Fanfic: [EXCLUIDA]

Christian saiu furioso do camarim. Onde já se viu... ele apaixonado pela Maite? Que idéia absurda a do Chris. Ele nunca se apaixonaria por aquela garota... Mesmo sabendo que ela era linda... que era legal... não!!! Legal não. Ela era insuportável!!! Tá... nem tanto... Até que ela era divertida... Não! Ela era insuportável sim... Mais do que insuportável. Droga!!! O que estava acontecendo com ele? Será que perdera o juízo? Tudo menos a Maite... No entanto, a idéia de tê-la não era de todo má... Ela era tão meiga... tão carinhosa... Faria de tudo para não vê-la sofrendo. Mas ela era doida pelo Chris e aquilo estava acabando com ele. Por que não chegara antes? Mas que inferno!!! No que estava pensando? Não tinha chegado antes porque não queria... E continuava não querendo... Nem que ela fosse a última mulher da face da terra... Mesmo que aquele sorriso lindo dela não saísse da sua cabeça. Mesmo que aqueles olhos, ultimamente sempre tão tristes, insistissem em persegui-lo. Não. Não a queria. Não importava que sonhasse com ela dia e noite... dormindo ou acordado. Mas que droga!!! Devia estar muito necessitado... Mas e se estivesse mesmo apaixonado? E se ela fosse a mulher que tanto esperara? E se Chris tivesse razão? Não! Ele apaixonado? Nem em um século. Devia ser só... sei lá... Não devia ser nada que não passasse com um banho frio. Banho frio. Isso mesmo. Era disso o que precisava. Só disso. Maite não era pra ele. Nunca!!!

Dulce olhou desanimada para Memo. Não estava pronta para encontrá-lo ali. Droga!!! Já bastava no almoço. Mas talvez fosse essa mesmo a sua chance de terminar tudo de uma vez...
Dulce: (sorrindo a contragosto) Guilherme? Vc por aqui? Não devia estar trabalhando?
Memo: Tirei a tarde de folga... E vc... não devia estar gravando?
Dulce: Também ganhei a tarde livre...
Memo: Que bom!!! Podemos sair então... To com tanta saudade da minha namoradinha.
Dulce: Ah... Infelizmente não vai dar... Tenho algo que não posso desmarcar. Desculpa...
Memo: E vc não me dá nem um beijinho?
Dulce: Beijo? Ah é mesmo... (dá um beijo no rosto de Memo)
Memo: Assim eu não gostei... (agarra-a pela cintura e tenta beijá-la, mas ela se esquiva)
Dulce: Olha Memo... Tenho uma coisa muito séria pra falar contigo... Já era pra eu ter dito, mas...
Memo: Pode falar... (coloca a mão no peito e faz uma careta de dor) Ai que dor!!! Acho que vamos ter que deixar essa conversa pra mais tarde... Ai ai ai... Tá doendo muito...
Dulce: (preocupada) Mas o que foi que aconteceu? O que vc tá sentindo?
Memo: Nada de grave eu acho... Vou pra casa descansar um pouco... Qualquer coisa te ligo ou procuro um médico... Até minha linda... (rouba um selinho dela)
Dulce: Tchau... Até...
Dulce estava preocupada com ele... e ao mesmo tempo irritada... Mas que droga!!! Será que nunca conseguiria abrir o jogo? Toda vez que resolvia terminar acontecia uma coisa... Até parece que ele adivinhava. Coitado... Ele não tinha culpa de passar mal. Encontrou-se com Anahí em um dos corredores. Ela vinha toda sorridente.

Anahí: Oi Candy... Aconteceu alguma coisa? Que cara de velório é essa?
Dulce: Não é nada Anny... Só que parece que eu nunca vou conseguir terminar com o Memo... Sempre acontece algo na hora...
Anahí: Eu hein? Isso não tá me cheirando bem...
Dulce: Pra mim também não tá. Mas deixa eu ir que eu estou atrasada com os papéis do Chris...
Anahí: (rindo) Ah... Quer dizer então que já está comprindo as ordens do maridinho? Quem diria hein?
Dulce: Ah Anny... Vá se danar... Vê se se encherga com o Ponchito antes de vir falar alguma coisa... Chata... Mas deixa eu correr... Que eu to morrendo de saudade do meu coelhinho...
Anahí: O amor é lindo mesmo...
Dulce: Vc que o diga né?
Riram... E cada uma foi para o seu lado...

