Fanfics Brasil - 113 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 113

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* * *


 


Fui à biblioteca no dia seguinte, e mamãe ficou com Thomas, então me despedi de Any no ônibus sabendo que não a veria até a hora do chá. Eu não tinha muita esperança naquela entrevista, mas, a partir do momento em que a deixei, não pensei mais nisso.


 


Pode soar um pouco egoísta, mas não gosto de me atrasar no meu curso e foi um certo alívio ter uma folga no sofrimento de Any. Ficar perto de alguém tão deprimido é meio desgastante. Você pode sentir pena, mas não dá para não pedir que a pessoa procure se recompor também. Coloquei minha família, minha irmã e a enorme confusão onde ela se meteu num arquivo mental, fechei a gaveta e concentrei minha atenção no Imposto sobre Valor Agregado. Tive as segundas melhores notas no ano em Contabilidade I e nada no mundo me faria deixar essa nota cair só por causa dos caprichos de um sistema de avaliação da Arrecadação de Tributos e Impostos de Sua Majestade. Cheguei em casa por volta de quinze para as seis, coloquei minhas pastas na cadeira da entrada e todos já estavam espreitando a mesa da cozinha enquanto mamãe começava a servir. Thomas pulou em mim, enganchou as pernas na minha cintura e dei um beijo nele, sentindo aquele delicioso cheiro de menininho levado.


- Sentem-se, sentem-se — pediu mamãe. — Papai acabou de chegar.


- Como vão seus livros? — perguntou papai, dependurando o paletó nas costas da cadeira. Ele sempre perguntava pelos “meus livros” como se tivessem vida própria e obedecessem ordens.


 


-Vão bem, obrigada. Estou quase no final do módulo Contabilidade II. Amanhã tenho direito corporativo. — Desvencilhei-me de Thomas, coloquei-o na cadeira ao meu lado, uma das mãos repousando sobre seu cabelo macio.


 


- Ouviu essa, Josie? Direito corporativo. — Papai roubou uma batata da tigela e enfiou-a na boca antes que mamãe visse. Pronunciou “direito corporativo” como se gostasse do som. E provavelmente gostava mesmo. Conversamos um pouco sobre os temas do módulo. Depois, falamos do trabalho dele, sobretudo sobre como os turistas quebravam tudo. Não dava para acreditar em como era preciso haver manutenção, aparentemente. Até mesmo os postes de madeira da entrada do estacionamento precisavam ser substituídos em poucas semanas porque os idiotas não conseguiam passar o carro num espaço de dois metros. Particularmente, eu aumentaria o preço do estacionamento para cobrir essas despesas, mas isso sou eu.


Mamãe terminou de servir e finalmente se sentou. Thomas comia com as mãos quando pensava que ninguém estava vendo e dizia bunda baixo com um sorriso secreto, e vovô comia com o olhar voltado para cima, como se  pensasse mesmo em algo totalmente diferente. Olhei para Any. Ela  estava  encarando  o prato, empurrando o frango assado para o lado como se tentasse escondê-lo. Oh-oh, pensei.


 


- Não está com fome, querida? — perguntou mamãe, acompanhando o meu olhar.


- Não muita — respondeu ela.


- Está muito calor para frango — concedeu mamãe. — Só pensei que isso a faria melhorar um pouco.


- Então... não vai nos contar como foi a entrevista? — O garfo do papai parou à caminho da boca.


- Ah, isso. — Ela  parecia  distraída, como se papai perguntasse  sobre  algo que tivesse feito cinco anos antes.


- Sim, isso.


Ela separou um pedacinho de frango.


- Foi bem.


Papai olhou para mim. Dei de ombros levemente.


- Só “bem”? Eles devem ter lhe dado uma ideia de como você foi.


- Fui aprovada.


- O quê?


Ela continuava olhando para baixo, para o prato. Parei de mastigar.


- Disseram que sou exatamente o tipo de candidata que eles procuram. Vou fazer uma espécie de curso básico, que dura um ano, depois posso me requalificar.


Papai recostou-se  na cadeira.


- Que notícia maravilhosa.


Mamãe deu um tapinha no ombro de Any.


- Muito bem, querida. Isso é ótimo.


- Nem tanto. Não sei se consigo bancar quatro anos de estudos.


- Não pense nisso agora. De verdade. Veja como Treena está se saindo. Ei ele fez um sinal para ela —, vamos dar um jeito. Sempre damos, não é? — papai sorriu para nós duas. — Acho que está tudo melhorando para nós, agora, meninas. Acho que será uma boa época para esta família.


Então, sem mais, Any se derramou em lágrimas. Lágrimas de verdade. Como Thomas chora, gemendo, o nariz e as lágrimas escorrendo, sem se importar com quem estava escutando, os soluços entrando no silêncio da pequena cozinha como uma faca.


