Fanfic: Nunca Me Deixe | Tema: Herroni

Povs Poncho

Estava esperando ansioso a hora de poder entrar, mas tudo parece ter saído de controle em instantes, começou uma gritaria, e vi o Carvalho aparecer segurando a Mai, que estava toda machucada, arranhada, e parecia prestes a desmaiar, eu sabia que o que eu sentia era isso, a Mai em perigo, totalmente a mercê desse cara, e meu mundo pareceu parar, ele parou quando a vi rolar as escadas, em torno de 20 degraus, ouvi três disparos e vi o Carvalho cair também, corri até a Mai quando ouvi um grito chamando pelo Javier, olhei para trás e vi ele caindo com a mão na barriga.

-Eu estou bem – ouvi ele falar, levantando a cabeça – como está a Mai? – ele perguntou tentando levantar o corpo, mas a Carla não havia deixado, fazendo-o deitar novamente.   

-Estou chegando até ela agora – falei olhando para ele, que balançou a cabeça e tornou a se deitar.

Meu coração estava acelerado, sentia que algo muita ruim poderia acontecer, meu coração estava em pedaços ao ver a minha Mai, caída e desacordada, cheia de cortes e hematomas, muito machucada, comecei a passar as mãos levemente por seu corpo e também a observar, quando olhei a barriga, meu olhar ali ficou, a barriga começava a dar pequenos sinais que estava aparecendo.

-Meu amor, fica bem, estou com você, e com nosso bebê, acorda por favor – falava olhando para ela, começava a se angustiar ao ver o quanto parecia que ela estava sofrendo, mesmo desacordada, ela sofria, e ele sabia. – vou te levar para o hospital, o Carvalho esta morto, e vai continuar assim, você, eu. O bebê, vamos todos ficar bem – a peguei no colo, e levei até a ambulância, repetindo o mantra para si mesmo. Como se para tentar me convencer disso. Assim que a deitei na maca da ambulância, ela abriu os olhos, e colocou a mão na barriga, coisa de segundos, ele me olhou e pude ver em seus olhos que ela estava sofrendo, segurei sua mão – vai ficar tudo bem, nosso bebê também – vi ela se agitar e começar a puxar o ar e ir fechando os olhos. – Mai, acorda – pedi olhando para ela

-Nós já vamos ao hospital senhor, vem conosco – ouvi uma das paramédicas pedir, nem esperei falar novamente, entrei junto da Mai, que estava bastante pálida, e havia começado a soltar pequenos gemidos, de dor. Eu estava tão atordoado que não conseguia fazer ou falar nada, apenas ficar segurando sua mão.

Estava tão atordoado que nem havia percebido que a ambulância havia parado e estavam tirando Maite dela, que agora tinha uma máscara para ajudar em sua respiração, eu segui os paramédicos, médicos e enfermeiros até a sala onde ela foi colocada.

-Quero uma ultrassonografia agora – ouvi uma médica falando, ao confirmar que ela estava grávida, porém agora com um sangramento, que ninguém tinha percebido – vamos controlar esse sangramento, senhor espera lá fora – coloquei as mãos em minha cabeça, não conseguia acreditar que isso estava acontecendo, não podia ser, nada disso deveria ter acontecido, íamos nos casar em 2 semanas, e agora isso? Se o Carvalho não estiver morto, eu vou mata-lo. Estava totalmente distraído e vi a movimentação aumentar, e pela porta vi a Carla entrar ao lado de Javier que vinha inconsciente na maca, e a Carla olhava para mim com os olhos saindo lagrimas, fui até ela e abracei, pude ver com apenas um olhada que o Javier havia levado um tiro no abdome, mas que estava respirando normalmente. Eu balancei a cabeça, fazendo sinal que negativo, quando ela me olhou e pude ver qual seria a pergunta, sobre a Mai, e eu realmente não tinha nenhuma notícia.

Horas se passavam, a Mai tinha sido levada para a cirurgia para conter uma hemorragia abdominal, eles disseram que ela havia sofrido tantos traumas que não conseguiam imaginar a gravidez se prosseguir, eles haviam ouvido a frequência cardíaca do feto, mas como ela estava sangrando, acreditavam que ela iria ter um aborto. Podem imaginar como estou desesperado, sabendo que teria um filho e mulher, e agora sem saber se teria nenhum dos dois?

-Herrera – ouvi alguém me chamar, ao levantar o olhar vi que era o cirurgião responsável, não precisei nem perguntar nada, ele já veio me falando – correu tudo bem, conseguimos estancar o sangramento, foi uma ruptura no fígado, mas ela está bem, estável e os bebês também estão bem.

-Bebês? – perguntei ao ouvir o que ele falava – como assim bebês?

-São trigêmeos Alfonso, todos em tamanho normal para o tempo gestacional, não vou te dar mais detalhes de como serão, pois você tem que falar com o obstetra dela – ele falou olhando para mim, apenas agradeci e olhei para a Carla, que sorria para mim, noticias boas em cima de noticias ruins.

-Obrigado Deus – sussurrei com meus olhos fechados.

pOvs Maite

-Filha eu sinto muito, quero que me prometa uma coisa – ele falou baixo, parecia ter dor.

-O que papai? -

-Sempre obedeça ao Alfonso, ele é seu noivo e sempre vai te proteger.

-Papai eu prometo – sussurrei chorando, ele sorriu e fechou os olhos, todas as máquinas dispararam – PAPAIIIII – senti braços fortes me envolvendo, sabia que era Alfonso

-Meu amor calma, pelo menos agora o seu sofrimento acabou, vai ficar tudo bem- ele falou.

-Não vai, meu pai me deixou, preciso dele, preciso de você, sei que você vai acabar me deixando também – falei o empurrando, nos olhamos e eu fui escorregando pela parede, ele sentou ao meu lado e me abraçou.

-Mai, não vou te deixar

-Nunca me deixe por favor – pedi olhando em seus olhos – promete que nunca vai me deixar

-Prometo – ele falou beijando minha testa.