Fanfic: O Concurso | Tema: Vondy

Dulce

Eu estava no portão da escola. Minha mãe já havia ido embora e eu estava completamente só. Zoraida ainda não havia chegado e o portão já estava começando a ficar cheio.
Peguei o meu celular para ver as horas e já eram sete e dezesseis.

“Oh céus! Será que a Zô não vem hoje?” – pensei.

Os grupinhos de meninas “animadinhas” já estavam se formando ao meu redor e as pessoas me olhavam como se eu fosse uma pobre coitada sem ninguém para perturbar.

— Dulce...! — gritou Zoraida dando um pulo até mim.

Juro que quase tive um ataque. Eu odiava, não! Eu odeio quando ela faz isso!

— Ai! Eu já disse que é para você não fazer mais isso, poxa! — eu reclamei. 

Ela riu.

— Calma Dul! Mas me conta, como foram suas férias?

Tirando o fato de eu não ter feito nada de interessante, só ter ficado no meu sofá assistindo novelas e ter estado sonhando todas as noites com um amor impossível, minhas férias foram ótimas!

— Minhas férias foram ótimas! — respondi.

— Sei...

Neste momento, o sinal tocou. Nossa! Que cedo! Bem cedo!

— Acho melhor entrarmos, quanto mais cedo, melhor. — eu disse.

Ela bufou.

— Dulce! Não! Quer entrar com a galera dos pequeninos?! Olhe só! São todos pequenos! E aliás, nem são sete e meia ainda! 

Ela tinha razão. Ainda não eram sete e meia, entretanto, eu já havia faltado as duas primeiras semanas de aula, chegar super cedo era praticamente uma obrigação!

— É, mas se o sinal bateu mais cedo, é por alguma razão! Agora vamos! — eu disse puxando-a.

E assim fizemos. Entramos na escola e ficamos perdidinhas, afinal, não sabíamos aonde a nossa sala de aula ficava. E como eu, ela também havia faltado as duas primeiras semanas.

Quando a encontramos, a porta estava fechada. Imaginei que ninguém havia chegado e a abri sem a menor elegância. Quando eu pus os pés para dentro, virei o centro das atenções. Todos olharam diretamente para mim, e eu quase surtei.

Senti todo sangue do meu corpo subir á cabeça e minha pele começou a queimar. Zoraida passou por mim e entrou na sala, virou o centro das atenções por um momento, mas depois todos se esqueçeram dela e voltaram para mim.

— Entre... Ér... Qual é o seu nome? — perguntou a professora quando me viu.

Minha respiração começou a ficar pesada e eu percebi que a única maneira de sair daquela horrível situação, era fazendo a coisa que eu mais detestava no mundo. Falar na frente de várias pessoas.

— Ér... Dulce... — sussurei.

— Como querida? — perguntou a professora, confusa.

— Dulce... — sussurei novamente.

— Desculpe. Não consigo entende-la. Poderia falar mais alto? — disse a professora.

— DULCE! — gritou um menino do fundo da sala.

Christian Chavez. Esse era o nome dele.

Quando eu estudei com ele pela primeira vez, até achei que ele fosse uma pessoa legal. Mas me enganei quando ele começou a implicar comigo. Me perturbou tanto, mas tanto, que eu até mudei de turma por causa disso. Na época, eu usava óculos, então já dá para ter uma leve idéia dos nomes horríveis que ele me chamava.

Quando Christian gritou meu nome, a sala toda riu. Eu abaixei a cabeça e olhei para as minhas mãos. Quando levantei, Christopher Uckermann estava me olhando fixamente. Eu não sabia o porquê. Talvez ele só quisesse rir de mim, ou algo do gênero. Mas não. Ele não o fez. Só ficou lá, me olhando como se tivéssemos só nós dois em sala de aula.

— Obrigada Christian. — disse a professora. — Dulce querida, pode se sentar, meu amor. — ela continuou.

— Obrigada. — sussurei para ela.

Me sentei, na frente de Zoraida.
Quando sentei, soltei todo ar que estava entalado em meus pulmões.

— Oque foi aquela coisa de parar e ficar vermelha. Pânico? — perguntou Zoraida.

Nem acredito que ela me fez aquela pergunta. É a mesma coisa que perguntar: Macaco quer banana?

— Pânico, medo, nervosismo e todos os sinônimos relacionados á essas coisas. — eu respondi.

Se formou um grande sorriso em seus lábios. Sorri de volta. Embora eu não tivesse motivos para isso.

— Sabe de uma coisa, acho que chegamos atrasadas. — ela disse.

Agora foi a minha vez de rir.

— Você acha é? — perguntei irônicamente.

— Está sendo sarcástica? — ela retrucou. 

— Elementar, meu caro Watson! — respondi.

— Haha, engraçadinha!

***

A aula até que estava legal. Eu amo estudar. Menos a aula de inglês. A professora sisma que temos que ler e responder as perguntas oralmente, na frente de todos, vê se pode!

Ela estava falando alguns números. Números dos alunos que deviam ir para a frente da turma e ler um texto de quientas palavras em inglês. Pobres coitados. Ainda bem que o meu ela nem disse!

— Que aula horrível! Se eu quisesse aprender inglês, eu pagava logo um curso! — disse Zoraida.

— Pois então pague! Inglês é a lingua universal. Todo ser humano tem que saber falar. — eu disse.

— E você sabe?

1° Capítulo. Meio sem sal, mas conforme a fic for rolando eu tento melhorar <3