Fanfic: [EXCLUIDA]

Maite ainda cheirava as flores que Chris lhe trouxera quando eles entraram no quarto. Sorriu para eles. Eles suspiraram aliviados ao perceber, que a medida do possível, ela estava bem. Dulce aproximou-se séria da cama e tomou a mão de Maite entre as suas.
Dulce: Maite... Eu sei que a gente não está se dando bem ultimamente, mas...
Maite: (sorrindo) Esquece isso. Acho que já estava mais do que na hora de pararmos com essa infantilidade.
Dulce: (estranhando) O Chris falou alguma coisa sobre a gente?
Maite: Não. Ele disse que vcs estavam bem.
Dulce franziu a testa intrigada. Christian que estava parado em um canto do quarto disfarçou um sorriso. Então Chris havia feito aquilo para não dar esperanças a Maite. Devia um pedido de desculpas ao amigo. Uma gargalhada chamou sua atenção. Era Poncho que insistia em fazer cócegas em Maite.
Maite: (rindo) pára... ai... Não estou agüentando...
Christian: Ei Poncho... Está maluco ou o que? A Mai está internada... Está frágil e vc fica aí, judiando da coitada...
Poncho: Ai olha como ele está com ciúmes... Quer que eu faça cócegas em vc também? (estende as mãos ameaçadoras para Christian)
Christian: Nem sonhe com isso cara... Não gosto dessa folia de macho me encostando.
Anahí: Parem já os dois. Estamos em um hospital... portanto, nada de zona.
Mas todos riam... Apenas Dulce mantinha o olhar longe e o sorriso triste. Maite se indagou o que teria acontecido. Chris lhe parecera do mesmo jeito. Uma luz de esperança acendeu-se em seu coração, mas apagou-se depressa. Chris havia lhe dito que eles estavam bem. Não tinha porque não acreditar. Sorriu para os amigos. Estava contente de tê-los ali. Eram uma família novamente.

Uma semana e meia depois, Maite finalmente deixou o hospital. Parecia outra... Estava corada e parecia bem consigo mesma, embora seus olhos ainda se iluminassem ao ouvir falar de Chris e seu coração ainda se acelerasse quando ele estava por perto. A notícia de que ela estava saindo do hospital foi aplaudida por todos os seus colegas de elenco e de grupo. Poncho afirmou que aquela data não podia passar em branco. Tinham que comemorar. Anahí sugeriu que dessem uma festa do pijama na casa de Maite, só para os integrantes do RBD. Foi complicado a princípio fazer com que Christopher aceitasse passar a noite toda na companhia de Dulce, porém ele acabou topando. Pelo bem de Maite, como ele não cansava de ressaltar.
O horário marcado para reunirem-se era meia-noite. Enquanto o horário não chegava, Dulce estava jantando com Memo em um pequeno e sossegado restaurante em uma zona mais afastada da cidade. Ele parecia abalado. Desde que lhe revelara a doença, estava sempre com olheiras, sinal de que passava a maior parte das noites em claro. Dulce olhava para ele e sentia um misto de pena e raiva. Pena pelo fato de que ele morreria em breve e raiva, por ter que abrir mão da sua felicidade por causa dele. Por diversas vezes sentira-se tentada a procurar outros médicos. Não é possível que não pudessem fazer nada pelo caso dele, mas Memo sempre dava um jeito de dissuadi-la. Afirmava que seu médico era um dos melhores do ramo e até levara Dulce para conversar com ele. E agora estavam ali na mesa, um de frente para o outro, totalmente desanimados. Passaram a maior parte do jantar em silêncio.

