Fanfics Brasil - 54 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 54

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* * *


É inacreditável que tantas pessoas possam recusar um pedido de ajuda que envolva uma cadeira de rodas atolada na lama, principalmente quando o pedido vem de uma garota usando uma minissaia e lançando seu sorriso mais amável. Não costumo lidar bem com estranhos, mas o desespero me fez destemida. Passei de um grupo a outro de turfistas que estavam na tribuna principal, perguntando se podiam ajudar um minuto. Olharam para mim e para minhas roupas como se eu estivesse tramando alguma cilada.


- Trata-se de um cadeirante — eu insistia. — Está um pouco preso.


- Estamos só esperando pelo próximo páreo — diziam. Ou: — Desculpe-me.


- Ou: — Só depois do páreo das duas e meia. Temos um cavalo correndo nesse.
Cheguei até mesmo a pensar em arranjar um jóquei ou dois. Mas, quando cheguei perto da área destinada a eles, reparei que eram menores que eu.


No momento em que cheguei ao local de aquecimento, eu estava incandescente de raiva contida. Desconfio que rosnava para as pessoas, e não sorria. E ali estavam, finalmente, alegria suprema, os rapazes de camisas polo listradas. Nas costas das camisas lia-se “Última Batalha do Marky” e eles seguravam latas de Pilsner e Tennent’s Extra. O sotaque dava a entender que eram de algum lugar do nordeste e eu tinha certeza que não tinham parado de beber nem por um instante nas últimas vinte e quatro horas. Eles vibraram quando me aproximei, e precisei lutar contra a vontade de lhes mostrar o dedo outra vez.


- Sorria, belezinha. É o último fim de semana de solteiro de Marky — disse um, com voz pastosa e colocando no meu ombro a mão do tamanho de um pernil.


- Hoje é segunda-feira. — Tentei não vacilar ao me desvencilhar dele.


- Você está brincando. Já é segunda? — Ele cambaleou. — Bom, acho que você deveria dar um beijo nele.


- Na verdade — disse eu —, vim aqui pedir ajuda a vocês.


- Ajudo no que quiser, gata. — A frase foi acompanhada de uma piscadela lasciva.
Os colegas ficaram balançando ao redor dele como plantas aquáticas.


- Não, sério. Preciso que vocês ajudem a um amigo. Lá no estacionamento.


- Desculpe, não sei se estou em condições de ajudar, gata.


- Preste atenção. Vai começar o próximo páreo, Marky. Você apostou nesse? Acho que eu apostei.


Eles se viraram para a pista, já perdendo o interesse em mim. Olhei por cima do meu ombro para o estacionamento, vendo a figura curvada de Poncho, com Christian puxando inutilmente a cadeira. Imaginei-me voltando para casa e contando aos pais de Poncho que tínhamos largado a caríssima cadeira de rodas num estacionamento. Foi então que vi a tatuagem.


- Ele é soldado— falei, alto. — Ex-soldado. Um por um, eles se viraram para mim.


- Foi ferido. No Iraque. Nós só queríamos que ele tivesse um bom dia ao ar livre. Mas ninguém nos ajuda. — Ao falar isso, senti lágrimas brotarem nos meus olhos.


- Veterano? Você está brincando. Onde ele está?


- No estacionamento. Pedi a várias pessoas, mas elas simplesmente não quiseram ajudar.
Tive a impressão de que eles levaram um ou dois minutos para processar o que eu dizia.


Depois, se entreolharam, admirados.


- Vamos, rapazes. Não vamos assistir a esse páreo. — Passaram por mim em uma fila nada reta. Eu podia ouvi-los comentar entre eles, murmurando: — Malditos civis... não têm ideia de como é isso...


Quando alcançamos o estacionamento, vi Christian ao lado de Poncho, cuja cabeça estava enfiada na gola do casaco por causa do frio, apesar de Christian ter colocado mais uma manta no ombro dele.


- Esses simpáticos cavalheiros se ofereceram para nos ajudar — expliquei.
Christian olhou as latas de cerveja. Preciso admitir que era preciso se esforçar para imaginar algum deles em uniforme militar.


- Querem levar ele para onde? — perguntou um.


Os outros rodearam Poncho, saudando-o com a cabeça.


Christian indicou o nosso carro.


- Queremos colocá-lo no carro. Mas, para fazermos isso, temos de levar a cadeira até o suporte e depois dar marcha a ré até ele.


- Não precisa fazer isso — disse um deles, dando um tapinha nas costas de Christian. — Podemos carregá-lo até o carro, não é, rapazes?


Um coro de vozes concordou. Eles começaram a se posicionar ao redor da cadeira.
Troquei o pé de apoio, desconfortável.


- Não sei... é uma distância grande para vocês carregarem — avisei. — E a cadeira é muito pesada.


Eles estavam completamente bêbados. Alguns mal conseguiam segurar a lata de cerveja. Outro deixou a lata de Tennent’s na minha mão.


- Não se preocupe, gata. Fazemos qualquer coisa por um colega de farda, não é, rapazes?


- Não vamos deixar você aqui, camarada. Jamais abandonamos um companheiro, não é?


Olhei para Christian e, com a cabeça, neguei furiosamente diante de sua cara intrigada.


Poncho parecia incapaz de se manifestar. Estava sério e, então, quando os homens se agruparam ao redor de sua cadeira e com um grito a içaram, ele ficou meio assustado.


- Qual era o regimento dele, querida?


Tentei sorrir, vasculhando minha memória em busca de nomes de regimentos.


- Décimo Primeiro... Décimo Primeiro Regimento de Rifles — respondi.


- Não conheço — comentou outro homem.


- É um regimento novo — gaguejei. — Supersecreto. Fica baseado no Iraque.


Os tênis deles escorregaram na lama e senti meu coração disparar. A cadeira de Poncho tinha sido levantada a vários centímetros do chão, como se fosse uma espécie de liteira. Christian correu para pegar a bolsa de Poncho e abrir o carro antes que chegássemos até lá.


- Foram os garotos desse regimento que treinaram em Catterick?


- Eles mesmos — respondi, e então mudei de assunto. — E... qual de vocês vai se casar?


Tínhamos trocado números de telefone quando eu finalmente me livrei de Marky e seus companheiros. Eles fizeram uma vaquinha de quarenta libras para ser doada para o fundo de reabilitação de Poncho e só desistiram quando eu disse que ficaríamos mais contentes se fizessem um brinde a nós. Tive de dar um beijo em cada um. Eu estava quase tonta com o bafo de bebida deles quando terminei. Continuei acenando enquanto voltavam para a tribuna e Christian buzinou, chamando para que eu entrasse no carro.


- Eles foram úteis, não? — perguntei, animada, ao ligar o carro.


- O mais alto derramou toda a cerveja na minha perna direita — disse Poncho.


- Estou com cheiro de cervejaria.


- Não, não acredito no que estou vendo — exclamou Christian, quando finalmente saí pela entrada principal. — Olhem. Ali tem um enorme estacionamento para deficientes, ao lado da tribuna. E todo asfaltado.



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Autor(a): day

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* * * Poncho não disse mais nada até o fim do dia. Acenou para Christian quando o deixamos em casa e então ficou em silêncio enquanto eu pesquisava sobre qual estrada tomar para o castelo, que parecia ir se estreitando a perder de vista agora que a temperatura voltara a baixar, e enfim parei o carro do lado de fora do anexo. Desci a cadeira de Po ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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