Fanfic: [EXCLUIDA]

Algumas semanas se passaram até o dia da festa oferecida pela Televisa, em homenagem aos melhores artistas do ano. Os convites estavam disputadíssimos e a imprensa se acotovelava para ver quem faria a melhor cobertura. E aquela festa prometia...
Anahí, que estava fazendo a entrega dos prêmios, foi a sensação dos fotógrafos quando ao entregar o prêmio de melhor ator à Alfonso Herrera, aproveitara para dar-lhe também um beijo cinematográfico. Ele dedicara seu prêmio a ela, alegando que ela era a sua musa inspiradora. Há muito que a mídia especulava um suposto envolvimento entre os dois. Mas agora não havia mais dúvidas. Eles haviam assumido, finalmente.
Dulce estava acompanhada por Memo, mas não conseguia tirar os olhos de Chris, sentado sozinho em um canto. Perguntou-se o que acontecera com Maite. Deu um jeito de se desvencilhar de Memo e aproximou-se.
Dulce: Ora ora... Que milagre ver vc desacompanhado!!! Sua namoradinha já te largou?
Chris: Isso não é da sua conta. Por que não vai te catar?
Dulce: Mas que estresse... Só estava querendo ajudar...
Chris: Eu vi como estava... Agora porque não vai lá com o seu jogadorzinho de quinta e me deixa aqui?
Dulce: Não fala assim dele! Ele é muito melhor do que vc...
Chris: Acho bom vc sair daqui se não vai ver só.
Dulce: Ver o que?
Chris olhou para ela irritado e a puxou. Seus lábios ficaram a centímetros de distância e Dulce sentia-se queimar pelas chamas dos olhos dele. Chris então caiu em si. O que estava fazendo? Não podia perder a cabeça. Soltou-a.
Chris: Acho melhor vc ir embora.
Dulce concordou debilmente com a cabeça. Ainda sentia-se trêmula. Achou prudente sair dali e correu ao encontro de Memo.

Maite observou toda a cena a uma distância segura. Mesmo de longe, pode perceber o clima entre Dulce e Chris. Sentiu-se incomodada. Mesmo quando discutiam, era visível o quanto se gostavam. Mas não podia ser. Devia estar fantasiando. Estava se deixando levar pela conversa de Anahí. Imagina... Chris e Dulce... Que hipótese mais absurda. Respirou fundo. Estava perdidamente apaixonada pelo Chris e doía-lhe pensar que talvez ele não a correspondesse. Eram tão perfeitos os momentos que compartilhavam, que se desesperava só de imaginar que eles pudessem terminar. Mas não. Estava ficando paranóica. O Chris estava com ela, não estava? Então... Isso devia querer dizer alguma coisa. Respirou fundo e se aproximou do namorado. Ele sorriu ao vê-la. Aquilo a tranqüilizou. Sua tranqüilidade só durou até perceber que o olhar dele procurava disfarçadamente por Dulce. Reparou que ela correspondia cada olhar. Sentiu-se traída. Era óbvio que ali tinha alguma coisa... Entretanto, não se sentia preparada para aceitar. Sentiu que as lágrimas chegavam aos seus olhos. Avisou ao Chris que ia ao toalete. Precisava sair urgentemente dali. Por uns instantes que fossem.

Christian saiu até um dos jardins do salão onde estava acontecendo a festa. Respirou o ar fresco da noite e acendeu um cigarro. Ficou observando as estrelas. Não estava legal. Teria preferido continuar em casa. Longe de qualquer badalação e de qualquer fotógrafo. Na verdade fazia-lhe mal observar os chamegos entre Maite e Christopher. Não sabia explicar o porque, mas aquilo lhe dava nos nervos. Nada a ver os dois juntos. E tava demorando pra acabar... Quando o Chris finalmente tomaria juízo e deixaria aquela infeliz? Ouviu um ruído... Parecia alguém chorando. Caminhou na direção do som e deu de cara com Maite. Apagou o cigarro e aproximou-se dela.
Christian: Maite? Vc está chorando? Aconteceu alguma coisa?
Maite: Ah Christian... Não venha com suas brincadeiras agora... eu não estou em uma boa hora.
Christian: Na boa... Eu só estou querendo ajudar.
Maite: Ah Christian... (abraça-o) Eu estou desolada. Ele não me ama. Agora eu sei que ele não me ama.
Christian: Vc está falando do Chris?
Maite: E de quem mais seria? Ele não me ama. Ama outra...
Christian: Ele te falou isso?
Maite: Não... Mas nem precisa... Está visível. Ele tá caidinho pela Dulce.
Christian: O Chris e a Dul? Vc está maluca?
Maite: Não. Mas estou de intrusa no meio dos dois. Ele só não tá com ela por minha culpa. Sabe o que é saber que uma pessoa está contigo mas não pára de pensar em outra?
Christian: Vc tem que ter calma. O que pretende fazer?
Maite: Ainda não sei. Não posso me imaginar vivendo sem ele. Eu o amo entende?

