Fanfic: L, um amor quase indesejado | Tema: Death Note
– Promete que vem amanhã? – Katsuo disse, ainda sem roupa e sem fazer a mínima questão de se cobrir.
– Claro, meu amor... – Suspirei, respondendo à mesma pergunta pela terceira vez.
– Não quer mesmo que eu vá te levar? – Ele fez um biquinho, olhando minha cintura com malícia, enquanto eu vestia a blusa.
– Não precisa. Você tem muito trabalho pra fazer e amanhã você tem que acordar muito cedo para aquela sua reunião. – Disse, calçando meus sapatos e pegando minha bolsa antes de me virar para lhe dar um beijo.
– Eu te amo. – Disse.
– Eu também.
As ruas estavam escuras. Provavelmente algumas lâmpadas estavam queimadas, em quase todo o percurso. Eu estava correndo para chegar a tempo em casa. Esquecera a chave e às 22h minha mãe iria dormir. Se eu não chegasse logo, ela poderia deduzir que eu dormiria na casa de algum amigo e eu ficaria presa do lado de fora.
– Droga... Se amanhã a mãe do Katsuo não chegasse tão cedo em casa...
Escutei som de risadas à minha frente, pelo jeito vinham de homens e não estavam muito longe. Apressei o passo, só faltavam algumas ruas para chegar lá. Minha respiração começava a ficar difícil, eu não sabia se era o esforço ou o medo. As risadas estavam ficando mais altas, pelo jeito eles estavam muito mais próximos do que eu imaginara.
Virei a rua, depois dessa faltariam só duas ruas e alguns metros até chegar em casa, então eu vi o grupo, 4 homens. Minha respiração falhou, minhas pernas oscilaram em seu movimento, fiz um esforço maior para continuar andando sem tremer. Aproximando-me, notei que estavam todos aparentemente sóbrios, isso me deixou um pouco mais aliviada, mas uma voz em minha cabeça dizia "Não, você não pode abaixar a guarda." Tremi.
No auge dos meus 25 anos, após ver tantas notícias sobre assédio e eu mesma já tendo diversas vezes sofrido algum tipo de importunação – desde olhadas indevidas, cantadas, assobios, buzinadas a até mesmo ter meu braço puxado na balada e ser tocada por um estranho no metrô – Qualquer sinal de perigo era o bastante para me deixar em alerta.
Tentei olhar só para frente e andar o mais rápido que podia sem correr. Ouvi um deles falando, o que me fez quase dar um pulo de susto:
– Que delícia, hein? – Eu estava a 50 metros deles.
Meu coração perdeu um compasso, respirei fundo e tentei andar ainda mais rápido.
– Pra quê essa roupa tão puritana, moça? – Disse o segundo no instante em que os alcançava, referindo–se à minha saia que chegava aos pés e à minha blusa de manga longa.
– Vem cá que a gente tira ela rapidinho. – Disse o terceiro logo que eu os ultrapassei.
Comecei a correr, eles riam e andavam atrás de mim. O quarto homem, que nada falara, me alcançou rapidamente, ele era magro, mas forte e alto. Tentei desviar mas ele foi mais rápido, me segurando. Tentei gritar, mas seus amigos já estavam perto de mim, sentia as mãos me tocando, invadindo minha blusa e minha saia. Meu corpo todo tremia, eu esperneava, chorava, tentava morder tudo ao meu alcance, mas isso só fazia eles acharem mais graça.
– Então, qual era o combinado? Eu seria o primeiro? – Ouvi o homem que me segurava falando, reconheci a voz e virei–me para ver seu rosto.
Era o melhor amigo de Katsuo, Shiro.
*aviso de gatilho, se você é sensível ao tema violência sexual, passe para o próximo capítulo.*
Ele me estuprou num beco adjacente enquanto seus amigos riam e me seguravam.
Eu só conseguia gritar. Quando tentava me debater, um deles metia um soco na minha cara ou na minha barriga. Quando o primeiro terminou, eu já estava tão fraca que mal conseguia mexer minhas pernas, então o segundo as agarrou e começou a me violentar também.
Comecei a vomitar, os demais largaram meus braços para se afastar do vômito. O que estava me estuprando aproveitou que eu me virei para não engasgar com o vômito e me pôs de bruços. A dor era ainda mais violenta assim. Ele puxou meu cabelo, me fazendo gritar novamente, depois minha cabeça bateu no chão e tudo ficou enevoado, eu não conseguia mais me mexer, tudo doía demais, eu só chorava e pedia silenciosamente para que tudo acabasse, para que alguém aparecesse e os mandasse embora de lá.
Por mais que nós, mulheres, saibamos dos riscos, do perigo a que estamos expostas por simplesmente nascer nesse mundo, nós nunca imaginamos que isso vá acontecer conosco. Mesmo após todas as vezes em que tive medo, nunca passara pela minha cabeça que de fato poderia ocorrer. E, naquele momento, aquela era a realidade material que me acometia.
O tempo todo eu sentia suas mãos me tocando, ouvia suas vozes zombando de mim. Meus lamentos pareciam estimulá-los a rir e seus risos pareciam tapas em meu rosto. No começo eu ainda tinha força para pedir que parassem, mas só acabou depois que todos me violentaram, quando eu já estava sem voz há muito e quase desmaiando. Quando o último saiu de cima de mim, cuspindo em minha barriga, Shiro abaixou, me deu um beijo na bochecha e disse:
– Aposto que faço melhor que o seu namoradinho, não é, puta?
E então eu apaguei.
Autor(a): lewmaggie
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Quando eu acordei, estava claro e começando a chover. A memória do que acontecera veio logo que senti a dor. Era lancinante, parecia atravessar a carne e chegar aos ossos. Não tinha coragem de olhar minhas pernas, me encolhi em posição fetal e comecei a chorar copiosamente, querendo que naquele momento o mundo acabasse e eu simplesmente de ...
Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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spps Postado em 20/04/2022 - 11:04:36
Não consigo encontrar a história no Spirit, foi deletada?😢
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ayase Postado em 13/10/2015 - 20:41:47
Muito legal sua fanfic!!!!! Quero mais :(
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lewmaggie Postado em 16/07/2015 - 23:38:46
Que bom que está gostando, 2º capítulo já no ar!
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Akuma-sama Postado em 16/07/2015 - 11:22:15
Finalmente uma fanfic sobre animes... E não só "uma fanfic", uma boa fanfic! Bem escrita e bem elaborada! Parabéns. Espero que tenha outros capítulos...