Fanfic: [EXCLUIDA]

Poncho chegou sozinho na casa dos pais. Anahí ficara em casa descansando. Ele também achara melhor não trazê-la. Queria evitar confusões com a prima, que também viera. Alias Poncho mal podia suportar a presença dela agora. Era tão vulgar... tão oferecida. Tinha nojo só de olhar. Começava mesmo a achá-la feia. Na verdade todo o encanto desaparecera quando ela mostrara quem era de verdade. Desde o dia em que a encontrara na cama dele, eles mal se falavam. Poncho torcia para que ela resolvesse ir embora do apartamento dele, mas não era o caso. E agora chegara na casa dos pais e dera de cara com ela. Como Deborah descobrira que era pra lá que ele viera?
Depois do almoço, recolheu-se na biblioteca. Queria ligar para Anahí. Ouviu o barulho da chave girando na fechadura e virou-se. Era Deborah. Poncho fechou os olhos. Não era possível que ela fosse voltar a carga.
Poncho: (irritado) Me devolva a chave.
Deborah: (colocando a chave no sutian) Pega!
Poncho: Para com isso. Devolva logo. Quero sair daqui. Vc está me enchendo o saco.
Deborah: (aproximando-se dele) Ah é? Tá aqui a chave. (estende para Poncho)
Poncho projetou-se para alcançar a chave. Deborah entretanto foi mais rápida. Tratou de agarrá-lo. Alfonso ficou sem reação. Ela o beijava e o apertava. Quando enfim conseguiu se mexer, Poncho tentou empurrá-la, mas ela não o largava. Ele desistiu de ser delicado e deu-lhe um belo safanão. Ela o soltou enfim e ele desceu-lhe um belo tapa na cara. Ambos se olharam chocados.
Poncho: Vc pediu por isso.
Deborah: Vc não devia ter feito isso. Vai se arrepender muito. Cuidado... As coisas com aquela chata loira podem não ir tão bem quanto pensa.

Poncho ficou assustado com a ameaça dela. Mas ela não podia estar falando sério. Então de súbito lembrou-se de Nataly. E se as duas fossem da mesma laia? Era melhor se precaver. Teria uma conversa séria com Anahí. Ah se teria! Deborah atirou a chave no rosto dela. Ele fez uma mesura zombeteira para ela e se retirou dali. A seguir despediu-se com pressa da família e dirigiu a toda para a capital. Fazia-lhe mal respirar o mesmo ar que aquela vadia.

Dulce se olhou no espelho do camarim. Estava magnífica. Porém sentia-se extremamente infeliz. Billy, o estilista fazia os últimos retoques no seu vestido de noiva. Como ela não tinha tempo pra nada, estava fazendo isso ali na televisa mesmo. Ajeitou cuidadosamente o véu sobre a cabeça. Aquele vestido queimava por sobre sua pele. Tinha o mesmo efeito que um uniforme de presidiário. Era com ele que entraria em uma prisão. A prisão de Memo.
Billy: Ai... Vc tá uma maravilha!!! Ai ai... Uma verdadeira obra prima... Divina. Mas o que é isso aqui? Ai... Para tudo... Isso tá horrível. Preciso retocar isso aqui... Deixa eu por uns alfinetinhos tá minha querida... Ai!!! Que desastre!! Sumiram os alfinetes... Será que os deixei no carro? Querida... Eu vou lá ver... Fica aí um pouquinho e não se mexe. Está divinissima!!!
Billy saiu dando pequenos pulinhos do camarim. Dulce aproximou-se mais do espelho e ajeitou o decote. Olhou para a estampa levemente floral do vestido e teve vontade de rasgá-lo. Faltava uma semana para o casamento e pensar nisso a agoniava. Olhou para o espelho mais uma vez e teve um choque. Virou-se devagar. Chris estava parado na porta, olhando-a fixamente.