Essas palavras foram como bofetadas no rosto de Christian. Doeram-lhe muito. Ver Maite declarar o seu amor a outro lhe partia o coração. Nunca havia sentido isso antes. O que está acontecendo com ele? Por que vê-la chorando lhe dava vontade de chorar também? Será que estava apaixonado por ela? Mas é claro que não!!! Que idéia... Na certa só devia estar comovido. Ficou ali abraçado com ela, em silêncio. Queria muito amenizar a dor dela, mas não podia. Sentiu uma súbita raiva de Chris por submetê-la a isso. De repente, sentia-se mais do que nunca ligado a Maite. Era uma coisa tão profunda, que ele não conseguiria explicar mesmo que tentasse.

Chris já estava estranhando a demora de Maite, quando ela retornou a mesa. Ela estava melancólica, mas afirmou que nada havia acontecido. Saiu logo em seguida, para conversar com algumas amigas, deixando-o novamente sozinho. Christian aproveitou o momento e se aproximou de Chris.
Chris: Aí cara!! Tava sumido hoje... Senta aí.
Christian: Eu preciso falar uma coisa para vc...
Chris: Claro... Manda ver.
Christian: Na boa cara... Pára de fazer a Maite sofrer. Ela não merece isso não.
Chris: Mas eu não fiz nada pra ela.
Christian: Puxa cara... Não custa nada vc dar mais valor pra ela. Se vc não gosta dela de verdade, não fique enrolando.
Chris: Porque vc está dizendo isso?
Christian: Porque eu estou ligado nas paradas que rolam entre vc e a Dul... Acha que a Maite também não percebe?
Chris: Olha eu e a Dulce não...
Christian: (interrompendo) Presta atenção. Vc não tem que me dar satisfação nenhuma. Só estou te dando um toque. Era só isso. Agora vou indo, que eu estou quebradaço!
Chris ficou olhando Christian ir embora sem saber o que pensar. Ele não tinha mais nada com Dulce... Quando as pessoas iam entender isso? Por falar nisso, será que ela não cansava nunca de ficar lambendo aquele namorado dela? Ela estava tão sorridente... E que ficasse... Ele não estava se importando mesmo... Seu negócio era a Maite. Onde ela se metera? Levantou-se e foi procurá-la. Queria ir para casa. Já estava cheio de ver o showzinho que Dulce e Memo estavam dando. Argh!!!

Dulce chegou em casa e se atirou com roupa e tudo na cama. Sentia-se péssima. Fora horrível ficar vendo Maite e Chris juntos a noite toda. E vira muito bem quando os dois saíram juntos. Será que estavam juntos ainda? Mas a verdade é que percebera que eles não pareciam estar bem. Parecia que tinham perdido aquela sintonia que tanto a irritava. Sentiu-se contente ao pensar isso. Tentou disfarçar essa alegria, mas ela estava ali. Levantou-se e tomou um banho. Deitou-se, mas não conseguiu conciliar o sono. Virou-se pra cá... virou-se pra lá... e nada. Levantou-se por fim. Chris não saía da sua cabeça. Ele lhe fazia uma falta. Fechou os olhos. Podia vê-lo rindo... beijando-a. Será que nunca poderia esquecê-lo? De repente, veio vívida em sua mente a primeira vez dos dois. Havia sido tão maravilhosa. Parecia incrível que não estivessem mais juntos. Ela ainda o amava apesar de tudo. Apesar das palavras rudes que estavam trocando ultimamente. E podia apostar que ele também não a esquecera. Ele nem havia conseguido desviar o olhar dela a noite toda... Quando ele daria o braço a torcer? Talvez se desse o primeiro passo. Por que não? Mas e se ele a cortasse novamente? Sentiu-se desesperadamente só, sem ele. Precisava dele. Mas tinha que tentar... Sentou-se à escrivaninha e começou a escrever. As lágrimas caíam sobre o papel, mas ela não parou até terminar. Sabia que se amavam demais para ficarem separados. O mundo lhe parecia por demais desolador sem Christopher.

