Fanfic: [EXCLUIDA]

Os meses estavam passando depressa. A novela já chegava ao seu fim. Em pouco tempo começariam a gravar a terceira e última temporada. Estavam fazendo mais sucesso do que nunca no México e no exterior. E tirando Chris e Dulce que mal se olhavam, estavam se dando melhor do que nunca. Christopher pouco a pouco voltara a sua vida desregrada, amanhecia na balada, enchia a cara e trocava de acompanhante como quem troca de roupa. Ainda sofria por Dulce, mas fazia questão de não demonstrar isso, nem mesmo para Poncho e Christian. Os amigos, no entanto, o conheciam bem demais e sabiam o quanto ele sentia falta de Dulce. Já Dulce sempre sofria com os eternos casos de Chris e era no colo de Anahí que chorava... Em certas ocasiões lamentava-se com Maite também, mas Dulce não se sentia muito a vontade, porque não estava muito certa de que a amiga já esquecera da paixão por Christopher.
Aquela noite, Alfonso chegou cansado em casa. Tudo o que queria era um banho e depois uma cama. Tomou uma ducha fria e sentiu-se bem mais relaxado. Pensou em ligar para Anahí e convidá-la para dormir ali. Ainda pensava nela quando enrolou a toalha na cintura e entrou no quarto. Parou, sem poder acreditar no que via. Deborah estava na cama dele, deitada por sob os lençóis. Ela sorriu provocantemente quando o viu e abaixou os lençóis. E então Poncho se deu conta de que ela estava completamente nua.

Christian entrou sorridente no apartamento de Maite. Desde que ela ficara internada haviam se tornado grandes amigos. E ele estava cada dia mais apaixonado. Mas nunca dizia nada. Ela riu quando o viu. Que cabelo roxo era aquele?
Maite: Christian... Vc está parecendo uma beterraba!!! Mas eu te juro... É a beterraba mais sorridente que eu já vi.
Christian: Isso... Tira bastante onda... Não viu que só pintei o meu cabelo de roxo para combinar com essa sua juba azul?
Maite: (fingindo-se de zangada) Juba? E eu lá tenho juba? Meu cabelo não é uma juba tá bom? Pode dizer que o meu cabelo não é um juba.
Christian: (rindo) Mas seu cabelo é sim uma juba! E minha mãe me ensinou a nunca contar mentiras...
Maite: Ah é? É assim? Pois eu vou te matar de cócegas... Vai ver só. Só vou parar quando disser que o meu cabelo não é uma juba. Ouviu bem, sua beterraba gigante?
Maite estendeu as mãos para Christian. Ele saiu correndo e rindo. Ela o imprensou dentro do quarto dela. Quando finalmente conseguiu imprensá-lo, começou a atacá-lo por todos os lados. Ele caiu na cama, rindo e esperneando. Ela caiu por cima dele, rindo também. E então ficaram subitamente sérios. Christian a segurou pelos pulsos e a girou na cama, fazendo com que ela ficasse por baixo dele. O momento que tanto havia esperado chegara e não podia mais resistir. Colou seus lábios nos dela. Uma teia de sensações novas o invadiu. Sentia seu coração disparado. Maite o correspondeu com intensidade a principio. Mas logo se deu conta do que estava acontecendo. Empurrou-o de pressa e estalou um belo de um tapa no rosto dele. Ele a olhou chocado e ela, levantando-se depressa, gritou.
Maite: Vc é como os outros. Só quer se aproveitar de mim!

Poncho ficou sem palavras diante de Deborah. Não havia o que dizer. Seu cérebro ordenou que saísse depressa daquele quarto, antes que algo pudesse acontecer. Mas suas pernas, recusavam-se a obedecer. Continuou parado no mesmo lugar, sem conseguir se mexer. Deborah ficou de gatinhas na cama enquanto fazia gestos com a mão para que ele se aproximasse.
Deborah: Venha... Tudo isso é pra vc. Estou só te esperando.
Poncho continuou mudo, parado no mesmo lugar. Seu sangue fervia. Viu quando ela pegou um porta retratos com a foto de Anahí e virou ao contrário. Aquilo enfureceu-o. Ver aquela mulher na cama, em um lugar que era reservado para Anahí lhe tirou do sério. Olhou para Deborah e mais do que nunca percebeu o quanto ela era vulgar. Estava se comportando pior do que uma vadia. Sentiu nojo. Finalmente conseguiu se mover e aproximou-se. Deborah aproveitou a deixa para puxar a toalha dele. Ele tentou recuperar a toalha, mas ela a escondeu atrás de si.
Deborah: Se quiser, vem buscar...
Poncho: Eu não estou pra brincadeiras. Devolva já isso.
Deborah: Não vai vir aqui pegar o que é seu?
Poncho: Olha bem Deborah! Eu não quero nada contigo... Não quero saber de vc. Eu tenho minha namorada e estou muito feliz com ela. É isso.
Deborah: Toca aqui, toca...(tenta colocar a mão de Poncho em seu seio, mas ele não deixa) Por que não quer?
Poncho: Porque odeio coisas fáceis. Coisas que qualquer um pega... Vc não tem vergonha? Olha pra vc... Está se comportando pior do que uma prostituta.
Deborah: Se quiser que eu saia daqui vai ter que me tirar.
Poncho: (gritando) Olha bem, sua vadia. Eu estou cheio de vc. Se não sair daí agora mesmo, vou contar tudo para os seus pais. Não sem antes te dar uns tabefes. E olha que minha mão é pesada.
Deborah: Vc não teria coragem de fazer isso.
Poncho: A não? Quer ver se eu não tenho? (estende a mão para lhe dar um tapa)

