Fanfics Brasil - X A casa caiu

Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD


Capítulo: X

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Naquela segunda-feira, fora difícil para Christopher acordar e ir trabalhar. Ainda estava exausto da viagem e havia dormido muito pouco, todavia, precisava levantar da cama e seguir adiante com sua vida. Os dias foram passando entre rotinas administrativas do novo escritório e muito trabalho com seu sócio, Maurício, ao passo que as noites eram preenchidas por um tédio prolixo e torturante.


A cada dia a sensação de vazio era mais profunda e palpável, e as lembranças do fim de semana entravam em sua mente com imagens divertidas daqueles dias na praia. Havia sido ótimo, o grupo de amigos de Dulce era legal e muito animado, e era exatamente a pitada de movimento que sua vida precisava no momento, com aquela falta súbita de Anahí. Imaginou que poderia repetir a dose e sair com eles mais vezes e foi então que lembrou-se que tinha um assunto pendente com Dulce Maria.


― Fala, Christopher. – Ela atendeu o celular, com a animação de um depressivo suicida.


― Ah, oi Maria. – Murmurou ele, embaraçado com tal indiferença. – Tudo bem? – Ainda assim, prosseguiu. Sabia que havia algo de estranho entre eles e era isso que pretendia dissipar.


― Sim, e você? Aconteceu alguma coisa com a Anahí? Por que está ligando? – Dulce perguntou, tentando reunir o máximo de indelicadeza possível em suas palavras.


― Eu estou ótimo. – Respondeu sucinto. – Não, não aconteceu nada com a Anahí, e fico feliz que tenha por fim aprendido o nome dela. – Comentou com um riso fraco, sabia que não valeria a pena irritar-se com os modos de Maria, afinal, ela era assim e não teria jeito de mudá-la. – Na verdade, liguei pra perguntar o que vai fazer essa noite.


― Me isolar do mundo. Estou com um péssimo humor e acho que é mais seguro para a humanidade que eu fique dentro de casa, por hoje. – Disse, num tom monótono.


― Ah! – Balbuciou desapontado. - Pena, pensei que poderíamos ter aquela conversa hoje.


― Se você se responsabilizar por quaisquer danos causados a você ou a terceiros, então tudo bem, eu saio. Caso contrário, ainda acho que é uma boa eu me manter isolada. – Esquivou-se.


― Ah, por mim eu me responsabilizo. – Comentou, tentando manter o bom humor. – Tive uma ideia. Já que não se sente disposta para lugares públicos, por que não vem até aqui em casa? Eu peço comida pelo telefone e mantenho o entregador a uma distância segura de você.


― Se você insiste...


― Ok, ainda lembra o endereço?


― Sim. – Assentiu Dulce, um tanto monossilábica.


― Então, até logo. – Despediu-se ele.


Uma hora depois a campainha do apartamento de Christopher tocou. E um segundo mais tarde, novamente. Pela impaciência das chamadas, concluiu que Dulce havia chegado.


― Seu porteiro estava jogando no celular e nem me viu passar. – Foi a frase que substituiu o cumprimento, assim que Christopher abriu a porta do apartamento e a encontrou parada no hall. – Isso que se chama segurança nos condomínios? Chocante! – Exclamou ela, empurrando-o para entrar, sem qualquer cerimônia.


― Na verdade, eu avisei que receberia uma visita muito da mal educada. – Christopher respondeu com sarcasmo.


― Que se dane. – Ela deu de ombros, jogando-se no sofá sem importar-se com a alfinetada dele. – Já pediu a comida? Estou faminta!


― Na verdade, não. – Christopher murmurou, coçando a nuca. – Fiquei em dúvida, não sabia o que pedir.


― Já ouviu falar de algo mágico chamado “pizza”? Então, é a preferência nacional. – Dulce respondeu num tom azedo.


― Nem sempre, Anahí odiava pizza. – Respondeu, saudosamente. - Ou melhor, odeia, afinal, ela não morreu. – Corrigiu-se.


Dulce revirou os olhos.


― Eu não sou Anahí e nem esse tipo de mulher neurótica com o peso. E já que me deixou escolher, então eu prefiro China in Box! – Decidiu, por fim.


