sob os escombros da cômoda. Virou-se para a cama. — Essas foram às palavras que ele usou: "caça legal"! Não terei chance se ele der um jeito de me laçar!
— Ele é lindo demais. Acho que um monte de mulheres não se importaria de deixá-lo fazer o que quisesse com um laço.
— É exatamente esse o problema dele. Alfonso tem uma opinião inflada a respeito do próprio sex appeal.
— Ora... Por que você não iria querê-lo? Só porque ele é lindo, e uma celebridade, e um caubói, e quer se casar com você...
— Ele não quer se casar comigo — Anahi interrompeu. — Alfonso Herrera não quer saber de compromisso. Só está aqui porque tem coisas não resolvidas, com as pontas soltas, não porque queira amarrar o nó. Acredite, sei o que estou dizendo.
— Bem, pode ser que ele tenha realmente mudado. Anahi sacudiu a cabeça num gesto enfático.
— Ele é o herói de todo mundo. Os homens o invejam e as mulheres desmaiam aos pés dele. E ele acha tudo ótimo, contanto que continue jogando charme e sendo meio sincero e possa cair fora de qualquer coisa. Bem, não comigo. Não mais.
Anahi começou a trançar os cabelos, mas suas mãos tremiam, e as trancas pareciam ganhar vida própria, enrolando-se em torno de seus dedos como tentáculos. Seus olhos se encheram de lágrimas de frustração, e ela sapateou como uma criança de cinco anos contrariada.
— Deixe para lá! — esbravejou, pegando um cordão de tênis de dentro da cômoda e amarrando os cabelos para trás num longo rabo-de-cavalo.