Fanfic: [EXCLUIDA]

Já fazia um tempinho que Dulce acordara. Ficara olhando Christopher dormir. Como era gostoso estar ao lado dele de novo, olhando para o seu perfil enquanto ele dormia, sentindo-lhe a pele enquanto o acariciava suavemente. Acordara uma dúzia de vezes durante a noite para se certificar de que ele ainda estava ali.
Finalmente, quando já amanhecia e o quarto começava a clarear, ela tornou a pegar no sono. Quando abriu os olhos, horas depois, sentiu o pânico invadi-la. Chris não estava ao seu lado. Será que tudo não passara de um sonho, ou será que ele se arrependera e fora embora. Olhou assustada em torno. Chris entrava nesse momento, trazendo uma bandeja com café da manhã e uma gérbera. Sorriu quando Dulce olhou para ele. Largou a bandeja com cuidado sobre a cama e colocou a flor entre os cabelos dela.
Chris: (enchendo-a de beijos) Você parecia assustada, coelhinha.
Dulce: Não estou mais. Por um momento pensei que tudo não tinha passado de um sonho e...
Chris: Eu estou aqui. E nunca mais vou sair de perto de você, Dulcesita. Agora (dá um morango na boca dela) acho melhor você se alimentar bem e recuperar as energias, pra gente poder conversar sério.
Dulce: (olhando-o intrigada) Conversar sério? Sobre o que?
Chris: Primeiro seja uma boa menina e coma tudinho, e depois a gente conversa.
Riram muito enquanto comiam. Sentiam-se felizes, leves. Tudo estava perfeito. Sentiam-se ainda mais apaixonados do que antes, coisa que parecia impossível. Quando terminaram, Chris retirou cuidadosamente a bandeja e a colocou sobre uma mesinha que havia por ali. Em seguida, tomou as mãos de Dulce entre as suas.
Chris: Agora precisamos conversar sobre algo meio chato.
Dulce: Ai Chris... Fala logo... Estou ficando nervosa (tirou a gérbera de entre os cabelos e cheirou)
Chris: Você é linda.
Dulce: (surpresa) Era isso que tinha pra me dizer?
Chris: (sorrindo) Não... Mas não resisti. (fica sério) Na verdade, eu quero te contar sobre quem armou toda aquela... bem, tudo aquilo pra separar a gente.

Dulce: Foi o Alfonso não foi? Eu já sabia. Ele é um...
Chris: Não foi ele, Candy.
Dulce: Como não? Se...
Chris: Quem armou tudo aquilo foi a Nataly...
Dulce: (quase sussurrando) Quem?
Chris: Isso mesmo que vc ouviu. Foi a sua prima
Dulce: Não pode ser... Vc está equivocado. O Alfonso que fez sua cabeça não foi?
Chris: Dulce... Olha bem nos meus olhos. Acha que eu seria capaz de mentir pra vc? (ela acena negativamente) Então... eu não diria isso se não tivesse certeza. Eu ouvi da própria boca dela. O Poncho e a Anny armaram um esquema pra que ela confessasse tudo.
Dulce: (começando a chorar) Ela é minha prima... minha priminha... não pode ter feito isso...
Chris: (abraçando-a) Eu sei que deve ser difícil pra vc... É difícil pra todos nós, e pra vc deve ser ainda pior. Mas tem que encarar a realidade. Ela não é legal como a gente pensava...
Dulce: (chorando muito) O que eu fiz pra ela fazer isso comigo? O que?
Chris: Não é culpa sua. Ela não tem escrúpulos... É uma invejosa... Oh minha Dulcesita... Deita aqui deita... (ela deita no colo dele) Pode chorar... (passa as mãos pelo cabelo dela) Põe tudo pra fora... Isso... Eu estou aqui com vc... Vai dar tudo certo.
E Dulce chorou. Chris sentia o seu coração pequeno de vê-la ali. Faria qualquer coisa pra que ela não sofresse mais. Mas não podia esconder a verdade dela. Queria dizer alguma coisa, mas sabia que as palavras não adiantariam naquela hora. Ficou então acariciando os cabelos dela em silêncio, enquanto ela chorava. As horas foram passando, mas eles não notaram. Estavam tristes demais para isso.

