Fanfics Brasil - 70 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 70

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* * *


 


No fim de semana seguinte, levantei no meio da noite para beber água. Estava com dificuldade para dormir e percebi que levantar era melhor do que ficar deitada tentando afastar os pensamentos confusos que passavam pela minha cabeça.


Não gostava de ficar acordada à noite. Acabei me perguntando se Poncho também estaria acordado, lá do outro lado do castelo, e imaginei no que ele estaria pensando. O que não foi uma boa ideia.


A verdade é a seguinte: eu não estava conseguindo nada. O tempo estava se esgotando. Não conseguia nem convencê-lo a ir a Paris. E quando ele disse o motivo, foi difícil contra-argumentar. Ele tinha um bom motivo para recusar todas as viagens mais longas que sugeri. Como eu não podia dizer por que queria tanto levá-lo, eu tinha  pouco poder de persuasão.


Ao passar pela sala, ouvi um barulho — uma tosse abafada, ou talvez uma exclamação de susto de alguém. Parei, dei alguns passos para trás e fiquei na porta. Empurrei-a com cuidado. Meus pais estavam deitados no chão da sala, as almofadas do sofá formavam uma espécie de cama, estavam cobertos com a colcha de visitas, a cabeça na altura da lareira elétrica. Ficamos nos olhando por um instante à meia-luz, eu com o copo na   mão.


- O que... o que estão fazendo aqui? — perguntei. Minha mãe se apoiou no cotovelo.


- Psiu, fale baixo. Nós... — ela olhou para o meu pai. — Fizemos uma mudança.


- O quê?


- Fizemos uma mudança. — Mamãe olhou para meu pai, como se pedisse seu apoio.


- Demos nossa cama para Treena — disse papai. Ele vestia uma velha camiseta azul com um rasgo no ombro e o cabelo estava grudado de um lado da cabeça. — Ela e Thomas não estavam se sentindo bem no quartinho. Então, demos o nosso quarto para eles.


-Mas não podem dormir aí! É desconfortável.


- Estamos ótimos, querida — disse papai. — Eu garanto.


Como continuei parada ali, meio boba, tentando entender, ele acrescentou:


- É só nos fins semana. E você não pode voltar para aquele quartinho. Precisa dormir, ainda mais... — Engoliu em seco. — Ainda mais que é a única da casa que trabalha.


Meu pai, com sua eterna falta de jeito, não conseguiu olhar para mim.


- Volte para a cama, Any. Ande. Estamos ótimos. — Mamãe praticamente me enxotou.


Subi a escada, os pés descalços sem fazer barulho no carpete, mal ouvindo os murmúrios de conversa vindo lá de  baixo.


Hesitei diante da porta do quarto de meus pais, e ouvi algo que não tinha escutado antes — Thomas ressonava. Voltei devagar para o meu quarto e fechei a porta com cuidado. Deitei na minha enorme cama e olhei pela janela os postes de luz na rua até o amanhecer, quando — finalmente, graças aos céus — consegui algumas preciosas horas de sono.


 


* * *


 


No meu calendário, faltavam setenta e nove dias. Fiquei preocupada outra vez.


E eu não era a única.


A Sra. Herrera esperou até a hora do almoço, quando Christian ficava com Poncho, para pedir que eu a acompanhasse até a casa principal. Fez eu me sentar na sala e perguntou como estavam as coisas.


- Bom, estamos saindo com mais frequência — respondi. Ela balançou a cabeça, como se concordasse.


- Ele tem conversado bem mais — acrescentei.


- Com você, pode ser. — Ela deu uma risada que não era bem uma risada.


- Já comentou com ele sobre viajar para o exterior?


- Ainda não. Vou falar. É que... sabe como ele é.


- Não me importo se você quer ir a algum lugar. Sei que não ficamos muito entusiasmados com a sua ideia, mas meu marido e eu temos conversado bastante e achamos que...


Ficamos ali, em silêncio. Ela me ofereceu uma xícara de café. Tomei um gole. Sempre me sinto com sessenta anos quando tenho que equilibrar um  pires de café no colo.


- Então... Poncho me contou que foi à sua casa.


- Sim, no meu aniversário. Meus pais prepararam um jantar especial.


- Como ele estava?


- Bem. Muito bem. Foi bastante simpático com minha mãe.  —  Não consegui evitar um sorriso quando me lembrei. — Quer dizer, mamãe está meio triste porque minha irmã e o filho saíram de casa. Minha mãe sente falta deles. Acho que... Poncho quis distraí-la.


A Sra. Herrera pareceu surpresa.


- Que... que simpático da parte dele.


- Minha mãe também achou. Ela mexeu o café com a colher.


- Não lembro a última vez que Poncho quis jantar conosco.


Ela fez mais algumas  perguntas. Nada  direto, claro, não era  seu estilo.  Mas não pude dar as respostas que ela queria. Alguns dias, achava Poncho mais feliz — saía comigo sem reclamar, me provocava, incitava minhas ideias, parecia um pouco mais atento ao mundo do lado de fora do anexo —, mas o  que  eu realmente sabia? Ele parecia ter um imenso mundo interior sobre o qual não me dava qualquer pista. Nas duas últimas semanas tive a desagradável impressão de que  esse mundo interior estava  crescendo.


- Ele parece um pouco mais feliz — disse ela. Dava a impressão de querer se convencer disso.


- Acho que sim.


- Foi... — ela passou os olhos por mim — ...muito gratificante vê-lo  um pouco mais parecido com o que era antes. Tenho certeza de que tudo  isso é graças a você.


- Nem tudo.


- Eu não conseguia me aproximar dele, nem um pouco. — Ela apoiou o pires e a xícara em cima do joelho. — Poncho é uma pessoa única. Desde adolescente, ele sempre me olhava de uma forma que me dava a impressão de que eu tinha feito algo errado. Nunca soube bem o que era. — Tentou rir, mas o que saiu não foi de forma alguma um riso, então olhou para mim por um breve instante, mas logo desviou o olhar.


Fingi tomar um gole de café, embora a xícara já estivesse   vazia.


- Você se dá bem com sua mãe, Anahi?


- Sim. Minha irmã é que me deixa louca — disse.


A Sra. Herrera olhou pela janela, onde seu precioso jardim começava  a florir em pálidas e perfumadas misturas de tons de rosa, roxo e   azul.


- Só nos restam dois meses e meio — disse ela, sem virar a cabeça. Coloquei minha xícara na mesa. Com cuidado, para não fazer barulho.


- Estou fazendo o possível, Sra. Herrera.


- Eu sei, Anahi. — Ela concordou com a cabeça. Saí da sala.



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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