Fanfics Brasil - 83 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 83

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Na semana seguinte, se Poncho notou minha preocupação, não disse nada. Cumprimos nossas rotinas diárias — levei-o de carro para dar breves passeios no campo, preparei suas refeições, cuidei dele quando estávamos em casa. Ele  não fazia mais piadas sobre o  Corredor.


Comentei os livros mais  recentes  que ele  tinha  recomendado:  lemos O paciente inglês (adorei esse) e um suspense sueco (do qual não gostei). Fomos simpáticos um com outro, quase excessivamente educados. Senti falta das agressões, do mau humor dele — aquela ausência apenas se somou à sensação ameaçadora que  se avultava  sobre mim.


Christian nos olhava como se estivesse observando algum tipo de espécie   nova.


- Vocês dois brigaram? — perguntou um dia na cozinha, quando eu desempacotava as compras.


- Melhor perguntar para ele — respondi.


- Foi exatamente o que ele disse.


Christian me olhou de soslaio e sumiu no banheiro para destrancar o armário de remédios de Poncho.


Levei três dias depois da visita de Michael Lawler para ligar para a Sra. Herrera. Perguntei se podíamos nos encontrar em algum lugar fora da casa e marcamos num pequeno café, recém-inaugurado nos jardins do castelo. O mesmo café que, ironicamente, tinha custado o meu emprego anterior.


Era um lugar bem mais sofisticado que o The Buttered Bun —  todo  de carvalho, com mesas e cadeiras de madeira patinada. Servia sopa caseira com legumes de verdade e bolos chiques. E você não conseguia beber um  café simples, só latte, cappuccino ou macchiato. Não havia ali operários, nem funcionários do salão de beleza. Sentei-me e bebi vagarosamente meu chá, imaginando se a Sra. Dente-de-Leão se sentiria confortável o suficiente para se sentar ali e ler o jornal a manhã  inteira.


- Anahi, desculpe meu atraso. — Camilla Herrera entrou de repente, a bolsa enfiada embaixo do braço, vestida com uma blusa de seda cinza e calça azul-marinho.


Contive o impulso de me levantar. Sempre que eu falava com ela, tinha a impressão de estar participando de uma espécie de entrevista.


- Fiquei presa no tribunal.


- Eu que peço desculpas. Por obrigá-la a sair  do trabalho, quero dizer.  Só achei que... bom, achei que não dava para esperar.


Ela ergueu a mão e falou algo com a garçonete, que trouxe um cappuccinoem segundos. Então sentou-se à minha frente. Seu olhar fez com que eu me sentisse transparente.


- Poncho chamou um advogado — falei. — Descobri que ele é especialista em testamentos e certidões.


Não consegui uma maneira mais delicada de iniciar a conversa.


 


Parecia que eu tinha lhe  dado um  tapa na  cara. Percebi, tarde demais, que, na verdade, ela estava esperando que eu lhe dissesse alguma coisa boa.


- Advogado? Tem certeza?


- Procurei por ele na internet. Tem escritório na Regent Street. Em Londres-acrescentei, sem necessidade. — Chama-se Michael Lawler.


Ela  piscou forte, como se tentasse  entender.


- Poncho contou isso a você?


- Não. Acho que não queria que eu soubesse. Eu... eu descobri o nome do advogado e investiguei.


O café chegou. A garçonete colocou-o diante da Sra.  Herrera,  mas  ela pareceu nem  notar.


- Mais alguma coisa? — perguntou a garçonete.


- Não, obrigada.


- A sugestão do dia é bolo de cenoura. Feito aqui mesmo. Com um delicioso recheio de creme...


- Não— disse a Sra. Herrera, ríspida. — Obrigada.


A moça ficou ali por tempo suficiente para nos mostrar que ficou ofendida e então se retirou, seu bloco balançando visivelmente em uma das  mãos.


- Desculpe — disse eu. — Você tinha dito que eu deveria avisar tudo o que fosse importante. Passei metade da noite acordada, pensando se deveria contar ou não.


O rosto dela parecia lívido. Eu sabia como ela se sentia.


- Como ele está? Você... você teve outras ideias? Passeios?


- Ele não dá a mínima. — Contei a ela sobre Paris e sobre a a de coisas que eu tinha compilado.


À medida que eu falava, podia ver, diante de mim, sua mente trabalhando, calculando, avaliando.


