Fanfics Brasil - XIV A casa caiu

Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD


Capítulo: XIV

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Alfonso presenciou a conversa, estava sentado no assento ao lado do de Dulce, mas continuou em um silêncio quase melancólico. A morena preferiu não começar qualquer tipo de diálogo com ele, para não ter de se confrontar novamente com o mesmo assunto que vinha evitando sempre que podia. Apenas recostou-se da forma mais confortável que pôde e dormiu o restante da viagem. Chegaram pela manhã na Rodoviária Novo Rio, e Alfonso a levou de táxi até o seu apartamento na Tijuca. Não fez qualquer comentário sobre nada relacionado ao passeio dela e de Christopher no fim da tarde, apenas fez o que sempre fazia, deixou-a em segurança em casa e partiu.


Dulce encontrou o apartamento, que dividia com Maite e Natasha, completamente silencioso. Provavelmente as amigas ainda estavam com suas respectivas famílias. Sentia todo o seu corpo dolorido pelas horas de viagem incômodas no ônibus, e somente tomou um demorado banho quente e relaxante, para entregar-se ao sono de novo, agora muito mais confortavelmente, em sua cama.


Quando acordou, já passava do horário do almoço, e com seus conhecimentos, tudo o que pode fazer foi um miojo incrementado com queijo e orégano. Até poderia aprender novas receitas, já que não era uma completa aberração na cozinha, mas preferia manter-se leiga nesse assunto, sobretudo porque se aprendesse a cozinhar teria que dividir o trabalho com Natasha. Olhou pela janela e o Rio de Janeiro continuava cinza e chuvoso. Almoçou de frente para a TV e ficou jogada preguiçosamente no sofá mais de uma hora, entediada, assistindo a um filme qualquer. Foi tirada de sua bolha de tédio e preguiça pelo toque de seu celular. Era Christopher para combinar o horário de se encontrarem na central do Brasil. Precisariam pegar o trem, já que estacionar próximo ao Estádio era uma missão quase impossível. Assim que desligou o telefone, Dulce foi tomar banho e arrumar-se para ir encontrá-lo.


Estava tão próxima de Christopher nos dias que antecederam sua viagem, que agora estava com saudades e ansiosa para reencontrá-lo. O vestido de gola pólo com as cores do Flamengo e o escudo desenhado do lado esquerdo do peito estava sobre a cama, e após secar os cabelos, ela o vestiu. Calçou um par de sapatênis preto e prendeu os cabelos num rabo-de-cavalo frouxo, com algumas mechas de cabelo livres. Maquiou-se levemente, perfumou-se, e estava pronta, pontualmente.


Ela seguiu de metrô até a estação de trem na Central do Brasil, juntamente com outra multidão de rubro-negros e tricolores, e encontrou Christopher parado, com as mãos dentro dos bolsos da bermuda jeans, vestido com sua camiseta do Flamengo e observando a multidão de pessoas que transitavam por ali, em frente à bilheteria, esperava por ela. Dulce caminhou em direção a ele com um sorriso genuíno e traquina bailando em seu rosto, e antes mesmo que ele pudesse percebê-la, abraçou-o fortemente pelo pescoço, a ponto de sufocá-lo.


― Quer me matar de susto, criatura? – Christopher disse, assim que ela o largou.


― Droga, acho que vou ter que me esforçar mais da próxima fez! – Maria brincou. – E então, vamos lá massacrar os Flores?


― Espero que você seja pé quente! – Ele disse e seguiram até a plataforma entre brincadeiras e piadas infames sobre tricolores, já que Christopher já havia comprado as passagens antes que ela chegasse ali.


Em meia hora chegaram ao Estádio, em meio a um fluxo colorido de outros torcedores. Perderam aproximadamente quarenta minutos na fila até conseguirem comprar seus ingressos, e, então, puderam entrar. Logo acomodaram-se na área Leste Superior do Engenhão, e a medida que se aproximava o horário do jogo, o lugar ia enchendo gradativamente.


Christopher não podia deixar de notar o interesse genuíno da morena com o futebol. Nunca havia encontrado sequer uma mulher que soubesse toda a escalação de seu time, e mais, jamais se imaginaria conversando sobre esquema tático com Dulce Maria. Ela parecia realmente interessada com o esporte, e uma rubro-negra tão “doente” o quanto ele.