Christopher esticou-se na cama. Tivera um pesadelo horrível de novo. Levantou-se e bebeu um copo de água. Sonhara com Dulce e Memo. Ah Dulce!!! Não o deixava em paz nem enquanto dormia. No inicio acreditara que seria fácil esquecê-la. Mas agora percebia o seu erro. Queria-a mais do que tudo. Vê-la nos braços de outro era um martírio para ele. Olhou em volta... O apartamento parecia tão vazio sem ela. Lembrou-se de quantas e quantas vezes a vira sorrindo para ele, parada na porta da cozinha, vestindo apenas ela mesma, com os cabelos levemente despenteados. Haviam sido os melhores dias de toda a sua vida... De repente, sentiu uma necessidade extrema de tocá-la... de ouvir a sua voz que fosse. Sem refletir muito, pegou o telefone e discou. Quando ouviu a voz dela do outro lado, não teve coragem de falar nada. Ficou mudo, apenas escutando. Ela parecia estar chorando. Mas não... devia ser só impressão. Sentiu vontade de consolá-la, mas não conseguia abrir a boca. Desligou o telefone e respirou fundo. Como a amava. Teve vontade de jogar tudo para o alto e ficar com ela... mas havia a Maite. Lembrou-se do que Christian lhe dissera e pensou que talvez devesse terminar tudo. Não estava sendo honesto com ela. A principio achara mesmo que o caso dos dois pudesse dar certo. Mas agora via que isso era impossível. Ela não era Dulce. Já era hora de acabar com aquilo. O que tinha que fazer era reconquistar Dulce. Só assim poderia ser feliz de novo.

Maite chegou logo cedo ao apartamento de Christopher. Estava decidida a ser a melhor namorada do mundo. Não podia perdê-lo. Isso era tudo. Amava-o mais do que jamais imaginara, e estava disposta a fazer com que ele sentisse o mesmo por ela. Ele ficara sem coragem de terminar tudo quando vira o quanto ela estava carinhosa. Maite frisara que ele era o motivo da felicidade dela, e ele não quis decepcioná-la. Resolveram sair um pouquinho. Respirar um pouco de ar puro. Ele entrara no banho e ela ficara dando uma ajeitada no apartamento dele. De repente ouviu o toque da campainha e foi atender. Era um entregador de cartas. Ele lhe entregou um envelope vermelho e lhe pediu que assinasse. Feito isso, Maite fechou a porta e cheirou o envelope. Perfume de mulher. Não estava gostando nada daquilo. Tentou resistir o quanto pode, mas acabou abrindo a carta. Ficou pálida com o que leu...

Nela estava escrito assim:
“Chris...
Por que estou te escrevendo? Não sei. Talvez porque vc seja a única pessoa que valha a pena. A única pessoa que realmente importa para mim. A verdade é que a madrugada se arrasta e torna-se ainda mais longa sem você. E aqui estou eu... triste, insone e esquecida. Até as lágrimas se foram. Rolaram até a exaustão e em seguida abandonaram-me. Ficaram somente os olhos a arder... a reclamar a ausência delas. Sinto-me fatalmente só. Onde está você que me jurou que seria pra vida toda? Que me prometeu a eternidade?
Aqui estou nesta madrugada gélida... com a sua lembrança que volta do passado para me atormentar. A aurora ainda demora a surgir... Olho devagar pela janela e observo as cores desbotadas da madrugada. Tudo na minha vida perde o colorido quando vc não está comigo. O sono não chega... os minutos não passam e a saudade de ti, bate a cada segundo mais forte.
Simplesmente desisti de te esquecer. É impossível. Foi muito intenso o que vivemos. Ainda te amo muito... e sei que o que sentiu por mim ainda está aí, em algum lugar. É uma insensatez isso, mas se ainda temos uma chance de ficarmos juntos será que poderia me encontrar na Praça de Santo Domingo? Estarei lá as 19:00 hrs. Talvez ainda não seja tarde...
Com todo o meu amor...
Dulce Maria”

Maite não podia acreditar no que estava lendo. Agora tinha certeza que estava mesmo perdendo Christopher. No fim das contas, era apenas uma intrusa no meio deles. A história sempre fora entre Dulce e ele. Sentiu que as lágrimas nublavam-lhe a visão. Não estava preparada para perdê-lo não ainda! Guardou rapidamente a carta no envelope. Chris entrou no quarto nesse momento.
Chris: Parece que ouvi a campainha tocando... Quem era?
Maite: (escondendo a carta atrás de si) Não era ninguém não. Já tá pronto?
Chris: O que vc tem aí trás?
Maite: Nada não... Vamos?
Chris: Tá bom então... vamos!!!

