Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso
* * *
Papai foi demitido. Mas reagiu de maneira bastante corajosa. Chegou em casa à tarde, vestiu terno e gravata e voltou para a cidade no ônibus seguinte para se inscrever no Centro de Trabalho.
Disse a mamãe que já tinha decidido que se ofereceria para qualquer emprego, apesar de ser um ótimo artesão, com anos de experiência.
— Acho que não podemos ser muito exigentes no momento — falou, sem ligar para os protestos de mamãe.
Se para mim tinha sido difícil conseguir um emprego, imagina para um homem de cinquenta e cinco anos que só fez uma coisa a vida toda. Papai voltou para casa após uma série de entrevistas e contou, desanimado, que não servia nem para almoxarife ou vigia. Eles preferiram um rapaz bobo e inseguro, de dezessete anos, porque o governo daria mais incentivos, e não podiam aceitar um homem maduro, com um currículo extenso. Após duas semanas de recusas, meus pais decidiram pedir o auxílio-desemprego e passaram as tardes decifrando formulários incompreensíveis, de cinquenta páginas, que perguntavam quantas pessoas usavam a máquina de lavar deles e quando foi a última vez que viajaram para o exterior (papai achava que tinha sido em 1988). Coloquei a quantia que Poncho me deu de presente na latinha no armário da cozinha onde eles guardavam o dinheiro. Achei que se sentiriam melhor sabendo que tinham uma pequena reserva.
Quando acordei de manhã, o dinheiro havia sido colocado em um envelope e jogado por debaixo da minha porta.
Os turistas começaram a chegar e a cidade foi ficando cheia. O Sr. Herrera aparecia cada vez menos em casa; o trabalho dele no castelo era proporcional à quantidade de visitantes. Numa quinta-feira à tarde, quando eu voltava para casa depois de passar na lavanderia, vi-o na rua. Não era nada fora do comum, a não ser pelo fato de que ele estava envolvendo com o braço uma mulher ruiva que claramente não era a Sra. Herrera. Quando me viu, soltou-a como se fosse uma batata quente.
Virei-me, fingindo olhar uma vitrine, sem saber se queria que ele soubesse que eu os vira, e me esforcei para não pensar mais nisso.
Na sexta-feira seguinte à demissão de papai, Poncho recebeu o convite para o casamento de Dulce e Christopher. Bom, tecnicamente, era o Coronel e a Sra. Timothy Dewar, pais de Dulce, que convidavam Poncho para participar do casamento da filha deles com Christopher Uckermann. Veio num pesado envelope de pergaminho com toda a programação da festa e, num papel dobrado, havia uma extensa lista de presentes que as pessoas podiam comprar em lojas das quais eu nunca tinha ouvido falar.
- Ela é muito cara de pau — comentei, observando as letras douradas e o papel grosso de bordas igualmente douradas. — Quer que eu jogue fora?
- Tanto faz. — O corpo de Poncho era um perfeito exemplo indiferença forçada.
Conferi a lista de presentes.
-Que diabo é um couscoussier?
Não sei se foi por causa da rapidez com que Poncho se virou e passou a dedicar sua atenção ao teclado do computador. Ou pelo tom de voz dele. Mas, por alguma razão, não joguei o convite fora. Guardei com cuidado na agenda dele na cozinha.
Poncho me deu outro livro de contos, que tinha encomendado pela Amazon, e um exemplar de A rainha vermelha. Logo vi que não era o tipo de livro que eu gostava.
- Não tem nem história — falei, depois de olhar a contracapa.
- E daí? — questionou Poncho. — É um novo desafio para você.
Aceitei, não por ter algum interesse em genética, mas porque, se dissesse não, sabia que Poncho ficaria insistindo. Ele agora andava assim. Na verdade, era um pouco tirano. O pior era que perguntava em que ponto do livro eu estava só para ter certeza de que eu estava lendo mesmo.
- Você não é meu professor — eu reclamava.
- Graças a Deus — dizia ele, ofendido.
O livro — que era surpreendentemente interessante — era sobre uma espécie de luta pela sobrevivência. Afirmava que as mulheres não escolhiam os homens por amor. Segundo o livro, a fêmea da espécie sempre escolheria o macho mais forte para aumentar as chances de sobrevivência da prole. Ela não tinha culpa. É a natureza.
Eu discordava. E não gostava do argumento usado. Havia uma desconfortável segunda intenção na escolha do tema, da qual Poncho estava querendo me convencer. Sob o olhar do autor do livro, Poncho era fisicamente fraco, prejudicado. Por isso era irrelevante biologicamente. A vida dele não valia nada.
Ele ficou falando sobre o assunto quase uma tarde inteira, até eu interrompê-lo:
- Tem uma coisa que esse Matt Ridley não levou em consideração. Poncho levantou os olhos da tela do computador.
- Ah, é?
- E se o macho geneticamente superior for uma besta quadrada?
Autor(a): day
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 121
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milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40
Não entendi o final :(
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franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42
Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36
;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54
;( quando vc vai postar mais??????
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franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36
VC NAO MUDOU O FINAL????????
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Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55
CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17
Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31
Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva
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Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58
AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????
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franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49
Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(