Fanfic: Só pro meu prazer | Tema: Livre

Já passavam das seis horas da manhã quando resolvemos seguir para a minha casa. Por incrível que pareça, depois de bastante tempo de convivência, conseguimos finalmente um diálogo tranquilo e cheios de risadas. É claro que os desentendimentos existiram por boa parte da madrugada, principalmente quando Analua resolveu se afastar durante um show que estava tendo no parque para ficar com um cara mais bêbado do que ela. Tentei me despreocupar e focar minha atenção nos meus primeiros pegas daquele ano.

No fim do show, como já era de se esperar, a Analua apareceu bastante alterada e risonha me arrastando para o lugar do início daquela madrugada. Depois de novas conversas, agora incluindo nossas ações durante o show e também risadas altas e soltas pelo fato de estarmos bêbados, avistamos o sol nascer. Depois disso tentamos seguir para a minha casa. Isso, tentamos. Analua estava com os passos totalmente desgovernados e tentava se apoiar em mim. Eu apenas ria alto da sua situação.

– Shhh. – Ela sussurrou, indicando um sinal de silêncio com o dedo enquanto eu tentava fechar a porta de casa. Revirei os olhos ao ouvir isso e logo depois ao vê-la quase cair sob um móvel da sala, provocando um certo som – Não faz barulho.
– Quem está fazendo barulho é você, garota. – Tranquei a porta e puxei sua mão, afastando-a dali – Fica quieta.
– Vou dormir com você? – Neguei imediatamente enquanto seguia para o meu quarto – Quero dormir no sótão.

O sótão era uma espécie de segundo quarto para mim. Era o lugar onde eu praticava meu passatempo favorito, que transformou-se no meu "trabalho": Desenhos. Às vezes o nosso grupo se reunia ali para trocar ideias, por isso Analua o conhecia. E adorava.

– Não... Nem pensar. – Respondi depois de um tempo, parando no meio do caminho para lhe encarar – Está uma bagunça lá. – Tentei explicar, vendo-a manisfestar-se – As fotografias e alguns desenhos estão todos espalhados, sem falar que... – Pausei, dando-me conta que o meu caderno de rabiscos não estava comigo – Droga!
– O que foi? – Analua franziu a testa enquanto encostava-se na parede.
– Perdi meu caderno. – Respirei fundo e fechei os olhos numa tentativa de lembrar onde havia deixado o objeto durante aquela madrugada. Me despertei ao ouvir um grande baque. Ao abrir os olhos avistei a Analua caída no chão – Não consegue nem mais ficar em pé? Nossa, não sabia que eu causava toda essa fraqueza em você. – Comentei divertido, esquecendo qualquer outra coisa. Depois de me abaixar e pegá-la no colo, ouvi sua risada alta – Fica quieta.
– Você é muito engraçado. – Riu divertida, silenciando no segundo seguinte para talvez me analisar. Estranhei – E atraente também.
– Acho que concordo com aquela frase que diz que todo bêbado só fala verdades. – Pisquei, fazendo-a gargalhar ainda mais alto.