― Eu não sabia que gostava tanto de futebol. – Christopher comentou entre a pausa de um diálogo animado sobre o último fla x flu.


― Ah, eu acostumava acompanhar melhor os jogos, mas depois da faculdade, não me restou muito tempo. – Explicou. – E, meus amigos mais próximos torcem por outros times. Poncho torce pelo América, Christian é botafoguense, Noah diz ser flamenguista, mas não entende absolutamente nada de Futebol, que não seja o americano, e Natasha e Maite são como a maioria das garotas, dizem torcer pelo Flamengo, mas não sabem absolutamente nada do time.


― Bom, agora você tem a mim. – Ele deu um sorriso de lado, daqueles que Dulce (ou qualquer outra mulher) morreria por um. – Podemos vir torcer juntos sempre que quiser. – Deu de ombros, e Dulce concordou, com um sorriso.


O time entrou em campo, e depois de todo aquele ritual típico de cumprimento entre os rivais, e etc., a partida finalmente começou. Ambos trocavam comentários revoltados sobre o juiz, entre um lance e outro, e gritavam e preparavam-se juntos para comemorar quando um quase-gol ocorria a favor do flamengo, ou ainda, sofriam juntos em qualquer lance perigoso do tricolor. Os que viam de fora com certeza poderiam supor que eles eram um tipo perfeito de casal. Amavam-se além do amor, um amor que abrangia um tipo pleno de amizade, confiança e intimidade. Mas, ninguém só de olhar, poderia supor o que verdadeiramente acontecia entre eles. Ainda que a atmosfera fosse romântica e divertida, eles negariam qualquer outro sentimento que os levasse a além da amizade.


Quase no fim do primeiro tempo, em uma jogada genial de Léo Moura pela lateral esquerda, que deu um passe perfeito à Vagner Love, e concedeu a este último a oportunidade do primeiro gol do rubro-negro e o atacante do amor logrou êxito na missão, gol! A rede adversária balançou com vigor com o chute de Love. A torcida foi ao delírio, e Christopher e Dulce abraçaram-se efusivamente entre pulos e gritos de excitação. Nem perceberam quando o juiz apitou o fim do primeiro tempo, e, perdidos nos braços um do outro, os lábios encontraram-se num beijo cheio de êxtase e alegria. 


Não houve mais gols, nem beijos, a defesa do Fluminense fechou-se e tentava atacar a todo o momento, e o rubro-negro ia resistindo a pressão atrás de pressão. Mesmo assim, a torcida não desanimava. Era uma emoção única a que ambos sentiam, assistindo e participando daquela multidão de rubro-negros cantando sem pausas, levando o time para frente, aquilo dava na pele um arrepio e o coração se enchia de uma alegria que somente aquele ambiente poderia proporcionar. Christopher e Dulce, que sabiam todas as canções de cor e salteado, acompanhavam a nação:


Mengo!
Estou sempre contigo
Somos uma nação
Não importa onde esteja
Sempre estarei contigo
Com meu manto sagrado
Minha bandeira na mão
O Maraca é nosso
Vai começar a festa!
Dá-lhe, dá-lhe, ô (3x)
Mengão do meu coração
Dá-lhe, dá-lhe, ô (3x)
Mengão do meu coração
Aquela adrenalina continuou com eles até e após o apito final do juiz. Apesar da vitória magra, estavam com a sensação de dever cumprido. A vitória era tudo o que importava. Saíram de mãos dadas para não se perderem entre a multidão, e, fugiram das brigas comuns de pós-clássico até chegarem a um lugar afastado e seguro.


― Ufa! – Dulce exclamou, quando se viu livre da aglomeração.


― Quer esperar até ficar mais calmo, para irmos embora? – Christopher perguntou. Ele era homem e por ele mesmo, não via problemas em enfrentar os vagões lotados de torcedores no trem, mas queria protegê-la de qualquer incômodo.


― Ir embora? – Ela repetiu, consternada. – Nada disso, vamos sair para comemorar a vitória sobre os flores.


