Fanfics Brasil - 91 Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny

Fanfic: Como eu era antes de você adaptada AyA/ Ponny | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 91

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* * *


 


O almoço foi servido às quatro. Achei uma hora estranha para almoçar, mas, como observou Poncho, era um casamento. O tempo parecia ter se esticado e perdido o sentido. De qualquer jeito, foi preenchido por inúmeros drinques e conversas passageiras. Não sei se foi o calor, ou o ambiente, mas quando chegamos à nossa mesa, eu estava quase bêbada. Só ao me ver falando sem parar com o idoso à minha esquerda que percebi que devia estar mesmo bêbada.


- Tem álcool nesse coquetel de frutas? — perguntei a Poncho, depois de derramar o saleiro no colo.


- O mesmo teor de uma garrafa de vinho. Cada  um. Olhei para ele, apavorada. Olhei para os dois, na verdade.


- Está brincando! O coquetel era de frutas! Por isso, achei que não tinha álcool. Como vou dirigir de volta para casa?


- Bela cuidadora você é — disse ele. Levantou uma sobrancelha. — O que eu ganho em troca se não contar para minha mãe?


Fiquei pasma com a reação de Poncho durante todo aquele dia. Pensei que eu fosse ter o Poncho Taciturno e Sarcástico. No mínimo, o Poncho Silencioso. Mas ele foi simpático com todo mundo. Nem reclamou de servirem sopa no almoço. Perguntou apenas, educadamente, se alguém aceitava trocar a sopa pelo pão e as duas garotas na ponta da mesa — que declararam ter “intolerância a trigo” — quase atiraram os pães nele.


Quanto mais eu me preocupava em ficar sóbria, mais animado e despreocupado Poncho parecia. A idosa à direita dele era ex-integrante do Parlamento e tinha feito campanha pelos direitos dos deficientes físicos. Foi uma das únicas pessoas que vi conversar totalmente à vontade com Poncho; à certa altura, deu para ele uma fatia de rocambole. No instante em que ela se levantou da mesa, ele comentou baixinho que ela havia escalado o Kilimanjaro.


- Gosto de velhinhas assim — acrescentou. — Posso imaginá-la montada numa mula, montanha acima, levando sanduíches embalados. Elas são resistentes como aquela velha bota que todo mundo tem no armário.


Tive menos sorte com o homem à minha esquerda.  Ele  precisou de uns quatro minutos — nos quais ficou me perguntando quem eu era, onde morava e quem eu conhecia no casamento — para concluir que eu não tinha nada a dizer que pudesse despertar seu interesse. Virou-se para a mulher à sua esquerda e me deixou ali, calada, brincando com a sobra do meu almoço. À certa altura, quando comecei a me sentir bem esquisita, Poncho tirou a mão da cadeira e apoiou-a no meu braço. Olhei para o que estava fazendo e ele piscou. Segurei a sua mão e apertei-a, satisfeita por ele ter notado o que houve entre mim e o homem ao meu lado. Ele então afastou a cadeira da mesa alguns centímetros para que eu pudesse participar da conversa com Mary Rawlinson.


- Poncho me contou que você é a cuidadora dele — disse. Mary tinha penetrantes olhos azuis e rugas que mostravam que era totalmente refratária a vaidades.


- Tento ser — falei, olhando para ele.


- Sempre trabalhou nessa área?


- Não. Eu... trabalhava num café. — Eu não pretendia contar isso para mais ninguém naquele casamento, mas Mary Rawlinson concordou com a cabeça, como se aprovasse.


-  Sempre achei interessante ser garçonete. Para quem gosta de lidar com pessoas e é meio intrometida como eu. — Ela sorriu.


Poncho colocou a mão de volta na cadeira e disse:


- Estou tentando convencer Anahi a fazer outra coisa, a  ampliar os horizontes.


- O que você pretende fazer? — ela me perguntou.


- Ela não sabe — respondeu Poncho. — Anahi é das pessoas mais inteligentes que conheço, mas não consigo mostrar a ela o potencial que tem.


Mary Rawlinson lançou um olhar penetrante para ele.


- Não seja paternalista, meu caro. Ela consegue responder por conta própria.


Pisquei.


- Você é que deve decidir — ela acrescentou para mim.


Poncho parecia prestes a dizer algo, mas  calou-se.  Olhou  para  a  mesa e balançou de leve a cabeça, mas estava  sorrindo.


- Bom, Anahi, imagino que o seu trabalho atual exija muita energia mental.


E não creio que este jovem seja o paciente mais fácil.


- Com toda a certeza não é.


- Mas Poncho tem razão ao enxergar outras possibilidades  para  você.  Fique com o meu cartão de visitas. Faço parte de uma organização de caridade que incentiva a requalificação educacional. Quem sabe no futuro você considere fazer outra coisa?


- Estou muito feliz trabalhando com Poncho, obrigada.


Mesmo assim, ela me entregou o cartão e aceitei, um  pouco  surpresa por aquela mulher se interessar pela minha vida. Por mais  que  tenha  aceitado  seu cartão, me senti uma impostora. Não havia a menor possibilidade de parar de trabalhar, mesmo se eu quisesse estudar. Não tinha certeza se eu podia fazer uma requalificação. E, além disso, a minha prioridade era manter  Poncho vivo. Fiquei tão perdida nos meus pensamentos que parei de ouvir a conversa dos dois ao meu lado.


- ...ainda bem que você conseguiu superar,  digamos  assim.  Imagino  o quanto deve ser difícil reajustar sua vida de maneira tão radical a novas expectativas.


Olhei o que havia deixado do meu salmão pochê. Nunca tinha ouvido ninguém falar com Poncho daquele jeito.


 


Ele olhou para a mesa, franzindo o cenho, depois virou-se para  ela.


- Não tenho certeza se superei — murmurou.


Ela encarou-o por um instante, depois olhou para mim.


Não sei se minha expressão mostrou realmente o que eu pensava.


- Tudo leva tempo, Poncho — disse ela, tocando de leve  no braço dele. — E  a sua geração tem muito mais  dificuldade de  aceitar  coisas  assim. Vocês cresceram esperando que as coisas acontecessem  imediatamente.  Esperando viver da forma que escolheram. Principalmente um  jovem  bem-sucedido  como você. Mas isso leva tempo.


- Sra. Rawlinson, Mary, não tenho esperança de me recuperar.


- Não me refiro à recuperação física — disse ela. — Refiro-me  a  aceitar uma nova maneira de viver.


Então, enquanto eu esperava a resposta de Poncho, alguém sinalizou batendo um talher numa taça e todos fizeram silêncio para ouvir os discursos.


Mal ouvi o que disseram. Tenho  a  impressão  que  um  homem  de smoking atrás do outro citou pessoas e lugares que eu ignorava, provocando risadas educadas. Continuei sentada ali e comi uma das trufas de chocolate amargo, que eram servidas em cestas de prata na mesa, e tomei três xícaras de café seguidas, o que me fez sentir, além de tonta, trêmula e ligada. Já Poncho era o retrato da calma. Ficou observando as pessoas aplaudirem sua ex-namorada e ouviu Christopher elogiar a mulher maravilhosa que ela era. Ninguém mencionou Poncho. Não sei se para poupá-lo, ou porque a presença dele era meio constrangedora. De vez em quando, Mary Rawlinson se inclinava sobre ele, cochichava alguma coisa e ele concordava  com a cabeça.


Quando, finalmente, os discursos terminaram, um exército  de  empregados surgiu e começou a retirar as mesas e cadeiras para o baile. Poncho se inclinou para mim e disse:


- Mary me disse que há um hotel muito bom na  estrada. Ligue para  eles  e veja se podemos ficar lá.


- O quê?


Mary me entregou um guardanapo com um nome e um telefone rabiscados.


- Sem problema, Portilla — disse ele, baixinho, para Mary não ouvir. —  Eu pago. Ande, assim não precisa continuar se preocupando por ter bebido. Pegue o meu cartão de crédito na bolsa. Eles provavelmente vão pedir o número.


Peguei o cartão e meu celular e fui para o fundo do jardim. O hotel tinha dois quartos disponíveis: um para solteiro e um para casal no térreo. Sim, era adaptado para deficientes.


- Ótimo — concordei e  tive  de  conter  uma  exclamação quando informaram o preço. Passei o número do cartão de Poncho, sentindo um leve enjoo ao ler os números.


- E aí? — perguntou ele, quando voltei.


- Reservei, mas... — informei o preço dos dois quartos.


- Tudo bem — disse ele. — Agora ligue para o bobo daquele seu namorado, diga que vai dormir fora e tome mais um drinque. Aliás, tome seis. Eu gostaria muito que você se embebedasse às custas do pai de Dulce.


 



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Autor(a): day

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* * *   E assim eu fiz. Aconteceu alguma coisa naquela noite. Diminuíram as luzes da tenda, então nossa mesinha ficou um pouco menos destacada e a brisa da noite amenizou o forte perfume das flores. A música, o vinho e o baile tornaram possível que nos divertíssemos no lugar mais improvável de todos. Poncho estava relaxado co ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • milaaya16 Postado em 08/12/2017 - 20:36:40

    Não entendi o final :(

  • franmarmentini♥ Postado em 24/07/2016 - 01:43:42

    Continua por favor....toda vez q leio esse final.morro de tanto soluçar.... Queria tanto eles juntos ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:49:36

    ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 06/06/2016 - 15:29:54

    ;( quando vc vai postar mais??????

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 09:57:36

    VC NAO MUDOU O FINAL????????

  • Beca Postado em 19/04/2016 - 09:36:55

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:03:17

    Onde está a porta da licença poética? Pq vc não mudou esse final?

  • hadassa04 Postado em 18/04/2016 - 23:02:31

    Day nunca terminei de ler uma fic sua com tanta raiva

  • Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2016 - 19:54:58

    AI MDS MORTAAAAAAA AQUI :O DESIDRATADA DE TANTAS LÁGRIMAS OQ FO ESSE FIM????

  • franmarmentini♥ Postado em 24/01/2016 - 23:47:49

    Day pelo amor de deus...vc não deixa ele morrer....Plis... Cadê a noite de amor deles????? ;(


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