Thomas ficou olhando para ela, boquiaberto, então tive de colocá-lo no colo e distraí-lo para não se descontrolar também. E enquanto eu brincava com pedaços de batata e ervilhas falantes, Any contou para eles.


Contou tudo — de Poncho e do contrato de seis meses e o que aconteceu nas Ilhas Maurício. À medida que ela falava, mamãe pôs a mão na boca. Vovô parecia  solene. O frango esfriou, o molho ficou estagnado na  molheira.


Papai balançou a cabeça, incrédulo. E aí, quando minha irmã contou detalhes do voo de volta do Oceano Índico, sua voz foi diminuindo até virar um sussurro, e quando ela revelou as últimas palavras que disse para a Sra. Herrera, papai empurrou a cadeira e se levantou. Contornou a mesa devagar e tomou Any nos braços, como fazia quando éramos pequenas. Ele ficou ali e a segurou bem, bem junto a ele.


- Ah, meu Deus, coitado. E coitada de você. Ah, meu Deus. Não sei se algum dia vi papai tão chocado.


- Que confusão dos infernos.


- Você passou por tudo isso? Sem dizer nada? E nós só recebemos um cartão-postal sobre mergulho submarino? — Minha mãe estava incrédula. — Pensamos que você estava na melhor viagem da sua vida.


- Não passei por tudo sozinha. Treena sabia  —  disse  Any,  olhando para mim. — Ela foi ótima comigo.


- Não fiz nada — disse, abraçando Thomas. Ele  se  desinteressou  da conversa depois que mamãe colocou uma lata aberta de biscoitos diante dele. — Eu apenas ouvi. Você fez o resto. Você teve todas as ideias.


- E algumas ideias se concretizaram. — Ela se inclinou para papai, parecendo desolada.


Papai segurou no queixo dela  para  que  o olhasse.


- Você fez tudo o que pôde.


- E fracassei.


- Quem disse? — Papai puxou os cabelos dela para trás, tirando-os do rosto. Sua expressão era carinhosa. — Estou pensando no que sei sobre Poncho Herrera, o que sei sobre homens como ele. Vou lhe dizer uma coisa: não sei se alguém no mundo conseguiria convencê-lo de alguma coisa se ele estivesse decidido. Ele é assim. Não se pode mudar as pessoas.


- Mas os pais! Eles não podem permitir que o rapaz se mate! —  disse mamãe. — Que gente é essa?


- São pessoas normais, mamãe. A Sra. Herrera não sabe mais o que fazer.


 


- Bom, não levá-lo para essa maldita clínica já ajuda — disse mamãe, zangada. Dois pontos de cor surgiram em seu rosto. — Eu lutaria por vocês duas, por Thomas, até o último suspiro.


- Mesmo se ele já tivesse tentado se matar? — perguntei. — De forma bem cruel?


- Ele está doente, Katrina. Deprimido. As pessoas vulneráveis não deviam ter chance de fazer algo de que possam... — Ela ficou numa raiva muda e secou os olhos com o guardanapo. — Essa mulher deve ser insensível. Sem coração. E pensar que eles meteram Anahi nisso. Ela é juíza, pelo amor de Deus. A gente imagina que uma juíza saiba o que é certo e errado. Mais que todo  mundo. Tenho vontade de ir lá agora e trazê-lo para cá.


- É complicado, mamãe.


- Não. Não é. Ele está vulnerável e a mãe não pode fazê-lo mudar de ideia. Estou chocada. Aquele coitado. Coitado. — Ela se levantou da mesa, levando consigo as sobras do frango, e foi para a cozinha.


Anahi olhou-a, meio surpresa. Mamãe nunca ficava  irritada.  Acho  que  a última vez que a vimos falar alto foi em  1993.


Papai balançou a cabeça, os pensamentos aparentemente longe dali.


- Acabei de me lembrar... não tenho visto o Sr. Herrera no castelo. Fiquei pensando onde ele estaria. Presumi que estivessem numa espécie de viagem de família.


- Eles... eles viajaram?


- Ele não aparece no trabalho há dois dias. Any desmontou na cadeira.


- Ah, merda — disse eu, e coloquei as mãos nos ouvidos de Thomas.


- É amanhã.


Any olhou para mim e olhei para o calendário na parede.


- Treze de agosto. É amanhã.



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Autor(a): day

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* * *   No último dia, Any não fez nada. Ficou na minha frente, olhando pela janela da cozinha. Choveu, depois parou, depois choveu de novo. Ela ficou no sofá com vovô, bebeu o chá que mamãe fez para ela e a cada meia hora, mais ou menos, olhava devagar para a  cornija  da  lareira  e checava  o rel&oac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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