Maite não podia acreditar no que estava lendo. Agora tinha certeza que estava mesmo perdendo Christopher. No fim das contas, era apenas uma intrusa no meio deles. A história sempre fora entre Dulce e ele. Sentiu que as lágrimas nublavam-lhe a visão. Não estava preparada para perdê-lo não ainda! Guardou rapidamente a carta no envelope. Chris entrou no quarto nesse momento.
Chris: Parece que ouvi a campainha tocando... Quem era?
Maite: (escondendo a carta atrás de si) Não era ninguém não. Já tá pronto?
Chris: O que vc tem aí trás?
Maite: Nada não... Vamos?
Chris: Tá bom então... vamos!!!

Dulce estava ansiosa. Estava esperando por Chris já fazia meia hora... Mas cinco minutinhos e seria a hora que havia combinado. Será que ele viria? E se ele tivesse dito a verdade quando falara que preferia ficar com a Maite? Talvez fosse melhor ir embora... Talvez estivesse se iludindo demais. Mas não. Tinha que tentar. Se fosse embora nunca saberia. Tinha que ser corajosa. E tinha que pensar positivo. Ele viria.
Olhou novamente no relógio. 19:00 hrs em ponto. Esticou o pescoço, mas nada! Vai que ele tivesse se atrasado? Nunca se sabe... Pensou eu ligar. Mas não... seria pegajoso demais. Tinha que sentar e esperar. Isso! E precisava ficar bem calminha.
Os minutos foram passando depressa. 20 minutos de atraso? Mas e se tivesse acontecido alguma coisa? Não. Isso já era querer demais. Se ele não viera até agora, não viria mais. Sentiu que as lágrimas já se preparavam para cair de seus olhos. Ele não a queria mais. De repente, sentiu-se ridícula por ter enviado a carta. Do que adiantava? Ele não estava nem aí mesmo. Mas agora acabara. De verdade. Tinha que reconhecer que perdera. Tinha que seguir em frente.
Levantou-se. Deixou que o vento soprasse em seu rosto. A seguir caminhou decidida em direção ao seu carro.

Chris esperava impaciente que o sinal abrisse. Adorava velocidade, mas nunca tinha corrido tanto na sua vida. E nunca antes o tempo parecia ter passado tão depressa. Mas ele havia de conseguir chegar em tempo. Há se havia. Finalmente o sinal abriu. Mas Chris foi obrigado a parar logo mais adiante. Mas que palhaçada era aquela? Uma passeata? Droga!!! E o que ele tinha a ver com a morte das baleias assassinas? Tudo o que queria era passar. Mas era impossível. Militantes com faixa rodeavam o seu carro. Pra onde olhava tinha gente... Maldita lei de Murphy. Nada tinha como piorar. Olhou no relógio. Tinha cinco minutos! E aquela manifestação ia durar horas. Maldição. Socou o volante. Sentia vontade de chorar. Mas precisava chegar... Nem estava tão longe assim. Talvez se fosse correndo... Não! Ia demorar muito. Mas ia demorar muito mais se ficasse ali parado. Decidiu-se. Saiu do carro e abriu caminho por entre as pessoas. Quando encontrou uma calçada livre, muitos km adiante, desatou a correr desesperadamente. Estava muito atrasado. Quando conseguiu enfim chegar a praça, já estava com uma meia hora de atraso. Sabia que era quase impossível ela estar ali. Mas a esperança ainda não o havia abandonado. Olhou em torno e não viu ninguém. Ela já se fora!!! Tinha perdido a oportunidade da sua vida. Sentou-se desanimado em um banco e só então avistou uma ruiva a alguns metros dali. Era ela!!! Correu até lá.
Chris: (virando-a) Dulce?
A menina o olhou assustada. A seguir abriu um sorriso de orelha a orelha.
***: Christopher Uckermann? Não acredito!!! Me dá um autografo?
Chris: (apressado) Desculpa!!! Me enganei... Eu estou com muita pressa.
***: Mas só uma foto... Por favor.

