Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD
Assim que retornou da padaria com o café da manhã dos dois, Christopher encontrou Maria assistindo TV, largada em seu sofá. Os cabelos molhados evidenciavam que acabara de sair do banho, e notou que a blusa que ela usava era sua. Baixou os olhos e notou que ela usava uma de suas cuecas boxes. Que folgada! Ele pensou.
Uma completa estranha dentro de seu apartamento, mexendo em suas coisas pessoais. Ficaria irritado se fosse outra pessoa, mas por Deus, tinha de admitir, ela ficara extremamente sexy dentro de suas roupas. As pernas descobertas cruzadas por cima do encosto do sofá chamaram sua atenção, e ela pigarreou, obviamente entendo o transe dele.
― Precisei tomar algumas coisas suas emprestadas. – Maria disse, reunindo toda sua cara de pau num sorriso endiabrado. – Espero que não se importe. – E concluiu, com um olhar quase angelical. Era um paradoxo interessante. Ao passo que Maria aparentava ser uma pessoa dócil e calma, assim que abria a boca, toda essa imagem era desmanchada.
Em instantes, Christopher já preparava o café enquanto Maria cortava uma generosa fatia do bolo de laranja que ele trouxera da padaria. Estava faminta e isso estava intrinsecamente inerente a quantidade exacerbada de calorias que deveria ter perdido durante aquela noite louca. Trocaram algumas palavras triviais, até que Christopher sentou-se com ela para comerem juntos.
― E então, Christopher, o que você faz da vida? – A morena resolveu perguntar algo de relevante depois de um tempo relativo a conversarem coisas desinteressantes.
― Sou contador. – Deu de ombros. – Eu e um amigo estamos abrindo um escritório de contabilidade aqui na Glória.
― Números, blergh. – Emitiu, com uma careta. Christopher não precisava conhecer profundamente a morena a sua frente para perceber que ela possuía uma personalidade distinta e forte. Ao mesmo tempo que era uma mulher com todos os seus atributos, também transbordava de puerícia. A cada segundo ele ficava mais intrigado com Maria.
― Quantos anos você tem? – Christopher resolveu perguntar, enquanto ainda refletia sobre os modos da garota.
― Por que quer saber? – Ela disse, erguendo o queixo com petulância.
― Acho que depois de dormirmos juntos, é o mínimo que preciso saber. Certo? Vai que você é menor de idade e a polícia bate na minha porta pra me prender por pedofilia? ― Argumentou.
― Não sei. Por que acha isso?
― Você é totalmente louca. – Christopher balançou a cabeça negativamente e a morena simplesmente riu, mordiscando mais um pedaço do bolo.
― Me fala um pouco sobre a Anabela. – Ela pediu, apoiando-se na mesa. Relacionamentos eram tediosos, mas estava realmente disposta a realizar aquela missão. Afinal, poderia ser até divertido brincar de fada madrinha.
― Anahí. – Christopher corrigiu, revirando os olhos. – Bom, Annie é uma pessoa calma e doce quando não está com ciúmes.
― Então você a definiria como romântica? – Quis saber, roendo as unhas displicentemente.
― Mais ou menos. Não aquelas meninas idiotas que acreditam no impossível. Annie é uma mulher interessante, madura, mas com sensibilidade. – Ele murmurou com certa reverência. Se não fosse pelo ciúme excessivo, talvez a loira fosse uma mulher perfeita, foi o que ele concluiu naquele instante.
― E o que ela faz da vida?
― Ela é colunista numa revista teen, e escreve livros para adolescentes.
― Madura, não? – Maria debochou.
Christopher ignorou todas as vezes que Maria usou do sarcasmo para respondê-lo. Contou-lhe como conheceu Anahí e resumiu os mais de três anos de relacionamento deles. Conhecera a loira através de uma amiga de infância, Estefania, que formara-se com Anahí em Jornalismo na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
― Acho que vou procurá-la, mais tarde. – