Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso

* * *

O dia do casamento amanheceu claro e perfumado como eu secretamente sabia que seria. Garotas como Dulce sempre conseguem o que querem. Alguém deve ter conversado com os deuses do clima.

- Observação muito rude, Portilla — criticou Poncho, quando comentei isso.

- Bom, aprendi com quem sabe.

Christian tinha chegado cedo para  aprontar  Poncho e podermos  sair  lá  pelas nove da manhã. Levaríamos duas horas de carro até lá e eu tinha planejado a viagem com cuidado, com paradas em locais com os melhores serviços. Arrumei-me no banheiro, calcei as meias nas pernas recém-depiladas, me maquiei, depois tirei tudo, temendo que os anfitriões chiques achassem que eu parecia uma garota de programa. Não ousei colocar uma echarpe no pescoço, mas levei uma estola que poderia usar como xale, se me sentisse muito  exposta.

- Nada mal, hein? — Christian deu um passo atrás, e eis que vi Poncho de terno escuro, camisa azul-escura e gravata. Estava barbeado e com o rosto levemente bronzeado. A camisa fazia os olhos dele ficarem especialmente luminosos. De repente, pareciam carregar o brilho do sol.

- Nada mal — repeti, pois, estranhamente, eu não queria dizer o quanto ele estava bonito. — A noiva certamente vai se arrepender de estar se casando com aquele bundão.

Poncho revirou os olhos.

- Christian, está tudo na bolsa?

- Sim. Tudo arrumado e pronto para sair. — Virou-se para Poncho. — Nada de ficar com as damas de honra.

- Como se ele estivesse interessado — falei. — Todas  estarão  vestindo roupas de gola alta e terão cheiro de cavalo.

Os  pais de Poncho vieram vê-lo antes de irmos. Desconfiei que  tinham   discutido, já que seria impossível a Sra. Herrera ficar mais distante do marido, a menos que estivessem em condados diferentes. Ela cruzou os braços, firme, e  continuou assim até eu dar marcha a  ré  no  carro para  Poncho entrar.  Não  olhou para  mim nem uma  vez.

- Anahi, não deixe que ele beba muito — recomendou, tirando um fiapo imaginário do ombro de Poncho.

- Por quê? Não estou dirigindo — disse Poncho.

- Tem toda razão, Poncho — concordou o pai. — Sempre precisei de uns bons drinques para aguentar um casamento.

- Até o seu próprio — resmungou a Sra. Herrera, e acrescentou, mais alto:

- Você está muito elegante, querido. — Ela se abaixou e ajeitou a barra da calça de Poncho. — Muito mesmo.

- Você também. — O Sr. Herrera me olhou com aprovação quando saí do carro. — Muito atraente. Dê uma voltinha para nós, Anahi.

Poncho afastou a cadeira de  rodas.

- Ela não tem tempo para isso, pai. Vamos pegar a estrada, Portilla. Não seria bom chegar de cadeira de rodas depois da noiva.

Entrei de novo no carro, aliviada. Saímos, com a cadeira de Poncho bem presa no banco de trás e o seu elegante paletó dependurado sobre o banco do carona para não amassar.