Antes que Chris tivesse tempo de se desvencilhar a garota agarrou em seu braço e não o liberou até ter tirado inúmeras fotos. Quando finalmente conseguiu escapar daquela fã enlouquecida, Chris olhou em torno desanimado. Já anoitecia. Teve vontade de chorar. Era impossível que ela ainda estivesse por ali. Baixou a cabeça desanimado.
Dulce: Procurava por mim?

Chris ergueu a cabeça e se virou devagar. Não podia ser. Devia estar sonhando. Dulce estava ali, bem na frente dele. Sorriu para ela. Era maravilhoso demais para ser verdade. Mas era realidade. Ela estava ali. Correu para ela.
Chris: Candy!!! Achei que...
Dulce: Eu achei que vc não vinha mais. Já estava quase indo embora, mas a Maite me ligou e disse que vc estava vindo... Achei que não faria mal se esperasse mais um pouquinho.
Chris: Fiz loucuras para poder estar aqui hoje. E nem acredito que estou...
Dulce: Mas está. Está no seu lugar, ou seja, comigo! E nunca mais vi embora, ouviu bem? Eu não consigo ser feliz sem vc...
Chris: Aquela carta... Aquela carta era simplesmente linda...
Dulce: E cada palavra escrita é verdade... Eu te amo...
Chris: Eu também te amo. Fui um idiota por aquele dia. Eu nunca poderia ser feliz sem vc... Agora eu descobri que só tenho paz quando estou do seu lado. Você é a mulher da minha vida.
Dulce sorriu. Sentia-se realizada. Finalmente estava completa. Ele a abraçou e a girou. Quando a pôs finalmente no chão, suas bocas já se uniam, em um beijo avassalador. Vibravam com cada toque de pele, com cada contato. Mas vibravam muito mais, pela simples consciência de que estavam juntos novamente. Pertenciam um ao outro e não tinham como fugir disso. Por mais que escolhessem os caminhos errados, o destino sempre insistia em juntá-los. E eles agradeciam por essa dádiva.

Anahí abriu a porta do seu apartamento e deu de cara com Maite. Assustou-se. A amiga estava péssima. Tratou de fazê-la entrar e deu-lhe logo um chá. Ela precisava se acalmar. Chorava tanto, que nem mesmo conseguia falar. Anahí, deduziu logo, que fosse algo relacionado com o Chris.
Anahí: Mai... Quer conversar sobre o que aconteceu?
Maite: (secando as lágrimas) Acabou Anny. Acabou. Eu deixei ele ir embora. Eu deixei.
Anahí: Mas calma... Como assim vc deixou ele ir?
Maite: Deixei ele ir atrás da Dulce... Era o que ele queria. Eu entreguei a carta... Mas tá doendo tanto... tanto. Nem sei se devia ter entregado.
Anahí: Mas que carta?
Maite: A que a Dulce mandou pra ele. Eu não ia entregar, mas...
Anahí: Vc fez bem. Ia ser bem pior continuar com um cara que ama outra. Maite... Vc é bonita, legal. Pode ter o cara que quiser.
Maite: Mas eu quero o Chris. Só ele... E ele eu não posso ter. Eu amo ele. Não sei como vou fazer para esquecê-lo. Juro que não sei.
Anahí: Calma amiga... Vc vai encontrar alguém que vc goste de verdade...
Maite: Eu gosto do Chris. De verdade...
Anahí: Eu sei. Vc deu a maior prova disso entregando a carta. Mas vai aparecer outra pessoa vc vai ver...
Maite limitou-se a chorar. Sentia-se a pessoa mais infeliz do mundo. E talvez o fosse naquele momento. Quando vira Chris sair pela porta, tivera a esperança de que ele voltaria e diria que era ela quem ele amava. Mas ele jamais voltou. Não tinha como fugir da realidade. O homem que amava, nunca tinha sido seu de verdade. Tinha que se conformar... tinha... mas essa era uma tarefa extremamente difícil.

