Fanfic: [EXCLUIDA]

Dulce ficou durante alguns segundos parada, olhando para o conteúdo da caixinha, que ao cair, havia se aberto e deixado a mostra o seu conteúdo. Levou a mão à boca por alguns instantes, abafando uma exclamação de espanto. Por fim, estendeu os dedos e tocou na caixinha, quase que com reverencia. Um sorriso começou a se desenhar em sua boca, e seus olhos tornaram-se úmidos de repente. Pegou a caixinha e virou o conteúdo dela na mão. Seu coração batia acelerado. Lembrava-se perfeitamente do que era. Nunca poderia esquecer. Fora naquele dia que tudo começara. Ficou olhando para a conchinha na palma da sua mão. Sem dúvida era a mesma que havia encontrado na praia no dia do primeiro beijo deles. Seu formato era por demais exótico para que fosse outra. Era a mesma. A mesma que deixara cair quando fora embora em meio à chuva. E Chris a guardara. As lágrimas de emoção rolavam por suas faces e caiam sobre a conchinha. Ali estava uma relíquia do amor deles. Era parte da historia deles. Lembrou-se daquela noite, já tão distante, e, entretanto tão vívida em seus pensamentos. A noite em que ela não conseguira resistir aos sentimentos que descobrira por Christopher. Lembrou-se dele pedindo para que ela o deixasse protegê-la. Ainda podia sentir o toque da mão dele no seu rosto. O sorriso quando lhe mostrou a conchinha. E podia sentir o beijo, a chuva... E como sentia... Aquele momento fora o desabrochar de um amor que só fizera crescer deste então.

Fechou a conchinha na mão e levou-a ao coração. Ainda podia sentir as ondas batendo leve nos seus pés, e a areia úmida e as lágrimas quando se fora... Ainda podia ouvi-lo chamando por ela desesperadamente. Nunca se esqueceria daquele chamado. Ele o perseguira a noite toda naquele quarto frio de hotel. Aquele fora o primeiro encontro e a primeira despedida dos dois. Jamais podiam imaginar, que haveria tantas depois... tantos desencontros... mas também tantos momentos felizes. Levou a conchinha aos lábios. Agora haviam se encontrado novamente. E desta vez não haveria despedida. Estavam juntos agora e estariam sempre. Sabia que dessa vez algo havia mudado... não sabia dizer o que, mas sentia-se diferente. Olhou uma última vez para a conchinha e guardou-a novamente na caixinha. Era hora de parar de lembrar do passado e olhar para o futuro. Mal podia esperar para abraçar Christopher. Sentia-o mais próximo de si agora do que jamais sentira antes. Como se ele vivesse um pouco dentro dela também. Levantou-se dali e voltou a colocar a caixinha no lugar de onde ela caíra. Respirou fundo e pegou tudo o que precisava. A seguir, deu uma conferida em todo o apartamento. Sentia-se mais forte agora... Capaz de enfrentar o mundo todo. Sorriu determinada e trancou o apartamento. Queria ir o mais rápido possível para junto do homem que amava.

Naquela mesma tarde, Christopher conseguiu a liberdade sob fiança. Mal podia acreditar que o hábeas corpus havia saído. Parecia abatido quando apareceu na recepção. A palidez do seu rosto contrastando com o alaranjado vivo do uniforme. Sentia suas pernas dormentes. Encostou-se em uma parede cabisbaixo enquanto tentava se recuperar. Ainda sentia dores pela surra que levara dos seguranças. A dor piorara ainda mais depois que ele brigara com Memo. Ergueu a cabeça devagar e olhou para a frente. Estavam todos ali: a mãe, os amigos. Mas ele só conseguiu ver Dulce... A sua Dulce, que estava com os olhos marejados de lágrimas e um sorriso enorme no rosto. Ela ficou olhando para ele com um misto de preocupação, felicidade e alivio no rosto. Não podia crer que ele estava livre. Chris abriu um sorriso para ela. Toda a fadiga desaparecendo naquele momento. Por ela, faria tudo de novo. Quantas vezes fossem preciso. Abriu os braços, e ela correu e se aconchegou nele. Era boa demais aquela sensação de tê-la junto a si. Os outros, apenas os observavam emocionados de longe. Dulce ria por entre as lágrimas. Ele estava livre. Ela comemorava tanto que parecia que ele ficara preso por décadas. Mas só eles sabiam como fora horrível ficar naquele lugar. As últimas horas haviam sido terríveis para eles, mas servira para que eles se redescobrissem. Dulce só saiu de entre os braços de Chris quando a mãe dele tocou-lhe o ombro, reclamando atenção. Aquilo tudo também fora muito difícil para ela. Chris envolveu-a em um abraço apertado, enquanto enchia o seu rosto de pequenos beijos. Ele não tinha palavras para descrever o quanto era bom estar ali. Pouco depois, os amigos aproximaram-se dele. Deram-se um grande abraço. Aqueles também eram sua família. Estavam unidos por toda a vida. Poderiam contar um com o outro pelo resto de seus dias.