Deborah: (levantando-se e cobrindo-se com o lençol) Não precisa. Já estou saindo. Desculpa qualquer coisa, mas não conta nada para os meus pais. Por favor. Juro que isso nunca mais vai se repetir.
Deborah saiu de cabeça baixa do quarto. Por dentro, entretanto, estava fervilhando de ódio. Como ele ousara recusá-la? Nunca ninguém tinha se atrevido a tanto. E se ele achava que estava mesmo livre dela, estava muito enganado. Ela ainda não se dera por vencida. Colocara na cabeça que o queria e agora o teria. Não importava o quão baixo tivesse que descer.

Christian ainda olhava chocado para Maite. Aquilo não podia estar acontecendo. Esperara tanto pelo primeiro beijo dos dois e não podia acreditar que terminara daquela forma. Ela estava histérica a sua frente. Falava e gesticulava.
Christian: Desculpa Maite, mas eu achei que vc também queria. E eu não estava só querendo me aproveitar de vc.
Maite: A não? Então porque fez isso?
Christian: Sei lá... A gente estava ali... daí rolou um clima... Vc não fugiu e...
Maite: Isso não podia ter acontecido.
Christian: mas aconteceu. Não há nada que possamos fazer.
Maite: Vc me disse que acreditava na amizade pura entre um homem e uma mulher. E olha o que faz. Isso é amizade pra vc?
Christian: (levantando-se e gritando) Quer saber de uma coisa? Eu acredito sim nisso. Mas no nosso caso, nunca foi só amizade. Não pra mim. Eu sempre fui perdidamente apaixonado por vc. Eu te amo. O que quer que eu faça? Tem noção de quantas coisas eu deixei de fazer por vc? Meu deus... Eu parei de fumar... parei por causa de uma promessa que fiz quando vc estava mal no hospital. Eu deixei de encher a cara nas baladas e pegar todas. Fiz isso pra que vc me olhasse. Pra que eu tivesse uma chance com vc.
Maite: Eu nunca te pedi nada.
Christian: Eu sei que nunca pediu. Mas pensei que se eu me esforçasse muito, quem sabe vc me desse moral.
Maite: Desculpa Christian. Eu não devia ter falado assim com vc... Mas é que essa história me deixa confusa...
Christian: Deixa eu te ajudar então. Deixa-me ficar do seu lado. Eu te amo!
Maite: Sinto muito Christie... Mas eu ainda não estou pronta pra me envolver com ninguém. Ainda é muito cedo.

Christian: Muito cedo? Essa é boa. Vc ainda ama o Christopher?
Maite: não. Não amo mais. Mas é que ainda não chegou a hora de....
Christian: Vai se esconder pra sempre no medo que tem de se apaixonar novamente?
Maite: Eu não estou me escondendo e nem tenho medo de nada. É só uma opção minha. Quero ficar sozinha por um tempo... Só isso.
Christian: Quer saber? Eu desisto de vc. Agora percebo que vc nunca vai me dar valor. Nunca vai querer ficar comigo. Eu estou indo embora... mas quero que fique aí e pense no que está fazendo com a sua vida. Adeus.
Maite ficou olhando Christian sair do seu quarto sem um gesto para impedi-lo. Quando ouviu o barulho da porta sendo fechada com força, cerrou os olhos. Estava fazendo a coisa certa não estava? Não queria iludi-lo. Mas então, porque se sentia tão mal? Passou os dedos pelos lábios. Ainda podia sentir os lábios dele ali. Perguntou-se pela primeira vez o que sentia por ele. Amizade é claro. Era por isso a sensação de vazio deixada desde que ele fora embora. Aquele vazio era a perda de um amigo. Tinha que ser isso. O que mais poderia ser? Mas será que amigos beijavam tão bem assim? Mas que droga! Onde está com a cabeça Maite? É só amizade e ponto. Não se fala ou pensa mais nisso.