Jean entrou feito um jato no apartamento de Anahí. Foi encontrá-la na cozinha, passando manteiga em uma torrada. Ela se assustou quando o viu. Estava furioso. Jogou violentamente algumas revistas sobre a mesa e olhou para ela.
Jean: (gritando) Pode me dizer o que significa isso?
Anahí: (largando a torrada) Isso o que, amor? (pega uma das revistas e olha e em seguida olha para ele) Jean... Tenha calma...
Jean: Calma? Vc apronta isso e depois me pede calma? Que fotos são essas de vc e do seu amiguinho? Acha que pode me fazer de trouxa? O que meus colegas não vão dizer? E minha família?
Anahí: Mas amor. Não tem nada de mais. Eu e o Poncho só estávamos dançando. A gente só tava se divertindo.
Jean: Eu disse pra vc ficar em casa, comportada. Olha pra isso (aponta para uma revista) Que modos são esses? E que roupa é essa? Eu achei que namorava uma mulher decente... Pelo amor de Deus!!!
Anahí: (gritando) Vc está me ofendendo. (abaixa a voz) Poxa... Eu não fiz nada de errado. Eu juro. E quanto a roupa... vc mesmo disse que eu estava linda.
Jean: Disse mesmo. Mas pra sair comigo, e não com aquele frangote. Puxa... é só eu virar as costas e vc me apronta isso?
Anahí: Eu não fiz nada de errado. Vc nunca pode sair comigo... nada mais justo do que eu sair com meus amigos e me divertir saudavelmente. E eu uso a roupa que eu bem entender. Vc me conheceu assim... por que quer me mudar agora? Se não está bom pra vc, acho melhor a gente terminar agora.
Jean: (acalmando-se) Também não é pra tanto meu amor. Desculpa, mas é que eu fiquei com ciúmes. Não sei... esse seu amigo me preocupa... Mas prometo que vou me controlar. Mas não faça mais isso... por favor.
Anahí: Eu desculpo. Mas é bom vc saber que eu não vou tolerar outro ataque desses. Ninguém manda em mim, ouviu bem? Ninguém.
Jean: Então vamos esquecer isso? Vem cá me dar um beijo, vem?

Anahí beijou-o. Mas algo não foi como antes. Como se alguma coisa tivesse mudado dentro dela. Não sentiu o mesmo prazer de antes e nem sequer estava feliz por estar perto dele. Desejou estar longe dali e quis sair correndo. Ao invés disso abraçou-o ainda mais forte. Não. Poncho acabara de chegar e não ia arruinar todos os planos dela de repente. Ela amava Jean. E não importava o quanto Poncho era engraçado, simpático, lindo, carinhoso e... Mas que droga!!! Tinha que parar de pensar nele. Ele não era pra ela e ponto. O seu lugar era ao lado de Jean. E era com ele que ficaria.

Depois de tantas lágrimas, Dulce estava decidida. Apertou a campainha diversas vezes e esperou. Chris a aguardava no carro. Ele se oferecera para vir com ela, mas ela queria entrar ali sozinha. Mas só de saber que ele a esperava, sentia-se melhor. A porta finalmente se abriu, revelando uma tia sorridente do outro lado.
Tia: Dulce... Minha querida... Há quanto tempo que não aparece... Entra...
A voz de Nataly soou distante:
Nataly: Diga que não estou se for a Du... (parou de falar ao virar-se e dar de cara com a prima)
Dulce: Se for quem? Eu?
Nataly: Dulce? (dá um sorriso amarelo) Vc por aqui?
Dulce: Acho que podemos parar de joguinhos. O baile já acabou e vc já pode tirar a máscara...
Nataly: (assustada) MANHEEEEEEEEEEEE... O MAEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
Dulce: Não adianta chamar por ela. Ela aproveitou que eu cheguei e foi ao supermercado. Sabe o que isso quer dizer? Que estamos sozinhas.
Nataly: Dulce... Priminha... Veja bem...
Dulce: Está com medo de mim prima? Ora, mas o que é isso? Nos conhecemos a tanto tempo... ou será que não? Afinal, as vezes a gente convive durante tanto tempo com uma pessoa e um belo dia descobre que ela não era nada do que pensávamos. (aproxima-se de Nataly, que se encolhe contra a parede) Nossa... Mas que marcas horríveis são essas no seu rosto... Será que podem ficar piores? Vamos descobrir?
Dizendo isso, Dulce dá um tapa no rosto da prima, que a olha aterrorizada. Em seguida, enfia as unhas na cara dela. As duas caem no chão entre socos e tapas.
Dulce: (batendo e gritando) Sua fingida!!! Tá gostando de apanhar? Tá? Porque essa vai ser a maior surra que vai levar em toda a sua vida. Sua falsa... Essa é a surra que já devia ter levado a muito tempo. Ordinária!!! Mal caráter.
Dulce estava descontrolada. Descarregava sua raiva em cada tapa que dava. Estava surda aos apelos da prima para que parasse. Nem mesmo notou quando seu tio chegou e assustado tirou-a de cima de Nataly. Tudo o que queria era acabar com a raça daquela... daquela...