Maite se esmerou para o jantar de comemoração pela liberdade de Christopher, que aconteceria naquela mesma noite, no sítio da mãe dele. Estava deslumbrante. Christian estaria lá. Mas é óbvio que ela não se arrumara para ele. Nunca faria isso. Não estava nem aí se ele a notaria ou não. Ela foi a última a chegar, e todos pararam para admirá-la. Menos Christopher e Dulce. Ele porque queria evitar problemas, uma vez que sabia do ciúme descomunal de Dulce e ela porque se preocupou em cuidar dele, para ver-lhe a reação. Chris apertou a mão da namorada e piscou-lhe. Cochichou no seu ouvido que ela não precisava se preocupar. Era a mais linda, e ele só tinha olhos para ela. Dulce sorriu envaidecida e respirou aliviada.
Christian sentiu-se sem ar ao ver Maite. Ela estava tão linda! Em seu intimo desejou que ela tivesse se vestido assim para ele. Mas que tolice. Ela mal lembrava que ele existia. E quando lembrava, lembrava dele como irmão. Disfarçou bem o seu fascínio. Virou-se para Angelique e roubou-lhe um belo de um beijo. Maite olhou desapontada. Sentiu uma súbita vontade de chorar. Mas porque? Não era possível que tivesse se apaixonado por ele. Fazia tão pouco tempo que conseguira esquecer Chris. Ainda não se sentia pronta para um novo relacionamento. E, entretanto, desejou mais do que nunca estar ao lado de Christian naquele momento. Sofreu ao pensar que era pra ela estar no lugar que agora era ocupado por Angelique. Mas fizera por merecer. Respirou fundo e se aproximou do bar. Serviu-se de uma dose de whisky. Alfonso que também estava por ali preparando uma tequila a olhou assustado. Não era ela que nunca bebia? Mas Maite não estava nem aí para o que os outros estavam pensando. Sentia uma necessidade imensa de beber. Queria se sentir feliz... e também queria esquecer... queria esquecer de Christian. Precisava!

O jantar transcorria animado. Todas as atenções estavam sobre Christopher. Anahí, no entanto, sentia-se levemente melancólica. Estava com uma sensação ruim. Sentia que uma sombra aproximava-se para nublar-lhe a felicidade. Tentou e vão afastar tal presságio. Por fim, deu uma escapada para o jardim. Precisava de um pouco de ar puro. Caminhou lentamente por entre os canteiros de flores, as árvores e os arbustos. O jardim era enorme. Encontrou por fim o lugar que procurava. Era o seu recanto preferido daquele sítio. Adorava ficar ali, quando namorava Christopher. Na época ele ainda morava com os pais, o que a obrigava a vir sempre ali. Sorriu. O lugar era ainda mais lindo a noite. Tratava-se de um pequeno balanço, todo enfeitado, colocado abaixo de uma árvore imponente e próximo a um pequeno lago. Sentou-se no balanço e ficou observando o lago. Era uma visão linda, sem dúvida. As estrelas refletiam-se na água, e na escuridão, o lago parecia uma continuação do céu. Sem que se desse conta, uma lágrima correu pelo rosto de Anahí. Estava passando pelo melhor momento da sua vida, e tinha medo de que ele acabasse. De que tudo fosse um sonho e ela acordasse. Perdeu a noção de quanto tempo ficou ali. Só voltou a realidade quando sentiu um leve toque de lábios nos seus cabelos. Não precisou olhar para saber quem era. Reconheceria a sensação provocada por aquela boca em qualquer lugar. Sorriu para Poncho.
Poncho: Anny... O que faz aqui bebê?
Anahí: Eu estava precisando de um tempo longe daquela agitação lá dentro. Daí vim pra cá.
Poncho: Estava procurando por vc há um tempão...
Anahí: Olha... (aponta para o lago) Olha que lindo. Parece uma continuação do firmamento.
Poncho seguiu a direção do dedo dela e parou extasiado. Realmente o espetáculo era maravilhoso. Voltou a olhar para Anahí. Notou o brilho de uma lágrima no rosto dela.
Poncho: Anny... Vc está chorando? O que aconteceu? (enxuga a lágrima dela)
Anahí: Não aconteceu nada... Só estou com medo...
Poncho: Medo?

