Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso
Os Herrera ficaram meio surpresos. Na verdade, surpresos é pouco. A Sra. Herrera ficou pasma, depois um pouco desconcertada, e então fechou a cara. A filha, enroscada ao lado dela no sofá, olhou para mim furiosa, da mesma forma que mamãe fazia quando mandava eu não me mexer nem se o vento mudasse.
Não era exatamente a reação entusiasmada que eu esperava.
- Mas o que você quer fazer exatamente?
- Ainda não sei. Minha irmã é boa em pesquisa. Está tentando descobrir quais programas são possíveis para paraplégicos. Mas o que eu realmente queria saber era se vocês gostariam de ir junto.
Estávamos na sala de visitas. A mesma sala onde fui entrevistada, só que dessa vez a Sra. Herrera e a filha se encarapitavam no sofá, com o velho e baboso cão entre elas. O Sr. Herrera estava ao lado da lareira. Eu usava minha jaqueta jeans estilo camponês francês, um minivestido e coturnos. Pensando melhor, acho que podia ter escolhido um visual mais sério para expor meu plano.
- Deixe-me ver se entendi direito. — Camilla Herrera inclinou-se para a frente. — Você quer tirar Poncho de casa.
- Isso.
- E levá-lo numa série de “aventuras”.
Ela falou de um modo que fez parecer que eu estava sugerindo submetê-lo a uma cirurgia experimental.
- Sim. Como eu disse, ainda não sei o que é possível. Mas a proposta é sair com ele para ampliar seus horizontes. Primeiro, podíamos fazer algumas coisas por perto, depois, com sorte, iríamos mais longe.
- Você se refere a viajar para o exterior?
- Exterior...? — Pisquei. — Eu pensava em, quem sabe, levá-lo ao pub. Ou a um show, só para começar.
- Há dois anos Poncho só sai de casa para consultas no hospital.
- Bom, é... pensei em convencê-lo a fazer outras coisas.
- E você, claro, iria com ele em todas essas aventuras — concluiu Maite Herrera.
- Olhe, não é nada de extraordinário. Estou falando apenas em tirá-lo de casa, para começar. Dar uma volta pelos arredores do castelo ou ir ao pub. Se acabarmos nadando com golfinhos na Flórida, ótimo. Mas, de verdade, eu só queria tirá-lo de casa um pouco e fazê-lo pensar em outras coisas.
Não acrescentei que só o pensamento de levá-lo ao hospital como única responsável ainda me dava calafrios. E pensar em levá-lo ao exterior, para mim, era o mesmo que participar de uma maratona.
- Acho uma ótima ideia — disse o Sr. Herrera. — Seria maravilhoso que Poncho passeasse por aí. Não pode ser bom para ele passar dia após dia olhando para quatro paredes.
- Tentamos sair com ele, Steven — disse a Sra. Herrera. — Não queríamos que ficasse mofando em casa. Tentei inúmeras vezes.
- Eu sei, querida, mas não deu muito certo, não é? Se Anahi está disposta a sugerir coisas que ele queira tentar, só pode ser algo bom, não acha?
- Bom, “disposta a sugerir” é a frase-chave.
- É só uma ideia — insisti. De repente, fiquei irritada. Sabia o que ela estava pensando. — Se vocês não quiserem...
- ...você vai embora? — ela olhava direto para mim.
Sustentei o olhar. Camilla Herrera não me assustava mais. Pois agora sabia que ela não era melhor do que eu. Era uma mulher capaz de sentar-se e deixar o filho morrer bem na sua frente.
- Sim, provavelmente irei.
- Então, isso é uma chantagem.
- Maite!
- Bom, não vamos encobrir os fatos, papai. Aprumei-me um pouco.
- Não, não é chantagem. É o que posso oferecer. Não posso ficar parada esperando até que... Poncho... bem. — Minha voz sumiu.
Cada um olhou para sua xícara de chá.
- Como eu disse — repetiu o Sr. Herrera, firme. — Acho que é uma ideia muito boa. Se conseguir convencer Poncho, não há mal nenhum. Adoraria que ele saísse de férias. Só... só diga o que precisamos fazer.