Quando já estavam na sobremesa, Memo tirou uma caixinha do bolso e ofereceu-a a Dulce. Ela sentiu seu coração quase parar. Antes de abrir a caixinha já sabia o que estava ali dentro e teve vontade de atirá-la longe. Limitou-se a sorrir e a fazer uma expressão de surpresa.
Dulce: Mas Memo são alianças e...
Memo: (já colocando uma no dedo dela) Isso mesmo... Sabe que não me resta muito tempo. Quero me casar com vc o mais breve possível... Antes de morrer eu ainda queria ter um filho contigo.
Dulce: (arregalando os olhos) Casamento? Filhos? Mas eu...
Memo: (quase chorando) tudo bem... Se não quer eu entendo... Desde o primeiro momento eu já sabia que essa barra ia ser muito pesada. Tudo isso é o que eu mais desejo, mas se vc não quer, pode ir embora. Eu vou ter que aceitar.
Dulce: (culpada) Não é isso. É só que me assustei. Mas vou adorar me casar contigo. Pode marcar o casamento pra quando quiser.
Memo: Não vai por a aliança no meu dedo?
Dulce: Ah é mesmo!!! (coloca a aliança) Prontinho. Já somos noivos.
Memo beijou-lhe e ela teve que usar todo o seu autocontrole pra não se desviar da boca dele. A cada dia que passava tornava-se mais forte o asco involuntário que sentia quando estava perto dele. Deu graças quando ele se afastou e olhou no relógio.
Dulce: Desculpa meu amor, mas já tenho que ir. Tenho um compromisso inadiável.
Dulce saiu quase que correndo do restaurante. Memo ficou ali sentado, fumando e analisando-a a distancia. Como ela era graciosa... Perguntou-se a si mesmo se estava se apaixonando por ela. Afastou rapidamente esse pensamento da cabeça e tratou de pagar a conta e ir para casa.

O primeiro a chegar na casa de Maite foi Christian. Dez minutos depois e excepcionalmente pontuais, chegaram Anahí e Poncho. Dulce chegou logo em seguida, com uma expressão de fazer dó. Os garotos correram para a cozinha pra preparar algo para beberem. As meninas ficaram tricotando na sala e escolhendo os filmes que assistiriam. Maite sugeriu que antes dos filmes fizessem uma rodada de truco. A idéia foi acatada por todos. Dulce olhava toda hora para o relógio. Anahí percebeu e se incomodou.
Anahí: para com isso Candy. Parece que está com tique nervoso. O que tanto quer nesse relógio?
Dulce: não é nada não... Só estou estranhando por que já são meia noite e quarenta. Já era para o Christopher estar aqui.
Poncho: Normal ele se atrasar... Porque até vir da casa dele até aqui...
Dulce: Mas o prédio dele não é a uns cinco minutos daqui?
Poncho: Vc não sabe? Ele se mudou. Voltou a morar com a família por uns tempos.
Anahí: Ai aquele sítio da mãe dele é tão lindo!!! Qualquer dia a gente tem que dar uma passeada por lá. A comida da mãe dele é maravilhosa.
Christian: Interesseira né?

Dulce ficou em silêncio, intrigada. O que o teria feito se mudar? Será que é porque a achava tão insuportável que nem queria viver no apartamento onde tinham tido tantos momentos legais? Respirou fundo tentando afastar tal idéia. O interfone soou e dessa vez era Chris. Ele entrou no apartamento todo animado, com cara de quem não podia estar melhor (é! Ele fingia bem). Estava lindo. Com uma camisa preta semi-aberta e com as mangas dobradas e uma calça jeans. Dulce prendeu a respiração quando o viu. Ele estava bronzeado de sol e com um sorriso reluzente. Cumprimentou a todos fervorosamente. Apenas com ela ele foi frio. Deu-lhe um oi de longe e pronto. Dulce teve vontade de chorar. Olhou para o pulso dele e não viu a pulseira. Ficou ainda pior. Não tinha como saber como ele sofrera para conseguir tirá-la e que mesmo depois que a tirara não conseguia ficar longe dela, motivo pela qual a trazia bem guardada na sua carteira. Ela abaixou os olhos, sentindo-os úmidos. Ele já a esquecera. Trancou-se no banheiro, tentando se recompor. E minutos depois, quando saiu de lá já havia conseguido dominar os sentimentos. Entrou na sala e viu Chris conversando animadamente com Anny. Quando a viram, os amigos trataram logo de dividir as duplas para o truco. Poncho e Anahí fizeram questão de ficar juntos. Maite e Christian formaram outra equipe... E Chris e Dulce não tiveram outra escolha se não jogar juntos.
O jogo estava ocorrendo animado. Muitas gargalhadas, muita diversão e um ou outro olhar disfarçado entre Chris e Dulce. A algazarra piorou no instante em que perceberam Christian trapaceando. Maite tentou defendê-lo, mas os outros caíram matando em cima. A confusão só se resolveu quando o interfone tocou, anunciando a chegada de uma nova pessoa. Era Deborah.