Anahí: Medo do futuro. Do que vem pela frente. Ai Ponchito! Tá tudo tão maravilhoso, que eu tenho medo que acabe. Não quero te perder nunca. Nem sei se ainda sei viver sem ti.
Poncho: Vc nunca vai me perder minha linda! Nunca!!! Porque eu também não sei viver sem vc. Te amo mais do que a mim mesmo! Olha... (aponta para o céu) Está vendo todas essas estrelas? Consegue contá-las?
Anahí: Não! É claro que não!!! São muitas...
Poncho: Eu sei... Mas o número delas não chega nem perto do meu amor por vc! (agacha-se perto do balanço dela e ergue o rosto para vê-la melhor) Vc é pra mim como o sol é pra tudo isso que vc está vendo, ou seja, sem vc eu não vivo.
Anahí: (emocionada) Ponchito!!! Eu também te amo!!! Nunca duvide disso.
Ficaram se olhando por um longo tempo. Os olhos cheios de lágrimas. Era tão intenso o que sentiam. Anahí abaixou a cabeça e a projetou em direção a Poncho. Beijaram-se apaixonadamente. Foram infinitas as coisas que se disseram naquele gesto. Muito mais do que as galáxias que compunham aquele universo que pouco antes eles observavam. Quando o beijo acabou, deram-se as mãos e voltaram a se observar em silêncio, numa confissão muda de amor.

Christopher e Dulce estavam que era só carinhos o jantar todo. Estavam muito felizes. Dava pra notar em cada sorriso que davam, em cada gesto que faziam. E os seus olhos... esses eram os que mais revelavam o amor deles. Ficaram praticamente todo o tempo com as mãos entrelaçadas. Chris deu-lhe a sobremesa na boca. E todos ficaram encantados vendo a cena. A mãe dele, os observava de longe. Quer dizer então que fora aquela ruivinha quem virara a cabeça do filho. Agora não tinha mais dúvidas de que nas vezes que acordara no meio da noite para ver se o filho estava bem, era por ela que o encontrava chorando, fitando o nada. Sentiu um aperto no peito ao lembrar-se dessas madrugadas. Mas tudo isso foi esquecido ao ver o brilho de felicidade nos olhos dele quando ele olhava para Dulce. Estava claro que haviam sido feitos um para o outro. Sabia que o filho havia se metido em uma confusão enorme para conseguir estar com a mulher que amava, mas não importava, desde que ele estivesse feliz. Christopher sussurrou alguma coisa para Dulce. Ela sorriu e a seguir o encheu de pequenos beijos. Sorriram. Era bom demais estarem juntos. Sem preocupações. É claro que ainda havia a ameaça de um processo no ar, mas eles não queriam pensar nisso naquele momento. Queriam só sentir a felicidade que os envolvia.
Dulce: Está feliz, meu amor?
Chris: Mais do que nunca Candy... Mais do que nunca...

A bebida já começava a afetar o raciocínio de Maite. Ela não havia bebido tanto, mas como não era acostumada, o pouco que bebera já estava provocando seus efeitos. Ela ria sem parar, mesmo quando não tinha nada de engraçado ocorrendo. Christian lançara vários olhares preocupados para ela, mas não comentou nada. O jantar já chegava ao fim, quando Maite levantou-se e ergueu uma taça de champanhe. Todos a olharam surpresos.
Maite: (tentando controlar o riso) Pessoal!!! Proponho um brinde a todos. Vamos brindar a liberdade do Christopher, um dos meus melhores amigos. Vamos brindar também ao casal do ano! Angelique e Christian. Eles ficam formidáveis juntos não acham? (dá uma leve cambaleada mas em seguida recupera o equilíbrio)
Poncho: isso!!! Um brinde.
Christian não podia acreditar no que estava ouvindo. Ergueu sua taça junto com os demais, mas o champanhe desceu seco na sua garganta. Podia ser areia, que ele não teria notado a diferença. Todos riam enquanto brindavam, menos Dulce e Anahí, que trocaram um olhar, preocupadas. Christian não podia mais ficar ali vendo aquela palhaçada. Saiu a passou firmes dali e refugiou-se em um canto parcialmente iluminado perto da piscina. Ainda segurava a taça nas mãos. Vazia. Sentia um misto de raiva e tristeza. E muita dor. O que Maite pensava que estava fazendo? Apertou tanto a taça, que o frágil metal rompeu-se entre os seus dedos, cortando-o. Ficou olhando para o sangue, como que hipnotizado. Seu coração também sangrava. Ouviu um barulho atrás dele. Virou-se. Era Maite que havia vindo atrás dele e tropeçara em uma espreguiçadeira. Olhou-a friamente.
Maite: Ah!! Então é aí que vc está!!!
Christian: O que vc quer aqui? Não está contente com sua ceninha lá dentro? Ou quer mais um brinde? Um brinde a Maite!!! (ergue os cacos manchados de sangue como se estivesse brindando e os deposita na mão dela, enquanto sorri amargamente).
Maite: Desculpa!!! Eu não devia ter feito aquilo. Mas eu fiquei fora de mim... Sei lá... Estava com ciúmes e não pensei direito...

