Fanfic: * * * Ao sabor da sedução * * * - TERMINADA

— Está procurando por alguém? Claro que sim. Está procurando pela garota do meu harém.
— Não é sua. Nunca...
Asaad jogou a cabeça para o lado e gritou uma ordem. Um dos homens veio, arrastando algo — alguém.
Os olhos de Chris se encheram de lágrimas. Era Salomé. Uma corda enrolada no pescoço da jovem; as mãos amarradas. O rosto estava sujo e machucado. E a dançarina chorava.
— Chris, oh! — Dulce soluçava.
Asaad assistia à cena, sorrindo. O sultão deixou que a moça ficasse a alguns centímetros de Christopher. Depois, agarrou-a pelos cabelos e a puxou para trás, dizendo:
— Só lamento que não. vai viver para me ver desfrutando do meu prêmio, Senhor Uckermann. Suponho que também não vá viver o suficiente para assinar aquele contrato de arrendamento de petróleo. Porém, quase vale o privilégio de ver você...
Chris ergueu a arma. Os olhos do sultão ficaram bem abertos, chocados.
— Bum! — Uckermann sussurrou e puxou o gatilho. Um buraco apareceu no meio da testa de Asaad, que caiu morto. Um dos homens do sultão gritou. Chris olhou para Salomé. Agora, disse a si mesmo. Agora. Restava uma bala para evitar a agonia da moça. Deus, não. Uckermann não podia...
Um pássaro gigante caiu do céu, um helicóptero falcão preto apareceu camuflado no deserto. Tiros. Os homens de Asaad se dispersaram. Tarde demais. Eram alvos fáceis.
Então, houve silêncio, exceto pelo suspiro do vento. Chris lutou para levantar a cabeça. Tentou falar o nome da dançarina dourada. Tentou chegar até a moça.

— Christopher? Será que não podemos tirar os olhos de você por um minuto?
Chris piscou. A visão estava ficando cinzenta, mas o rapaz poderia jurar que vira os dois irmãos caminhando em sua direção.
— Droga, Chris, mantenha os olhos abertos. Está ouvindo? Está morrendo em cima de nós, irmão, iremos perdoá-lo — a voz de Jack era dura, mas as mãos eram suaves.
— Mantenha a cabeça dele levantada — Poncho disse.
— Salomé — Chris sussurrou. Jack abaixou a cabeça e perguntou:
— O quê?
— Salomé. Minha dançarina dourada...

Então, o cinza virou preto, e Chris caiu no oceano da escuridão.
Barulho. Luzes. Dor aguda como a lâmina de uma faca. Alfinetadas e uma dor mais obscura, pulsando a cada batida do coração.
Salomé. Salomé. E, então, novamente, escuridão. Vozes. Algumas eram familiares, outras não.
— Nada bem.
— ... o melhor que podemos, mas...
— ... perda significativa de sangue.
— ... jovem. Forte. Nenhuma promessa, mas...
E sempre um único nome na mente do ex-soldado: Salomé.
E então, numa manhã, Christopher abriu os olhos. O americano estava em um quarto de paredes brancas. Luzes traçavam padrões irregulares em um monitor. Algo apitava com uma frequência irritante. Tubos de plástico enrolados nos braços, e um mastodonte invisível acampado no peito dele.
Chris gemeu. Não podia estar morto. Mesmo que acreditasse no paraíso e no inferno, nenhum dos dois lugares se pareceria com aquele. A boa notícia era que o rapaz estava em uma cama de hospital. E a má era que nenhum dos rostos ao redor era o de Salomé.
— Ei, irmão.
Chris virou um pouquinho a cabeça. Poncho abriu um largo sorriso, e disse:
— Fico contente que tenha decidido ficar por aqui. Christopher tentou responder, mas sentia-se como se alguém tivesse tirado toda a areia do deserto e jogado em sua garganta.
— Ele quer água — alguém comentou. Era Jack que se aproximava e agarrava-lhe um dos ombros, dizendo:
— Bom ver você de novo.
— Pedaços de gelo — outra voz disse, com autoridade, e acrescentou:
— A enfermeira disse que não era para dar água, lembram? Aqui, deixem que eu faço isso.
Chris piscou quando o pai colocou uma das mãos em torno da nuca do ex-soldado e o ajudou a pegar um copo plástico com gelo. O velho pai? Curvando-se sobre o filho com olhos úmidos? Talvez realmente estivesse morto. Mas o gelo era real. Luca sorriu.
— Bem-vindo à sua casa, querido. É bom ter você de volta.
— Sim. É bom estar de volta.

O ex-soldado respirou fundo, tentando não estremecer diante da repentina dor no peito.
— Salomé?
O pai franziu as sobrancelhas. Os irmãos se entreolharam.
— Quem?
— Salomé. Minha dançarina dourada — Chris respondeu, impaciente.
— Ah, a mulher. Ela está bem. Sem um arranhão sequer — Poncho afirmou.
Chris fechou os olhos e disse:
— Quero vê-la.
Os irmãos se entreolharam.
— Claro. Assim que você estiver melhor — Jack retrucou.
— Quero vê-la agora — Chris afirmou, e o quarto começou a girar.
— Christopher — o pai disse, mas a voz dele parecia vir de muito longe.
O rapaz mergulhou na escuridão.
Chris acordou algumas vezes, mas era sempre a mesma coisa. Os irmãos, o pai, médicos, enfermeiras, máquinas. E nada de Salomé.
E então, finalmente, saiu das profundezas escuras. Christopher abriu os olhos e sabia que estava melhor. O mastodonte no peito fora substituído por um elefante. Havia apenas um tubo em um dos braços e as máquinas que apitavam tinham ido embora.
Chris virou a cabeça e olhou ao redor. Os irmãos estavam esparramados em duas pequenas cadeiras perto da janela.
— Ei — Christopher disse.
O som que saiu parecia o coaxo de um sapo doente, mas os dois o ouviram. Pularam das cadeiras, quase tropeçaram um no outro quando correram para junto do irmão.
— Ei — Jack disse. Chris perguntou:
— Quanto tempo?
— Duas semanas — Poncho retrucou.
— Salomé?
— O que tem essa Salomé? — Jack perguntou.
— Quero vê-la.
Os irmãos se entreolharam, e Jack respondeu, cauteloso:
— Bem, assim que você ficar de pé, tenho certeza de que será capaz de...
— Ela não está aqui?
— Não — Poncho respondeu.
Será que havia sonhado que os irmãos lhe disseram que a moça estava segura?

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bjix da Naty