Christopher riu da maneira da garota e apenas balançou a cabeça negativamente. Juntos escolheram um prato tradicional do China in Box, um Yakisoba especial, que basicamente era constituído de macarrão com camarões fresquinhos, carne, frango, legumes e champignon. E assim, fora comunicado a eles que demoraria, pelo menos, trinta minutos até que o pedido fosse entregue.


Dulce estava muito a vontade, deitada no confortável sofá da sala de estar de Christopher, e levantou-se somente em busca do controle remoto da televisão. Ele apenas observava o movimento daquela visita incomum. Se fosse outra pessoa, com certeza ele ficaria intrigado com a tamanha cara de pau e folga, mas era Dulce e ele já a conhecia um pouco para saber que não valia a pena se impressionar com suas atitudes. Aquilo apenas mostrava que ela se sentia tão à vontade com ele, quanto ele com ela. O que era insólito, se analisado o pouco tempo de convivência que desfrutaram, até então.


Ele deixou-a mudando os canais da TV convulsivamente, e foi para a cozinha, onde começou a preparar um suco de laranja para acompanhar a comida. Depois de preparado, depositou o liquido numa jarra e guardou-o na geladeira, já que o yakisoba ainda não havia sido entregue, até então. Retornou a sala, onde Dulce dava altas gargalhadas, assistindo um episódio de Friends na Warner. Sentou-se ao lado dela, que ignorou sua presença e continuou compenetrada na TV, até que o episódio acabou e ela por fim o encarou, fazendo que o silêncio, que até então entre eles era inócuo, tornasse-se incomodo.


― E então, sobre o que quer conversar? – Ela perguntou desmanchando a feição descontraída e risonha de momentos antes e tomando uma postura mais séria.


O telefone tocou, era o porteiro para perguntá-lo sobre a entrega. Christopher permitiu a subida do entregador e foi em busca da carteira para pagá-lo.


Ele recebeu a porção, pagou por ela, e foi até a cozinha buscar os pratos e talheres para pôr a mesa, que ficava num canto a parte da sala de estar. Num ato surpreendente, Dulce se ofereceu a ajudá-lo e em pouco tempo a mesa já estava posta e eles puderam se sentar para começarem a se servir e a comer. Ela sentou-se numa extremidade da mesa, e Christopher na outra, no entanto, pela mesa ser pequena, não estavam distantes um do outro. 


― Hm. – Dulce balbuciou. – Que cheiro delicioso.


― Parece apetitoso. – Christopher comentou displicentemente.


Dulce franziu o cenho, parando de se servir para encará-lo.


― Apetitoso? – Repetiu cética. – Quantos anos você tem? 90?


O clima entre eles era amigável e bem descontraído e grande parte disso era por causa de Dulce, já que Christopher estava indubitavelmente nervoso com alguma coisa. Começaram a comer e a conversa fluía de modo natural.


― Por que estava tão mal humorada mais cedo? – Ele quis saber. Ela mastigou tranquilamente o conteúdo da garfada que havia acabado de ingerir, antes de enfim respondê-lo com calma e desinteresse.


― Problemas. – Retrucou com um leve dar de ombros. – Mas é bobagem. – Concluiu, limpando a boca com o guardanapo e em seguida  tornou a mexer a comida com o garfo.


― Se é bobagem, então pode me contar o que é. – Christopher induziu.


― Por que você é tão curioso? – Perguntou, incomodada. – Não é nada de importante.


― Então me conta! – Insistiu ele.


― Ok. Meus pais querem que eu vá para Minas com eles, no feriado de dia dos mortos, mas eu não estou com vontade. – Murmurou.


― E eles te obrigaram? – Perguntou ele.


― Exatamente. – Dulce suspirou. – Eu detesto aquele lugar, meus avós insistem que eu interaja com os animais, sabe, tirar leite da vaca e essas coisas, e eu simplesmente detesto! Fora aqueles papos insuportáveis de “E os namoradinhos?” – A morena fez uma careta.


Christopher espocou em uma gargalhada.


― Do que está rindo? Idiota! – Eclodiu ela. – Não tem a mínima graça.


― É esquisito pensar você num cenário tão familiar assim. – Ele riu. Não combina muito. – Comentou - Além disso, imagina só, você, com toda sua delicadeza, ordenhando uma vaca? – Ironizou.


― Não, não tem a menor graça. Eu tento não ser indelicada nessas situações, mas acaba sendo inevitável e todo aquele povo age como se eu fosse uma mimada da cidade grande. É patético. – Concluiu ela, indignada, e voltou a comer.


