Fanfic: [EXCLUIDA]

Acordaram todos por volta da hora do almoço. Dulce foi a primeira a se levantar e depois de um banho caprichado desceu as escadas correndo, atraída pelo aroma delicioso da comida que emanava pela casa. Quando chegou a sala de jantar, a mãe de Chris já estava pondo a mesa. Dulce se aproximou dela e sapecou-lhe um beijo na bochecha. Até que haviam se dado bem. Durante o chocolate quente da véspera haviam conversado muito e ela lhe mostrara todas as fotos de Chris desde que ele tinha meses de idade. Dulce se encantara. É claro que ela ainda se ressentia por não ter podido passar a noite com o namorado, mas fazer o que né? Tudo o que não tem remédio remediado está.
Sra Uckermann: Mas já de pé querida?
Dulce: Já? Nossa!!! Nunca levantei tão tarde.
Sra Uckermann: Mas é que vc foi dormir quando o sol já estava nascendo. Mas senta aí, minha filha. Já que os outros ainda não acordaram, vamos comer nós duas.
O almoço das duas transcorreu descontraído. Dulce volta e meia lançava um olhar esperançoso para a porta. Mal podia esperar para que Christopher cruzasse aquela porta. Estava morta de saudades. Mas ele estava demorando muito. Que droga! A mãe de Christopher continuava conversando animada, e Dulce entrou na dela. E a comida estava maravilhosa. Já estavam na sobremesa quando Chris entrou todo emburrado e deu um selinho em Dulce. Grunhiu um oi para a mãe.
Sra Uckermann: Bom dia filho!!!
Chris: Bom porque?
Dulce: Olha como fala com a sua mãe...
Chris: Ah não!!! Tudo o que eu precisava... As duas se uniram contra mim!
Sra Uckermann: Credo filho! Que mal humor é esse? Vai espantar a sua namorada desse jeito...
Christopher: desculpa! Mas é que eu dormi mal.
Dulce: Mas já passou meu lindo. Prometo que hoje vc vai dormir maravilhosamente bem. Agora vem coelhinho... Senta aqui do meu ladinho, senta? (ele senta) Agora me dá um sorriso vai? Um bem lindo. (Chris sorri amarelo) E agora eu quero um beijo. (ele dá um selinho nela) Ah! Mas assim eu não gostei!!! Quero um beijo de verdade.

Chris: (começando a se animar) Um beijo de verdade é?
Sra Uckermann: Na minha mesa não!!! Vão matar a saudade de vcs em outro lugar!!! A casa é enorme. Vão logo... Dá pra ver que mal estão se agüentando...
Chris puxou Dulce pela mão e saiu feito um jato dali. A mãe dele apenas balançou a cabeça divertida. Esses jovens!!! Virou-se para a mesa e voltou a comer a sobremesa.
O humor de Chris melhorou depois de alguns minutos com Dulce. E nem tinha como. Ela era a mulher mais maravilhosa do universo. Era única. Divertiram-se muito aquela tarde. Subiram em árvores atrás de frutas, como quando eram crianças. Passearam a cavalo e namoraram muito. No fim do dia, quando voltaram pra dentro de casa, felizes e sorridentes, deram de cara com Maite, que acabava de levantar.