Anahí olhou fuzilando de ódio para Poncho. O que aquela arreganhada fazia ali? Alfonso baixou a cabeça, sem coragem para sustentar o olhar de Anahí. Deborah entrou apartamento adentro e sorriu para todos, atenciosa. Quando viu Chris, pulou no pescoço dele.
Deborah: Oie povo! Chris!!! Não acredito que te encontrei por aqui. Que lindo vc está. Aliás, vc sempre é lindo! Já estava com saudades de vc. Ficou de me ligar e nada né?
Chris: Oi minha linda... Desculpa, mas é que não deu tempo mesmo. (olha para Dulce e abraça Deborah) Mas é muito bom ver vc... Muito bom mesmo
Dulce crispou-se de ódio. Bem que Anahí lhe avisara que aquela garota era uma oferecida. Lançou um olhar de puro ódio para aquela vaca, mas ela continuou sorrindo candidamente para todos. Anahí percebeu o olhar de Dulce e a apoiou. O olhar das duas se cruzou por um momento, e através dele elas contaram uma para a outra toda a raiva que estavam sentindo. Foi nesse instante que Deborah avistou Alfonso, tomando uma tequila ao lado de Christian e correu para lá.
Deborah: Alfonso! Adorei seus amigos... Achei que vc não ia se importar se eu viesse pra cá. Afinal o Mateos foi passar a noite na casa da sua mãe e eu não queria ficar sozinha.
Poncho: (constrangido) Não tem problema nenhum não.
Anahí: Parece que vamos ter galinha para o jantar...
Deborah lançou um olhar de reprovação para Anahí. Aquela irritante ainda ia se ver com ela. Maite percebeu o clima tenso no ar e tratou de desanuviá-lo.
Maite: E então gente... Vamos voltar a jogar?
Todos se uniram em volta da mesa e Deborah ficou sobrando.
Christian: Ihhh!!! Agora faltou par.
Dulce: Eu acho que a Deborah senta e espera. Chegou por último não foi? Não temos culpa que os casais já estavam formados. Tenho certeza de que vc não vai se importar, não é queridinha?
Deborah: Ah... Eu queria tanto jogar....
Poncho: (levantando-se) Então pode jogar no meu lugar e...
Anahí: (puxando-o novamente) E nada... Senta aí e fica quieto.

Chris: (para enciumar Dulce) Ai Debby. A gente já tá terminando. Se vc esperar mais um pouquinho, prometo que faço tudo o que vc quiser pelo resto da noite.
Deborah: (fazendo biquinho) Mas eu queria ver então.
Chris: Então vem aqui sentar comigo vem.
Dulce: (descontrolando-se) De jeito nenhum... (ao perceber que todos os olhares voltaram para ela) Quer dizer... E se ela está só querendo espiar pra poder entregar o jogo?
Anahí: (dando força pra amiga) É isso mesmo. Tem razão. Sinto muito Debby querida... Mas ou espera ou vai embora.
Deborah olhou para Dulce e Anahí com raiva. Continuou sorrindo lindamente, no entanto. Elas podiam ter ganhado aquela, mas ia ter volta. Ah se ia. Respirou fundo e sentou-se no sofá, pra esperar que a partida terminasse.

O primeiro filme que resolveram assistir era de suspense. “O exorcista”. Estavam com os olhos grudados na TV. Anny estava acomodada no colo de Poncho e quase acabava com o braço dele em alguma cena mais assustadora. Chris estava sentado entre Deborah e Dulce. Deborah estava escarrapachada em seu colo e aproveitava cada nova cena para se aproximar mais. Dulce do outro lado, nem se mexia para não encostá-lo. Entretanto, estavam muito conscientes da presença um do outro ali. Era como se houvesse um fio de eletricidade desencapado ali, disposto a dar curto a qualquer momento. Nem conseguiam prestar atenção no filme. Ficavam se medindo com o canto dos olhos. Maite e Christian estavam deitados no chão, mas estavam tranqüilos, porque para infelicidade de Christian, Maite não tinha medo daquele tipo de suspense. Em uma cena um pouco mais forte, sem querer, Dulce aproximou-se mais de Chris. O braço dele ficou roçando o seio dela. Aquele toque estava fazendo estragos nos dois. Sentiam-se pegar fogo. Chris fechou os olhos. Já havia desistido de prestar atenção no enredo. Sabia que estava no seu limite. Qualquer hora ia se virar para Dulce e não mais se responsabilizaria por seus atos. Mas precisava ser forte. Tinha que resistir. E então ela se mexeu de novo, e a mão dele ficou imprensada na coxa dela. Ele não tinha como escapar, com Deborah atirada pra cima dele. Aliás, o perfume dela o estava irritando. Virou o rosto para o outro lado e sentiu a fragrância suave que emanava dos cabelos de Dulce. Fechou os olhos e aspirou aquele aroma. Realmente estava perdendo o controle. Empurrou Deborah e se levantou. Precisava sair dali. Foi até a cozinha tomar um pouco de água.