Christian: Ciúmes? Do Chris e da Dulce?
Maite: Não! Ciúmes de vc e da Angelique. Estou acabada por ver vocês juntos a noite toda. Arrasada mesmo. (vê a cara de surpresa de Christian) É isso mesmo que vc está pensando... Eu precisei te perder pra descobrir o quanto estou apaixonada por vc.

Christian não conseguia acreditar no que estava ouvindo. A quanto tempo esperava que ela lhe dissesse exatamente aquilo. E no entanto... Seu coração batia acelerado, mas sua cabeça mandava que ele recuasse. Na certa ela estava apenas com o orgulho ferido. As lágrimas começaram a saltar dos seus olhos e ela estendeu a mão para secá-las. Com isso, deixou que os cacos que ele lhe dera caíssem no chão e se espatifassem ainda mais. Ambos olharam para o chão e ficaram observando o cristal moído no chão. Quando voltaram a se olhar, Christian balançou a cabeça em negativa.
Christian: Não Maite... Sinto muito, mas agora é tarde demais.
Maite: (começando a chorar) Mas porque? Por causa da Angelique?
Christian: Também... Mas o motivo principal é o seguinte. Está vendo esses cacos no chão? Vc despedaçou o meu coração do mesmo modo. E quando ele já estava em cacos, vc não se contentou e o espatifou mais ainda.
Maite: Mas eu...
Christian: Tente colar todos esses pedaços de novo. Acha que vai conseguir a mesma taça de antes? (Maite acena negativamente) Então... O meu coração é como esse cristal. Foi partido uma vez e agora nunca mais voltará ao normal. Sempre vai ter marcas. E eu não quero mais sofrer. Quero me reconstruir... E isso é impossível perto de vc.
Maite não soube o que dizer. Ficou olhando para ele por um longo tempo. A seguir baixou a cabeça e olhou para os cacos manchados de sangue. Sentia-se tonta pelo tanto que bebera. E mesmo assim, estava infinitamente triste. Perdera a sua oportunidade. E agora era ele que a estilhaçara.
Christian ainda não havia alcançado a porta, quando ouviu um barulho. Era Maite, que havia desabado dentro da piscina.

Quando Christian retirou Maite da piscina, ela demorou para voltar a si. Ficaram todos muito preocupados. Quando Anahí e Dulce tentaram arrastá-la para uma ducha gelada, ela saiu correndo e começou a gritar a plenos pulmões. Gritava, ria e chorava. Tudo ao mesmo tempo.
Maite: (aponta para Christian) Ele me chutou... Deu um pé bem no meu traseiro! Ele não quer ficar comigo!!! Não quer ficar comigo!!! Porque vc não quer? É por causa da Angelique é? (começa a falar com a voz arrastada) O que ela tem que eu não tenho?
Todos olharam penalizados para ela. Era uma triste figura. A mãe de Chris já preparava um café bem amargo. Dulce finalmente conseguiu segurar Maite, e a levou quase que arrastada para o chuveiro, com a ajuda de Anahí. Christian sentou-se num canto e tentou conter o choro. Nunca vira Maite daquele jeito, e era uma cena deplorável. Sabia que a noite estava acabada. Depois daquela cena, ninguém mais tinha ânimo pra nada. Angelique passou a mão por seus cabelos. Também sentia-se péssima por tudo aquilo. Ele a abraçou.
Christian: Angel... Minha linda... Desculpa todo esse transtorno.
Angelique: Mas eu não tenho do que te desculpar... Ninguém tem culpa disso. E eu não gosto de te ver mal. Eu fico mal também...
Christian: Mas dessa vez a Maite passou de todos os limites.
Angelique: Dá um desconto pra ela, gatinho. Ela tá bêbada. Eu nem sabia que ela era apaixonada por vc.
Christian: Essa é uma longa historia. Mas não quero falar sobre ela. Se incomoda se já formos embora? Eu te levo pra casa.
Angelique: Tudo bem meu amor. Deixa eu pegar a minha bolsa e dar tchau pra galera. Não chora... Vc não merece isso.
Christian: Vc é um anjo, sabia?
Angelique apenas sorriu e saiu atrás da bolsa. Poucos minutos depois, ela e Christian já estavam a caminho da cidade. Ele parecia ter a maior urgência de sair o mais rápido possível dali. Não queria encontrar com Maite quando ela saísse do banho. Ainda não estava pronto para isso.