- Qualquer lugar — disse ela. — Eu pago. A viagem que você quiser. Pago para você. Para Christian. Apenas veja... veja se você consegue convencê-lo a ir.


Fiz que sim com a cabeça.


- Se há algo em que conseguir pensar... só para ganharmos mais tempo.


Pagarei seu salário além dos seis meses de contrato,  claro.


- Isso... isso não é problema.


Terminamos os cafés em silêncio, as  duas  perdidas  em  pensamentos. Enquanto a observava, disfarçadamente, reparei que seu cabelo imaculadamente bem-cuidado estava agora salpicado de fios brancos, os olhos tinham tantas olheiras quanto os meus. Percebi que não me senti melhor por ter contado a ela, por transferir minha preocupação para ela — mas que escolha eu tinha? As apostas estavam aumentando a cada dia. O som do relógio batendo duas horas pareceu tirá-la  de um transe.


- Preciso voltar ao trabalho. Por favor, avise-me sobre qualquer coisa em que você... em que você consiga pensar, Anahi. É melhor que essas conversas sejam fora do anexo.


Levantei-me.


- Ah, a senhora vai precisar do meu novo telefone. Acabo de me mudar.


- Enquanto ela procurava uma caneta na bolsa, acrescentei: — Mudei-me  para a casa de Manuel... meu namorado.


Não sei por que essa notícia  a  deixou tão surpresa. Ela  pareceu espantada, e me  entregou a caneta.


- Não sabia que você tinha namorado.


- Não sabia que precisava lhe contar.


Ela  se levantou, uma das mãos apoiada na   mesa.


- Outro dia, Poncho comentou que... você poderia se mudar para  o anexo. Nos fins de semana.


Rabisquei o telefone da casa de Manuel.


- Bem, achei que seria mais simples para todo mundo se eu me mudasse para a casa de Manuel. — Entreguei a ela o pedaço de papel com o telefone. — Mas não fica muito longe. É bem ao lado da área industrial. Não vai atrapalhar minha carga horária. Nem a minha pontualidade.


Ficamos paradas ali. A Sra. Herrera parecia agitada, sua mão corria pelos cabelos, segurava a corrente no pescoço. Por fim, como se não conseguisse se conter, ela  falou sem pensar:


- Teria doído muito esperar? Só umas poucas semanas?


- Como?


- Poncho... acho que Poncho gosta muito de você. — Ela mordeu o lábio. — Não sei... não sei como isso pode ajudar.


- Espere um pouco. Está insinuando que eu não deveria ter me mudado para a casa do meu namorado?


- Eu disse apenas que o momento não foi o ideal. Poncho está num estado muito vulnerável. Estamos fazendo de tudo para deixá-lo otimista... e você...


- Eu o quê? — Eu podia ver a garçonete nos observando, o bloco parado na mão. — Eu o quê? Ousei ter uma vida fora do trabalho?


Ela abaixou a voz.


- Estou fazendo tudo o que posso, Anahi, para impedir essa... coisa. Sabe o que estamos enfrentando. E estou apenas dizendo que eu preferiria, uma vez que Poncho gosta muito de você, que você tivesse esperado mais um pouco para esfregar sua... felicidade na cara dele.


Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Senti meu rosto ficar vermelho e respirei fundo antes de falar de novo.


- Como ousa sugerir que eu poderia fazer alguma coisa para magoar Poncho? Fiz de tudo — sibilei. — Fiz tudo em que pude pensar. Dei ideias, levei-o para passear, conversei com ele, li para ele, cuidei dele. — As últimas palavras explodiram do meu peito. — Arrumei as coisas dele. Fiz ele rir. Fiz mais do que a sua maldita família tinha    feito.


A Sra. Herrera ficou paralisada. Empertigou-se, colocou a bolsa embaixo do braço.


- Acho que essa conversa provavelmente terminou, Srta. Portilla.


- Sim. Sim, Sra. Herrera. Acho que ela provavelmente terminou. Ela se virou e saiu rapidamente do café.


Quando a porta se fechou com uma batida, percebi que eu também tremia.


 



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Autor(a): day

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* * *   A conversa com a Sra. Herrera continuou me atormentando nos dias que se seguiram. Eu continuava ouvindo suas palavras, a ideia de que eu estava esfregando a minha felicidade na cara dele. Não achei que Poncho pudesse ser afetado por nada do que eu fizesse. Quando ele pareceu ficar contrariado a respeito da minha decisão de me mudar para o apartam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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