Fanfic: Nunca Me Deixe | Tema: Herroni

Povs Alfonso

Meu pai está morto? – ouvia a Mai continuar perguntando, mas não conseguia responder o que ela perguntava, mesmo sabendo que o Javier estava bem, foi quando ela começou a colocar a mão na barriga, e me olhou desesperada  – meu bebê. Como ele está? – a Mai perguntou me suplicando por uma resposta, eu apenas abria a boca, mas a voz não saia. – SERÁ QUE DÁ PARA ABRIREM A BOCA POR FAVOR, ONDE ESTÁ MEU PAI? AI – ela gritou colocando as duas mãos na barriga, sua aflição estava me doendo tanto – PAAAPAIIIII, onde o senhor está, pai, por favor, não pode ser verdade – ela gritava enquanto lágrimas caiam dos seu olhos, meu coração estava tão apertado, parecia que alguém tinha colado minha boca – ALFONSO DROGAA, ONDE ESTÁ MEU PAI, O QUE ACONTECEU COM MEU BEBÊ? – ela gritou se levantando, mas eu estava paralisado olhando apenas para a suas pernas, pois via um pequeno rastro de sangue por elas. A Mai puxava a agulha do seu braço  de qualquer jeito, e quando a Carla tentou a acalmar, ela havia gritado, e veio rapidamente até mim

-Filha, fica calma – Carla falou, tentando segurá-la, mas a Mai a empurrou vindo até mim, dando socos em meu peito, eu não conseguia nem olhar para ela, muito menos segurar seus braços. 

-CALMA NÃO, QUEM É VOCÊ? SOU FILHA DO MEU PAI, NÃO SUA, PRECISO SABER DELE – gritou a Mai, ela estava totalmente transtornada – MEU PAI, EU QUERO MEU PAI, ALFONSO ME LEVA ATÉ ELE – ela gritava batendo em mim– OLHA PRA MIM, AGORA – olhei para a Mai, que estava pálida demais, chorando bastante, seu peito subia e descia com muita força e rapidez, comecei a ficar em alerta, e olhei para baixo, o sangue parecia aumentar, a Mai foi ficando com os olhos opacos, e eu já preparava minhas mãos para apará-la, estava desligado de tudo, não havia ouvido a Carla gritar, eu já pegava a Mai no braço, e a levava para cama.

-Mai, fica acordada meu amor, seu pai está bem, nossos bebês também, perdão por não falar, fica acordada – eu sussurrava desesperado  

Fiquei desesperado, sabia que deveria ter agido quando ela começou a gritar, mas havia travado, pois vi que ela começava a sangrar, acho que nunca havia gritado tanto por ajuda, a Carla havia ficado parada.

-Deus, por favor, não deixa nada acontecer com a Mai, e com meus filhos – pedi olhando para o céu, através da Janela do corredor, pois fomos expulsos do quarto.

-Calma Alfonso, vai ficar tudo bem com a Mai e com os bebês – Carla falou para mim, enquanto apertava meu braço como um consolo. Apenas balancei minha cabeça concordando, pois eu não conseguia falar, se eu abrisse a boca nada sairia.

Fiquei em desespero nessa espera agoniante, o médico do Javier já tinha liberado as visitas, ele estava bem, e eu não conseguia me aceitar por ter sido tão burro, em não ter agido da forma que deveria, talvez a Mai estivesse sem dor, ficasse mais tranquila, e não abortando praticamente. A Carla queria ficar esperando notícias da Mai, porém eu pedi que ela fosse ficar com o Javier, e eu fiquei aqui nessa agonia.

-Alguma noticia da Mai? – ouvi a Dulce me perguntar, sem fôlego, parecia que havia corrido um longo caminho.

-Não, ninguém veio me dizer nada ainda – desabafei, colocando as mãos na cabeça, e entrando em desespero, estava quase indo atrás do médico, ele aparece com uma expressão séria no rosto – como ela está? E os meus filhos? – perguntei alvoroçado, pois essa espera estava me matando.

-Calma Alfonso, ela está bem, os bebês também estão bem, ela está meio grogue porque tivemos que dar um calmante para ela, mas a gravidez é de risco, pela junção de diversos fatores, desde antes da gravidez, até agora – ele continuou conversando comigo, me dando as orientações corretas, e eu conseguia ficar mais calmo – Alfonso, isso é sério, ela tem que manter repouso absoluto até pelo menos 17 semanas de gestação, depois pode voltar á algumas atividades. – Afirmei com a cabeça.

-Posso ir vê-la? – perguntei para ele, que sorriu e afirmou, entrei praticamente correndo no quarto, a Mai estava de olhos fechados, tranquila, e com um das mãos na barriga – Oi meu amor – falei baixinho me sentando na poltrona ao lado da cama da Mai, olhei para trás e vi a Dulce sorrindo – a Dul está aqui Mai, veio ver você e nossos bebês, é eles estão bem, seu pai está bem, no quarto ao lado. É, quem diria não é? Não vamos ter um bebê, e sim três – continuei falando com um sorriso no rosto, minha cabeça estava encostada na cama, e quando levantei os olhos a Mai estava sorrindo com lágrimas pelos olhos. – Não chora meu amor.

-Eles estão mesmo bem? – ela me perguntou baixinho, afirmei com a cabeça, colocando minhas duas mão sobre a barriga dela. – O meu pai também? – ela perguntou olhando de mim para a Dulce.

-O tio Javier está bem Mai, só dormindo, que susto você nos deu mulher, não faz mais isso, agora que você tem sua mãe de volta – Dulce falava com um sorriso enorme

-Mãe? – ouvi a Mai perguntar olhando para nós dois – minha mãe está morta – ela falava olhando de um para o outro, respirei fundo, e comecei a contar tudo desde o começo, via a Mai chorar em cada palavra, isso me doía de uma forma que não conseguia explicar. – Mas, por quê ela não apareceu antes? Precisei tanto dela.

-Porque eu não podia minha filha, mas agora eu estou aqui. Abandonei tudo, o FBI, os disfarces, tudo – ouvi a Carla falar da porta, estávamos tão concentrados que nem havíamos prestado atenção.

-Mãe? – ouvi a Maite perguntar, olhei para o seu rosto, e via nele um brilho que era raro estar naqueles olhos – Mamãe? – ela perguntava olhando para Carla, que estava na porta, sorrindo

-Oi minha filha – Carla falou emocionada, olhando para a Mai enquanto atravessava o quarto, para abraçar a filha.

Vi o quanto esse momento era delas, silenciosamente sai do quarto junto com a Dulce, para irmos ao de Javier, sabia que a Mai iria querer vê-lo, então, iria providenciar isso o mais rápido possível.