Christopher privou-se de respondê-la e limitou-se a rir da situação. Era a primeira vez que Dulce Maria contava algo sobre sua família, ou ainda, algo pessoal sobre si mesma.


― Estamos quase terminando o jantar e você ainda não me disse porque eu estou aqui. – Maria comentou.


O que ela falara era verdade. O fato era que, ele próprio queria trazer o assunto à tona, porém não tinha coragem suficiente e não sabia como iniciar aquela conversa. Para Maria, parecia muito fácil ignorar tudo o que havia acontecido na noite do luau, colocara uma pedra sob o assunto e agia como se absolutamente nada tivesse acontecido. No entanto, ele sabia que as coisas não aconteciam assim, e se ele quisesse continuar a ser amigo dela, sem qualquer empecilho, teriam de falar sobre isso, mesmo que fosse um assunto desconfortável para ambos.


― Você sabe exatamente sobre o que eu quero falar. – Insinuou ele.


― Não, não sei. – Dulce negou veementemente. – Se não falar, vai ficar complicado.


― Tudo bem, Maria. – Christopher respirou fundo, convencido de que ela iria mesmo tornar tudo bem mais difícil do que de fato precisava ser. – Acho que precisamos conversar sobre, bem... Sobre o que aconteceu entre nós, aquele dia em Arraial do Cabo.


― Ah, sim, desculpa por aquilo. – Dulce disse com naturalidade.


― Você realmente estava a fim de ficar comigo, naquele dia? Digo... – Tentou reformular, de uma forma a ser mais claro e coeso. Porém, não encontrou as palavras corretas antes que ela começasse a falar.


― Sim, eu queria, foi uma pena que não tenha notado a tempo, teria sido... Interessante. Mas não se preocupe, eu não ligo pra isso, de verdade. Não precisa fazer um tabu sobre esse assunto, rolou uns beijos, foi legal, pronto, vida que segue.


― Simples assim? – Indagou retórico. – Nossa! – Exclamou com surpresa pelo modo simples com que ela encarava as coisas. Não era um total careta, mas aquilo não era um simples lance sem compromisso, envolvia mais coisas que isso. Se algo desse errado, era a amizade deles que estava em jogo. – Então não rolou comigo, e você foi tentar com o Alfonso? – Continuou, sem se dar conta de quão ofensivas suas palavras podiam soar.


― Algum problema nisso? Pelo que me consta, você também estava com umas loiras, na praia. Se você é do tipo que acha que mulher tem que se manter casta e pura, enquanto vocês homens se acham no direito de fazer tudo o que der na telha, tenho uma informação pra você: Sou dona do meu corpo, e faço com ele o que eu quiser. – Argumentou com propriedade.


― Perdão, não quis que me interpretasse dessa forma, não sou da linha machista. E acho que você entendeu errado, as meninas que estavam comigo na praia são ex-amigas de faculdade. E por isso eu sempre soube que a Catarina não era um travesti ou transexual, como você disse na noite do luau. A propósito, pra quem tem pensamentos tão evoluídos para o protagonismo da mulher, foi inclusive meio preconceituoso, não acha? – Rebateu ele.


Dulce abriu a boca para contraatacar, mas as palavras morreram antes que pudessem sair. Não sabia mais o que dizer, e apenas corou diante da eminente bola fora.


― Eu já havia notado algo de diferente entre nós dois durante todo aquele dia, só que eu fiquei receoso quanto a isso, afinal, você está me ajudando com as questões sobre Anahí, não parecia certo naquele momento, ainda que eu estivesse de fato muito atraído por você, fato que, te ver andando pra lá e pra cá de biquíni o tempo todo, não estava ajudando muito. – Murmurou, e na última sentença, corou também.


― Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Não percebe? Estávamos lá para nos divertir, não era nada sério, só diversão. Por Deus, Christopher! O que pensou? Eu não estava tentando me envolver com você de nenhuma forma... Romântica. – Fez uma careta. – Era só sexo, porque a atração é recíproca!


 ― Uau. – Foi tudo o que Christopher conseguiu reunir em resposta. Ainda estava digerindo aquela situação, que por fim se apresentara (ao menos aparentemente) tão simples. ― Bom, eu vou tirar a mesa. ― Concluiu, levantando-se e já acumulando a louça para levá-la para a cozinha.


