Fanfic: [EXCLUIDA]

Os dias foram passando. A normalidade pouco a pouco começou a retornar. Dulce julgava finalmente ter superado o seu amor por Christopher. Aquela noite em que ele se declarara para Maite, estava vaga em sua lembrança. Estava bem com Memo. Ele era maravilhoso, apesar dos inúmeros compromissos e das inúmeras reuniões em horários pra lá de estranhos.
Chris e Maite estavam mais grudados do que nunca. Anahí costumava repetir que dava até nojo vê-los juntos. Eram tão insuportavelmente bregas.
Aquela tarde Chris entrou apressado no camarim. Dulce estava cochilando em um sofá. Estava tão incrivelmente bonita, que ele não resistiu e se aproximou. Passou levemente os dedos pelo rosto dela. Fechou os olhos enquanto sentia a pele macia e sedosa dela. Lembrou-se de todos os bons momentos deles... a primeira vez em que se encontraram... o primeiro beijo... a primeira vez... Lembrou-se das brincadeiras, dos carinhos... Lembrou-se de tudo. Quando abriu os olhos, notou que ela também estava olhando para ele. Passou suavemente o polegar, contornando os lábios dela. Olhavam-se intensamente. Por um instante toda a paixão aflorou novamente. Dulce projetou-se em direção a ele. Seus lábios estavam quase se encontrando.
Maite: Estou atrapalhando alguma coisa?

Ao som da voz de Maite, Chris e Dulce se afastaram bruscamente. O que a deixou ainda mais desconfiada. Havia algo ali. Podia sentir. A expressão de Chris era quase uma confissão de culpa. Dulce estava com os olhos arregalados e a respiração ofegante.
Maite: O que estava acontecendo aqui?
Chris: Não tinha nada acontecendo... Está ficando maluca?
Maite: Quer parar de ser cínico? Estavam quase se beijando.
Chris: Vc está vendo coisas... É lógico que não era isso. Imagina! Eu só estava tirando um cisco do olho da Dulce.
Maite: Quer mesmo que eu acredite nisso?
Dulce: (divertida) É Chris... Essa sua desculpa não colou nenhum pouco. Por que não diz a verdade? Aposto que a Maite não ia se importar...
Chris: (fuzilando Dulce com os olhos) Verdade? Do que está falando? Está ficando louca?
Maite: Exijo a verdade agora!!!
Dulce: Vamos Chris... Conta logo... Não sei porque fazer esse drama todo. Está tão divertida essa sua carinha de assustado.
Chris: Eu... eu...
Maite: Estou cheio dessa palhaçada. Vão me dizer ou não?
Dulce: Tá bom... Já que esse seu paspalho do seu namorado não tem coragem de te dizer a verdade, digo eu...
Chris olhou pálido para Dulce. Agora sim estava ferrado. Ela ia acabar com seu namoro. Teve vontade de estrangulá-la ao perceber como ela parecia divertida com a situação embaraçosa dele.

Dulce: Sabe o que é Mai querida? Eu e o Chris estávamos ensaiando umas cenas. Dificílimas por sinal.
Maite: Cenas é? Tem certeza?
Dulce: (estendendo-lhe uns papéis) Quer ver por si mesma? Pode ler aqui...
Maite: Não precisa. Eu acredito em você.
Chris: Viu Mai? Eu sabia que vc não ia gostar, por isso falei que era um cisco.
Maite: Eu preferia que tivesse logo me contado a verdade.
Dulce: Agora vc já sabe da verdade. O Chris está com vc... E eu estou com o Memo e em hipótese alguma trocaria o meu namorado fofo por esse idiota aí.
Chris: Então estamos quites, porque eu nunca trocaria a minha namorada linda e fofa (abraça Maite) por vc... Prefiro mulheres menos infantis sabe?
Dulce: Vá se danar! Com licença... Tenho coisas melhores e mais importantes pra fazer.
Maite e Chris ficaram abraçados até que Dulce saiu do camarim. A seguir Maite olhou para ele.
Maite: Vc tem, teve ou pretende ter qualquer coisa com a Dulce?
Chris: (forçando uma gargalhada) Vc deve estar brincando né? Eu e a Dulce? Nada a ver. Meu lance é vc.
Maite: Se é o que está dizendo eu acredito. Mas vê lá hein? Não quero te ver sair da linha.
Chris sorriu e a beijou. Era um alívio que ela tivesse acreditado. Algum tempo depois Maite parecia já ter esquecido daquela história. Chris fez de tudo para que ela não lembrasse. Nem sabia o que faria se Dulce tivesse dito a verdade. Mas o perigo já passara. Agora era só manter distância daquela ruivinha infernal para não se por em risco novamente.