- Tive uma ideia. — A Sra. Herrera pôs a mão no ombro da filha. — Você poderia sair de férias com eles, Maite.
- Acho ótimo — concordei. Achava mesmo. Pois a possibilidade de eu levar Poncho de férias era a mesma de competir no Mastermind.
Maite Herrera mexeu-se desconfortável no sofá.
- Não posso. Você sabe que começo no novo emprego daqui a duas semanas. Não poderei voltar para a Inglaterra tão cedo.
- Você vai retornar para a Austrália?
- Não fique tão surpresa, mamãe. Eu disse que era apenas uma visita.
- Eu só achei que... considerando os últimos fatos, você fosse querer ficar um pouco mais. — Camilla Herrera olhava para a filha como jamais olhara para Poncho, por mais agressivo que ele fosse.
- É um emprego muito bom, mamãe. Eu corri atrás dele por dois anos. — Ela olhou para o pai. — Não posso colocar minha vida em suspenso por causa do estado psicológico de Poncho.
Fez-se um longo silêncio.
- Não é justo. Se eu estivesse numa cadeira de rodas, você pediria para Poncho mudar os planos dele?
A Sra. Herrera não olhou para a filha. Abaixei a cabeça e li e reli em silêncio o primeiro parágrafo da minha lista de sugestões.
- Eu também tenho uma vida, sabe. — A frase saiu como um protesto.
- Vamos discutir isso outra hora. — O Sr. Herrera colocou a mão no ombro da filha e o apertou de leve.
- É, vamos. — A Sra. Herrera mexeu nos papéis em seu colo. — Muito bem. Então proponho que façamos desta forma: quero saber tudo o que está planejando - disse, olhando para mim.
— Quero saber os preços e, se possível, as datas para tentar conseguir uma folga e ir com vocês. Tenho alguns dias de férias que não tirei, posso...
- Não.
Todas nós viramos para o Sr. Herrera. Ele acarinhava a cabeça do cachorro com uma expressão simpática, mas sua voz era firme.
- Não. Acho que você não deve ir, Camilla. Poncho precisa fazer isso sozinho.
- Steven, ele não pode fazer isso sozinho. Ele precisa levar muitas coisas quando vai a qualquer lugar. É complicado. Acho que não podemos deixar por conta de...
- Não, querida — repetiu ele. — Christian pode ajudar e Anahi consegue muito bem dar conta.
- Mas...
- Temos que deixar Poncho se sentir um adulto. O que será impossível com a mãe ou, quem sabe, a irmã sempre ao lado dele.
Senti uma súbita pena da Sra. Herrera. Ela continuava com aquela expressão altiva, mas eu podia ver que, no fundo, estava meio perdida, como se não entendesse muito bem o que o marido propunha. Segurou o colar.
- Posso garantir que ele vai ficar bem — disse. — E vou avisar com bastante antecedência tudo o que pretendemos fazer.
Ela mantinha a mandíbula tão rígida que um pequeno músculo pouco abaixo da maçã do rosto ficou visível. Fiquei me perguntando se ela me detestava.
- Também desejo que Poncho queira viver — acrescentei, por fim.
- Nós sabemos — disse o Sr. Herrera. — E agradecemos a sua determinação. E discrição.
Não entendi bem se isso era em relação a Poncho, ou a outra coisa completamente diferente; ele então se levantou e percebi que era um sinal para eu me retirar. Maite e a mãe continuaram no sofá, caladas. Concluí que, assim que eu saísse da sala, eles continuariam a conversar sobre o assunto.
- Muito bem — concluí. — Mostrarei o plano a vocês depois de estruturar tudo na minha cabeça. Não demoro. Não temos muito...
O Sr. Herrera deu um tapinha no meu ombro.
- Eu sei. Basta nos avisar o que decidiu — disse.
Autor(a): day
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 121
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milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40
Não entendi o final :(
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franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42
Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36
;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54
;( quando vc vai postar mais??????
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franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36
VC NAO MUDOU O FINAL????????
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Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55
CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17
Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31
Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva
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Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58
AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????
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franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49
Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(