Poncho acabara de sair do banho quando ouviu o toque da campainha. Devia ser Anahí. Enrolou uma toalha na cintura e passou os dedos pelo cabelo, tentando colocá-los em ordem. A seguir correu para a porta. Fechou a cara quando viu de quem se tratava.
Poncho: Não é possível!!! Vc não desiste nunca! O que está fazendo aqui?
Deborah: Nossa priminho... Vc está do jeitinho que eu gosto.
Poncho: Fora!
Deborah: Relaxa Alfonso... estou aqui na boa...
Poncho: Por acaso vc tem noção do problema que vai me arranjar se a minha namorada souber que vc sequer passou perto daqui?
Deborah: Ai não creio! Quer dizer que ainda está com aquela magrela desbotada? Mas tudo bem... Eu só vim mesmo pra buscar um perfume que eu deixei por aqui. Posso ir lá dentro pegar?
Poncho: Anda depressa! Por que minha namorada está chegando e eu não quero confusão.
Deborah: São só cinco minutinhos. Com licença, priminho.
Poncho aproximou-se da porta e ficou cuidando para ver se Anny não chegava. Se ela chegasse daria um jeito de distraí-la, até que aquela vaca saísse do seu apartamento. Deborah aproveitou a deixa e se enfiou no quarto dele. Sorriu. Precisava dar um jeito de tirar aquela loira de farmácia do caminho. Sabia que depois disso, teria todas as chances do mundo com Alfonso. Pegou na bolsa um batom diferente do que estava usando. Passou. Procurou uma camisa de Poncho e beijou a gola, deixando marcas. A seguir, retirou o batom da boca e tornou a passar a cor antiga. Pegou uma calcinha sua de dentro da bolsa e a colocou displicentemente jogada perto das cortinas, em um lugar onde ela não ficava tão a vista. Deu uma última olhada pelo quarto e sorriu. Estava tudo perfeito. Depois se dirigiu a sala, e olhou para Poncho com a cara mais normal do mundo.

Deborah: Já estou indo priminho. Viu como não doeu nada?
Poncho: E onde está o perfume?
Deborah: (abrindo a bolsa e pegando um frasco) Aqui, olha. Já vou indo então... Pra não te causar problemas... ou prefere que eu fique? (passa os dedos pelo decote sugestivamente)
Poncho: (engolindo o decote dela com os olhos) Ficar é? Não! Pode ir...
Deborah: (aproximando-se) Tem certeza?
Poncho: (tentando desviar o olhar e se afastando) Tenho! Tenho sim. E vá logo.
Deborah: Então bye bye meu lindo. Até qualquer dia.
Deborah saiu sorridente do apartamento de Poncho. Só tinha que esperar que tudo desse certo. Chacoalhou os cabelos e os jogou para trás. Estava se sentindo poderosa. Entrou no elevador e suspirou de satisfação. Do outro lado do corredor, Anahí, escondida atrás de uma planta, estava pálida de raiva. O ciúme a consumia. O que aquela bruaca tinha vindo fazer no apartamento do seu namorado? Respirou fundo. Precisava se controlar. Tinha que agir com inteligência. E confiar em Poncho acima de tudo. Pegou um espelhinho dentro da bolsa e conferiu a maquiagem. Quando tocou a campainha de Poncho, estava toda sorridente. Parecia outra.

Maite estava com uma dor de cabeça fenomenal. Mal conseguia se lembrar do que havia aprontado na véspera. Lembrava-se bem do episódio com Christian na piscina. Dos cacos... do cristal... E do fora. Mas depois disso, tudo ficara muito confuso na cabeça dela. A mãe de Christopher a estava tratando muito bem. Ficou conversando com ela, tentando encontrar uma posição em que sua cabeça não latejasse quando Dulce e Chris chegaram, numa felicidade de fazer inveja.
Maite: (meio desanimada) Oi pessoal. Só estava esperando vcs pra ir embora. Queria me despedir e agradecer por terem cuidado de mim.
Dulce: E vc está melhor?
Maite: Um pouco confusa e com dor de cabeça, mas vai passar... espero...
Chris: Vc se lembra de tudo o que aconteceu ontem?
Maite: Só até ter caído na piscina. Depois ficou tudo muito confuso. Eu fiz alguma besteira?
Dulce: Ai Maite... Deixa pra lá... Isso não vem ao caso.
Maite: Claro que vem. Podem me contar. Eu preciso saber de tudo tin tin por tin tin, pra ver se aprendo a não beber mais desse jeito.
Chris: Vc começou a gritar no meio de todo mundo que o Christie tinha te dado um fora.
Dulce: Chris... Isso lá é jeito de contar pra ela?
Chris: Mas eu estou até amenizando!!!
Dulce: (beliscando-o disfarçadamente) Chris!!!
Maite: Então pelo jeito o negocio foi feio mesmo né? Ai meu Deus... Onde vou enfiar minha cara agora?
Dulce: (abraçando-a) Calma... Vai ficar tudo certo... ninguém tá te condenando por isso.
Maite: Mas imagina como o Christian não deve estar?
Dulce: Acho que isso é uma coisa que vcs vão ter que resolver entre vcs.
Maite: Eu preciso ir. (pega a bolsa) Gente... Até depois. E obrigada por tudo.
Chris: (preocupado) Tem certeza de que está mesmo bem? Pra dirigir?
Maite: Nem se preocupe comigo. Beijos pra vcs... (atira beijos para eles) Até depois.

