Fanfic: * * * Ao sabor da sedução * * * - TERMINADA

Pelo amor de Deus, homem, vai voltar a isso? É patético. Além do mais, a vida que você estava salvando era a sua. O que aconteceu é que a jovem foi junto, pegou uma carona.
Não. Não era verdade. No final, a vida dele já não tinha importância. A vida da dançarina era tudo o que importava a Chris.
Droga! Chris queria respostas! Então, tirou o celular do bolso. Como sempre, aquela coisa miserável não funcionou. Porém, dessa vez, bastou voltar à estrada para que o sinal voltasse.
Uckermann ligou para o investigador particular e lhe disse o que queria. O nome de uma dançarina da companhia de balet que estava se apresentando no Music Hall.
Será que o Senhor Uckermann poderia tornar as coisas um pouco mais claras? Ele tinha aquele retrato falado que a policial fizera, mas...
— Será simples identificá-la. É a única loura. E preciso saber onde posso encontrá-la. Ela tem que estar em algum lugar — um apartamento, um hotel. Preciso do nome — Chris disse ao detetive.
— Tudo bem, Senhor Uckermann. Para quando precisa dessa informação?
Christopher fechou um pouco os olhos. Será que o programa do Music Hall dizia algo sobre uma apresentação limitada? Pelo que sabia, hoje era a última noite de Salomé em Dallas.
— Preciso disso para ontem — Chris disse, e cantou pneu ao dar a volta e ir para casa.

A platéia continuava aplaudindo. O corpo de balet permanecia no palco, mas Dulce escapou para o camarim. Não podia esperar para trocar de roupa e voltar para o hotel. Mais uma noite, e deixaria Dallas para trás.
As mãos da dançarina tremiam enquanto tirava os grampos dos cabelos e os soltava. A semana tinha sido horrível, pensando em Chris o tempo todo, vendo o rosto dele em cada sombra.
E, na noite passada, a jovem tivera certeza de que o ex-soldado estivera no teatro. Loucura, claro, mas a dançarina sentira a presença dele. Parecia ridículo, mas a jovem o sentira fitando-a.

Dulce nem ousou levantar a cabeça. A companhia fizera apenas uma rápida apresentação nesse show, dançando um ato do Lago dos Cisnes.
— Olhos baixos — Nikolai dissera. Durante o ensaio, quando uma garota ergueu o olhar, ele havia gritado. E, se isso acontecesse novamente, ele as cansaria até que caíssem.
Todas estavam quase caindo. Principalmente Dulce, graças à estada no hospital enquanto lutava contra a infecção em um dos pés. Obediente, a moça mantivera os olhos baixos enquanto dançava.
Além disso, se tivesse erguido o olhar e visto Chris na platéia na véspera à noite, provavelmente, a dançarina teria... A verdade era que a jovem não sabia o que teria feito. Quase enlouquecera quando vira a programação da companhia.
— Dallas? — perguntou a Josi, que dividia o quarto com ela quando viajavam.
— Mudança de planos no último minuto — Josi respondera.
— Não posso ir a Dallas.
— Oh, é uma cidade maravilhosa. Vários restaurantes espetaculares. Boas compras. E os homens...
— Não posso ir.
— Qual o problema?
Qual, de fato? Ninguém sabia sobre ela e Chris, nem precisava saber. Já era ruim o suficiente ter de viver com as lembranças do tempo em que estiveram juntos. Então, a moça murmurou uma desculpa idiota sobre ter odiado o calor quando estivera no Texas.
— É inverno, Dul. Estará frio em Dallas.
— Oh, claro.
Então, tinha ido a Dallas. Que escolha restava? Precisava do emprego. Permanecia perplexa pelo fato de a companhia ter mantido a vaga dela, depois de todo o tempo em que estivera fora. Primeiro, por causa do seqüestro. E, depois, porque estivera doente.
Dulce vivera uma semana de inferno em Dallas. Chris, a moça pensava. Chris estava aqui.
Quantas vezes quase fizera algo estúpido? Não dava para contar, mas chegara perto. Oh, tão perto! Procurara o nome dele na lista telefônica. O endereço residencial não estava listado, mas o da empresa sim. Uckermann’s: Especialistas em Gerenciamento de Risco. Não que fosse fazer algo com relação a isso, Dulce dissera a si mesma...

Mas tomara um táxi, fora até o endereço, ficara observando a torre de vidro e aço enquanto formulava todas as razões possíveis para entrar no prédio e pedir para ver Christopher Uckermann. Afinal, aquele homem salvara a vida dela.
Obrigada, Dulce diria. Oh, e a propósito, você estava certo, o que aconteceu lá, no outro lado do mundo, foi apenas uma bobagem. A dançarina não fez isso. Ainda lhe restava um pouco de orgulho.
Ao menos, a semana de tormento acabara. No dia seguinte, pela manhã, a jovem tomaria um ônibus, fecharia os olhos e, quando os abrisse novamente, Dallas seria apenas uma lembrança. Assim como Chris.
Dulce passou creme no rosto. Não fazia sentido ficar pensando em Christopher. A dançarina estava de volta ao mundo real, assim como o ex-soldado. E, embora a moça tenha sonhado com isso umas mil vezes, Chris não fizera nenhuma tentativa para entrar em contato com a jovem. Mas por que o americano faria isso?
Chris fora claro com relação ao que o relacionamento dos dois haverá significado para ele. A jovem sabia que o ex-soldado fora rude. Então, a bailarina cumpriria as ordens do americano. Mas a essência do que Uckermann dissera havia sido a pura verdade. O que acontecera entre ambos havia sido um conto de fadas, e contos de fadas nunca duram para sempre.
Com um lencinho de papel, Dulce limpou o rosto. A bailarina estava suada e exausta. Os músculos queimavam e, antes mesmo de desamarrar os cadarços das sapatilhas, a jovem sabia que os pés estavam sangrando. Era o que acontecia quando dançava na ponta dos pés. Normalmente, a moça não prestava muita atenção a isso. Porém, depois do que acontecera semanas antes, a jovem sabia o suficiente para ser cautelosa.
Dulce desmaiou no helicóptero que a levou para Dubai. Em um segundo, a bailarina estava chorando, implorando aos homens que a conduziam ao helicóptero para deixá-la voltar para Chris. No minuto seguinte, o mundo ficou cinza.

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bjix da Naty