Maite estava com o rosto inchado de tanto que chorara. Desde que chegara em casa não fizera outra coisa. Pensou em telefonar para Anahí, mas lembrou-se de que a amiga passara a tarde toda comentando sobre o jantar romântico que ia ter com Poncho logo mais... Ela é que não ia atrapalhar né? Mas era tão horrível ficar sozinha. Como fora se meter numa situação daquelas? Talvez nunca devesse ter topado nada com o Chris. Afinal, quando começaram a ficar ela nem era apaixonada. Estava só curtindo mesmo... E olha agora... Estava caidinha por ele. E ele estava com outra... Com uma de suas melhores amigas para ser mais exata... Sentiu um arrepio... Seria uma corrente de ar. Estava um frio insuportável ali. Sua cabeça latejava... Sentiu-se enjoada... Ficou repentinamente tonta... Que mal estar era aquele?
Achou melhor deitar-se um pouco no sofá. Quem sabe passasse a tontura. Bem que o Chris podia estar ali cuidando dela. Mas não estava. Droga!!! Já estava mais do que na hora de parar de pensar nele. Onde estava sua força de vontade? Ele não voltaria nunca... e ela não ia ficar chorando por ele. Nem mais uma única lágrima... pelo menos era o que esperava... Mas que enjoo que não passava nunca... Sentiu tudo girando... E que frio... Que clima mais instável aquele. Ouviu o toque da campainha... Quem poderia ser? Arrastou-se até a porta. Quando a abriu deu de cara com o Christian...
Maite: (fraca) Christie? O que veio fazer aqui?
Christian: Vim perguntar o que diabos vc fez comigo... Porque eu não consigo mais parar de pensar em vc...

Dulce: (rindo) Onde está me levando?
Chris: Fica quietinha e com os olhos bem fechadinhos que já já vc vai ver... Espera só um pouquinho... pára de tentar espiar... Se não vou ser obrigado a por uma venda em vc...
Dulce: Mas o que custa me dizer?
Chris: Prontinho... já chegamos... Viu? Não foi tão difícil... Agora pode abrir os olhos...
Dulce abriu os olhos e não conseguiu conter um grito de espanto. Era magnifico!!! Ele a tinha levado para um pequeno chalé a beira do mar... Era tudo lindo... A praia era deserta por ali. Só havia os dois. ´
Dulce: (pulando no pescoço do Chris)Que lindo... (olha para a praia) Tudo isso é pra mim?
Chris: Se pudesse te dava muito mais... (olha para ela de alto a baixo) E tudo isso é pra mim?
Dulce: Mas que atirado o senhor tá me saindo hein? Mas sim... É tudinho pra vc... Mas se quiser vai ter que pegar...
Dulce saiu correndo... Seus pés descalços molhavam-se nas ondas. A água salpicava seu vestido... Ela ria como nunca... Estava muito feliz. Chris ria também e corria atrás dela. Ela lhe fugia e aproveitava para jogar água nele. Estavam se divertindo a beça... Esquecidos do mundo e de quaisquer preocupações. Só queriam ser felizes... e estavam sendo naquele momento. Chris por fim a alcançou. Abraçou-a forte. Ela não resistiu. Tudo o que queria era estar nos braços dele... Pra sempre... Sorriu ternamente para ele. E ele a beijou. Um beijo quente e ao mesmo tempo terno. O fogo que os incendiava quando estavam juntos acendeu-se novamente. Ele a deitou cuidadosamente na areia... As ondas chegavam fraquinhas onde eles estavam... Olhavam-se com encanto... como se quisessem guardar para sempre a imagem um do outro no seu coração. Não queriam esquecer nunca daquela noite. Amaram-se com paixão e ardor. Amaram-se com toda a intensidade que conseguiram. Lá no céu as estrelas brilhavam como nunca... A lua cheia aparecia vibrante... O leve ruído das ondas, embalava o amor deles. Era como se todo o universo conspirasse para fazer daquela noite a mais mágica na vida dos dois. Foi perfeito!

