Fanfics Brasil - XII A casa caiu

Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD


Capítulo: XII

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Era sexta-feira de feriado de dia dos mortos e Christopher acordara extremamente cedo. Maria havia viajado para o interior de Minas Gerais com a família... E Alfonso. E ele sentia-se completamente idiota por não conseguir ser tão indiferente como Maria parecia ser em relação a ele e Anahí. Não conseguia conter o desconforto de saber que Maria... Que estivera com ele durante quase todos os dias anteriores, estivesse agora com Alfonso. Não parava de pensar nisso, e milhares de indagações invadiam sua mente. Será que Maria, com seu jeito desapegado e descompromissado, mantinha o mesmo tipo de relação que tinha com ele também com Alfonso? Será que eles ficariam juntos durante a viagem?


Ele sabia perfeitamente bem que não podia sentir qualquer tipo de ciúmes ou raiva se a morena estivesse envolvida em dois relacionamentos ao mesmo, primeiramente, porque ela não se importava – ou não transparecia se importar – em saber que ele ainda era apaixonado por Anahí, e que pretendia voltar para ela assim que isso fosse possível, e segundo, porque o tipo de envolvimento que tinha com Maria era excepcionalmente carnal e desprovido de qualquer tipo de sentimento, que não fosse a amizade e o respeito mútuo entre eles.


Christopher espreguiçou-se e olhou o relógio no criado mudo, que marcava exatamente seis da manhã. Não tinha nada planejado para aquele dia, que não fosse descansar da semana atribulada no trabalho. E então, refletiu se Anahí mantinha o hábito de caminhar pela orla da praia da Barra da Tijuca pelas manhãs. Talvez conseguisse alcançá-la por lá, se fosse rápido o bastante. Levantou-se de súbito, tomou uma ducha rápida para despertar, vestiu-se propriamente para praticar exercícios, calçou os tênis e saiu, levando somente a carteira e as chaves do carro. 


O tempo na cidade estava terrivelmente fechado. Não se via sequer um feixe do céu azul, todo o céu estava tomado de nuvens escuras e parecia querer desabar a qualquer momento. Típico de dia dos mortos. No caminho, havia pequenas retenções no trânsito em locais próximos a cemitérios, por causa do ritual de visita aos mortos, e Christopher imaginou se chegaria tarde demais a Barra. No mais, fez o percurso no menor tempo que conseguiu, e ao chegar à praia e estacionar o carro percebeu o quanto ela estava deserta. Só havia o som do vento forte e das ondas alvoroçadas quebrando-se na beira da praia.


A orla era imensa, porém, ele sabia exatamente o lugar que Anahí costumava caminhar. Seguiu o percurso, decepcionando-se por todas as pessoas que encontrava no caminho, e que de longe pareciam ser a loira... E não era. Já estava perdendo as esperanças de encontrá-la ali, quando resolveu atravessar a praia para ficar mais próximo do mar revolto. Sentou-se próximo a ele e observou a imensidão azul a sua frente. Só depois de alguns instantes olhou para o lado e enxergou alguém sentado em posição fetal, há mais ou menos vinte metros de distância. Esfregou os olhos para ter certeza de que era Anahí... Mas aqueles cabelos ondulados e cor de mel eram inconfundíveis. Levantou-se, debatendo a areia de sua bermuda e foi até ela, segurando o par de tênis que havia tirado para pisar na areia.


Ela continuava sentada, com o rosto entre os dois joelhos, concentrada apenas nos sons da natureza, tanto que ao sentir o toque de uma mão em seu ombro, levantou os olhos azuis assustados, tornando-se ainda mais arregalados ao notar quem estava ali... Parecia uma transmissão de pensamentos, algo sobrenatural... Já que era exatamente nele que ela estava pensando quando sentou de frente pro mar para refletir sobre sua vida. Não protestou quando Christopher sentou-se ao seu lado, apenas se concentrou em manter a calma, ou ao menos transparecer... Já que não tinha controle sobre as batidas descompassadas de seu coração.


O vento balançava os cabelos de Anahí, enquanto Christopher a observava em silêncio sem saber exatamente por onde começar a falar... Tampouco ela fazia algo para tornar aquele silêncio menos desconfortável. Evitava encará-lo, já que não podia propriamente fugir dele, exatamente como fizera das outras vezes.


― Acho que precisamos conversar. – Christopher disse finalmente. Sua voz mantinha um tom tranquilo e controlado enquanto seus olhos, transmitindo muito mais do que ele supunha, encaravam os olhos azuis gélidos a sua frente.


― Christopher, será que você não entende? – Anahí respondeu num resmungo cansado. Durante uma pequena pausa, seus lábios já tremiam denunciando toda a vontade que ela tinha de desabar em um choro compulsivo, mas conteve-se. – Nada do que você tenha a me dizer vai mudar o fato de que eu não confio mais em você. Mesmo que esteja arrependido. Mesmo que me diga que não fará mais isso... Você me machucou, me humilhou. Jogou no lixo todos os momentos bons que vivemos... Por causa de uma noite. Você acabou com tudo de bom que existiu entre nós. – Ela deixava-se falar, com um tom amargurado, todas as coisas que passaram por sua mente durante todo aquele tempo. E por fim, sentia-se mais leve com isso.


― Eu concordo que o maior culpado fui eu. E você tem razão, eu estou arrependido. Você não merecia nada do que aconteceu, eu fui um fraco, inconsequente... Mas nada entre nós estava tão bom o quanto você diz. Admita isso, por favor. Aconteceu, não quero me justificar de forma alguma, mas não foi sem motivos que o nosso relacionamento chegou aonde chegou.


