Fanfic: [EXCLUIDA]

Assim que fechou a porta, as lágrimas que bravamente segurara caíram. Dulce caminhou a passos ligeiros para fora do edifício. Ao ganhar a rua, desatou a correr, dando vazão ao medo que sentia. As ruas ainda estavam desertas... A cidade começava a despertar. E Dulce chorava. Um choro profundo e sentido. Um choro que vinha do recanto mais escondido do seu ser. Corria como louca. Já chegava no edifício de Chris quando suas pernas tornaram-se desobedientes. Trançaram-se uma na outra e ela perdeu o equilíbrio. Principiou a cair e então foi amparada por braços gentis e aconchegantes. Levantou os olhos molhados e deu de cara com Chris que havia saído para procurá-la. Agarrou-se firmemente a ele e chorou no seu ombro. Quando finalmente conseguiu pronunciar algumas palavras elas saíram falhadas e tristes.
Dulce: Chris!!! Que bom que está aqui.
Christopher limitou-se a abraçá-la em silêncio. Não fez perguntas e nem deduções. Apenas a levou calmamente para o apartamento. Sabia que o que ela menos precisava naquele momento era de uma inquisição. Necessitava apenas de seu apoio e carinho, e isso ele lhe ofertava de bom grado. Deitou-se na cama com ela e a abraçou. Beijou-lhe suavemente as lágrimas e os cabelos. Ela sentiu-se mais tranqüila e adormeceu. Ele ficou ali, velando-lhe o sono, desejando afastar qualquer sombra que se aproximasse dela.

Dois dias haviam se passado quando Alfonso resolveu ir a casa dos pais. Havia um brilho determinado nos seus olhos. Podia ter perdido Anahí, mas Deborah não sairia impune. Exceto por Deborah, não havia ninguém na casa. Ela sorriu languidamente quando viu Poncho. Ele sentiu raiva, mas controlou-se. Sorriu em resposta e dirigiu-se ao seu quarto. Havia algumas coisas que precisava arrumar. Tudo tinha quer sair perfeito. Meia hora depois, procurou por Deborah e avisou-lhe que iria sair, mas que voltava em breve. Sorriu sugestivamente para ela.
Deborah sentiu-se exultante. Finalmente chegara a sua vez. Correu se arrumar para ele. Tomou um banho caprichado e deitou-se nua no quarto dele. Alguns minutos depois ele retornou. Ficou sério ao vê-la.
Deborah: O que foi priminho? Não está contente em me ver? Vem cá e pega o que é seu.
Poncho: Vc só pode estar brincando. Quantas vezes vou ter que dizer que não quero nada com vc? E quantas vezes ainda vou ter que te expulsar da minha cama?
Deborah: Fala isso, mas eu sei que me deseja. Vejo isso nos seus olhos. (pega a mão de Poncho e passa pelo próprio corpo) É isso o que quer, não é?
Poncho: (livrando-se dela) Está louca? Sua oferecida! Depois de tudo o que armou para me separar da Anny acha que eu ficaria com vc? Eu tenho nojo! Vc é uma vadia!!!
Deborag: Sou vadia sim! (sorri) Mas sou uma vadia só sua... Vem...
Poncho: Saía daí já... Ou então vou partir para a violência.
Deborah: O que vai fazer? Me bater? Então vem... Tapa de amor não dói. (vira-se de costas para ele) Bate aqui... bate.... (dá um tapinha na bunda)
Poncho: Vc não tem limites garota!!! Fora!!! Já!!!
Deborah: Não tem como fugir. Estamos aqui sozinhos...
Poncho: Não vai sair? Ah!!! Não vai? Pois bem... Então saio eu... Mas já vou avisando que vc caiu do cavalo... Vai me pagar e vai ser logo... Acabou de cavar a própria cova.

Deborah ficou muda vendo-o sair. Ainda esperou que ele voltasse, o que não aconteceu. Levantou-se e vestiu-se, por fim. Não soube porque mas a conversa que tivera com Christian e Maite retornou vívida a sua cabeça. Fechou os olhos tentando afastá-la. Essa não era a hora para ter crise de consciência. Mas... Ah!!! Mas nada! Não pode-se arrepender do que fez. Já está feito e pronto! Mas e se ainda existisse uma... Bateu com a mão na cabeça. Mas que droga!!! Tinha que arranjar algo para ocupar o tempo e parar de pensar em bobagens.