Depois de ajeitarem a bagunça do jantar, lavarem e guardarem as louças, Christopher sugeriu que vissem um filme que ele havia gravado da TV a cabo. Ele abriu o sofá pra que ficassem mais confortáveis e, quando já estavam deitados e acomodados, deu play no filme.


― E então, me diz, tem procurado Anahí? – Ela perguntou, quando o filme tornara-se um pouco desinteressante..


― Na verdade, não há nada de novo. – Christopher respondeu num tom monótono. – Acho que ela quer me castigar, mas agora está ficando exagerado. É inútil ligar pra ela, ela não atende. E também me proibiu de entrar no prédio que ela mora. Assim fica complicado me aproximar, tentar me redimir, essas coisas.


― Você precisa chamar atenção dela de uma forma diferente. – Dulce murmurou, pensativa.


― De que jeito?


― Não sei, mas vamos pensar em algo. – Era tudo o que tinha a dizer no momento.


Após daquela conversa extremamente sincera, eles estavam muito a vontade na companhia um do outro. Começara a fluir um tipo sutil e verdadeiro de amizade. Uma atmosfera de confiança, respeito e até mesmo carinho os rodeava. O filme, por fim ficara interessante, e Dulce nem percebeu quando, naturalmente, se aninhou no peito de Christopher e – bastante – juntos, acompanhavam a TV com atenção. Em algum momento, Christopher começou a mexer e acariciar os cabelos de Dulce.


― Se continuar com isso, eu vou dormir. – Ela avisou, a voz mansa e baixa.


― Não tem problema. – Ele murmurou.


― Mas eu não quero dormir. – Dulce disse e ergueu-se, apoiou as mãos no peito dele e o queixo sobre as mãos, e ficou a encará-lo por um momento. – Por que está tão quieto? – Ela quis saber.


― Porque estamos assistindo a um filme. – Respondeu com obviedade.


― Sei que não é isso. – Ela afirmou convictamente. – Você está muito calado. Anda, diga, você sempre quer arrancar tudo de mim, e agora é a sua vez de se abrir. – Ordenou. – É por causa da Anahí? Está triste pensando nela? – Dulce interrogou.


― Às vezes penso que sim, mas o fato é que depois que Anahí foi embora é que eu percebi o quanto sou sozinho. – Ele suspirou. – Me distanciei de alguns amigos, não tenho contato com ninguém, os colegas que viu comigo na boate, só me chamam pra beber e farrear. E isso não é o suficiente, entende?


― Não precisa se sentir sozinho. – Dulce disse, compadecida dele. – Agora você tem uma amiga, eu, e logo terá Anahí de volta. 


Christopher sorriu, e não conteve o ímpeto de acariciar a maçã do rosto dela com as costas da mão.


― Às vezes, você parece um demoninho, mas às vezes, bem raramente, parece um anjo. – Ele comentou, roubando um sorriso imediato dela.


Ela o encarou por um pequeno momento, até que se tornara embaraçoso demais continuar.


― Olha, você manchou aqui. – Apontou um ponto sobre a camisa dele, na altura do peito.


Christopher ainda titubeou, mas por um momento pensou que ela estivesse falando sério. Talvez tivesse realmente sujado a camisa enquanto jantavam o yakisoba, e, ingenuamente, baixou a mirada para o próprio peito e recebeu de Dulce um tapa na testa. Não acreditava que ela estava se vingando, depois de tanto tempo, e o pior, rindo da sua cara com gargalhadas estrondosas.


Ela continuava rindo dele, e então, ele aproveitou que ela estava vulnerável, e, com um movimento rápido mudou de posição com ela. Dulce, que antes estava deitada sobre o peito dele, ficou irremediavelmente presa debaixo de Christopher. Ele segurava seus braços acima de sua cabeça e com a outra mão passou a fazer cócegas em sua barriga. A morena se contorcia de tanto rir e lágrimas já se formavam em seus olhos. Implorava para que ele parasse, pois já estava perdendo o ar, entretanto, ele mostrava-se irredutível em fazê-la mijar nas calças de tanto rir.


