Fanfics Brasil - 82 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 82

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Naquela noite, quando ia para a  casa  de  Manuel,  dei  uma  parada na biblioteca. Eu poderia ter usado o computador dele, mas ainda me sentia como se precisasse pedir, e ir à biblioteca apenas parecia mais fácil. Sentei-me no terminal e digitei “Michael Lawler” e “Regent Street, Londres” no site de buscas. Informação é poder,Poncho, disse eu, silenciosamente.


Foram 3.290 resultados, sendo que os três primeiros mostraram “Michael Lawler, advogado, especialista em testamentos, certidões e procurações judiciais”,  que  ficava  naquela  mesma  rua.  Olhei  para  a  tela  durante  alguns minutos, digitei o nome dele novamente, dessa vez buscando por imagens, e lá estava ele, em algum tipo de conferência, usando um terno escuro — Michael Lawler, especialista em testamentos e certidões, o mesmo homem que ficara uma hora com Poncho.


Eu me mudei para o apartamento de Manuel naquela noite, na uma hora e meia entre o fim do meu expediente e a saída dele para o treino. Peguei tudo, menos a cama e as cortinas novas. Ele veio com o carro e carregamos os meus pertences em sacos plásticos de lixo. Em duas viagens, levamos tudo para o apartamento dele — exceto meus livros escolares, que estavam no sótão.


Mamãe chorou, achou que estava me expulsando.


- Pelo amor de Deus, querida. Está na hora de ela sair de casa. Tem vinte e sete anos — papai lhe disse.


- Ela ainda é o meu bebê — lastimou mamãe, me entregando duas latas cheias de bolo de frutas e uma sacola com produtos de limpeza.


Fiquei sem saber o que falar. Eu nem gosto de bolo de frutas.


Foi surpreendentemente fácil colocar minhas coisas no apartamento de Manuel. Ele quase não tinha nada mesmo, nem eu, depois de anos morando no quartinho. O único incidente foi por causa da minha coleção de CDs, que aparentemente só poderia se juntar à dele depois que eu colasse etiquetas na parte de trás das caixinhas e a colocasse em ordem alfabética.


- Fique à vontade — repetia ele, como se eu fosse uma espécie de visita.


Estávamos nervosos, estranhamente sem jeito um com o outro, como duas pessoas num primeiro encontro. Enquanto eu desempacotava as coisas,  ele  me trouxe chá e disse:


- Pensei que esta poderia ser a sua caneca. — Mostrou o lugar de tudo na cozinha e disse várias vezes: — Claro, ponha as coisas aonde quiser. Eu não ligo.


Ele tinha esvaziado duas gavetas e o guarda-roupa  do quarto extra. As outras duas gavetas estavam cheias com suas roupas de ginástica. Eu não sabia que havia tantas combinações entre lycra e fleece. Minhas roupas loucamente coloridas deixaram muitos centímetros de espaço ainda vazio, os cabides de arame ficaram balançando  pesarosamente  no closet.


- Preciso comprar mais roupa só para encher o armário  —  constatei, olhando lá para dentro.


Ele riu, nervoso.


- O que é isso?


Estava apontando para o meu calendário, pregado na parede do quarto extra, com as ideias em verde e os programas já marcados em preto. Quando alguma coisa tinha dado certo (música, degustação de vinhos), eu colocava uma cara sorridente na data. Quando não tinha (corrida de cavalos, galerias  de arte), deixava vazio. As duas semanas seguintes tinham poucos programas — Poncho estava cansado dos lugares próximos e eu ainda não o convencera a ir mais longe.


 


Dei uma olhada em Manuel. Eu podia vê-lo examinar o dia 12 de agosto, que estava sublinhado e tinha pontos de exclamação em preto.


- Hum... é para lembrar do meu trabalho.


- Acha que o seu contrato não será renovado?


- Não sei, Manuel.


Manuel retirou a tampa da caneta, olhou o mês seguinte e rabiscou embaixo de onde se lia 28a semana: “Hora de começar a procurar emprego.”


- Desse jeito você está preparada para qualquer coisa que aconteça — disse ele. Deu-me um beijo e saiu do quarto.


Coloquei meus cremes de beleza cuidadosamente no banheiro, guardei os aparelhos de barbear, os hidratantes e absorventes de forma organizada no armário do banheiro. Coloquei alguns livros em uma fileira arrumada no chão do quarto extra, sob a janela, inclusive os novos, que Poncho tinha encomendado para mim na Amazon. Manuel prometeu instalar prateleiras quando tivesse tempo.


E então, quando ele saiu para  correr, sentei-me e olhei as fábricas na   direção do castelo e ensaiei dizer a palavra casa, silenciosamente, sob minha   respiração.


 


* * *


 


Sou bastante incompetente para guardar segredos.  Treena  diz  que  eu  toco  no nariz assim que penso em contar uma mentira. É uma dica bastante certeira. Meus pais ainda riem da época em que eu mesma escrevia bilhetes justificando a falta na escola. “Cara Srta. Trowbridge. Por favor, dispense Anahi Portilla das aulas hoje, pois estou muito indisposta devido a problemas femininos.” Papai se esforçava  para  ficar sério quando deveria  estar me descascando.


Uma coisa era não contar os planos de Poncho para meus pais — eu era boa em guardar segredos deles (afinal, é algo que aprendemos à medida em que crescemos) —, mas lidar com a minha própria ansiedade era uma coisa completamente diferente.


Passei as noites seguintes tentando saber o que Poncho pretendia fazer e o que eu poderia fazer para impedi-lo, pensava nisso até enquanto conversava com Manuel, cozinhando juntos na pequena cozinha (eu já estava descobrindo coisas novas sobre ele — por exemplo, ele realmente sabia preparar mil pratos diferentes com peito de peru). À noite, fazíamos amor, o que parecia quase obrigatório no momento, como se tivéssemos de aproveitar por completo a nossa liberdade. Era como se Manuel achasse que eu tinha uma dívida com ele, já que eu estava sempre fisicamente perto de Poncho. Mas, assim que ele dormia, eu me perdia em pensamentos novamente.


Só faltavam sete semanas.


E Poncho estava fazendo planos, mesmo que eu não estivesse.



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Autor(a): day

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Na semana seguinte, se Poncho notou minha preocupação, não disse nada. Cumprimos nossas rotinas diárias — levei-o de carro para dar breves passeios no campo, preparei suas refeições, cuidei dele quando estávamos em casa. Ele  não fazia mais piadas sobre o  Corredor. Comentei os livros mais  recente ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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