Chris não saberia dizer o que o levou até ali. Havia acabado de gravar. Vinha distraído pelo corredor, desatando o nó da gravata quando fora atraído para aquele camarim. Quando se deu conta, já estava na porta e olhava chocado para Dulce. Ela estava linda vestida de noiva, mas aquilo lhe provocava uma dor profunda. Toda a dor que passara com a rejeição dela voltava e tona e se refletia em seus olhos. Não conseguiu sair dali. Era como se um imã invisível o prendesse. Ela percebeu sua presença e virou-se devagar. Os olhos dela eram espelhos dos dele. Também havia dor ali. Por um momento perguntaram silenciosamente um para o outro porque eles não tinham dado certo. A saudade era enorme... e a dor mais ainda. Dulce ficou paralisada olhando para ele. Chris ordenou às suas pernas que o levassem para longe dela, mas ao invés disso, elas o aproximaram ainda mais de Dulce. Ele estendeu a mão e tocou no véu dela. Levou-o a boca por um instante. Não falavam nada, mas seus olhos diziam tudo. A respiração de Dulce tornou-se entrecortada. Chris largou o véu e tocou-lhe o rosto. Suavemente, quase com receio. Dulce fechou os olhos para poder sentir melhor aquele toque. Quando os abriu novamente, Chris continuava olhando para ela e uma lágrima solitária descia-lhe pela face. “Por que?” seus olhos perguntavam insistentes... Instintivamente, Dulce aproximou-se mais dele. O vestido dela farfalhou suavemente, mas eles não ouviram. Estavam presos no encanto que os envolvia. Chris projetou-se em direção a ela. Suas bocas se encontraram famintas. O rosto dela molhou-se com a lágrima dele. Havia muita ternura naquele beijo... Tentavam mostrar um ao outro todo o amor que ainda sentiam. Suas bocas se moviam lentamente, saboreando cada segundo daquele contato. Seus corações batiam alucinadamente. A mão de Dulce procurou a de Chris e entrelaçou seus dedos com os dele. Beijavam-se esquecidos de tudo. A única coisa importante naquele instante era o amor intenso que sentiam... e que ficava cada dia mais forte, apesar da distância.

Quando finalmente suas bocas se separam, seus olhos continuaram presos um ao outro. Agora sabiam que ainda havia algo entre eles e que talvez houvesse para sempre. Seus dedos continuaram entrelaçados e seus corações ainda batiam descompassados.
Billy: Mas o que está acontecendo aqui? Não não e não... Minha querida isso não pode... Esse bofe maravilhoso não pode te ver. Dá azar ver a noiva antes do casamento. Ai! Deus que me livre e guarde de uma desgraça.
Dulce e Chris olharam para o estilista. A seguir voltaram a se olhar. Deram-se conta então do que haviam feito. Só agora a realidade abatendo-se sobre eles. Chris deu um passo para trás, afastando-se dela. Suas mãos continuavam entrelaçadas e eles hesitavam em soltá-las. Era o ultimo elo que os unia... Chris foi se afastando e Dulce ainda esticava o braço para adiar ao máximo a perda de contato. Suas mãos começaram a se soltar e apenas os seus dedos ficaram se tocando. Em pouco tempo nem isso. Havia agora, lágrimas nos olhos dos dois.
Billy: Meu querido... Você é muito lindo... Mas não pode ficar aqui... (puxa Chris pelo braço tentando levá-lo para fora, mas ele resiste) Céus... Tudo isso é músculo? Uau!!! (Chris se solta e o olha com cara feia) Ai desculpa... Não resisti. Mas agora vai ter que sair. Dulce minha querida! Eu entendo você... se eu tivesse um bofe desses só pra mim, também não ia querer largar por nada, mas não pode...
Dulce: Ele não é o meu noivo...
Billy: Não???????? Mas que desperdício... Sorte minha. (pisca para Chris que o olha com a cara mais feia ainda)
Chris: Dulce... Vc tem certeza do que vai fazer?
Dulce: Certeza? Eu...
Chris: Talvez ainda não seja tarde demais...
Dulce: Eu não posso... Sinto muito, mas estou nessa e tenho que ir até o fim.
Chris: (se alterando) Mas por que?
Dulce: (começando a chorar) Eu não posso largar o Memo... Ele precisa de mim!!!
Chris: (desconfiado) Precisa? Que história é essa?

Billy: Meus queridos!!! Sinto interromper, mas isso já está indo longe demais. Dulce... Vc já está chorando... Tem que se acalmar!!! E quanto a esse loiro lindo e sensual... precisa sair daqui... Mas será que antes de ir pode me dar o seu telefone?
Chris continuava olhando para Dulce, sem ouvir uma só palavra do que Billy lhe dissera. Dulce o olhou uma última vez e a seguir abaixou a cabeça. Estava se tornando doloroso demais olhar para ele. Sacudiu os ombros resignada. Sua decisão já estava tomada. Chris balançou a cabeça inconformado e então virou-se e saiu a passos decididos do camarim.