― Aonde? – Christopher quis saber, levemente titubeante.


― Em qualquer boteco. – Ela deu de ombros, e observou a sua volta. – Vamos pegar um ônibus! – E exclamou, puxando-o para o ponto.


Christopher, a cada dia ao lado de Dulce, ficava ainda mais admirado e abismado com a total diferença entre ela e Anahí, ou entre ela e as outras mulheres com quem estava acostumado. Havia acabado de assistir uma partida de futebol num Estádio lotado, ao lado dela, só por aí já havia uma diferença bastante acentuada. Anahí jamais se dispusera a enfrentar um “bando de louco suado” como ela mesma definira em algum momento, e mesmo assim, Dulce não perdia sua essência predominantemente feminina. Era algo que ele não conseguia explicitar com palavras. Era uma discrepância que o agradava grandemente, sobretudo por ter dela exatamente tudo o que queria: Futebol, cerveja e sexo... Sem que pra isso precisasse negociar outras coisas, como seria naturalmente com qualquer outra mulher.


Maria o conduziu até um bar muito animado no Bairro de Madureira. Era um local simples, frequentado naturalmente por outros torcedores em algazarra pelo jogo, zoando tricolores e comentando cada detalhe da partida com muito ânimo e exaltação. Conseguiram uma mesa um pouco afastada de toda a gritaria e pediram uma cerveja.


― Nossa! Não sei como o Rio de Janeiro consegue ser tão quente, mesmo com toda essa chuva! – Dulce reclamou, tirando o cabelo que havia colado por causa do suor na região de sua nuca, e depois se abanou com as mãos, como se aquele gesto fosse diminuir o calor.


― É porque está agitada, depois melhora. – Christopher disse.


― E tem como não estar? – Ela respondeu e sorriu. – Me conta... O que aconteceu enquanto eu estive fora?


Christopher foi pego de surpresa com a pergunta e teve dificuldade em formular uma resposta decente. Disse numa voz falha e insegura que não era nada. Dulce o encarou um pouco irritada, como se o obrigasse a dizer logo o que fosse que tinha a lhe dizer.


― Bom... Eu procurei Anahí, nós conversamos e... É, não... Não tem mais volta, Maria. Acabou. E é estranho dizer isso, mas eu não me importo. – Christopher concluiu, resumindo a história toda ao máximo que podia.


Ao ouvir aquilo, Dulce bebeu de uma só vez toda a cerveja de seu copo. Uma parte de seu corpo sentia-se extremamente feliz por ouvir aquilo. Christopher não amava mais ninguém. O loiro estava livre e aquilo significava que não haveria nenhuma interrupção no caso que havia entre eles, não pelo menos tão próximo o quanto ela imaginava. Entretanto, outra parte de si sentia-se totalmente confusa e sem entender sua própria reação àquela notícia. Precisava sentir-se desapontada, e, mesmo que realmente não estivesse, daria a entender que estava.


― Como assim? Christopher, você a ama, não pode desistir dela assim! – A morena exclamou.


― Não, Maria... Eu não quero mais levar isso adiante. Anahí está certa, não tem conserto, acabou. Eu estou feliz agora. As coisas vão continuar como estão, em pouco tempo eu terei o dobro de trabalho com o novo escritório, e, bem... Estou habituado às coisas como elas são agora. Antes eu só não sabia organizar a minha vida sem ela, mas agora está tudo bem. Eu realmente superei.


Dulce ouviu atentamente o que ele dizia. O que ele queria dizer com “estava satisfeito agora”? O “agora” a envolvia!


― Você não pode estar falando sério!


― Ela não vai me perdoar, Maria. Eu a conheço, e sei que estava sendo sincera, ela está cansada, e eu estou cansado.


― Você não a ama mais? – Dulce perguntou mesmo tendo percebido a resposta nas entrelinhas da fala dele.


Christopher titubeou antes de conseguir responder.


― Eu acho que sim, mas o amor não é suficiente para apagar todos os erros que nós dois cometemos. Às vezes, só o amor não é o bastante.


― Tá falando merda, já ta bêbado, não é? – Dulce disse, observando-o com seriedade. – Ela está magoada, é natural, mas se ela te ama, ela vai te perdoar.