Anahí e Poncho jantavam tranqüilamente em um pequeno restaurante a algumas quadras da casa dela. Havia muito romantismo no ar, e eles se sentiam mais apaixonados do que nunca. Estavam radiantes e essa felicidade transparecia nos olhares que trocavam e nos sorrisos que compartilhavam.
Poncho: (entrelaçando seus dedos com os dela) Eu te amo perdidamente. Sou completamente apaixonado por vc, sabia?
Anahí: Eu também sou louca por vc. Todos os dias me pergunto como consegui viver tanto tempo sem você. Sinto-me realizada, sabia? Esses estão sendo os dias mais felizes da minha vida.
Poncho sorriu e contornou o rosto dela com as pontas dos dedos. Era impressionante o quanto se amavam. Seus olhos ficaram presos nos dela por alguns instantes. Não diziam nada. Palavras somente estragariam o momento e nem de longe conseguiriam traduzir o que sentiam. Porém, aquele momento mágico foi quebrado pelo pigarrear de alguém. Viraram-se.
Alex: Anny!!! É vc mesma? Continua linda!
Anahí: (rindo deliciada) Alex? Eu não acredito... Quanto tempo!!! Como é bom te ver de novo. Por onde andou nesses anos todos?
Alex: Fui morar no Brasil. Só agora estou de volta.
Anahí: Mas vai ter que me visitar um dia desses. Se não nunca vou te perdoar. (escreve algo em um papel) Aqui está o meu endereço. Mudando de assunto... Que mal-educada eu sou... Deixa eu te apresentar. Esse é o Alfonso. Poncho... esse é o Alexandre.
Alex: (estendendo a mão e cumprimentando Poncho) Muito prazer. Bem... Agora deixa eu ir indo... Não quero atrapalhar o jantar de vcs. Tchau Alfonso e até breve Anny.
Anahí: Tchauzinho querido. E vou esperar por vc na minha casa hein?
Poncho ficou observando Alexandre se afastar. Não tinha gostado nada da intimidade que notou entre Anny e aquele sujeito. Estava furioso. Desviou o olhar para a namorada.
Poncho: (imitando Anny) “Tchauzinho querido” Ai ai ai... Que melosidade toda é essa?

Anahí: Ah Poncho.... Não começa... Nem tem nada a ver. Ele é só um amigo muito querido.
Poncho: Se ele é só um amigo, porque não disse pra ele que eu sou o seu namorado?
Anahí: (se exasperando) Porque não me ocorreu na hora... Só por isso.. Além do mais, acho que só o fato de estarmos aqui, jantando juntos, já deixa claro o que somos.
Poncho: Jura que nunca tiveram nada além da amizade?
Anahí: (suspirando, levemente irritada) Já fomos namorados... mas isso não tem nada a ver porque...
Poncho: (interrompendo) Ah!!! Eu sabia... Bem que desconfiei que nesse mato tem coelho. Eu sabia!
Anahí: (levantando-se muito irritada) Vc sabia? E o que vc sabia? Eu já estou farta disso. Quer saber? Eu e o Alex namoramos sim, mas eu tinha 16 anos na época... E quer saber por que terminamos? Porque ele decidiu ser seminarista. Agora olha quanto tempo se passou... ele já deve ser padre. Como pode ver suas suspeitas são totalmente infundadas e ridículas.
Poncho: (surpreso e envergonhado) Anny... eu... eu...
Anahí: Vá se danar. Fique aí com esse seu ciúme besta que eu já estou indo embora. Era só o que me faltava.
Anahí saiu decidida. Tremia de raiva. Como Poncho podia duvidar dela? Já deixara mais do que claro o quanto o amava. Pensou em chamar um táxi, mas a noite estava tão agradável que não aproveitá-la para caminhar seria um desperdício. E caminhando podia pensar na vida enquanto admirava a lua e as estrelas.

Maite ficou olhando boquiaberta para Christian. O que ele estava dizendo? Notou que um leve odor de bebida emanava dele. Esse cheiro fez com que o estômago dela desse piruetas. Sua cabeça estava girando. Nem conseguia enxergar direito.
Christian: Eu juro pra vc Mai... Eu não sei como aconteceu... Mas vc não sai da minha cabeça nem por um segundo. Estou gravemente apaixonado por vc.
Christian desviou seus olhos de Maite. Não acreditava que falara aquilo. Mas falara. E sabia agora que era a mais pura verdade. Ela até podia ser chata e insuportável, mas ele a amava mesmo assim. Voltou a fitá-la e percebeu que ela o olhava fixamente. Por um breve momento teve a impressão de que ela o olhava mas não o via realmente. Balançou a cabeça... Que idéia mais absurda!!!
Christian: Que droga Maite!!! Eu venho aqui me declarar pra vc e vc nem se digna a me responder nada? Pode pelo menos me mandar embora se não me quer. Mas não... Fica aí só me olhando.
Maite: Christie... eu... eu...
Maite não conseguiu terminar de falar, pois caiu desacordada. Christian levou um susto e mal teve tempo de ampará-la em seus braços. Olhou aflito. O que estava acontecendo?
Christian: (falando para si mesmo) Ah moleque! Tá podendo hein? Ela desmaiou de emoção por sua causa!!! Uau!!! Não resistiu ao meu charme... To bem na foto... Que tal... Mas o que é isso? Nem nessas horas eu consigo parar de dizer bobeiras? Ai meu Deus... Acorda Maite!!! Acorda por favor... Não faça isso comigo...
Vendo que apesar dos seus apelos Maite continuava desmaiada, Christian a carregou até um dos quartos e a depositou na cama. Passou a mão pela testa dela e reparou que ela estava com um pouco de febre. Era só o que faltava! O que ele ia fazer agora? Precisava fazê-la recuperar os sentidos. Álcool. Um pouco de álcool era bom para aquilo. Mas onde ela guardaria o dito cujo? Olhou em volta e saiu a procura de qualquer coisa que a reanimasse.

