Fanfics Brasil - 104 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 104

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* * *


 


Precisei de quase três dias para começar a acreditar nele. Poncho dormiu durante a maioria das primeiras quarenta e oito horas — e então, espantosamente, começou a parecer melhor. A pele recuperou a cor e ele perdeu as sombras azuladas ao redor dos olhos. Os espasmos diminuíram e ele voltou a comer, percorrendo devagar o interminável e extravagante bufê, dizendo o que ele queria que eu colocasse no prato. Soube que estava voltando a ser ele mesmo quando me instigou a comer coisas que eu nunca teria experimentado — molhos creole apimentados e frutos do mar cujos nomes eu não reconhecia. Ele pareceu ficar à vontade com o lugar mais rapidamente do que eu. E não é de se admirar. Tive de lembrar a mim mesma que, durante quase a vida toda, aquele tinha sido o domínio de Poncho — esse globo, essas amplas praias —, e não o pequeno anexo à sombra do castelo.


O hotel, conforme o prometido, tinha disponibilizado uma cadeira de rodas especial, com rodas largas, e quase todas as manhãs Christian transferia Poncho para ela e caminhávamos pela praia. Eu carregava uma sombrinha, de modo a protegê-lo do sol se ficasse forte demais. Mas não ficou; aquela parte sudeste da ilha era famosa por suas brisas do mar e, fora da  estação, as  temperaturas  no resort raramente iam além dos vinte graus. Ficávamos numa pequena praia perto de uma rocha, que emergia bem fora de vista da parte principal do hotel. Eu abria uma cadeira, sentava-me ao lado de Poncho, embaixo de uma palmeira, e olhávamos Christian tentar praticar windsurf ou esqui aquático — às vezes, gritávamos palavras de incentivo e até uns xingamentos ocasionais — de onde estávamos na  areia.


A princípio, os funcionários do hotel quase queriam fazer coisas demais para Poncho, oferecendo-se para  empurrar a  cadeira, insistindo constantemente em  lhe trazer bebidas geladas. Explicamos que não precisávamos deles e  eles, alegremente, recuaram. Mas era bom, durante os momentos em  que  eu não estava com Poncho, ver porteiros e  recepcionistas  conversarem  com  ele,  ou  dar dicas de lugares aonde achavam que deveríamos ir. Havia um jovem desengonçado, Nadil, que parecia ter nomeado a si mesmo o cuidador não oficial de Poncho quando Christian não estava por  perto. Um  dia, saí e  descobri que  Nadil e um amigo haviam gentilmente tirado Poncho da cadeira, colocando-o numa esteira acolchoada que tinham posicionado embaixo da “nossa” palmeira.


— Assim é melhor — disse Nadil, levantando o polegar num sinal de positivo, enquanto eu vinha pela areia. — Basta me chamar quando o Sr. Poncho quiser voltar para a cadeira.


Eu estava prestes a reclamar e dizer que não deveriam tê-lo tirado da cadeira. Mas Poncho havia fechado os olhos e se deitado com uma satisfação tão inesperada que apenas me calei e fiz que sim com a cabeça.


Quanto a mim, à medida que a preocupação com a saúde de Poncho foi diminuindo, comecei vagarosamente a achar que estava mesmo  no paraíso. Nunca na minha vida tinha pensado que poderia passar meu tempo em um lugar como aquele. Todas as manhãs, eu acordava com as ondas quebrando gentilmente na praia e pássaros desconhecidos cantando uns para os outros nas árvores. Olhava para o teto do meu quarto, vendo o sol brincar através das folhas; e do quarto ao lado ouvia uma conversa murmurada que me dizia que Poncho e Christian já tinham acordado bem antes de mim. Eu usava sarongues e roupas de banho, aproveitava a sensação do sol quente em meus ombros e costas. Minha pele ficou cheia de sardas, minhas unhas ficaram esbranquiçadas e comecei a sentir uma rara felicidade diante dos simples prazeres da vida lá — andar na praia, comer alimentos desconhecidos, nadar em águas claras e mornas, onde peixes negros olhavam timidamente por entre pedras vulcânicas, ou ver o sol afundar no horizonte, vermelho-fogo. Aos poucos, os últimos meses começaram a se apagar. Para meu constrangimento, eu raramente pensava em Manuel.