― Não tenho tanta certeza disso. – Christopher deu de ombros, indiferente.


Depois daquela conversa, Dulce ficou cismada. Sua segurança era saber que Christopher amava Anahí, era isso que a encorajava a ir além de suas próprias barreiras quando estava com ele. Não poderia mostrar-se evasiva de uma hora para a outra, e tentou continuar a agir da mesma maneira com ele, mas o fato é que estava terrivelmente preocupada. Ainda que seu inconsciente ficasse feliz por ter o caminho livre para ele, sua razão insistia em afirmar que aquilo era loucura e um suicídio emocional. Estava, definitivamente, numa sinuca de bico e precisava fazer alguma coisa.


Ela permanecera em silêncio, matutando aquelas informações em sua mente, até que Christopher percebeu a sutil diferença entre a Maria de momentos atrás e aquela pessoa calada a sua frente. A morena sorriu, balançando a cabeça como quem tenta se livrar dos maus pensamentos e esforçou-se por manter o bom humor, mesmo diante de toda aquela bagunça e confusão mental que ele havia gerado.


Pois, oras! Talvez ela estivesse sendo pretensiosa e prepotente ao imaginar que Christopher pudesse, já, estar sentindo algo por ela além da amizade. Que cara sairia de um relacionamento de três anos disposto a engatar em qualquer tipo de relacionamento sério logo depois? Certamente, Christopher estava curtindo o momento com ela, como qualquer outro cara esperto e inteligente faria depois de tanto tempo preso a uma relação fracassada. Ou ainda, pensar aquilo fosse mais fácil, pois não queria admitir, mas não pretendia, não queria e não podia se afastar dele agora.


Resolveu que por ora, não iria reter-se àquele problema. Não poderia pensar em nada que pudesse fazer para resolvê-lo de imediato, portanto, tudo o que lhe restava era curtir o fim de noite, depois de um dia que, em sua maior parte, havia sido muito agradável. Estavam numa mesa de bar, conversando como amigos típicos e permaneceriam assim.


Foi Christopher quem olhou o relógio e viu que já era hora de ir embora. Ele pagou a conta e, juntos resolveram que não havia necessidade de pagarem um táxi de Madureira até a Tijuca. Chamaram um táxi e, então, Christopher acompanhou Dulce Maria até a casa dela. Pararam frente ao prédio para se despedirem.


Dulce parou de frente para ele, encarando-o longamente sob a pouca iluminação pública.


― O que foi? – Christopher perguntou, constrangido com aquele olhar.


― Nada. – Dulce assegurou. – Quer subir?


― Hoje não posso. – Ele disse, aproximando-se dela. – Já são quase dez da noite, amanhã acordo bem cedo.


Agora ele estava tão próximo que fora impossível para Dulce conter o ímpeto de envolver seus braços ao pescoço dele. E ele, naturalmente, agarrou-se a cintura dela.


― Quando vamos nos ver de novo? – Christopher quis saber, arrancando dela um sorriso involuntário.


― Essa semana vai ser meio complicada, mas na sexta-feira de repente rola barzinho ou boate com a galera. – Respondeu.


― Eu sei, com a galera... Estou dizendo de ficar sozinho com você. – Ele murmurou sutilmente malicioso.


― Vamos nos falando. – Foi tudo o que ela disse, antes de selar os lábios aos dele demoradamente e em seguida desaparecer pela entrada do prédio.



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Autor(a): beatrizrrangel

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Segundos antes de dormir, Christopher ainda não conseguia livrar-se dos pensamentos que permeavam toda a sua vida desde que conhecera Maria. Era um fato que seus dias foram inegavelmente preenchidos por uma alegria que ele não havia experimentado antes de conhecê-la. Era como se, quando estava na presença dela, se sentisse completo. Ela unia todas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 30



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  • stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16

    Que lindos!!!! Amei muito

  • beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57

    Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"

  • beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03

    Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?

  • vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37

    Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59

    Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!

  • ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33

    Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns

  • yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43

    Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*

  • ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15

    Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...

  • yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59

    Continua *_*_*_*

  • beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51

    Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!


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