A última cena gravada aquele dia foi entre Anahí e Maite. Quando terminaram, ficaram apenas as duas no set. Maite se aproximou de Anahí, e a sentiu estranha.
Maite: Aconteceu alguma coisa Anny?
Anahí: (meio ríspida) Não... Não aconteceu nada! Por quê?
Maite: Não sei... vc está estranha. A gente sempre se deu também e agora vc mal olha na minha cara. Te fiz alguma coisa?
Anahí: Olha Maite... Vc tem certeza de que não percebeu ainda o que está acontecendo?
Maite: O que tem pra eu perceber?
Anahí: Eu não consigo entender se vc é mesmo tão desligada, ou se prefere fechar os olhos pra não ver o que está bem diante do seu nariz.
Maite: Eu não estou conseguindo de compreender...
Anahí: Eu falo do Chris... Na boa... Acha mesmo que ele é apaixonado por vc?
Maite: Se ele não fosse, não estaria comigo.
Anahí: Ai Maite!!! Caia na real.
Maite: Agora estou entendendo... Já sei onde quer chegar...
Anahí: (levantando os braços) Finalmente...
Maite: Está com ciúmes!
Anahí: O QUÊ?????????
Maite: Nossa Anny... Tua história com o Chris já acabou a tanto tempo... Achei que vc não ia se importar que eu namorasse ele. Afinal, vc está numa boa com o Poncho. Mas agora...
Anahí: Eu não estou com ciúmes do Chris... Ele fica com quem bem entender. Só estou querendo abrir os seus olhos. Presta bem atenção. Não é comigo que vc tem que se preocupar. Isso eu te asseguro.
Anahí saiu do set sem falar mais nada. Maite continuou muda, vendo-a se retirar. Ainda não conseguia entender direito o que se passara. Respirou fundo. Precisava ir pra casa. Mas sentia-se incomodada. Algo do que a amiga dissera calara fundo nela. Maite, entretanto, achou melhor não dar atenção.

A primeira coisa que fez ao entrar em casa, foi tirar as sandálias de salto. Maite suspirou aliviada. Seus pés agradeciam. Caminhou até a varanda e olhou para o céu. Ao longe o sol se punha, dando ao céu um aspecto alaranjado. A cena era realmente linda. Olhou para a rede pendurada por ali. Lembrou-se de Chris. Fora ali o primeiro beijo deles. Sorriu enternecida. Inconscientemente passou a mão na rede, como se assim pudesse tocá-lo. Estava sendo tão maravilhoso namorar ele. Parecia um sonho. E ela não queria acordar nunca... O amor deles era tão puro... tão inocente... Riam juntos, brincavam... Não tinham problemas nenhum. Pelo menos até agora. Fechou os olhos incomodada. Ainda podia ouvir a voz de Anahí ressoando na sua cabeça. “Acha mesmo que ele é apaixonado por vc?” De repente, estava em dúvida... Chris realmente era muito carinhoso, mas em alguns momentos parecia distante... E aquelas vezes em que o encontrara chorando? O que ele lhe escondia? A voz de Anny insistia em voltar a sua cabeça... “Não é comigo que vc tem que se preocupar...”. O que ela quisera dizer com isso? Quem poderia lhe oferecer uma ameaça? Lembrou-se de como encontrara Dulce e Chris. Seria dela que Anahí estava falando? Mas Chris lhe assegurara que não havia nada. Respirou fundo. Seus olhos ficaram úmidos e depois de alguns momentos encharcaram-se completamente. De repente, o seu castelo de fantasias começava a ruir, bem diante dos seus olhos e ela não conseguia fazer nada para impedir. Escurecia na sua vida, tal qual o céu, que poucos minutos antes ela admirara.

