Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso
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Andei até o pub. Havia um perfume de flores no ar e as pessoas na rua sorriam ao passar por mim. Não consegui retribuir a um cumprimento sequer. Mas sabia que não podia ficar em casa, sozinha com meus pensamentos. Achei os Tratores do Triatlo na cervejaria, haviam juntado duas mesas num canto, braços e pernas surgindo em rosadas curvas sinuosas. Recebi alguns acenos educados (nenhum por parte das mulheres) e Manuel se levantou, abrindo um lugarzinho para mim a seu lado. Percebi que eu realmente gostaria que Treena estivesse por ali.
O pub estava cheio com aquela peculiar mistura inglesa de estudantes berrando e vendedores bebendo depois do expediente, com as mangas da camisa arregaçadas. Aquele era o pub preferido dos turistas e entre as pessoas falando inglês havia uma diversidade de sotaques: italiano, francês, americano. À esquerda, podia-se avistar o castelo e — exatamente como em todos os verões — os turistas fazendo fila para tirar fotos na frente dele.
- Não esperava que você fosse aparecer. Quer uma bebida?
- Daqui a pouco. — Eu só queria ficar um pouco ali sentada, descansar a cabeça no ombro de Manuel. Queria me sentir como sempre: normal, despreocupada. Não queria pensar na morte.
- Quebrei meu recorde de melhor tempo hoje. Vinte e cinco quilômetros em apenas setenta e nove minutos e dois décimos.
- Que legal.
- Chegando lá, hein, Manuel? — festejou alguém.
Manuel levantou os dois punhos e fez um ruído de carro acelerando.
- Isso é ótimo. De verdade. — Tentei parecer contente por ele.
Tomei uma cerveja, depois outra. Ouvi conversas a respeito de quilometragem, joelhos ralados e hipotermia no nado. Parei de prestar atenção neles e observei as outras pessoas ali no pub, imaginando como seria a vida delas. Cada uma devia ter fatos importantes na família: bebês desejados e perdidos, grandes segredos, alegrias e tragédias. Se eles podiam deixar tudo isso de lado para curtir uma noite alegre num pub, eu também podia.
Então contei para Manuel do trabalho que papai arrumou. Ele fez uma cara meio parecida com a que eu devia ter feito. Tive de repetir para ele confirmar que tinha ouvido direito.
- É... muito legal. Vocês dois trabalhando para ele.
Tive vontade de contar para ele, tive mesmo. Queria explicar que tudo isso estava ligado à minha batalha para manter Poncho vivo. E o medo que tinha por achar que Poncho queria comprar a minha liberdade. Mas sabia que não podia dizer nada. E manter o resto em segredo também, enquanto fosse possível.
- Hum... tem mais uma coisa. Poncho disse que posso ficar no quarto vazio da casa dele quando precisar. Para acabar com esse problema de onde dormir lá em casa.
Manuel me olhou.
- Vai ficar na casa dele?
- Talvez. É uma ótima proposta, Manuel. Você sabe como tem sido lá em casa. E você nunca está aqui. Gosto de ficar no seu apartamento, mas... para ser sincera, não é a minha casa.
Ele continuava me encarando.
- Então transforme em sua casa.
- Como assim?
- Mude-se para lá. Faça do meu apartamento a sua casa. Leve as suas coisas para lá. As suas roupas. Já estava na hora de morarmos juntos.
Só mais tarde, quando pensei sobre o assunto, percebi que ele parecia bem triste ao dizer isso. Não pareceu um cara que finalmente entendeu que não podia viver longe da namorada e decidiu concretizar a feliz união de duas vidas. Ele parecia ter sido derrotado por alguém mais esperto.
- Quer mesmo que eu me mude para lá?
- Quero, claro. — Ele coçou a orelha. — Quer dizer, não estou falando para nós nos casarmos, nem nada. Mas faz sentido você se mudar, não?
- Seu romântico.
- Garanto, Any, está na hora. Deve estar na hora há tempos, mas vivo enrolado com uma coisa ou outra. Mude-se para lá, vai ser bom. — Ele me deu um abraço. — Vai ser muito bom.
À nossa volta, os Tratores do Triatlo tinham diplomaticamente continuado a conversa. Um grupo de turistas japoneses soltou um pequeno grito de empolgação ao conseguir a foto que queria. Os passarinhos cantavam, o sol se punha no horizonte, o mundo girava. Eu queria participar daquilo tudo, e não ficar enfiada num quarto silencioso, preocupada com um homem numa cadeira de rodas.
- Sim — respondi —, vai ser bom.
Autor(a): day
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 121
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milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40
Não entendi o final :(
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franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42
Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36
;(
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franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54
;( quando vc vai postar mais??????
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franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36
VC NAO MUDOU O FINAL????????
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Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55
CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17
Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?
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hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31
Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva
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Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58
AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????
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franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49
Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(