Fanfics Brasil - 25 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 25

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* * *


Na sexta-feira, fomos ao hospital. Fiquei feliz por só ter sido avisada da consulta quando cheguei para trabalhar de manhã, pois teria ficado acordada a noite inteira preocupada se soubesse que ia de levá-lo de carro até lá. Claro que sei dirigir. Mas posso dizer que dirijo do mesmo jeito que falo francês. Sim, fiz o exame de habilitação e passei. Mas, desde então, não usei essa habilidade específica mais que uma vez por ano. A ideia de colocar Poncho e sua cadeira de rodas na minivan adaptada, levá-lo e trazê-lo da cidade vizinha me enchia de terror.


Durante semanas, desejei que meu dia de trabalho envolvesse algum tipo de fuga daquela casa. Mas, naquele momento, eu teria feito qualquer coisa para ficar ali dentro. Encontrei um cartão do hospital no meio da pasta com seus documentos, que tinha grossas divisórias intituladas Transporte, Seguro, Viver com Deficiência e Compromissos. Peguei o cartão e verifiquei que a data que estava nele era a de hoje. Uma parte de mim esperava que Poncho estivesse errado.


- Sua mãe vai conosco?


- Não. Ela não acompanha as consultas.


Não consegui esconder minha surpresa. Eu havia pensado que ela quisesse supervisionar cada aspecto do tratamento dele.


- Ela costumava ir — disse Poncho. — Agora temos um acordo.


- Christian vai?


- Por quê?


- Por nada. — Eu não queria que ele soubesse quão amedrontada eu estava. Passei a maior parte daquela manhã (tempo que em geral usava para limpar as coisas) lendo e relendo o manual de instruções do dispositivo para içar a cadeira no carro, mas eu ainda estava apavorada com o momento em que seria a única responsável por levantá-lo na cadeira a meio metro do chão.


- Ora, Portilla. Qual é o problema?


- Está bem. Eu só… eu só achei que seria mais fácil se, na primeira vez, alguém que estivesse a par das coisas fosse também.


- Ao contrário de mim — disse ele.


- Não foi o que eu quis dizer.


- Acha que não sei me cuidar?


- Você opera o içador de cadeira? — perguntei, grosseiramente. — É capaz de me dizer exatamente o que eu preciso fazer?


Ele ficou me olhando no mesmo nível. Se estivera procurando briga, parecia que tinha mudado de ideia.


- Você venceu. Sim, Christian vai. Ele é um par extra de mãos bastante útil.
Além disso, achei que você ficaria menos nervosa se ele fosse também.


- Não estou nervosa — protestei.


- É evidente que não.


Eu tremia de nervosa.


- Vamos lá, qual é a pior coisa que poderia me acontecer: acabar numa cadeira de rodas?
Pode parecer idiota, mas não consegui não rir. Era o mais perto que Poncho chegara de realmente tentar fazer algo para me animar.


Do lado de fora, o carro parecia um veículo comum, mas quando se abria a porta traseira, uma rampa descia pela lateral e se nivelava com o chão. Com Christian acompanhando, guiei a cadeira de uso externo (Poncho tinha uma só para viagens) precisamente até em cima da rampa, conferi o freio elétrico e programei para que Poncho fosse içado devagar para dentro do carro. Christian deslizou para o banco do passageiro, Poncho colococu o cinto e verificou as rodas. Tentando fazer com que minhas mãos parassem de tremer, soltei o freio de mão do carro e dirigi devagar pelo caminho até o hospital.


Longe de casa, Poncho pareceu encolher um pouco. Fazia frio e Christian e eu o enrolamos num cachecol e num casaco grosso, mas ele continuou calado, o maxilar endurecido, de certa forma oprimido pela vastidão ao seu redor. Toda vez que eu olhava no espelho retrovisor (o que acontecia com frequência — mesmo com Christian lá, eu estava morrendo de medo de que a cadeira se soltasse da amarração), ele estava espiando para fora da janela com uma expressão insondável. Mesmo quando eu parava ou freava forte, o que ocorreu várias vezes, ele apenas estremecia um pouco e esperava que eu prosseguisse.


Quando chegamos ao hospital, uma fina camada de suor cobria meu corpo. Percorri o estacionamento do hospital três vezes, apavorada demais para dar marcha a ré mesmo na maior das vagas, até que eu percebi que Christian e Poncho estavam começando a perder a paciência. Então, finalmente, desci a rampa da cadeira de rodas e Christian ajudou Poncho a sair.


— Bom trabalho — disse Christian, dando um tapinha nas minhas costas ao sair do carro, mas achei difícil acreditar que fora mesmo um bom trabalho.


Há coisas que você não percebe até acompanhar uma pessoa numa cadeira de rodas. Uma delas é como a maioria dos calçamentos é malconservada, com buracos mal remendados ou desnivelada. Andando devagar ao lado de Poncho enquanto ele mesmo dirigia a cadeira, notei que cada laje em desnível causava nele uma dolorosa chacoalhada, ou como ele frequentemente precisava se desviar com cuidado de algum obstáculo em potencial. Christian fingia não notar, mas eu vi que ele também observava. Poncho estava apenas sério e decidido.


A outra coisa é como a maioria dos motoristas é desatenta. Param em cima da calçada ou tão perto de outro carro que é impossível para alguém em uma cadeira de rodas atravessar a rua. Fiquei pasma, algumas vezes até pensei em deixar um bilhete grosseiro espetado no limpador de para-brisa, mas Christian e Poncho pareciam estar acostumados. Christian mostrou um lugar onde dava para atravessar e enfim conseguimos, cada um de nós flanqueando Poncho.


Ele não disse uma única palavra desde que saímos de casa.



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Autor(a): day

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O hospital era um prédio baixo e reluzente, cuja recepção imaculada parecia com um desses hotéis modernosos, talvez para provar que se tratava de um hospital particular. Recuei enquanto Poncho dizia seu nome para a recepcionista, e então segui Christian e ele por um longo corredor. Christian carregava uma enorme mochila com tudo o que Ponch ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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