Depois de achar que já a havia maltratado o suficiente, Christopher parou de fazer cócegas. O riso foi diminuindo de intensidade até que o silêncio entre eles já havia se instaurado. Dulce notou que Christopher olhava-a fixamente nos olhos e retribuiu o contato visual na mesma intensidade. Ele continuava sobre ela, o peso do corpo distribuído sobre os joelhos lado a lado de sua cintura, sem denunciar nenhuma intenção de sair de lá.


Christopher ainda não havia se dado conta de quão perigosamente perto estava de Dulce, quando dispensou seu peso cuidadosamente sobre ela, apoiando-se agora com uma das mãos. Perigoso porque, além do fato de que estava carente desde a partida de Anahí, Dulce era simplesmente espetacular, mesmo que não fizesse nenhum esforço para seduzi-lo. Não sentia vontade nenhuma de retroceder, e podia ver nos olhos dela que ela também não gostaria que ele o fizesse. Por que lutar contra algo que, uma hora ou outra, iria inevitavelmente acontecer?


Só precisou avançar meio caminho para que ela entendesse exatamente o que sucederia, mas ainda tinha seus braços presos e não podia se mover. Não que quisesse fugir, pelo contrário, queria adiantar o contato antes que ele resolvesse mudar de ideia. Todavia e felizmente, isso não aconteceu. Sentiu Christopher roçar seus lábios nos seus e foi inevitável conter um meio sorriso, antes que seus lábios voltassem a se unir num beijo calmo e lânguido, ambos buscavam aproveitar o máximo daquele contato. Logo as línguas buscavam concomitantemente se explorar, e a mão de Christopher libertou os braços de Dulce, que agora já o envolvia pelo pescoço.



Na proporção que o beijo tornava-se mais intenso, as mãos e os corpos acompanhavam o mesmo ritmo. Dulce acariciava e puxava os cabelos de Christopher delicadamente, na região da nuca, enquanto ele acariciava sua cintura, e, ansiando por um contato maior, desceu até a bunda dela, pressionando-a contra seu corpo. Da mesma forma, Dulce desceu suas mãos até a barra da camisa dele, e habilidosamente acariciava a pele de suas costas na medida em que o despia. A essa altura os lábios já se separavam em busca de oxigênio, e já recuperado, Christopher desviou os beijos pela bochecha da morena, seguindo a rota até o pescoço. Christopher tomou a menor distância possível, apenas para ajudar Dulce a livrar-se de sua camiseta, e já sem ela, tornou a beijar o pescoço de Dulce, alternando com mordidas leves e chupões, fazendo a morena suspirar debaixo dele.


― Sabe o que eu me lembrei agora? – Christopher parou de súbito o que fazia, e a encarou. Dulce o observava perplexa. Queria que ele calasse a boca imediatamente e continuasse o que estava fazendo. Porém, respirou fundo e fez a pergunta necessária.


― O que?
Oh, tem alguma coisa


Tem alguma coisa no jeito como ela anda


Não consigo descobrir


Tem alguma coisa especial nela


― Que esse é o momento perfeito pra me vingar por ter me deixado, literalmente, na mão aquele dia na praia. – Christopher disse, bem próximo ao ouvido dela.


Dulce ouviu aquilo com ainda mais perplexidade. Era injusto que, agora que ela havia conseguido abaixar a guarda dele, ele se lembrasse daquele infeliz acontecimento. Precisava tomar uma atitude diante daquela possibilidade. Não iria perder aquela chance, de maneira alguma.


― Ah é? – Ela indagou com descrença. Seu tom de voz era natural e tranquilo.


Com um pouco de esforço, conseguiu empurrá-lo de cima de si, e num piscar de olhos já estava sentada sobre ele, suas mãos apoiavam o peito dele e Christopher a encarava reticente, aguardando que ela prosseguisse. Tinha força suficiente para dominá-la e voltar a ser o comandante da situação, mas queria ver até onde ela chegaria.


