Fanfic: [EXCLUIDA]

Dulce e Chris estavam devidamente aconchegados no sofá, enrolados em vários cobertores. Dividiam uma caneca de chocolate quente e mais namoravam do que viam o filme. Já fazia duas semanas que ele havia saído da prisão, e só agora a vida deles voltava a normalidade. Ele não perdera o emprego, uma vez que nada saíra na imprensa. E estavam admirados por Memo não sair espalhando o fato de jornal em jornal. Mas não queriam pensar nessas coisas... Queriam simplesmente se amar, sem ninguém pra atrapalhar. Em um determinado momento, Christopher começou a prestar atenção em uma cena do filme. Dulce ficou observando-o. Já decorara cada traço dele, mas nunca se cansava de ficar olhando. E naquele momento não estava observando a beleza exterior dele. Ia um pouco mais além. Mergulhava no Chris que ele era de verdade... o fofo, brincalhão... e apaixonado acima de tudo. Céus!!! Como o amava. Seus dedos começaram a brincar com a pulseirinha prateada dele. Ele virou-se e sorriu, totalmente esquecido do filme de novo.
Chris: Gostou dela foi?
Dulce: Gostei... Mas não estou com inveja, porque tenho uma igualzinha... Olha. (mostra sua pulseira) linda né? Ganhei uma vez de um cara muito lindo e muito fofo que conheci...
Chris: Ah eh? E vc gostava muito desse cara?
Dulce: Se eu gostava dele? Não. (vê a cara que ele fez e sorri) Eu amo ele. Cada dia mais. E sabe que por incrível que pareça ele tá olhando pra mim bem nesse instante?
Chris sorriu e puxou-a para si.
Chris: E sabe o que esse cara vai fazer com uma certa ruivinha infernal agora? Sabe?
Dulce olhou maliciosa para ele. Ele a beijou. Enquanto suas bocas se procuravam com loucura, ele foi deitando-a n sofá. Os cobertores caíram todos no chão. A xícara de chocolate quente ficou esquecida em cima de uma mesinha. O clima frio, já não os afetava mais. Eles pegavam fogo. A campainha soou nesse momento. Chris ergueu a cabeça e olhou para a porta. Dulce puxou-o novamente.
Dulce: Não atende... Deixa tocar...

Chris sorriu para ela e voltou a beijá-la. O mundo lá fora que se explodisse. Entretanto a campainha continuou soando estridente. Dulce afastou-o exasperada.
Dulce: É melhor vc atender. Quem quer que seja que esteja aí, não vai desistir tão cedo.
Chris: Fazer o que né coelhinha... Se não tem jeito....
Chris correu para a porta e a abriu. Do outro lado alguém pronunciou algumas palavras que Dulce não conseguiu escutar. Chris assinou alguma coisa e pegou um envelope branco. Já o abria enquanto fechava a porta. Dulce aproximou-se dele curiosa. Ele correu depressa os olhos pelo papel e em seguida encarou Dulce. Estava lívido.

Chris não podia acreditar no que estava lendo. Dulce olhava preocupada para ele. Ele moveu os lábios, mas não conseguiu articular palavra nenhuma. Estava assustado. Ficou em choque. A realidade abatia-se com tudo sobre ele. Deixou que o papel caísse de suas mãos e sentou no sofá com os olhos vazios. Dulce tinha a sensação de que ele ia cair no choro a qualquer instante. Subitamente sentiu-se tonta. Abaixou-se e pegou o papel. Quando o leu ficou muda também. Não havia o que dizer. Sentou-se ao lado de Chris e passou os braços em torno dele, envolvendo-o em um abraço apertado. Tratava-se de uma intimação judicial. Chris estava sendo convocado para uma audiência preliminar. Nela seria decidido se ele iria ou não a julgamento. O estômago de Dulce revirou. Ela fechou os olhos, tentando conter a ânsia. Não podia fraquejar. Não agora, quando Chris precisava tanto de seu apoio. Nunca imaginara que Memo pudesse levar esse caso tão adiante. Nunca pensara que ele fosse tão vingativo. Passou a mão pelos cabelos de Chris, num consolo mudo. Procurou em vão palavras para dizer. Sentiu que seus olhos ficaram úmidos. Respirou fundo, tentando engolir novamente as lágrimas. Chris não podia perceber o quanto ela também estava assustada. A tontura tornou-se mais forte, e Dulce lutou para não desmaiar. Chris olhou para ela preocupado. Ela lançou-lhe um sorriso triste e afirmou que estava bem. Os olhos dele continuaram desconfiados. Ela então estreitou mais o abraço. Ele deixou então que todo o seu medo viesse à tona. Temia pelo futuro. Suas lágrimas caladas molharam o cabelo dela. Ela se afastou para secá-las. O olhar dele estava perdido. Chris prendeu as mãos dela entre as suas. Estavam tão geladas quanto as dele. Tentou sorrir sem muito sucesso.
Chris: E agora Candy? E agora?
Dulce: (apertando as mãos dele) Vai dar tudo certo... Vai ver... Só precisa acreditar.

Voltou a abraçá-lo, demonstrando uma certeza que não tinha. Mas não importava. Fariam o possível para que tudo desse certo. Iriam ao fim do mundo se preciso fosse. Ele a afastou e contemplou-lhe o rosto atentamente. A seguir, contornou-o todo com a boca. Por fim pousou seus lábios sobre os dela, em um beijo desesperado. Ele precisava de refúgio e o encontrou nela. Suas lágrimas se misturam as dela. A paixão os transportou para um recanto colorido, onde não existiam problemas... Só existiam os dois... e o amor incomensurável deles. Voaram ao paraíso, e lá se sentiram inatingíveis.