Chris e Dulce ficaram olhando para ela até que ela desapareceu de vista. A seguir se olharam preocupados. Ela não parecia nada bem. Dulce passou a mão de leve pelo rosto de Chris. Ele estava com a testa franzida de preocupação. Ela o abraçou, levemente enciumada. Ele percebeu e sorriu para ela. Ainda não entendia como ela não percebia que não tinha motivo para ter ciúmes. Ela era única em seu coração, em sua vida e em seus pensamentos. Beijou-lhe a ponta do nariz, mas ela continuava carrancuda. Então ele foi espalhando pequenos beijinhos pelo rosto e pescoço dela, e entre um e outro, ainda sussurrava o quanto a amava. Ela não conseguiu mais se fazer de durona. E sorriu para ele. Estendeu os lábios para ele implorativa. Queria um beijo de verdade. Ele começou a brincar com ela. Aproximava bem os lábios do dela e em seguida os afastava, deixando-a maluquinha. Ela não conseguiu resistir mais a tanta tentação. Segurou o queixo dele com a mão e obrigou-o a projetar-se até ela. Em seguida, o beijou longa e apaixonadamente. Chris passou seus braços em torno da cintura dela, fazendo com que ela ficasse colada nele. Ela estremeceu de prazer. Era tão bom estar ali com ele.
A mãe de Christopher chegou na porta para chamá-los para o café. Sorriu ao ver o carinho entre eles. Balançou a cabeça e sorriu contente. Foi embora sem que eles a notassem. Já tinha judiado demais daqueles dois. Não custava fazer vista grossa e deixar que fossem felizes um pouquinho.

Poncho sorriu ao ver Anahí parada na porta. Ela parecia meio estranha, mas lhe garantiu que não tinha nada. Fez com que ela entrasse logo e já lhe tascou um beijo. Ela se afastou dele, deixando-o desapontado.
Anahí: O que está fazendo só de toalha?
Poncho: Adivinha. Acabei de sair do banho né?
Anahí: E vc costuma atender suas visitas desse modo?
Poncho: Visitas? Mas eu estou atendendo vc... Quem mais eu atenderia assim?
Anahí: Não veio ninguém aqui hoje?
Poncho: (pensativo) Não. Não veio ninguém. Só vc.
Anahí: (desconfiada) Vc tem certeza?
Poncho: Mas é claro que eu tenho.
Anahí: Tudo bem... Se vc está falando eu acredito... Mas vamos mudar de assunto. E a sua mãe como está? Faz tempo que eu não vejo ela.
Poncho: Ela está muito bem. Também perguntou de vc um dia desses.
Anahí: E a Deborah? Nunca mais viu?
Poncho: (desviando o olhar) Não! Nunca mais eu vi.
Anahí: Ah então tá... Vai por uma roupa meu amor.
Poncho: Venha comigo aqui pro quarto... (puxa Anahí pela mão)
Anahí o seguiu intrigada. Não estava gostando nada daquilo. Era óbvio que Poncho a estava enganando. E odiava ser feita de palhaça. Sentou-se na beira da cama dele, enquanto ele andava de um lado para outro do quarto, se arrumando. Começou a dobrar umas camisas que estavam por ali. De repente, soltou um berro e levantou-se dali furiosa.
Anahí: Alfonso Herrera!!! Pode me explicar o que é isso aqui? (caminha em direção a janela e pisa em alguma coisa, abaixa-se e fica mais furiosa ainda) E isso também?
Poncho olhou para ela surpreso. Qual seria o motivo de tal escândalo? Ficou branco quando viu o batom na camisa e a calcinha no chão. Como aquilo tinha vindo parar ali? Olhou para Anahí, se saber o que responder.

