Fanfic: Só pro meu prazer | Tema: Livre

Eu realmente só poderia estar louco por deixar a Analua desfazer meus planos para o primeiro dia do ano e me levar para o lugar preferido de todos os jovens daquela pequena cidade: uma espécie de parque de diversões em um espaço menor e sem brinquedo algum e que oferecia uma visão perfeita do céu completamente estrelado. E naquele dia não poderia estar diferente.

– Vamos beber.

Analua aproximou-se e sentou sem muito equilíbrio na grama ao meu lado com algumas latas de cerveja. Estávamos no momento um tanto mais afastados dos outros jovens que comemoravam a virada do ano e também afastados dos lugares que a Analua dissera que iria: os bares. Ainda me perguntava como ela havia conseguido aquelas cervejas que carregava quando a mesma interrompeu meus pensamentos.

– O que foi?
– Deu para roubar agora? – Ergui a sobrancelha, vendo-a revirar os olhos. Logo ela jogou uma das latinhas em minha direção – Pelo que percebi no bar você não tinha dinheiro suficiente para comprar essa quantidade de cerveja.
– Você estava me espionando no bar? – Perguntou risonha e com os olhos na lata que segurava e já abria. Depois de dar um breve gole, Analua me encarou como se pedisse uma resposta, porém a mesma não veio – Por que será que eu não me surpreendo?
– Só fiquei assustado com o seu estado. Foi inevitável não olhar. – Respondi sério enquanto desviava o olhar e também abria a minha lata. Depois de longos goles, voltei a lhe encarar – Você estava parecendo aquelas garotas assustadoras dos filmes de terror... Aliás, ainda está. 
– O carinha do bar não achou isso. – Analua sorriu, piscando em seguida. 
– Começou cedo com o expediente, não? – Indaguei ainda sério, vendo-a revirar os olhos de forma divertida enquanto bebia mais alguns goles – Não precisava vender seu corpo em troca de algumas latas de cerveja. Se quisesse dinheiro para comprar era só me pedir. 
– Qual é? Você acha mesmo que eu trocaria meu corpo por seis latas de cerveja? – Gargalhou um tanto mais alto, me fazendo dar de ombros e suspirar baixo – Apenas precisei trocar alguns beijinhos... E quer saber? Não foi sacrifício nenhum – Bebeu mais alguns goles e então sorriu – O carinha até que era gato. E tinha uma pegada que... 
– Não precisa me contar das suas aventuras – Comentei breve, interrompendo-a, e provocando mais uma de suas gargalhadas – O que foi? Tem algum palhaço aqui?
– Você está com ciúmes? – Perguntou aos risos e em meio aos goles que dava em sua bebida. Depois de pegar de forma rápida seu celular no bolso, a mesma apontou em minha direção – Preciso gravar essa cena.
– Deixa de coisa. – Avancei em direção da sua mão e tomei o celular – Você não vai gravar coisa nenhuma. E outra, eu não estou com ciúmes. 
– Claro que está. Ou você acha que eu não percebo quando fica todo pálido quando falo das minhas aventuras?
– O quê? – Indaguei perplexo enquanto soltava uma risada alta – Quer dizer que você fica me observando então?