Disse, oh, tem alguma coisa


É o tipo de mulher que te quer


Mas não precisa de você


― Não acho que você seria tão idiota... – Ela murmurou com um sorriso travesso. Segurou a barra da camiseta que vestia e o encarou com o olhar desafiador. Christopher acompanhava cada um de seus movimentos com declarado encantamento. – A ponto de... – Ela ia falando vagarosamente à medida que continuava a olhá-lo e erguendo a camiseta, tirando-a sem pressa alguma. – Se vingar de mim. – Deu uma pausa, retirou totalmente a camiseta, e agora só usava a bermudinha jeans curta e um sutiã meia-taça, de estampa floral e fundo branco, e que deixava a mostra metade de seus seios fartos pintados de sardas, que só era iluminado pela luz da TV. – Porque afinal, isso seria como dar um tiro no pé. – Curvou-se sobre ele, aproximando seu rosto do dele. – É assim, Christopher. Você é forte o bastante para se vingar de mim, castigando você mesmo? – Ela disse risonha, e mordeu o próprio lábio, e então, com seu quadril junto ao dele, rebolou vagarosamente, sentindo intimamente o volume rígido dentro da bermuda dele e fazendo-o reprimir um gemido gutural.


Hey, não consigo descobrir


Tem alguma coisa nela


Diante disso, tudo o que Christopher pode fazer foi reconhecer que era um derrotado. E, por Deus! Era terrivelmente delicioso ser derrotado por Dulce Maria! Agora, ela o atacava com um beijo quente e voluptuoso.


Entre aquele beijo sôfrego, Christopher instintivamente levou suas mãos até a bunda de Dulce, para então puxá-la para si e tentar sanar aquela necessidade sufocante de tê-la mais próxima, de fundir-se a ela. A morena, por sua vez, tornava a movimentar o quadril de forma mais instigante o possível, tanto para ele, quanto para ela própria. Suas pequenas mãos passeavam pelo peitoral nu e definido de Christopher, acariciando e desfrutando daquele contato com a pele quente e macia dele.


O efeito que aquela pequena criatura causava em si era até então desconhecido por Christopher. Ele havia conhecido muitas mulheres ao longo de sua vida, uma verdadeira coleção de mulheres quase sem defeitos, mas nunca desejou alguém daquela forma. Parecia que todo o corpo da morena havia sido moldado para lhe dar prazer. Cada forma, cada curva, lhe seduzia de uma maneira singular, fazendo cada poro de seu corpo acender, indo de zero a cem graus Celsius em um segundo. Dulce Maria já havia notado isso há muito tempo, o mesmo efeito era causado em si mesma. Exatamente, desde a primeira vez que o vira naquela boate. Cada detalhe de Christopher a atraía. Desde o seu rosto de uma masculinamente infantil até seus músculos bem torneados. Era algo que simplesmente não dava para ser explicitado com palavras.


O beijo já se havia desfeito, porém Christopher precisava sentir o gosto da pele dela, quase como uma obsessão. O pouco tecido que restara, separando os dois, já era incomodo a níveis absurdos. Com habilidade de um mestre ele se desfez do sutiã dela, parando por alguns segundos para admirar seus seios, quase que hipnotizado e basbaque. Era quase impossível não pôr em parâmetro com os pequenos e discretos seios de Anahí. Ela sorriu, satisfeita, notando a admiração no rosto dele como se fosse possível ler seus pensamentos. De repente, só olhá-los já não o satisfazia mais, Christopher precisava tocá-los, senti-los... E foi o que fez, com tanta gana que tinha de se lembrar frequentemente que podia machucá-la, ainda que Dulce não aparentasse sentir dor alguma, pelo contrário, seus mamilos intumescidos e sua cabeça pendendo para trás, e uns leves gemidos denunciavam que ela estava gostando. O prazer duplicou quando sentiu uma das mãos de Christopher sendo substituída por sua boca, e a sugava e brincava com a língua em seu mamilo. Christopher se dividia entre os seios dela, enquanto ela ansiava em aumentar o prazer dos dois, pressionando-se contra o membro dele que desafiava o tecido tactel da bermuda dele como se tivesse vida própria e quisesse liberar-se dali.


Em dado momento, Christopher suspendeu Dulce em seu colo e levantou-se do sofá, percorrendo toda a extremidade da sala enquanto distribuía beijos no pescoço dela. Logo ela percebeu que ele estava se direcionando ao quarto dele. Christopher empurrou a porta, que estava encostada, com um dos pés e a deixou entreaberta para que a luz do corredor dissipasse um pouco da escuridão do ambiente. Ele depositou Dulce sobre sua king size e ainda de pé, livrou-se de sua bermuda para então retornar a aproximar-se da morena, deitando-se cuidadosamente sobre ela, que ansiosamente já o puxava pela nuca para um beijo cheio de urgências. As mãos de Christopher desceram acariciando o colo dela, a cintura, as costas, até que finalmente desceu até o ponto em que Dulce implorava silenciosamente por ser tocada. Christopher partiu o beijo com um selinho e começou a desabotoar a sequência de três botões da bermuda que Dulce vestia. Ela o ajudou a se livrar simultaneamente da bermuda e da calcinha, já não aguentava mais a vontade latente de tê-lo dentro de si. Suas entranhas fervilhavam com um formigamento que só poderia ser cessado pela presença dele.