Maite ficou um longo tempo deitada no sofá fitando algum ponto do teto. Sentia-se arrasada por dentro. Ainda podia se lembrar das palavras de Christian. Como pudera por tudo a perder daquele modo? E que hora mais imprópria ela escolhera para assumir o amor que sentia por ele. Mas que droga!!! Desde quando gostava dele? Desde que esquecera o Chris? Não. Devia ter sido depois, mas quando? Fechou os olhos e lembrou-se de todos os momentos que haviam tido juntos. Lembrou-se do quanto ele fora atencioso com ela no hospital. Estava sempre presente quando ela precisava. E ela, obcecada por Christopher, não vira nada. Nunca sequer reconhecera toda a dedicação dele. Lembrou-se do beijo deles. E de como estragara aquele momento mágico, que tinha tudo para ser lindo. Sentiu vontade de gritar de raiva. Como pudera fazer aquilo? Burra!!! Burra... Burra!!! Não havia outra palavra para defini-la. Era mesmo uma imbecil. As lágrimas começaram a rolar de seus olhos. Sentia-se muito só e vazia. Parecia que nada tinha sentido. Lembrou-se de Christian com Angelique e deu um soco em uma almofada. Tinha perdido. De novo. Até quando ela chegaria atrasada? Sentia-se num breu total e profundo. A esperança também a estava abandonando. E pensar que quase fora dele. Quase... E saber disso a incomodava... Porque se era "quase", havia ainda uma chance, e era essa chance que prometia alimentar os seus dias. Mas por deus... Não podia viver daquele modo... naquela incerteza... Não podia viver esperando. Levantou-se determinada. Não podia se dar por vencida. Tinha que ir a luta. Não podia desistir antes mesmo de ter começado.

Poncho estava lívido. Anny continuava olhando possessa para ele. Seus olhos faiscavam de puro ódio. Agora estava mais do que explicado o que aquela bruaca estava fazendo ali. E o porque ele escondera a visita dela. Sentiu um gosto amargo na boca. Nunca pensara que ele teria coragem de fazer aquilo com ela. As lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, mas ela nem percebeu. Estendeu a mão com a camisa para Alfonso.
Anahí: Não vai me responder? (ele continuou em silêncio) Não tem o que dizer não é mesmo? Não tem como justificar isso.
Poncho: Anny... Eu sei que vai parecer meio absurdo, mas eu juro que não sei como isso foi para aí...
Anahí: Tem razão Alfonso. É absurdo demais para o meu gosto. Nem precisa explicar, eu já entendi tudo. Mas porque? Por que? Ontem ainda vc me jurou amor eterno e infinito... E agora... agora...
A voz de Anahí falhou e ela olhou fixo para a parede tentando evitar que as lágrimas escorressem. Esforço inútil. Aquilo não podia estar acontecendo. Levou as mão ao rosto e cobriu-o para que Poncho não visse o seu sofrimento.
Poncho: Foi uma armação. Eu tenho certeza disso. Deve ter sido a Deborah...
Anahí: A Deborah?
Poncho: É... Ela esteve aqui... Disse que tinha vindo buscar um perfume. Eu fiquei lá na sala. Ela entrou sozinha aqui. Deve ter aprontado tudo isso.
Anahí: A Deborah... Mas vc mesmo disse que nunca mais tinha visto ela.
Poncho: Eu falei isso para não te chatear... Eu juro...
Anahí: Pra não me chatear, ou porque tinha motivos pra esconder esse encontro? Não fala nada não Alfonso! Eu já entendi tudo. Mas eu não sou o tipo de mulher com quem se fica brincando não. Faz um favor pra mim? A partir de hoje, me esquece...
Poncho: Anahí eu...