Foram dormir quase ao amanhecer. Maite, apesar de todo o café que tomara não tinha melhorado quase nada. Tiveram que ficar um bom tempo cuidando dela. Anahí e Poncho já haviam ido embora também. Dulce e Chris se olharam exaustos quando finalmente ela dormiu. Só eles sabiam o quanto desejavam ficar sozinhos... Queriam muito matar a saudade. Mal fecharam a porta do quarto em que Maite estava, e Chris imprensou Dulce contra a parede do corredor.
Chris: Agora vc não me escapa coelhinha!!!
Dulce: (mordendo os lábios) E quem disse que eu quero escapar?
Chris não agüentou mais nem um segundo. Beijou-a com loucura. Ela correspondeu a altura. O fogo novamente chegava para consumi-los. Estavam cansados, mas nunca um para o outro. Dulce: (falando junto aos lábios de Chris) Onde é o seu quarto?
Chris estava preocupado demais em morder o pescoço dela para responder. Sem dizer uma palavra, começou a empurrá-la para o outro lado do corredor. Ouviram então alguém tossindo perto deles.
Sra Uckermann: Atrapalho alguma coisa?
Dulce e Chris separam-se depressa. Dulce não sabia onde enfiar a cara, que por sinal estava muito vermelha. Ficaria muito pior se pudesse ver o estrago que Christopher deixou no seu pescoço.
Chris: Mamãe... achei que a senhora já tinha ido dormir.
Sra Uckermann: Eu estou indo dormir. Mas é meio difícil com vcs na frente do meu quarto trancando a passagem...

Dulce: Desculpa!!! Olha... isso nunca mais vai acontecer... eu...
Sra Uckermann: Tudo bem minha querida... Eu não vi nada. Agora acho que está na hora de vcs irem dormir também. Querem um chocolatinho quente?
Chris: Não mãe. Não precisa.
Dulce: Ah eu queria sim... Amo chocolate...
Chris: Vc não quer não... Vc quer ir dormir logo, lembra?
Dulce: Mas é só um chocolatinho... Não vai demorar nada...
Chris: Vc tá de dieta lembra? Agora vamos?
Dulce: Dieta? Ah!!! É mesmo... dieta. Então vamos, coelhinho.
Sra Uckermann: Pode ir Chris... Eu mesma vou mostrar o quarto dela?
Chris: Mas mãe... Como assim? Ela vai dormir no meu...
Sra Uckermann: Não vai não... Essa é uma casa de respeito... Portanto, controle seus hormônios filho. Venha minha querida... Vou te mostrar seu quarto. E vc filho.... O que está esperando? Entra logo aí no seu quarto.
Christopher e Dulce se olhavam desesperados. Mais uma noite separados? Quando tudo o que mais queriam era o calor do corpo um do outro? Chris piscou para Dulce como que dizendo que depois ia dar uma fugidinha até o quarto dela. Ela mal pode disfarçar um sorriso de contentamento por isso. Deram-se mais um beijo, comportado dessa vez. E Chris entrou no quarto. Os planos deles pra mais tarde, foram frustrados quando a mãe dele trancou a porta e retirou a chave...
Sra Uckermann: (sorrindo para Dulce) Tem que cuidar né? Também já fui jovem... Conheço todos os truques. (passa o braço pelos ombros dela) Mas agora vem minha querida... Eu vou fazer o chocolate quente pra vc...
Dulce sorriu para ela. Chocolate quente? E ela lá queria chocolate quente? Queria o Chris isso sim. Sentiu vontade de gritar de raiva. Mas tratava-se de sua sogra. Tinha que andar na linha com ela.
Dulce: Vou adorar o chocolate quente...