Anahí e Poncho estavam tão preocupados em se amassar em um pequeno divã, tentando ir contra a teoria da física de que dois corpos não cabem no mesmo lugar do espaço, que não perceberam ele se afastar. Estavam presos no idílio deles dois. Maite e Christian também não perceberam. Estavam com os olhos arregalados, pra não perder nenhum centímetro do filme. Dulce percebeu, mas fingiu que nem notou. E Deborah esperou alguns segundos e correu atrás dele.

____________NA COZINHA___________________
Deborah: Ai Chris... Não vai continuar assistindo o filme?
Chris: (encostando-se na pia) Vou dar um tempo aqui na cozinha. Mas pode ir lá que já já eu vou.
Deborah: (pegando uma maça na fruteira) Acho que eu vou ficar aqui te fazendo companhia. (aproxima-se dele e o imprensa contra a pia e estica os braços em volta dele, abre a torneira) Calma... Eu só estou lavando minha maça. (retira os braços e morde a maça, mas continua imprensando-o) O filme não tem graça sem vc.
Chris: Achei que vc gostava era do Poncho.
Deborah: E gosto... Mas enquanto ele banca o durão... não vejo porque não posso me divertir com você.
Chris: (tentando escapar) Olha Deborah... Não me leve a mal... Mas eu quero ir lá e terminar de assistir o filme.
Deborah: (impedindo-o de escapar) Prefere ir lá a ficar comigo?
Chris: Olha... Eu não quero ser indelicado com vc, mas vc não é o meu tip...
Chris parou de falar ao perceber que Dulce estava parada na porta, acompanhando tudo. Envolveu então Deborah em um abraço apertado e falou o mais alto que conseguiu, para ter certeza de que Dulce estava ouvindo.
Chris: Como eu estava te dizendo Deborah... Vc não é o tipo de mulher que eu deixaria escapar... É simplesmente a garota mais linda que eu já conheci. E olha que eu trabalho com artistas de TV, mas nenhuma chega aos seus pés. Nenhuma entendeu?
Deborah: Tudo bem gatinho... Eu entendi... Mas não precisa gritar né? Eu não sou surda. Agora vem cá, vem.
Deborah o beijou, Chris, no entanto, continuou de olhos abertos olhando para Dulce. Pra ela ver que ele não sentia a menor falta dela. Viu quando Dulce saiu correndo da porta e ficou confuso. Se ela não o amava, porque ficara tão perturbada? Só então se deu conta de que ainda beijava Deborah. Tratou de desvencilhar-se dela bem depressa. Realmente aquele perfume dela estava lhe revirando o estomago. Ela o olhou assustada e levemente irritada.
Deborah: E agora o que foi?

Chris: Sabe o que é? É que eu acho que a gente não tem nada a ver... Sei lá... acho que nossos beijos não combinam. Então eu vou voltar lá pra sala e vou terminar de ver o filme tá?
Deborah olhou para ele e balançou a cabeça. Que garoto mais esquisito. Será que era gay? Mas não parecia. Tá certo de que ele era bonito e se vestia bem, mas ele namorara a ruivinha. Então não era viado. Mas vai saber né? Mordeu a maça e sacudiu os ombros. Não lhe importava. Só importava Alfonso, e tinha certeza de que ele não jogava no mesmo time que ela.