Dulce olhou nervosa para Memo. Ainda não tinha certeza de que fizera certo em acompanhá-lo até a casa dele. Era a primeira vez que vinha ali. Sentia-se deslocada. Tinha medo do que aconteceria. Sabia que o namorado esperava algo mais, mas ainda não se achava preparada. Ele afirmou que ia buscar uma bebida e sumiu no corredor. Dulce ficou observando uma prateleira cheia de troféus. O apartamento passava-lhe um ar de ser frio. Não tinha nem um pouco do aconchego do de Chris. Ali tudo parecia artificial. Sentiu falta até da desorganização do apartamento de Chris. Sentia-se como um peixe fora d’água. E sentia medo. Agora estava sozinha com Memo. Em um território que não era dela e nem era neutro. Ele voltou com duas taças e uma garrafa de vinho. Dulce sorriu desconfiada. Vinho! Isso não era um bom sinal. O que se esperar quando se está sozinha com um homem em um apartamento e ele te oferece vinho? Não tinha dúvidas. Ele esperava seduzi-la. Sentiu que algo apertava o seu estômago. Isso sempre acontecia quando ficava nervosa. Rezou para que o namorado não percebesse o quanto ela tremia enquanto segurava a taça. Ele olhou para ela e sorriu.
Memo: Dulce... não vai beber? Te garanto que não tem veneno!
Dulce: (forçando um sorriso) Seu bobo. Eu estou bebendo não está vendo?
Memo: Parece nervosa... Venha... vou lhe mostrar algo que irá descontraí-la.
Dizendo isso, Memo a puxou pela mão e a arrastou suavemente até o quarto. Dulce ficou parada na porta.

Dulce: O que quer me mostrar aqui?
Memo: Por que não entra? Venha... (puxa Dulce e faz com que ela sente na cama com ele)
Dulce: (nervosa) O que quer me mostrar?
Memo: Isso!
Dizendo isso, Memo a beijou. Dulce continuou estática, sem conseguir reagir. O momento que tanto temera e evitara havia chegado. Chegado cedo demais. Ele começou a beijar-lhe o pescoço e os ombros e fez com que deitasse na cama. Dulce agora estava em desespero. Memo continuava sua exploração pelo corpo dela. As mãos dele tentavam agora tirar a blusa dela. Finalmente Dulce conseguiu reagir. Empurrou-o pra longe e levantou-se.
Dulce: Chega!!! Eu ainda não estou pronta.
Memo: (irritado) Vc já está dizendo isso há um tempão. Eu não sou de ferro! Se me ama porque não quer ficar comigo?
Dulce: Memo... não é que eu não queira... Mas ainda não me sinto preparada. Me dá mais um tempo. Por favor!
Memo: Não vejo porque. Se me ama, porque não me prova agora?
Dulce: Eu estou te implorando... Não faz isso!!!
Memo: (acalmando-se) Tá bom... Desculpa... Prometo que vou esperar.
Dulce o abraçou aliviada. Tinha conseguido escapar. Memo procurava disfarçar a sua irritação. Começava a se questionar se Dulce valia todo aquele esforço. Já estava ficando cansado de tanta hesitação. Mas pensando bem, por aqueles seios dava pra esperar mais uma semana. Por que não? Já esperara até ali. Precisava só descobrir o que a impedia de entregar-se a ele. E depois, era só acabar com tal obstáculo.