Fanfic: Só pro meu prazer | Tema: Livre

– Relaxa, vou arrumar um lugar pra ficar. – Analua comentou enquanto tomava o celular das minhas mãos e guardava. Logo a mesma levantou-se, levando junto algumas latinhas de cerveja.
– Ei, para onde você pensa que vai? – Arqueei a sobrancelha, já me levantando também com o caderno de rabiscos. Ela me ignorou e começou a andar de forma apressada carregando junto um semblante preocupado – Qual é, garota? – Puxei seu braço, fazendo-a virar e derrubar algumas das latas. Antes mesmo que ela pudesse se abaixar para pegar, me aproximei, lhe impedindo – Deixa de ser cabeça dura.
– Não é ser cabeça dura – Suspirou, desviando em seguida seu olhar para o meu. Foi então que percebi que seus olhos estavam ainda mais marejados e vermelhos – Eu só não quero ter que ir com você e ser obrigada a voltar para a minha casa amanhã. Você disse ao meu pai que ia me levar, mas eu não quero. Não irei voltar para lá. Não vou.

E então suas lágrimas vieram.

– Vamos arrumar uma solução... Calma – Tentei tranquilizá-la, puxando-a novamente para um abraço. Ela cedeu de início, mas logo afastou-se, tentando novamente colocar sua pose de durona – Por enquanto você fica na minha casa, ok? Pelo menos até se ajeitar com seus pais e... 
– Eu não quero ficar na casa da pessoa que mais me detesta nessa cidade. – Me interrompeu seca enquanto limpava o rosto – Eu vou dar meu jeito.
– Olha aí, depois diz que não é cabeça dura. – Tentei soar calmo, mas pela sua revirada de olhos com certeza meu timbre tinha saído o contrário disso – Não é porque te odeio que vou colocar veneno na sua comida ou então vou te matar durante a noite, beleza? Pode ficar tranquila. – Ela logo manifestou-se, porém tratei de continuar – Não discute, cara. Os meninos e a Agatha estão viajando, você não tem mais lugar nenhum pra ficar a não ser a minha casa... No momento, a única pessoa que você tem sou eu. 
– Nossa, então a minha situação é pior do que eu imaginava. – Riu irônica enquanto negava com a cabeça – Estou realmente precisando de uma bebida.

Pegou uma nova latinha e tratou de beber grandes goles.

– Vamos fazer o seguinte... Essa noite você fica lá em casa e amanhã procura um novo lugar. – Voltei a sentar na grama, perto das outras latinhas caídas – Agora vem, vamos beber!

Analua suspirou pesado enquanto parecia pensar em algo. Por fim, acabou juntando-se.