Fanfics Brasil - 39 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 39

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  • hadassa04:Jannnnaaaaaaaaa minha linda *-* sdds *-* que bom te ver por aqui, espero que apareça mais vezes u.u

  • juddie_herrera: Continuandooo *-*

  • franmarmentini♥: fran kkkkk cala não morra antes da hora ....

  • colucciwake: esperamos mesmo que ele mude de ideia

  • Mila Puente Herrera:sera q ele vai fazer isso ???

  • Stefaniie Santtos: A May é irmã do Poncho. ela sabia do acidente mas ela mora na Australia por isso não veio antes, ela não sabia dos planos de se matar do Poncho.


 




 


 


 


Narração Camilla Herrera


 


 


Nunca tive a intenção de ajudar na morte do meu filho.


Até mesmo ler estas palavras parece estranho — algo como o que se lê em um tabloide ou naquelas revistas horríveis que a faxineira carrega na bolsa, repletas de mulheres cujas filhas fugiram com companheiros desonestos, histórias de incríveis perdas de peso e bebês de duas cabeças.


Eu não era o tipo de pessoa com quem essas coisas aconteciam. Pelo menos, pensava que não era. Minha vida era razoavelmente estruturada — do tipo comum, pelos padrões modernos. Estava casada havia quase trinta e sete anos, criara dois filhos, mantivera minha carreira, ajudara na escola, na Associação de Pais e Professores e saíra de cena quando os filhos não precisavam mais de mim. Era juíza havia quase onze anos. Vi toda a vida humana passar pelo meu tribunal: os perdidos sem esperança, que não conseguiam se organizar nem para chegar na hora à audiência; os transgressores reincidentes; os jovens mal- encarados, raivosos, e as mães exaustas e endividadas. É um pouco difícil se manter calma e compreensiva vendo os mesmos rostos e os mesmos erros se repetirem. Às vezes, eu podia escutar a impaciência em meu tom de voz. Podia ser estranhamente desanimadora a completa recusa do ser humano em ao menos tentar agir de maneira responsável.


E nossa pequena cidade, apesar da beleza do castelo, dos diversos prédios tombados como patrimônio histórico e de nossas pitorescas estradas rurais, não está imune a tudo isso. Nossas praças construídas na época da Regência eram ocupadas por adolescentes alcoolizados, nossos chalés com teto de palha abafavam o barulho dos maridos batendo em suas esposas e seus filhos. Às vezes, eu me sentia como o rei Canuto, fazendo inúteis pronunciamentos diante da maré de caos e devastação. Mas gostava do meu trabalho. Eu trabalhava porque acreditava na ordem, em um código moral. Acredito que existe certo e errado, por mais fora de moda que o conceito possa parecer.


Consegui superar os piores momentos por causa do meu jardim. À medida que as crianças foram crescendo, a jardinagem se transformou um pouco em minha obsessão. Eu poderia dizer o nome científico, em latim, de quase todas as plantas que alguém me mostrasse. O engraçado é que nem tive aulas de latim na escola — frequentei uma pequena escola pública para meninas cujo foco era aprender a cozinhar e a bordar, coisas que poderiam nos ajudar a ser boas esposas —, mas acontece que o nome científico dessas plantas gruda na cabeça. Eu só precisava escutá-los uma única vez para me lembrar deles para sempre: Helleborus niger, Eremurusstenophyllus, Athyrium niponicum. Consigo pronunciar com uma fluência que nunca imaginei.


Dizem que só é possível se admirar um jardim depois de certa idade, e acho que existe alguma verdade nisso. Provavelmente tem algo a ver com o grande ciclo da vida. Parece que há algo de miraculoso em ver o inexorável otimismo de um novo broto após a desolação do inverno, uma espécie de alegria na diversidade a cada ano, a forma como a natureza escolhe mostrar diferentes partes do jardim. Houve momentos — quando meu casamento ficou mais populoso do que eu tinha imaginado — em que o jardim foi meu refúgio, momentos em que foi uma alegria.


Mas houve momentos também em que, sinceramente, ele foi uma dor. Não existe maior desapontamento do que criar um novo canteiro apenas para vê-lo não florir, ou ver uma fileira de lindos alliums destruídos durante a noite por algum motivo qualquer. Mas mesmo quando eu reclamava a respeito do tempo, do esforço que me exigia cuidar do jardim, do modo como minhas juntas protestavam quando eu passava uma tarde arrancando ervas daninhas ou de como minhas unhas nunca pareciam estar bem limpas, mesmo assim eu adorava aquilo. Adorava os prazeres sensoriais de estar ao ar livre, o cheiro, a sensação da terra sob meus dedos, a satisfação de ver coisas vivas, brilhando, cativada por sua própria beleza fugaz.


Depois do acidente de Poncho, abandonei a jardinagem por um ano. Não foi só por causa da falta de tempo, embora fossem infindáveis as horas passadas no hospital ou gastas indo e vindo de carro e nas reuniões — ah, meu Deus, as reuniões. Tirei seis meses de licença no trabalho e, mesmo assim, não foi suficiente.


É que, de repente, não vi mais sentido naquilo. Paguei um jardineiro para manter o jardim arrumado, e acho que não dei mais que uma olhada superficial nele durante quase um ano inteiro.


Foi só quando trouxemos Poncho de volta para casa, depois que o anexo foi adaptado e arrumado, que encontrei algum sentido em tornar o jardim bonito outra vez. Precisava dar ao meu filho um lugar para onde olhar. Precisava dizer a ele, silenciosamente, que as coisas poderiam mudar, crescer ou fenecer, mas que a vida continuaria. Que todos nós éramos parte de um grande ciclo, algum tipo de arranjo cuja finalidade só Deus poderia entender. Eu não podia dizer isso a ele, é claro — Poncho e eu nunca fomos muito bons em conversar —, mas eu queria mostrar. Uma promessa tácita, se preferir, de que existe algo maior, um futuro melhor.


 



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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