Fanfic: [EXCLUIDA]

Maite acordou com o toque do interfone. Que droga. Quem poderia estar ali naquela hora da noite? Atendeu-o com a voz arrastada de tanto sono. Era Christopher. Acordou num instante quando percebeu quem era. Mandou que subisse e correu pra lavar o rosto e ajeitar o cabelo. Colocou água no fogo pra fazer um café. Chris saiu do elevador no exato instante que Maite abriu a porta. Ela sorriu para ele e então percebeu que ele não estava bem. Mas o que poderia ter acontecido?
Maite: (abraçando-o) Amor... O que aconteceu?
Chris: É uma longa história... Desculpe ter chegado nessa hora, mas é que eu não queria ficar sozinho. Precisava tanto de um abraço seu.
Maite: Então entra... Estou preparando um café. Acho que enquanto isso vc pode me contar o que está te fazendo sofrer.
Chris: Café? Acho que preferia uma tequila.
Maite: Nãnãninanão. De jeito nenhum. O senhor me prometeu que não ia mais beber.
Chris: Eu sei... Mas é que estou péssimo hoje. Desculpa... vou me contentar só com o café.
Maite: Conta pra mim, por favor. Confia em mim. Me diz o que te tortura assim.
Chris: É a Nataly... Lembra dela?
Maite ficou ali escutando enquanto ele lhe relatava parte da história. Ficou chocada com o que soube. Ficaria muito mais se pudesse saber dos fatos que ele lhe escondera. Mas não tinha como saber. Não ficou sabendo do envolvimento dele com Dulce e do quanto Nataly infernizara a vida dos dois. Não ficou sabendo das perversidades que ela já arquitetara. Sentiu pena.
Maite: Nossa Chris... Isso que vc me contou é horrível. Louca? A Dulce deve estar muito mal pela prima. Vou ligar pra ela e...
Chris: Não. Não faça isso. (vendo o olhar estranho que ela lhe lançou) Quer dizer... Prefiro que fique aqui comigo... Estou péssimo.
Maite: Ai meu amor... Deita aqui. Já passou...

E Chris chorou. Maite olhava para ele entristecida. Não queria que ele sofresse daquele modo. Lembrou-se de uma outra ocasião em que ele também havia chorado no seu colo. Perguntou-se se seria pelo mesmo motivo. Ele nunca lhe contara. Parecia que havia algo mais naquela história. Algo que escapara do seu conhecimento. Sua intuição lhe dizia que Chris chorava por outro motivo. Não teve coragem de perguntar. Ele já sofria demais e ela não queria piorar tudo.

Dulce abriu a porta e nem se deu ao trabalho de acender a luz. Precisava do escuro. Deitou-se no carpete da sala e relembrou dos acontecimentos do dia. Ainda não conseguia acreditar que sobrevivera. Memo fora um anjo ajudando-a em tudo o que precisava.
Ainda podia ver o tio com os ombros caídos e o olhar desiludido. Podia ver a tia chorando baixinho, desesperada. Fora assim que os deixara quando viera embora. Não podia continuar lá. E sabia que sua presença incomodava aos tios, uma vez que os lembrava de todas as vilezas de Nataly. Eles queriam esquecer essas coisas. Queriam acreditar que a filha era boa apesar de tudo. Dulce também. Mas ainda lhe era difícil esquecer tudo o que a prima lhe tinha feito. Nunca esqueceria dos momentos infernais em que se culpara pela morte de um bebê que não existia. E tudo por culpa da prima. E agora Nataly estava louca.
Nunca poderia imaginar que chegassem a tal ponto. Lembrou-se de quando eram pequenas e juraram que seriam amigas para sempre. Como o sempre fora curto. Na verdade, curto demais. Perguntou-se até que ponto tinha culpa de todo aquele desencontro. E se nunca tivesse ido atrás do Chris naquele dia fatídico em que chegaram do Havaí? E se nunca o tivesse beijado naquela praia? Seu coração se revoltou com esses pensamentos. Os momentos com Chris haviam sido os mais belos da sua vida. Por nada no mundo gostaria que eles não tivessem acontecido.
Pensar no Chris a fez recordar-se de como fora dura com ele. Dissera coisas desprezíveis. Ele tinha razão quando a acusara de ser mimada. Ela não respeitara a dor dele, tão submersa que estava na sua. Tudo o que queria era ferir alguém e escolhera justo ele. E agora ele estava magoado. As lágrimas que ele havia derramado então, doeram nela. Passou a mão pela pulseirinha em seu pulso. Notara que Chris também a usava. O fato de ele não ter tirado podia dizer alguma coisa não? Talvez ele ainda a amasse, apesar da Maite. Tinha que tentar a sorte. Precisava pedir perdão a ele. E depois talvez, conseguisse perdoar a si própria.