Poncho retornou a casa uma hora depois. Pegou algo e saiu misterioso. Voltou ao final da tarde, parecendo muito satisfeito. A casa já estava cheia. Cruzou com Deborah em um dos corredores e lançou-lhe um olhar que a deixou inquieta. Depois do jantar, Alfonso convidou toda a família para assistir a um filme.
Foram todos e Deborah tratou de se acomodar ao lado de Alfonso. Ele a olhou com desprezo. Estavam todos ansiosos e finalmente o filme começou a rodar. Ouviu-se um murmúrio de espanto pela sala. Deborah ficou pálida de desespero. Na tela, passava-se tudo o que acontecera entre ela e Poncho naquela manhã.
Giovanna e Francesco olharam irados para a filha. Como ela pudera se comportar de maneira tão leviana? E eles que a julgavam uma santa. As outras pessoas acompanhavam tudo, divididas entre o choque e a curiosidade.
Deborah: Pai... Mãe... Eu... eu não...
Francesco: (bravo) Deborah! Para o seu bem... Suma das minhas vistas. Antes que eu desça a mão em vc. E não serão tapas de amor como os que vc gosta... Vc me envergonha!!!
Deborah: Mas eu... Pai... eu...
Francesco: Vá Deborah!!!
Giovanna: É melhor obedecer o seu pai. Nós conversaremos e decidiremos o que é melhor para vc... E vá se preparando mocinha... Vai ter uma conversa muito séria com o meu chinelo daqui a pouco... A gente só põe filho no mundo pra sofrer...
Deborah estava sem coragem de olhar para alguém. Seu rosto queimava de vergonha. Porém, ao passar perto de Alfonso, encarou-o demoradamente. Só viu raiva nos olhos dele. Doeu-lhe isso. Ele nunca a amaria. Só agora se dava conta disso. Desviou o olhar e saiu a passos firmes dali, lutando para não chorar.

Maite: Anda logo amor... Me ajuda aqui com essa caixa. Está pesada.
Christian correu para ajudá-la. Estavam felizes por demais. Amavam-se tanto, e aquele era um dia muito especial para eles. Haviam decidido morar juntos. Queriam compartilhar cada momento de suas vidas. Maite sorriu satisfeita... Percorreram toda a cidade até encontrarem aquele apartamento. Apaixonaram-se por ele no instante em que o viram. Fizeram questão de cuidar eles mesmos da decoração. Portanto, cada detalhe ali tinha a cara deles. Christian largou uma caixa no chão e abraçou Maite. Os olhos dela dançavam de alegria, enchendo-o de prazer...
Christian: Sabe que nem eu sei como posso te amar tanto?
Maite: Eu também te amo muitíssimo. E é por isso que me sinto segura para dar esse passo tão importante.
Christian: (segurando-lhe o queixo e olhando firme nos seus olhos) Não vai se arrepender. Isso eu garanto.
Maite: Eu sei disso. E tenho certeza de que vc colocará ainda mais brilho e colorido em cada dia que compartilharmos. E eu quero que saiba que sou inteiramente sua. Sou sua mulher. Mesmo que não exista nenhum papel oficializando isso. É assim que eu me sinto.
Christian: Minha mulher... Amei isso... E amo vc. Vc é minha mulher, minha amiga, minha amante... minha vida! E eu sou todo seu.
Maite: Que lindo Christie... Te amo... Te amo...
Christian: Eu amo mais...
Maite: Eu que amo mais...
Christian: Eu amo mais...
Maite: Ih!!! Será que já vamos ter a nossa primeira discussão de “casados”?
Christian: Será? Mas então que acha de pularmos a parte da briga e partirmos direto para a reconciliação?
Maite: hum... Vou adorar...
Beijaram-se loucamente. Maite entrelaçou as pernas no quadril dele. Perderam o equilíbrio e caíram no carpete macio. Nem assim desgrudaram suas bocas. As caixas ficaram esquecidas por ali. Podiam deixar a mudança para depois. O amor deles, no entanto, era urgente e tinha pressa.