Poncho ficou alguns minutos paralisado no restaurante. Como pudera ser tão idiota? Recompôs-se depressa. Colocou alguns pesos sobre a mesa e saiu al encalço de Anahí. Quando chegou no estacionamento do restaurante não viu ninguém. Na certa ela pegara um táxi. Entrou no carro e começou a dirigir velozmente até a casa dela. Mas uma quadra adiante, a viu caminhando tranqüilamente. Começou a acompanhá-la devagar com o carro. Abriu a janela.
Poncho: Anny... Me perdoa vai?
Anahí: Ah Alfonso? É vc? Porque não ficou lá no restaurante em companhia do seu ciúme? Parecia se dar tão bem com ele.
Poncho: Eu sou mesmo um imbecil...
Anahí: Concordo... E bota imbecil nisso!!!
Poncho: Mas eu sou um imbecil apaixonado... Não posso viver sem vc... Não quero que fiquemos brigados.
Anahí: (começando a amolecer) Ah é? Bem... Está perdoado então!!!
Poncho: Então entra no carro...
Anahí: (fazendo jogo duro) Não. Vou continuar a pé... Quero ver as estrelas.
Poncho: (baixando a capota do carro) Pode ver por aqui.
Anahí: (disfarçando o riso) Não... Eu não vou entrar... Ainda estou muito brava com vc... Desconfiou da minha palavra... Não agüento mais essas suas ceninhas de ciúme.
Poncho: (estaciona o carro e desce) Meu amor... Por favor...
Anahí: Não e não. Eu estou bem a pé.
Poncho: (ajoelhando-se) Me perdoa por favor!!! Eu te amo.
Anahí: (sorrindo) Poncho!!! Levante-se já daí... Tá todo mundo olhando!!!
Poncho: Eu não me importo... quero mesmo que todo mundo saiba o quanto vc é importante pra mim. (grita) Anahí... Eu te amo!!!
Anahí: (tentando erguê-lo) Seu bobo... É claro que eu te perdôo. Eu te amo!!! Venha... Vamos entrar no carro...
Poncho: Quer dizer que eu me ajoelho, me humilho e no final não ganho nem um beijinho?
Anahí: Bobo... É claro que ganha... Quantos quiser... Mas é que tá todo mundo olhando e...

Não terminou de falar. Alfonso já a tomava nos braços e se apossava da sua boca. Esqueceu imediatamente das suas preocupações quanto aos transeuntes que paravam para vê-los. Só ele lhe importava... Seu coração bária acelerado no mesmo compasso do dele. Eram felizes... e não tinham porque esconder isso.

Já estava quase amanhecendo quando Dulce e Christopher abandonaram o pequeno chalé rumo a agitação da cidade. Quando chegaram ao edifício em que Chris morava, o sol já despontava no céu e os primeiros carros saíam as ruas. A cidade despertava para mais um dia. E eles estavam excepcionalmente felizes. No elevador, suas bocas não se separavam. Queriam descontar o tempo perdido. Chris afastou Dulce por alguns segundos até conseguir encontrar as chaves no bolso. Enquanto abria a porta já se beijavam novamente. Ainda não tinham se desgrudado quando chegaram ao quarto. Porém, Chris parou de súbito e desvencilhou-se de Dulce. Levou a mão a boca e abafou uma exclamação de espanto. Dulce olhava para os olhos arregalados dele sem entender nada.
Chris: (refazendo-se da surpresa) Fui assaltado!!! Dá só um close nisso.
Antes de virar-se para olhar o quarto, Dulce já sabia o que ia ver. Droga!!! Esquecera por completo do que havia feito ali a tarde. Abaixou a cabeça sem graça, para que ele não pudesse ver sua expressão de culpa.
Dulce: Isso não foi um assalto. Na verdade... Bem... Fui eu quem fez isso. (dá um sorriso amarelo) Eu estava um pouco estressada hoje.
Chris a olhou estupefato. De duas uma: ou ela estava brincando ou ele não tinha ouvido direito.
Chris: O que vc disse mesmo?
Dulce: (corando) Fui eu. Eu que fiz essa bagunça toda. Eu que rasguei a colcha e os travesseiros e tudo o mais. Fui eu.

