Fanfics Brasil - 27 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 27

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A neve caiu tão de repente que saí de casa sob um céu azul-claro e menos de meia hora depois passei por um castelo que mais parecia um bolo decorado, coberto por uma grossa camada de neve branca.


Caminhei com dificuldade pela entrada da garagem, os passos abafados pela neve e os dedos já dormentes por causa do frio, tremendo no meu casaco de seda chinês, fino demais. Um redemoinho de flocos brancos surgiu de um infinito céu cinza-aço e quase escondeu a Granta House, encobrindo os sons e desacelerando o ritmo do mundo de forma nada natural. Atrás das cercas vivas bem-aparadas, os carros passavam com cautela redobrada, os pedestres nas calçadas escorregavam e soltavam gritinhos. Puxei o cachecol sobre o nariz e desejei estar vestindo algo mais adequado para aquele clima do que sapatilhas e um minivestido de veludo.


Para minha surpresa, não foi Christian quem abriu a porta, mas o pai de Poncho.


- Ele está de cama — disse, olhando do vestíbulo. — Não está muito bem. Não sei se devo chamar o médico.


 


- Onde está Christian?


- É sua manhã de folga. Claro que tinha de ser hoje. A maldita agência de enfermagem veio e foi embora em seis segundos. Se continuar nevando assim, não sei o que faremos mais tarde. — Ele deu de ombros, como se essas coisas não tivessem jeito mesmo, e sumiu pelo corredor, parecendo aliviado por não ser mais o responsável. — Você sabe do que ele precisa, não? — falou, por cima do ombro.


Tirei meu casaco e as sapatilhas, pois sabia que a Sra. Herrera estava no tribunal (ela anotava as datas em um calendário na cozinha do anexo). Coloquei as meias molhadas em cima de um aquecedor para secar. Um par de meias de Poncho estava no cesto de roupas lavadas, então calcei-o. As meias dele pareciam ridiculamente grandes em mim, mas era uma maravilha sentir os pés aquecidos e secos. Poncho não respondeu quando o chamei, então fiz um suco, bati baixinho na porta do quarto e enfiei a cabeça. Na meia-luz, só pude distinguir uma forma embaixo do edredom. Estava dormindo.


Dei um passo para trás, fechei a porta e iniciei as tarefas matinais.


Minha mãe parecia ter um prazer quase físico em arrumar a casa. Já fazia um mês que eu aspirava e limpava diariamente o anexo da Granta House e continuava sem saber qual era a graça. Eu desconfiava que em nenhum momento da minha vida deixaria de desejar que outra pessoa fizesse aquilo no meu lugar.


Mas num dia como aquele, com Poncho confinado na cama e o mundo parecendo estagnado lá fora, percebi que havia uma espécie de prazer meditativo em ir de um lado ao outro do anexo. Enquanto tirava o pó e lustrava os móveis, levei o rádio comigo por todos os cômodos, em volume baixo para não incomodar Poncho. De vez em quando, enfiava a cabeça na porta para conferir se estava respirando e só à uma da tarde comecei a ficar preocupada.


Enchi o cesto de lenha e reparei que vários centímetros de neve haviam se acumulado no chão. Fiz outro suco fresco para Poncho e bati na porta do quarto. Bati de novo, dessa vez mais alto.


- Sim? — Sua voz estava rouca, como se eu o tivesse acordado.


- Sou eu. — Como ele não respondeu, acrescentei: — Anahi. Posso entrar?


- Pode, não estou fazendo a dança dos sete véus.
O quarto estava escuro, tinha as cortinas fechadas. Entrei e esperei meus olhos se adaptarem à escuridão. Poncho estava deitado de lado, com um braço dobrado à frente como se tentasse se levantar, na mesma posição de quando olhei antes. O cabelo estava grudado de um lado da cabeça e ele estava bem enrolado no edredom. O cheiro morno de homem sem banho enchia o quarto; não era desagradável, mas era algo um pouco assustador para fazer parte de um dia de trabalho.


- O que posso fazer por você? Quer um suco?-


- Preciso mudar de posição.


Coloquei o suco sobre a cômoda e me aproximei da cama.


- O que… o que quer que eu faça?


Ele engoliu com cuidado, como se sentisse dor.


- Quero que me levante e me vire, depois erga o encosto da cama. Aqui…


- Fez sinal para eu me aproximar. — Ponha os braços embaixo de mim, entrelace as mãos nas minhas costas e me levante. Fique encostada na cama para não distender sua coluna.


Não dava para fingir que aquilo não era um pouco estranho. Coloquei os braços em volta dele, seu cheiro preenchendo minhas narinas, sua pele quente encostando na minha. Só podia ficar mais perto se mordiscasse a orelha dele. Essa ideia me deixou histérica e precisei me esforçar para me conter.


- O que foi?


- Nada. — Respirei fundo, entrelacei as mãos e ajustei-me até sentir que ele estava firme. Ele era mais largo do que eu pensava e mais pesado também. Então, contei até três e o levantei.


- Meu Deus — exclamou ele, próximo ao meu ombro.


- O que foi? — Quase o deixei cair.


- Suas mãos estão geladas.


- É. Bom, se for sair da cama, saiba que lá fora está nevando.


Eu estava brincando, mas então notei que seu corpo estava quente sob a camiseta, o calor parecia vir de dentro. Ele resmungou um pouco quando o ajeitei no travesseiro e tentei me mexer o mais lenta e delicadamente possível. Ele apontou para o controle remoto que levantava a cama à altura da cabeça e dos ombros dele.


- Não levante muito — murmurou. — Estou um pouco tonto.
Acendi a luz da cabeceira, ignorando sua vaga reclamação, para poder ver seu rosto.


- Poncho… você está bem? — Precisei repetir a pergunta para ele responder.


- Já estive melhor.


- Precisa de analgésicos?


- Sim… bem fortes.


- Talvez paracetamol?


Ele suspirou no travesseiro frio.


Entreguei o copo de água para ele e esperei que engolisse.


- Obrigado — disse ele e, de repente, fiquei sem jeito. Poncho jamais agradecia nada.


Ele fechou os olhos e durante um tempo fiquei na porta, observando seu peito subir e descer sob a camiseta, a boca entreaberta. Sua respiração estava curta e talvez um pouco mais difícil do que nos outros dias. Mas até então eu nunca o tinha visto fora da cadeira de rodas e não sabia se isso era devido à pressão de estar deitado.


- Pode ir — resmungou ele. Saí.



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Autor(a): day

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* * * Li minha revista e só levantei a cabeça para ver a neve se acumular, densa, em volta da casa, subindo pelo peitoril das janelas, formando uma paisagem granulada. Mamãe me mandou uma mensagem de texto ao meio-dia e meia, dizendo que papai não conseguiu sair de carro. “Não venha para casa sem antes ligar para nós”, r ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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