Memo andava de um lado para outro em seu apartamento. Passara o dia todo sem notícias de Dulce. O que será que ela andava aprontando? Não lhe agradava em nada a idéia de que ela podia estar lhe chifrando ou algo parecido. E nem gostava de saber que ela sumia sem lhe dar satisfações. Já era de madrugada e fazia-lhe mal pensar que ela pudesse estar passando a noite fora. O que os jornais não diriam dele no outro dia? Que era o corno do ano? Não!!! Melhor era ligar de novo. No máximo iria acordá-la. Ela não devia estar fazendo nada de errado, no entanto, não custava nada investigar. Pegou o telefone e discou. Chamou, chamou e nada de alguém atender. Mas que droga! Já estava quase desistindo quando ouviu uma voz sonolenta do outro lado.
Chris: Alô? Quem fala?
Memo: Oi... Esse não é o telefone da Dulce? Quem é que tá falando aí?
Chris: Aqui é o namorado dela.

Memo sentiu seu rosto arder. Aquela ordinária!!! Havia sacaneado com ele, mas pagaria caro por isso. Pensou rápido. Precisava descobrir quem era o desgraçado que estava com Dulce.
Memo: Por acaso vc é o Guilherme, jogador de futebol?
Chris: (irritado) Claro que não. Eu sou o Christopher, ok? E vc não acha que está num horário meio complicado para ficar ligando?
Memo: Pode deixar... Eu ligo outra hora... Desculpa aí.
Memo desligou o telefone e o atirou contra a parede. Aquela piranha! E junto com aquele imbecil que ele detestava... Sentiu uma raiva extrema. Quer dizer que aquela sonsa ficava se passando por pura e casta para depois se enfiar na cama com aquele frangote na primeira oportunidade?
Mas as coisas não iam ficar assim. Eles estavam brincando com fogo e iriam se queimar. Juntos eles não ficariam. Já até sabia o que fazer. Esfregou as mãos, animado. Eles iam pagar centavo por centava aquela humilhação. E Dulce ainda seria dele... De corpo e alma. De corpo, principalmente, que era o que realmente a fazia valer a pena.

Chris dormia agarradinho com Dulce, quando foi acordado pelo toque do telefone. Mas não era possível. Quem era o imbecil que ligava àquela hora? Dulce continuava dormindo tranquilamente. Chris achou melhor atender logo, antes que ela acordasse. Vai que fosse uma emergência? Desenroscou-se de Dulce com cuidado e estendeu o braço até o telefone. Estava tão grogue de sono, que nem se dava conta do que estava dazendo. Do outro lado uma voz masculina ousou compará-lo com Memo. Revirou os olhos. Nem em um milhão de anos conseguiria ser grosso como aquele otário. Forçou-se a responder educadamente e a seguir desligou. Ao voltar para a cama, encontrou Dulce acordada e o olhando indagadora.
Dulce: Ei gatinho... Quem era?
Chris: Sabe que eu não sei? Era um homem... ou parecia um.
Dulce: (gelando) Um homem? Ai meu Deus... Isso não está me cheirando bem... O que conversaram?
Chris: Nada... Me perguntou quem eu era e eu respondi que era o teu namorado.
Dulce: (levando as mãos a cabeça) Agora eu estou ferrada.
Chris: Mas por que?
Dulce: Já pensou se era o Memo?
Chris: O Memo? Acho que não... Mas e se for? Qual o problema?
Dulce: O problema é que eu ainda não terminei com ele. E portanto, ele ainda se considera o meu namorado...
Chris: (irritado) Vc não o que?
Dulce: Nã terminei... Esqueci... Sei lá... Pretendia conversar com ele amanhã.
Chris: Não acredito nisso. Não gosto nada da idéia de dividir vc... nem que seja só até amanhã...
Dulce: Não seja ciumento meu gatinho... Eu sou toda sua... Sempre fui...
Chris: Se é assim... Mas de qualquer forma não acredito que tenha sido ele quem ligou. Relaxa...
Dulce: Tem razão. Não tenho que ficar pensando nisso. Ainda mais agora, que estou outra vez com o meu coelhinho cheiroso..
Chris: (mordiscando-lhe o pescoço) Eu estava com tantas saudades da minha ruivinha infernal...
Dulce: Ruivinha infernal é? Então vem cá que eu vou fazer vc pegar fogo... Vai ver só.

Dulce o puxou para si e o beijou. Pegavam fogo novamente. Vibravam com cada toque um do outro... com cada contato... Custavam a acreditar que estavam juntos de novo. Mas estavam. Entregaram-se totalmente, desta vez, com a certeza de que seria pra vida toda... Não havia mais ninguém entre eles... Nataly há muito que já fora... E não havia mais ninguém que quisesse separá-los.