― Diversas vezes eu tentei conversar com você sobre isso... Você nunca quis me ouvir, Christopher. Você estava preocupado demais tentando viver como seus coleguinhas, que tem quase trinta anos e levam uma vida adolescente, bebendo e farreando, e morando debaixo do mesmo teto que os pais! Você não percebeu que dessa forma não estava mais funcionando entre nós dois, e toda vez que eu tentava conversar sobre o nosso relacionamento, você fugia. Eu não queria pressionar você a se casar comigo, mas eu não tenho mais dezesseis anos para viver num relacionamento instável como o nosso estava. – Ela concluiu, limpando rapidamente uma lágrima insolente que escorrera de seus olhos sem sua permissão.


― Relacionamento instável? – Christopher repetiu, cético. – Anahí, eu não precisava colocar uma aliança no seu dedo para levar você a sério, eu sempre amei você, e pensei que era o bastante.


― Pra mim era importante! – Ela exclamou, irritada. – Eu queria viver com você, dividir minha vida com você, ter filhos... É isso que as pessoas esperam daqueles que amam, sabe? Nós não estávamos em sintonia, mas mesmo assim eu te respeitava... Só que eu não sou uma boneca sem emoções, Christopher! Eu preciso de segurança, eu me sentia infeliz porque eu tinha medo de perder você. Eu cuidava de você porque eu também precisava de cuidados. Mas não adianta dizer tudo isso agora. Já era, acabou. Eu não confio mais em você. Eu não acredito mais em você. – Disparou ela num tom cortante.


Christopher ouvia aquilo em silêncio, e era doloroso, principalmente por saber que ela estava certa.


Ela levantou-se rapidamente, entre lágrimas, queria fugir, precisava se afastar dele. Há dias tentava se convencer de que acabou, de que não tinha mais jeito, e estar perto dele novamente, sobretudo ouvi-lo dizer que a amava, dificultava grandemente as coisas para si. Precisava sufocar aquela esperança de que podiam consertar as coisas, porque seu lado racional sabia que tudo entre eles estava destruído de forma irrecuperável.


Porém... Era fraca demais para resistir quando ele parecia tão insistente e convicto a fazê-la perdoá-lo. Christopher segurou em seu braço firmemente, impedindo-a de fugir como fizera outras vezes. Não havia ninguém que podia salvá-la, era totalmente inútil gritar. Lançou um olhar mortífero enquanto voltava-se para olhá-lo, no entanto, aqueles malditos olhos caramelados insistiam em ser tão dóceis que derrubavam qualquer armadura que ela tentava montar em volta de si. Seu coração derretia, toda sua força de vontade ia por água a baixo, e quando notou, ele já havia envolvido sua pequena cintura entre seus braços fortes e a beijava languidamente. Ela não conseguia resistir a ele, e ele sabia disso, e usava contra ela.


Não tentou lutar contra ele, entregou-se ao momento até que o beijo cessou com alguns selinhos. Encararam-se por um momento e ela voltou a chorar... Por que ele tinha de ter um beijo tão incrivelmente bom, quando ela não poderia mais experimentá-lo?


― Dia dos mortos... Parece o dia e o lugar correto para encerrar e enterrar a nossa história. – Anahí murmurou, os olhos azuis transbordantes de lágrimas. Afastou-se dele, antes que aquele olhar de cão que caiu da mudança a convencesse a ficar. – Por favor, não me siga mais. – Ela pediu, tristemente, e virou-se de costas, distanciando-se dele.


Christopher viu Anahí se distanciar, muito cético quanto a tudo que havia ouvido. Ou talvez, acreditasse mesmo no fim, e não se importasse tanto como imaginava. Só não entendia porque não estava tão triste o quanto ela parecia estar. Ela estava certa, eles não estavam em sintonia. Ainda que soubesse que Anahí era a mulher que sempre havia sonhado para ser sua esposa, com todas as qualidades que sempre admirara numa mulher, ele não sentia vontade alguma de se comprometer de forma tão séria e permanente com ela. Entretanto, não entendia o porquê. Ele amava Anahí, devia muita coisa a ela... Ela realmente havia sido uma namorada e tanto, havia vivido momentos inesquecíveis ao lado dela, mas faltava algo... Algo que lhe parecia vital. Imaginou que apenas não se sentia pronto para tomar tal atitude e se convenceu de que era isso. Amava Anahí, mas não achava que era o momento para formarem uma família. Anahí tinha seu futuro profissional garantido, estava fazendo sucesso com sua literatura adolescente, e ele ainda tinha seus planos, precisava saber se o escritório que seria inaugurado dali uns dias daria certo, se ele conseguiria prosperar assim. Era certo que tinha o dinheiro dos pais, e Anahí o lembrava disso frequentemente, mas ele nunca quis contar com uma fortuna pronta. Ele queria conquistar seu próprio espaço e respeito dentro da profissão que ele havia escolhido pra si. E... Por um momento... Duvidou se o que sentia pela loira era algo verdadeiro.



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Autor(a): beatrizrrangel

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Christopher deixou que Anahí se afastasse o suficiente até voltar para o calçadão e se direcionar até onde seu carro estava estacionado. Enquanto caminhava, algumas gotas grossas de chuva começaram a despencar do céu, e quanto conseguiu finalmente entrar no seu carro, a chuva havia aumentado considerável e copiosamente. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16

    Que lindos!!!! Amei muito

  • beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57

    Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"

  • beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03

    Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?

  • vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37

    Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59

    Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33

    Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns

  • yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43

    Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*

  • ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15

    Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...

  • yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59

    Continua *_*_*_*

  • beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51

    Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!


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