Fanfic: * * * Ao sabor da sedução * * * - TERMINADA

— Vocês não a tiraram de lá junto comigo? Fizeram isso, não? Não deixaram...
— Calma. Claro que a tiramos de lá. E a levamos para o helicóptero. Deixamos você a bordo de um navio americano. Você estava por um fio. Precisava de cuidados médicos urgentes — Poncho explicou.
— O que aconteceu a Salomé?
— O helicóptero a levou para Dubai.
— E?
— E... Depois disso, não sei — o irmão confessou.
— O que quer dizer? Não sabe?
— Poncho quer dizer que não sabemos. Ficamos a seu lado no navio enquanto os médicos o atendiam. Quando a sua situação ficou estável, eles o colocaram em um avião— Jack explicou.
— Vocês nunca checaram para ver o que aconteceu a Salomé em Dubai?
— Não. Nunca nos ocorreu isso. Estávamos ocupados demais nos certificando de que você não fizesse algo estúpido como, por exemplo, morrer — Poncho disse.
Chris olhou para os irmãos. Os olhos dos dois refletiam o que haviam passado nas últimas semanas.
— Sim. Certo. Um de nós nunca poderia se afastar dos outros, eu acho.
— Isso. Até o velho ficou grudado em você como se fosse cola — Jack comentou.
— Obrigado por tudo. Quero dizer, por um momento lá, imaginei ver vocês pulando daquele pássaro tão grande e belo. E Asaad? Realmente o peguei?
— O patife é história. Você também teria sido se aquela ligação que fez através do seu celular não tivesse entrado na caixa postal. Conseguimos informação suficiente para descobrir onde você estava.
— E salvar minha vida.
— Nós e alguns companheiros dos velhos tempos salvamos sua vida, e não pense que vamos deixar que você esqueça isso.
— Salomé telefonou, certo? — Houve um silêncio desconfortável. — Telefonou? Para saber como eu estava?
— De fato, não. Não para mim — Poncho disse.
— Jack? Ouviu algo?
— Lamento. Ela não entrou em contato.
—Mas...
Mas por que a dançarina ligaria? Chris dissera coisas para magoá-la. Ou... talvez não pudesse ligar. Talvez nunca tivesse chegado a Dubai.

— Chris?
— Tenho que descobrir o que aconteceu a Salomé. — Jack pegou um bloco e um lápis, e disse:
— Tudo bem. Dê-me o nome dela e o endereço, e eu...
— Não sei.
— Apenas o nome, a cidade... O quê?
— Já disse, não sei.
— A cidade?
— Não sei nada, onde vive, de onde vem. Nem mesmo sei o nome dela.
Os irmãos o fitaram como se Chris tivesse perdido a memória. Não podia culpá-los. Como pudera passar dias e noites com Salomé e nunca ter perguntado o nome da moça?
— Não é Salomé? — Poncho indagou. Chris riu com amargura e respondeu:
— Fui eu quem inventou isso.
Jack franziu as sobrancelhas ao perguntar:
— Não sabe o nome dessa belezura?
— Não fale dela assim — Chris disse.
— Então, como devo chamá-la? Salomé?
— Não. Sou o único que pode chamá-la assim... — Christopher ficou em silêncio. Depois, continuou: — Tenho que encontrá-la.
E, do jeito que dissera, os irmãos sabiam que Chris estava certo.
Salomé havia desaparecido. Era como se a moça nunca tivesse existido, exceto nos sonhos de Christopher.
O ex-soldado solicitou um telefone ao lado da cama. Os médicos não deixaram. O paciente precisava descansar. Chris disse que sabia do que precisava mais do que os médicos. E, depois que as enfermeiras o encontraram rastejando corredor abaixo em direção a um telefone público, os médicos concordaram e Chris passou a ter um telefone ao lado da cama.
Não que isso tenha ajudado. Christopher ligou para o consulado americano em Dubai. O cônsul estava de férias e a assistente disse que adoraria ajudar, mas será que o Senhor Uckermann tinha idéia de quantos americanos passavam pela embaixada toda semana?

— A questão é, senhor... — Milhares de quilômetros separavam Chris da assistente, mas o americano quase podia ver a mulher erguendo as sobrancelhas ao dizer:
— Se soubesse o nome da senhorita...
— Não sei — Chris retrucou.
— Tem certeza de que ela veio para a embaixada? Chris precisava admitir que não tinha certeza. Salomé estava sem o passaporte, mas isso não significava que a moça tivesse ido para a embaixada. Talvez apenas tivesse ligado para alguém. Alguém da trupe de dança. Alguém que ainda estivesse no local onde a jovem tinha sido seqüestrada. Que inferno, Uckermann não sabia nada!
Eu amo você, a moça dissera. Sim, mas, se o amasse, teria ido ao encontro dele ou telefonado. Droga, a jovem sabia o nome do ex-soldado e que o rapaz era de Dallas. Poderia tê-lo encontrado. Por que não fizera isso?
Porque você estava certo, uma voz dentro do americano dizia, friamente. Aquela sensação de plenitude se devia ao sexo e ao perigo, não a você. Chris cerrou os punhos e fitou o teto.
Era verdade. Soubera isso desde o início. Mas o ex-soldado salvara a vida dela. Será que a jovem nem queria saber se o ex-soldado sobrevivera ou morrera?
Ela não lhe deve nada, Uckermann, a voz dizia, ainda mais fria. Que inferno, a moça realmente não lhe devia nada. Mas o americano tinha o direito de vê-la mais uma vez, escutá-la admitir que o que pensara sentir por ele evaporara assim que se sentiu segura. Então, o americano poderia esquecê-la completamente.
Os médicos explicaram que Chris ficaria hospitalizado mais duas semanas. O paciente tinha de recuperar as forças, comer o mingau que lhe serviam, levantar-se com a ajuda de alguém e caminhar pelo corredor por quinze minutos, três vezes ao dia. Depois, talvez o ex-soldado pudesse ir embora, mudar-se para a casa de Jack ou de Poncho ou do pai por algum tempo.
— Certo — Chris disse, e fez seus planos.

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bjix da Naty