Quando a tocou intimamente, Christopher pode perceber que ela estava tão excitada quanto ele. Ao senti-lo lhe tocar, Dulce mordeu o lábio inferior com uma força significativa, e fechou os olhos assim que ele começou a massageá-la com destreza. A cada segundo a vontade de senti-lo e de tocá-lo tornava-se tão grande que não podia mais simplesmente se controlar. Suas mãos urgentes e ansiosas alcançaram o cós da cueca que ele vestia e a abaixou, deixando explícito o que queria. E depressa, envolveu o membro completamente ereto dele em suas mãos, iniciando um vai-e-vem pungente. As mãos chocavam-se à medida que um tentava dar mais prazer ao outro. As respirações ofegantes, próximas, a troca de olhares sob a pouca luz e de algumas palavras carregadas de desejo, tornava tudo ainda mais prazeroso. Já não podiam mais esperar. Christopher acabou de se livrar da cueca, ajoelhou-se na cama e esticou-se até o criado mudo, onde abriu a gaveta e com um pouco de tato encontrou o pacotinho de camisinha. Dulce engatinhou até ele e astutamente lhe tirou a embalagem das mãos, abriu e protegeu-os, empurrou-o pelo peito para que se sentasse, e ele obedeceu, encostando o dorso na cabeceira da cama. Ela ajeitou-se sobre ele, segurou o rosto dele entre as mãos e o encarou no escuro enquanto descia lentamente o quadril em direção ao dele. Christopher a segurava pela cintura, porém não fazia esforço algum para tornar o ato mais rápido. Quando por fim terminara de se encaixar a ele, Dulce estava desconsertada. Havia se esquecido da sensação extrema de estar completa, com ele.


― Se mexe, delícia. – Ele pediu ao pé do ouvido, por fim, tirando-a de seu momentâneo transe.


E ela obedeceu, erguendo e descendo o quadril sobre ele repetidas vezes, inicialmente de forma calma, e depois, aumentando o ritmo de forma gradativa, as mãos de Christopher que antes só se apoiavam na cintura dela, agora motivavam os movimentos, ajudando-a e intensificando a proximidade entre os corpos. Dulce estava completamente entregue ao prazer, buscando-o mais e mais, concomitante e inconscientemente dava a mesma sensação a ele. O ritmo alternava-se entre intenso e calmo, frenético, impaciente, e remansado e tranquilo.  Ela buscava seu próprio ápice, e Christopher lhe ajudava ao dispensar carícias e beijos por seus seios, colo e pescoço. Não tardou até que o alcançasse, e seu corpo atingisse uma onda intensa de relaxamento. Aproveitando a deixa, Christopher tomou o controle, voltando a tê-la por baixo de si. Ela ainda se recuperava do orgasmo quando ele a invadiu novamente, agora buscando seu próprio clímax. Ela o envolveu entre suas pernas, convidando-o mais pra si, e ele, sem reservas, entregou-se a seu próprio prazer de modo que logo chegou ao seu próprio cume. O corpo cansado e suado de Christopher caiu ao lado da morena, que num impulso natural se aninhou a ele.



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Autor(a): beatrizrrangel

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Um sábado nublado de final de outubro amanheceu. O dia tinha todos os ingredientes para permanecer melancólico como os dias anteriores, e isso independia do tempo na cidade. Anahí revirava-se em sua cama desde as seis da manhã e há uma hora tentava retomar o sono que havia sido atrapalhado por um estúpido sonho com Christopher. A aus ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16

    Que lindos!!!! Amei muito

  • beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57

    Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"

  • beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03

    Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?

  • vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37

    Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59

    Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33

    Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns

  • yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43

    Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*

  • ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15

    Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...

  • yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59

    Continua *_*_*_*

  • beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51

    Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!


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