Fanfics Brasil - 28 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 28

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* * *


Li minha revista e só levantei a cabeça para ver a neve se acumular, densa, em volta da casa, subindo pelo peitoril das janelas, formando uma paisagem granulada. Mamãe me mandou uma mensagem de texto ao meio-dia e meia, dizendo que papai não conseguiu sair de carro. “Não venha para casa sem antes ligar para nós”, recomendou. Eu não sabia ao certo o que ela ia fazer: mandar papai me buscar com um trenó e um cachorro São Bernardo?


Ouvi o noticiário pela rádio: os engarrafamentos nas estradas, os trens parados, as aulas suspensas devido à nevasca inesperada. Voltei ao quarto de Poncho e dei uma olhada nele outra vez. Não gostei de sua cor. Estava pálido, com pontos vermelhos nas bochechas.


- Poncho? — chamei, baixinho.


Ele não se mexeu.


- Poncho?


Senti leves pontadas de pânico. Chamei seu nome mais duas vezes, bem alto. Não tive resposta. Finalmente, debrucei-me sobre ele. Não havia nenhum movimento em seu rosto, nem em seu peito. Sua respiração. Eu devia sentir sua respiração. Encostei o rosto no dele, tentando detectar o ar saindo de suas narinas. Como não consegui, estendi a mão e toquei seu rosto de leve.


Ele se mexeu e abriu os olhos, que estavam a centímetros dos meus.


- Desculpe — falei, pulando para trás.


Ele piscou, olhou ao redor do quarto como se tivesse estado em algum lugar distante.


- Sou eu, Any — expliquei, sem saber se ele havia me reconhecido. Sua expressão era meio exasperada.


- Eu sei.


- Quer uma sopa?


- Não, obrigado. — Fechou os olhos.


- Mais analgésicos?


Havia um brilho de transpiração em seu rosto. Toquei o edredom, que estava um pouco quente e suado. Isso me deixou nervosa.


- Tem alguma coisa que eu deva fazer? Quer dizer, se Christian não conseguir chegar aqui?


- Não… estou ótimo — ele murmurou e fechou os olhos de novo.


Conferi na agenda se eu tinha esquecido alguma coisa. Peguei o interfone e liguei para o pai de Poncho, mas o toque do telefone parecia desaparecer pela casa vazia. Dava para ouvir o som do outro lado do anexo.


Já estava quase ligando para a Sra. Herrera quando a porta dos fundos se abriu e Christian entrou, envolto em volumosas camadas de roupas, um cachecol de lã e um chapéu que quase escondia sua cabeça inteira. Junto com ele, veio uma rajada de frio e uma lufada de neve.


- Olá — cumprimentou, sacudindo a neve das botas e batendo a porta. Parecia que a casa tinha de repente acordado de um devaneio.


- Ah, graças a Deus você chegou — falei. — Ele não está bem. Dormiu praticamente a manhã inteira e quase não bebeu nada. Eu não sabia o que fazer.


Christian tirou o casaco.


- Tive de vir a pé. Os ônibus pararam de circular. Fui preparar um chá enquanto ele examinava Poncho.


Christian apareceu na cozinha antes que a chaleira fervesse.


- Ele está ardendo de febre. Há quanto tempo está assim? — perguntou.


- A manhã toda. Achei que estava quente, mas ele disse que só queria dormir.


- Meu Deus. A manhã toda? Não sabe que o corpo dele não consegue controlar a própria temperatura? — Christian passou por mim e foi mexer no armário de remédios. — Antibióticos. Fortes. — Mostrou-me um vidro.


Olhei por trás dele.


- Dei um paracetamol.


- Também podia ter dado uma balinha.


- Eu não sabia. Ninguém disse nada. Eu o enrolei nas cobertas.


- A instrução está naquela maldita pasta. Olhe, Poncho não transpira como nós. Na verdade, não transpira a partir do ponto atingido pelo acidente. Isso significa que, se tem um leve resfriado, a temperatura sobe demais. Vá buscar o ventilador. Vamos deixá-lo ligado até a febre abaixar. E traga uma toalha úmida para colocar envolta da nuca dele. Só conseguiremos um médico quando a neve parar. Maldita agência de enfermagem. Deviam ter feito isso de manhã.


Christian estava irritado de uma forma que eu nunca tinha visto. Não estava nem falando comigo.


Corri para buscar o ventilador.


Demorou quase quarenta minutos para a temperatura do corpo de Poncho alcançar um nível normal novamente. Enquanto esperávamos o remédio superforte para febre fazer efeito, coloquei uma toalha na testa dele e outra na nuca, como Christian recomendou. Tiramos a roupa dele, cobrimos seu peito com um lençol de algodão fino e colocamos o ventilador na direção dele. Sem a camisa, as cicatrizes de seus braços ficaram bem evidentes. Fingimos não reparar nelas.


Poncho suportou tudo isso apenas respondendo sim ou não às perguntas de Christian, muitas vezes num tom tão indistinto que eu não tinha certeza se ele sabia o que estava dizendo. Agora que o via na claridade, me dava conta de que ele estava doente mesmo e me senti péssima por não ter percebido antes. Pedi mil desculpas até Christian dizer que isso já estava ficando irritante.


- Certo. Preste atenção no que estou fazendo. Pode ser que precise repetir sozinha mais tarde — disse ele.


- Pronto — disse Christian. Finalmente, uma hora depois Poncho dormia com a roupa de cama limpa e, se não parecia totalmente bem, também não parecia terrivelmente mal.


- Deixe-o dormir. Mas acorde-o daqui a umas duas horas e faça-o ingerir líquidos. Dê mais remédios para febre às cinco, certo? A temperatura deve subir de novo, mas não antes das cinco.


Anotei tudo num bloquinho. Estava com medo de fazer algo errado.


- Hoje à noite você terá de repetir tudo o que acabamos de fazer. Tudo bem?


- Christian se encheu de roupa como um esquimó e saiu na neve. — Leia as minhas instruções. E não fique nervosa. Qualquer problema, pode me ligar que eu explico tudo. Posso voltar, se for necessário.



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Autor(a): day

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* * * Depois que Christian foi embora, fiquei no quarto de Poncho. Estava com medo de sair de lá. No canto, havia uma velha poltrona de couro com uma luminária que talvez fosse remanescente de sua antiga vida e enrosquei-me na poltrona com um livro de contos que peguei na estante. O quarto estava estranhamente calmo. Pelo vão entre as cortinas dava par ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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