Não terminou de falar. Anahí já virara as costas e saíra. Ouviu o barulho da porta batendo. Olhou para a camisa que ela jogara no chão. Como pudera se deixar cair numa armadilha daquelas? Como pudera baixar a guarda daquela maneira? Deborah. Soubera desde o começo que essa mulher ainda lhe traria problemas. E agora estava tudo perdido. Anahí havia ido embora. Lembrou-se das palavras dela na noite anterior... “tenho medo de que tudo acabe”. Isso doeu dentro dele. Havia acabado. E como era difícil agüentar isso. As lágrimas escorreram por seu rosto. Não conseguia mais se imaginar sem ela. Não podia mais tê-la longe da sua vida. Precisava dela... E ela já não estava ali... E o provável é que nunca voltasse.

Christian ouviu o toque da campainha e correu para atender. Deu de cara com Maite. Fechou o rosto em uma carranca assim que a viu. O que ela estava fazendo por ali? Toda a dor da véspera, que ainda o estava corroendo dentro dele surgiu novamente, ainda mais intensa.
Maite: (entrando no apartamento e já se sentando) Christian. Eu vim porque preciso muito falar contigo. Por favor...
Christian: O que ainda tem pra falar? Já não disse tudo ontem?
Maite: Christian... Eu sei que eu te devo um pedido de desculpas... O que eu fiz ontem foi deplorável... E eu acho que te devo um pedido de desculpas.
Christian: (estranhando) Desculpas?
Maite: É sim... Eu me comportei como uma idiota ontem... Falei coisas que não deveria ter dito. Não sei o que me deu pra beber daquela maneira.
Christian: Tudo bem Maite... Eu entendo... Tá desculpada... Eu também fui um grosso contigo ontem... Desculpa...
Maite: Tá tudo certo Christie... Mas tem mais uma coisa que eu queria dizer... (abaixa a cabeça envergonhada) Eu queria te dizer que...
Christian: (erguendo o queixo dela e obrigando-a a olhá-lo) O que quer me dizer?
Maite: Quero te dizer que eu não menti ontem quando disse que...
Christian: Quando disse que?
Maite: Quando disse que era apaixonada por vc. Custou pra mim perceber isso, mas é a verdade. Eu sei que não tenho mais nenhuma chance contigo, mas eu não consigo evitar... Estou gostando de vc pra valer...

Christian ficou paralisado. Como sonhara em vê-la pronunciando aquelas palavras. E ela parecia tão frágil ali, na sua frente... Esticou os dedos e passou-os de leve no cabelo dela. Ela estava tão assustada, que já começava a chorar. Sentiu uma vontade tremenda de protegê-la; Deslizou os dedos dos cabelos para o rosto dela. Secou as lágrimas que ela derramava. Ela olhou para ele. Seus olhos presos um no do outro... Estavam enfeitiçados um pelo outro. Podiam sentir o amor em cada toque de pele... na maneira de se olhar. Christian se projetou em direção a ela. Maite fechou os olhos. O momento mais sublime de suas vidas estava para acontecer...
Angelique: Christian... Quem que está aí na sala com vc amor?