Chris: Mas por quê?
Dulce: Pensei em vc e na Maite aí em cima (aponta para a cama) e fiquei com raiva... Quis acabar com tudo. Sou mesmo uma idiota... Não devia ter rasgado nada... Devia ter queimado tudo... isso sim.
Chris ficou olhando fixamente para ela. A seguir deu uma sonora gargalhada. Então ela tinha feito todo aquele estrado por ciúmes? Ficou rindo baixinho divertido. Dulce se aproximou e fingindo-se de zangada, o encheu de tapas.
Dulce: Palhaço... Ainda fica rindo?
Chris: Vc fica uma gracinha brava sabia? Aliás... Não podia sequer imaginar que vc era tão ciumenta...
Dulce: Coelhinho... Diz uma coisa pra mim... Eu tinha razão de ter ciúmes? Vc e a Maite... bem... vc sabe...
Chris parou de rir e ficou olhando para ela constrangido. Sentia-se muito envergonhado. Adoraria negar que tivesse feito qualquer coisa, mas não queria mentir pra ela. Dulce riu sem vontade. Já sabia a resposta... O silêncio dele dizia tudo.
Dulce: Ok ok... Quem cala consente! Quem mandou eu perguntar né?
Chris: A gente tava separado e...
Dulce: Desculpa... Eu não devia ter perguntado... esse assunto já era. Não faça essa carinha amor!!! Vem cá vem...
O último pensamento de Dulce naquele momento foi que deveria ter queimado não só a colcha, o colchão e os travesseiros, mas sim o quarto inteiro. E então Chris a beijou e ela não pensou em mais nada. Esqueceu-se do mundo e perdeu-se no desejo que ele Chris despertava nela.

Mesmo depois de ter se recuperado do desmaio, Maite passou muito mal... Vomitou a noite praticamente inteira e enjoava com tudo. A febre havia ido embora, mas a cabeça dela ainda doía e sentia muitas tonturas. Christian passara a noite inteira ali, ajudando-a... E apesar de desastrado estava fazendo tudo o que podia. Quando a manhã chegou, Maite estava piorando. Christian não teve dúvidas.
Christian: Maite... Vou te levar ao hospital...
Maite: Não precisa... Eu estou super enjoada mas já vai passar... Deve ser algo que eu comi... Sei lá.
Christian: Vai nem que seja carregada... Vc está péssima. Precisa ver... E além do mais, conforme o tempo passa vc está piorando.
Maite: Eu odeio hospitais... Sei lá... fico nervosa...
Christian: Mas sinto muito... Não vai poder negociar comigo agora. Nós vamos e pronto.
Quando chegaram ao hospital, Maite mal conseguia parar em pé. Christian achou que seria melhor avisar a família dela, mas ela alegou que eles estavam fora do país. O médico apenas sorria ao ouvir os sintomas de Maite e não dizia nada. Escreveu em algumas folhas e por fim os encarou.
Médico: Olha... Esses sintomas que a senhora está sentindo são muito genéricos, e podem se dar por várias causas diferentes. Vou precisar pedir exames pra saber com certeza... E o resultado deles só saem dentro de duas semanas. Entretanto, vou receitar-lhe um remédio que eliminará o mal estar. Aqui está.
Christian: E ela vai ficar bem?
Médico: Olha... Eu estou apostando que muito em breve a sua namorada vai estar ótima. Mas pra ter certeza... só com os exames. Mas não se preocupe... Vamos torcer pra que não seja nada grave e que quando voltarem aqui, eu possa lhes dar os parabéns.

Christian: (sem entender nada) Parabéns?
Médico: Deixa pra lá. Voltem dentro de duas semanas com os resultados dos exames que eu pedi. Se mesmo tomando os remédios ela não melhorar, recomendo que me procurem antes.
Christian: Pode deixar...
Médico: Por ora, ela vai ficar em observação e vai tomar um pouquinho de soro também. Está muito fraca. É isso... Bom dia.
Chris levou Maite suavemente até o quarto em que ela ficaria. Falava calmamente com ela, tentando deixá-la tranqüila. Na sua mente no entanto, a voz do doutor ressoava... “Vamos torcer pra que não seja nada grave e que quando voltarem aqui, eu possa lhes dar os parabéns.”. Parabéns pelo que? Não conseguia entender. Entretanto sentia-se estranhamente perturbado por aquilo. Tentou afastar tal frase da cabeça, mas foi impossível. Ela insistiu em atormentá-lo durante toda a tarde.