Tio: Dulce Maria!!! O que está acontecendo aqui? Quer dizer então que vem na minha casa, agredir a minha filha? Vc enlouqueceu?
Dulce: Ela é uma ordinária. Merece apanhar muito mais. Pergunte a ela o porque de tudo isso. Pergunte a ela o que foi que ela aprontou...
Tio: (olhando desconfiado para Nataly) O que foi que vc aprontou dona Nataly?
Nataly: (chorando) Eu juro que não fiz nada. A Dulce que...
Dulce: Mentirosa!!! Confessa... Ah... não quer contar? Então pode deixar que eu mesmo conto...

Nataly: Não Dulce.... Por favor, não diga nada...
Dulce: Cala a boca... Sabe o que ela fez tio? Me dopou e armou a maior cena pra me separar do meu namorado. Foi perversa. Foi falsa, cínica e dissimulada.
Tio: Nataly? Vc fez isso mesmo?
Nataly: Pai... paizinho...
Tio: Nataly... Eu não acredito nisso. (gritando) Eu tenho vergonha de vc. Que decepção. Vc vai ver agora (tira o cinto) Agora vc vai aprender...
Nataly: (gritando) Por favor pai... Não me bate... Por favor.
Dulce olhou uma última vez para Nataly e só sentiu desprezo. Enquanto saía e fechava a porta, ainda ouviu os berros da prima e não sentiu a mínima pena. Ela confiara demais na prima e a decepção havia sido enorme. Nataly merecia pagar por tudo o que fizera. E nem toda a surra do mundo poderia atenuar os momentos de tristeza que a prima havia lhe provocado. Se pudesse teria arrancado os olhos daquela ordinária. Respirou fundo e entrou no carro.
Chris: E então? Como foi? Está melhor?
Dulce: (sorrindo) Acho que ela não vai poder se mexer por um bom tempo... Mas quer saber? Estou me sentindo bem mais leve.
Sorriram e então Chris arrancou o carro. Queriam se ver o mais distante possível dali. E realmente sentiam-se leves. A justiça fora feita e eles estavam juntos novamente.

A próxima parada de Dulce foi no apartamento de Anahí. Queria reconciliar-se com a amiga. Sentia falta dela. Queria começar vida nova. A traição de Anahí e Alfonso já não a machucava mais. A amizade que um dia houvera entre todos eles era mais forte do que qualquer mágoa que tivesse do passado.
Anahí não coube em si de alegria quando viu Dulce. Pediu à amiga que entrasse e sentou-se ao lado dela.
Dulce: Anahí... Estou aqui porque acho que agimos como duas crianças nesses últimos meses e acho que já é hora de pararmos de bancar as infantis e voltarmos a ser amigas.
Anahí: Amiga... Nem acredito que estou ouvindo isso... Eu não agüentava mais de saudades de vc... Será que pode me perdoar por ter te agredido aquele dia no hotel e por toda aquela história com o Poncho?
Dulce: Eu já te perdoei Anny... Vc foi genial desmascarando aquela cobra da Nataly. Vc me devolveu a felicidade e eu vou ser eternamente grata a você por isso. Ah amiga!!! Me dá um abraço? Estava com tantas saudades também...
Abraçaram-se com vontade. E choraram. De alegria. Eram novamente amigas e sabiam que agora era para sempre. Olharam-se e tornaram a se abraçar... Riram... Tinham tantas coisas pra contar... Foram interrompidas pela campainha. Anahí levantou-se e foi atender.
Poncho: Anny... Que bom que está em casa... Ops... Não sabia que estava com visitas... deixa que eu volto outra hora.
Dulce: Não Poncho. Pode entrar. Eu ia mesmo procurar por vc. Vacilei feio hein? Desculpa... não devia ter desconfiado de vc e...
Poncho: Ora Candy, já está tudo esquecido... Eu adoro vc... E a senhorita, será que já me perdoou por eu e a Anny...
Dulce: Vc e a Anny? Já nem me lembro mais. Eu também adoro vc... E vcs são os meus melhores amigos (abraça Poncho). Bem, mais agora eu tenho que ir...
Anahí: Mas tão cedo Dulce? Acabou de chegar....
Dulce: É que o Chris está me esperando no carro.
Poncho: Se entenderam então hein? Que tal...

Anahí: A não Dulce... Não vai embora não. O Poncho vai lá embaixo chamar o Chris e vamos todos ficar aqui e assistir um filme... Também podemos jogar alguma coisa se preferirem... Temos que comemorar estarmos todos na boa de novo.
Dulce: (rindo) O Pedro que vai adorar essa reconciliação. Acho uma ótima idéia Anny. Anda Poncho... O que tá fazendo aqui ainda?
Poncho: Tá bom... Já fui.... E enquanto isso preparem umas pipocas tá?
Riram. Há muito tempo que não se sentiam tão felizes. Estavam unidos como jamais haviam sido. Não eram mais apenas colegas de trabalho. Eram amigos pra toda a vida. Aquela noite prometia e diversão era a palavra de ordem.