Fanfics Brasil - 42 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 42

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Narração Anahi Portilla


 


Não dormi aquela noite. Fiquei deitada no meu quarto olhando o teto e reconstruindo cuidadosamente os dois últimos meses com base no que eu agora sabia. Foi como se tudo tivesse sido modificado, fragmentado e rearrumado de outra maneira, em um padrão que eu mal reconhecia.


Senti-me enganada, a estúpida subordinada que não sabia o que estava acontecendo. Senti que eles deviam ter rido escondido de minhas tentativas de oferecer legumes para Poncho comer, ou de cortar seus cabelos — pequenas coisas para fazê-lo se sentir melhor. Qual tinha sido o sentido de tudo isso, afinal?


Repassei diversas vezes a conversa que ouvi, tentando interpretá-la de algum outro jeito, tentando convencer a mim mesma de que eu havia entendido mal o que eles disseram. Mas a Dignitas não era exatamente o lugar a que se ia para tirar umas férias. Eu não conseguia acreditar que Camilla Herrera pudesse pensar em fazer aquilo com o filho. Sim, eu a achava fria, e sim, esquisita perto dele. Era difícil imaginá-la fazendo carinho em Poncho, como minha mãe fazia conosco (de maneira firme, jovial) até nos afastarmos nos retorcendo, pedindo para ela nos soltar. Para ser sincera, eu achava que era assim que a classe alta lidava com os filhos. Afinal, eu tinha acabado de ler o livro de Poncho, Love in a Cold Climate. Mas, ativamente, concordar em colaborar na morte do próprio filho?


Pensando em retrospecto, o comportamento dela parecia ainda mais frio, suas ações imbuídas de alguma intenção funesta. Eu estava furiosa com ela, e com Poncho. Furiosa com eles por me fazerem acreditar numa fachada. Furiosa por todas as vezes em que fiquei pensando em como poderia melhorar as coisas para ele, fazê-lo se sentir confortável ou feliz. Quando não ficava furiosa, eu ficava triste. Eu podia me lembrar da sutil interrupção na voz dela ao tentar confortar Maite, e me senti muito triste por ela. Ela estava, eu sabia, numa posição insuportável.


Mas, acima de tudo, eu me senti tomada de horror. Estava assustada com o que agora sabia. Como alguém pode viver com a consciência de que está apenas deixando os dias correrem até sua própria morte? Como poderia esse homem, cuja pele, hoje de manhã, eu tinha sentido sob meus dedos — cálida e viva —, querer simplesmente acabar consigo mesmo? Como poderia ser que, com o consentimento de todos, dali a seis meses, essa mesma pele estaria se decompondo embaixo da terra?


Eu não podia contar para ninguém. E isso era quase o pior de tudo. Eu agora era cúmplice do segredo dos Herrera. Indisposta e indiferente, liguei para Manuel para avisar que não estava bem e ia ficar em casa. Tudo certo, ele estava numa corrida de dez quilômetros, disse. Provavelmente, não teria terminado suas atividades no clube de atletismo antes das nove da noite. Nós nos veríamos no sábado. Ele pareceu distraído, como se já estivesse em outro lugar, mais além, em alguma pista de corrida mítica.


Eu não quis jantar. Fiquei na cama até meus pensamentos escurecerem e se solidificarem ao ponto de eu não aguentar mais o peso deles, e, às oito e meia, desci e fiquei sentada silenciosamente vendo TV, empoleirada ao lado de vovô, que era a única pessoa na nossa família que com certeza não iria me perguntar nada. Ele estava sentado em sua poltrona predileta e olhava fixamente para a tela com intensos olhos vidrados. Eu nunca tinha certeza se ele assistia ao programa ou se sua mente estava em algo completamente diferente.


- Tem certeza que não quer que eu faça nada para você, querida? — mamãe apareceu ao meu lado com uma xícara de chá. Para nossa família, não havia nada que não pudesse ser resolvido com uma xícara de chá.


- Não. Estou sem fome, obrigada.


Vi a forma como ela olhou para papai. Eu sabia que, depois, haveria murmúrios secretos sobre como os Herrera estavam me fazendo trabalhar demais, e como o estresse de cuidar daquele inválido era muito pesado. Eu sabia que eles se culpariam por me incentivarem a aceitar o emprego.


Eu precisava deixá-los pensar que tinham razão.



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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