Dulce fixou seu olhar na TV, mas não conseguia esquecer da cena que vira na cozinha. Como Chris pudera esquecê-la tão depressa? E o que ele via naquela lambisgóia? Dissera que ela era linda. Na certa estava precisando de óculos. Nunca vira criatura mais estranha. Nem bunda tinha. Percebeu pelo canto do olho quando ele entrou na sala novamente. Fingiu que nada estava acontecendo. Estranhou que Deborah não entrasse atrás dele. Dessa vez ele se sentou longe e também olhou fixamente para a TV. O filme já acabara e eles haviam trocado por outro. Por um drama. Mas era tão chatinho que ninguém estava agüentando assistir. Maite jazia adormecida no chão. Christian também lutava contra o sono. Quando viu que seus olhos não paravam mais abertos, levantou-se e pegou Maite no colo e levou-a até a cama dela. Depois de cobri-la, apagou a luz e fechou a porta cuidadosamente. Entrou então no banheiro de um dos quartos de hospedes e foi tomar um banho. Poncho e Anahí há muito que já tinham se trancado em um dos quartos. Eles sim deviam estar aproveitando a noite. Sendo assim, só ficaram Dulce e Chris na sala, totalmente embaraçados. Deborah apareceu dali a pouco avisando que ia dormir e se apossou de outro quarto. Dulce torceu os dedos nervosa. Sabia que agora só tinha eles de acordados na casa. E o filme, por mais chato que estivesse, já estava acabando... E o que iam fazer depois? Estavam ambos preocupados, mas continuaram em silêncio. E o filme acabou. Chris aproximou-se do DVD e o retirou. A seguir desligou a TV. Dulce se apressava em acender as luzes. Olharam-se por fim.

Chris: Olha... Eu já vou dormir. Eu durmo no quarto onde está o Christian e vc no que está a Deborah, tá?
Dulce: Eu vou ter que dormir no mesmo quarto que aquela asinha?
Chris: Não tem escolha.
O corredor era super largo, entretanto, mesmo assim conseguiram se esbarrar. Ficaram se olhando por uns instantes e então Chris quebrou o clima.
Chris: O meu quarto é pra lá.
Dulce: E o meu é pra cá.
Foi cada qual para o seu lado, mas de repente, Dulce voltou contrariada. Entrou no primeiro quarto aberto que viu.
Chris: (já sem camisa) O que faz aqui?
Dulce: É que a Deborah se trancou no quarto, então não tenho como entrar lá. Vou ter que dormir aqui com vc e o Christian.
Chris: Então vai ter uma surpresa, porque o Christie resolveu que ia dormir no quarto da Maite... Pra caso ela precisasse de alguma coisa. Disse que ela ainda está muito fraca...
Dulce: Eu sei bem o que ele estava querendo. Mas e agora?
Chris: Agora nada... Eu pego essa cama aqui e vc pega aquela. É isso. (abre um armário) Toma um travesseiro.
Dulce: Nossa! Vc conhece bem isso aqui hein? Ah... Esqueci... Vc já namorou a dona da casa...
Chris: Se vc não se incomodar, fica de boquinha fechada. (começa a tirar a calça)
Dulce: Vc vai tirar a roupa?
Chris: Qual o problema? Não é nada que vc nunca tenha visto. Agora dá um tempo. Porque não tira a sua também? Eu sei que vc curte dormir bem a vontade... (vê a expressão chocada de Dulce) Ou o seu noivinho não gosta?
Dulce: Como sabe que estou noiva?
Chris: Não sou cego. Estou vendo essa coleira gigantesca no seu dedo de longe.
Dulce: (inconscientemente escondendo a mão) Nossa não sabia que estava tão visível assim.
Chris: (aproximando-se) Quer saber? Que bom que está noiva. Foi melhor assim.
Dulce: (franzindo a testa) Foi?

Chris: Foi. Porque pensando bem, vc combina com aquele golerinho franguero. E eu estou bem melhor sozinho. Sabe as vezes eu penso... Perdi tanta coisa legal enquanto estava contigo. Tanta balada... E agora posso aproveitar tudo. Acho que a gente nunca ia dar certo Dulce. Eu ia enjoar logo da vida de comprometido. Isso não é pra mim, sabe?
Dulce: (tentando engolir as lágrimas) Tem razão. Eu estou mais feliz do que nunca agora que estou noiva. Não poderia ter arranjado marido melhor. Agora se não se importa vou dormir.
Dulce sentia-se em cacos quando deitou na cama e fechou os olhos. As palavras dele ressoavam em seus ouvidos. Percebeu quando ele apagou a luz e se deitou. Ficaram ambos ali deitados, na escuridão. Mas nenhum conseguiu dormir. Estavam perto demais um do outro. E aquela proximidade os afetava muito. O dia já estava amanhecendo quando finalmente conseguiram dormir. Seus travesseiros estavam úmidos pelas lágrimas silenciosas que haviam derramado.