Nossos dias pareciam seguir um padrão. Tomávamos café da manhã todos os três juntos, nas mesas à sombra suave da pérgula. Poncho costumava comer salada de frutas, que eu lhe oferecia, e às vezes ele comia depois uma panqueca de banana, à medida que o apetite aumentou. Íamos então para a praia, onde ficávamos — eu lendo, Poncho ouvindo música —  enquanto Christian  praticava esportes aquáticos. Poncho ficava me dizendo que eu também deveria fazer alguma coisa, mas a princípio eu disse não. Apenas queria ficar perto dele. Quando insistiu, passei uma manhã praticando windsurfe e caiaque, mas eu ficava mais feliz estando só ao lado dele.


De vez em quando, se Nadil estava por perto e o resort estava calmo, ele e Christian acomodavam Poncho na água morna da  piscina  menor. Ele  não falava  muito quando  eles faziam isso, mas parecia bem satisfeito, como se o corpo lembrasse de sensações havia muito esquecidas. O tórax de Poncho, pálido havia muito tempo, ficou dourado. As cicatrizes ficaram prateadas e começaram a desaparecer. Ele ficou mais à vontade  sem camisa.


Na hora do almoço, íamos para um dos três restaurantes do resort. O piso de todo o complexo era ladrilhado, com apenas uns poucos degraus e declives, o que significava que Poncho podia se movimentar com a cadeira em completa autonomia. Era algo pequeno, mas o fato de ele conseguir uma bebida sem um de nós precisar acompanhá-lo era não só um descanso para mim e Christian, como a breve mudança em uma das frustrações diárias de Poncho — ser totalmente dependente dos outros. Não que qualquer um de nós precisássemos nos deslocar muito. Parecia que onde quer que estivéssemos, na praia ou na piscina, ou até mesmo no spa, um dos sorridentes funcionários aparecia com um drinque de que se poderia gostar, em geral enfeitado com uma perfumada flor cor-de-rosa. Mesmo quando você ficava estirado na praia, um pequeno jipe passava e um sorridente garçom oferecia água, suco de fruta ou algo mais forte.


Nas tardes, quando as temperaturas chegavam ao ápice, Poncho ia  para  o   quarto e dormia algumas horas. Eu nadava na  piscina,  ou lia  meu livro,  e  no  final da tarde nos encontrávamos para jantar no restaurante à  beira-mar. Logo passei a gostar de coquetéis. Ao anoitecer, nós três conversávamos sobre nossa infância, nossos primeiros namorados, nossos primeiros empregos, nossas  famílias  e  outros passeios que tínhamos feito, e lentamente vi Poncho  ressurgir.


Só que era um Poncho diferente. Aquele lugar parecia ter lhe concedido uma paz que ele não tinha ao longo de todo o tempo que eu o conheci.


- Ele está indo bem, não? — perguntou Christian, ao me encontrar no bufê.


- Sim, acho que sim.


- Sabe... — Christian se inclinou na  minha  direção,  temendo  que  Poncho visse que falávamos nele — ...acho que aquele rancho com todas as aventuras teria sido ótimo. Mas, vendo-o agora, não posso deixar de pensar que este lugar deu mais certo.


Eu não disse a ele o que eu decidira no primeiro dia, quando fizemos o check- in, meu estômago embrulhado de ansiedade, já calculando quantos dias eu ainda tinha antes de voltar para casa. Em cada um daqueles dez dias, tentei esquecer por que realmente estávamos ali — o contrato de seis meses, meu calendário cuidadosamente planejado, tudo o que tinha acontecido antes. Precisava apenas viver o momento e tentar encorajar Poncho a fazer o mesmo. Eu tinha de ser feliz, na esperança de que Poncho fosse também.


Pus em meu prato outra fatia de melão e sorri.


- Então, o que vamos fazer mais tarde? Vamos cantar no karaokê? Ou seus


ouvidos ainda não se recuperaram da noite passada?



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Autor(a): day

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* * *   Na quarta noite, Christian anunciou, apenas um pouco constrangido, que tinha um encontro. Karen era uma amiga neozelandesa hospedada no hotel ao lado e ele tinha concordado em ir com ela ao centro da cidade. - Só para garantir que ela vá ficar bem. Você sabe... não sei se é um lugar bom para ela ir sozinha - É — ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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