Maite e Christian separam-se de imediato. Logo a seguir, Angelique apareceu na sala, enrolada apenas em um lençol. Christian passou a mão pelos cabelos, nervoso. Como fora esquecer de que ela estava ali? Também ficava completamente perturbado perto de Maite. Sequer lembrava do resto do mundo. Sentiu-se um idiota completo naquela hora. Maite o olhou profundamente, com ar de decepção. Ele não conseguiu sustentar o olhar e abaixou a cabeça. Ela então desviou seu olhar para Angelique e esboçou um sorriso.
Maite: Oi Angel... Estou aqui pra pedir desculpas... aquela cena de ontem foi deplorável né? Desculpa se atrapalhei alguma coisa. Já estou indo...
Angelique: Não Maite... Eu não sei se é bem vc que tem que sair. Não sei porque mas acho que não é vc que está sobrando aqui...
Maite: Eu acho que sou eu sim. E preciso muito ir... De verdade.
Christian: Olha... Eu... Eu...
Angelique: Eu acho que é hora da gente parar com esse chove e não molha. Christian, não pode ficar com as duas. Eu sei que vc não me ama. Nunca me escondeu a verdade... A gente sempre jogou limpo e... Eu não nasci pra ser encosto na vida de ninguém.
Maite: Mas ontem ele me disse que preferia ficar com vc...
Christian: Chega as duas... Não podem fazer isso. O que pensam que eu sou? Estão me colocando numa situação extremamente delicada. Eu...
Maite: Não tem que escolher nada... Eu já estou indo... Foi um erro ter vindo. Já está começando a chover, e eu estou sem carro. Deixa eu ir antes que a chuva fique mais forte.
Maite não deu a Christian tempo de falar nada. Ele ficou olhando desesperado ela sair. Olhou para Angelique, ainda sem entender direito o que tinha acontecido. Ela percebeu sua tristeza e sorriu-lhe meigamente.

Angelique: Vai atrás dela Christie... Pode ir... É com ela que vc tem que ficar... É ela que vc ama... E acho que esse nosso relacionamento não ia dar certo mesmo. A gente já sabia disso desde o começo. Vc ficou comigo pra esquecer a Maite... eu fiquei contigo pra esquecer o Eddy... Não tinha como ir pra frente. Vai atrás da tua felicidade... Quem sabe um dia eu crie coragem e vá atrás da minha.
Christian sorriu para ela. Deu-lhe um beijo na testa e passou a mão pelo rosto dela. Era o maior presente que ela podia lhe dar... Deixá-lo livre. Nunca ia esquecer daquele gesto. Saiu correndo apartamento afora. Não teve paciência de esperar o elevador, então foi pelas escadas mesmo... Foi uma corrida alucinada. Quando saiu do edifício, a chuva caiu forte sobre ele. Mas ele nem sentiu. A rua estava deserta e ele viu Maite atravessando-a. Passou a mão pelo rosto tentando secá-lo. E então tomou ar e gritou.
Christian: Maiteeeeeeeeee!!! Maiteeeeeeeeee!!!
Ela virou-se devagar, completamente ensopada. Não pode acreditar que era ele quem a estava chamando. Suas lágrimas começaram a cair e a se misturar com a chuva. Parou ali, sem consequir dar mais um passo. Ele abriu os braços para ela, num convite silencioso. Ela não hesitou mais. Deixou que tudo que carregava caísse no asfalto molhado e estendo os braços correu para ele. Ele a girou. Riram felizes. A chuva ainda caia forte, mas até ela era bem vinda naquela hora. Enquanto ele a girava, ela ergueu os pés do chão e abriu os braços, sentindo o gosto da felicidade. E então ele a devolveu cuidadosamente ao chão. Seus braços no entanto, continuaram ao redor dela. Ela passou os braços pelo pescoço dele e sussurrou que o amava. Os lábios dele procuraram os dela, famintos.

Quando finalmente suas bocas se uniram, não foi apenas uma união de corpos. Houve também uma fusão de alma e espírito. Haviam feito muitas escolhas erradas, haviam dito muitas palavras amarguradas... Mas estavam ali. Juntos. E tudo o mais, foi esquecido. Não importava que tivessem trilhado os caminhos mais difíceis. O importante naquele instante era que tinham chegado ao seu destino final: a felicidade!!!