Fanfic: Caminhos Cruzados | Tema: Laliter

Agus - está tarde Mariana – encostou a mão na maçaneta, ia continuar a falar quando foi interrompido

Mariana – parem de esconder as coisas de mim. São meus irmãos e deviam me apoiar, mas desde que voltaram pra minha vida só mentem e escondem coisas – uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da menina – por favor

Se deixou cair na cama, mais lágrimas desciam pelo rosto dela agora, deixando os dois confusos sobre o que fariam a seguir. Vico se sentou na cama perto da irmã e levou o braço pra até seu ombro pra tentar consola-la, um gesto que não foi aceito com muita simpatia, já que Mariana se afastou bruscamente de perto da mão do irmão.

Vico – quer saber mesmo? – a viu assentir de cabeça baixa – é que é meio complicado

Agus – não seja modesto meu irmão, é complicado demais pra cabeça dela – debochou

Vico – mas se ela quer saber, que seja então – levou a mão até o queixo da irmã – isso vem de antes da gente, é uma coisa meio louca pra falar a verdade, mas vamos lá – ele ficou com uma expressão séria – você acredita nessa coisa de monstros Mariana?

Mariana – o que?

Agus – é isso ai irmãzinha, monstros do estilo vampiros e lobisomens e todas essas coisas bem loucas que muita gente acha loucura

Mariana – mas é loucura – com a maior cara de óbvio – vocês não precisam inventar mais mentiras pra não me contar o que escondem

Vico – não estamos inventando nada, essa loucura como você diz é a mais pura verdade. E o meu trabalho e do Agus é ir atrás dessas coisas, assim como é o trabalho do nosso pai e do Peter também

Mariana – do Peter?

Vico – sim, essa cidade toda guarda segredos terríveis, principalmente a ordem

Mariana – o que é essa ordem? Vocês só podem estar de brincadeira

Agus – a ordem manda nessa cidadezinha, e na gente também, todos os caçadores trabalham pra eles, sua mãe era um deles se quer saber

Vico – ela e o nosso pai se conheceram lá, foi então que entramos nisso de caçar essas coisas e salvar pessoas que nem sabem da existência delas. Sua mãe começou a caçar junto com a gente, éramos os melhores se é que quer saber – deu uma risada sem humor, e continuou – ai ela descobriu que estava esperando você, e achou melhor sair, só que ninguém da as costas pra ordem

Agust – e tinha você, eles te chamavam de criança especial

Mariana – porque?

Vico – ainda não sabemos, papai sumiu tentando descobrir

Agus – o segredo morreu com a sua mãe

A expressão de confusão no rosto de Mariana se misturou com tristeza, doía falar da mãe e saber que ela tinha escondido tanta coisa sobre ela e seu passado. Tanta coisa louca e confusa, os irmãos observaram as lágrimas descerem pelo rosto dela

Mariana – vocês estão dizendo que eles mataram a minha mãe? É isso?

Agus/Vico – sentimos muito

                                                                             ***

PDV Mariana

Depois de expulsar meus irmão do meu quarto me joguei na cama, era loucura demais tudo aquilo, e aqueles pensamentos martelavam a mente. Nunca acreditei em monstros, e saber que existia uma ordem inteira que caçava aquelas coisas, e que minha mãe morreu me escondendo isso, eu chorava e chorava cada vez mais, não me dei conta da presença dele em meu quarto, até que escutei sua voz

- porque está chorando anjinho? – me levantei depressa e o encarei, que imediatamente levantou os cantos da boca num sorriso

Mariana – Peter, o que faz aqui? – minha voz ainda estava embargada pelo choro, e terminei a frase com um grande soluço

Peter – queria te ver, eu disse que voltaria

Mariana – é verdade tudo que eles me contaram?

Peter – sobre a ordem? É sim – ele disse aquilo olhando pras minhas fotos em cima da cômoda, na maior naturalidade

Mariana – vocês todos são uns mentirosos

Peter – porque eu seria um mentiroso? Sempre fui a favor de te contar tudo, você daria uma ótima caçadora Mariana – ele agora me encarava, com a expressão séria

Mariana – quer que eu trabalhe pras pessoas que mataram a minha mãe? – aquilo saiu mais rude do que eu quis que realmente saísse – desculpe, não quis ser grossa

Peter apenas sorriu – tudo bem. E eu não trabalho pra ordem, eles são um bando de idiotas e egoístas, existe um mundo todo pra se proteger e eles nos limitam apenas a essa cidade idiota, como se as outras pessoas não importassem

Mariana – sabe porque eles me chamavam de criança especial?

Peter – não, o que eu sei é que eu não quero saber de nada que envolva a ordem. Mas se eles te chamam assim, com certeza viram atrás de você em breve

Mariana – era só isso que me faltava, vão me matar também?

Peter – seus irmãos não deixariam – ele sorriu – e nem eu, amor

Marina – Peter? – uma ideia me vinha na cabeça

Peter – sim?

Mariana – acha que pode me ensinar?

Peter – ensinar com o que?

Mariana – a fazer o que vocês fazer – ele me encarou sério, como se pensasse na minha proposta, que era a ideia mais maluca que eu já tinha tido, depois sorriu de forma travessa

Peter – mas é claro que sim, amor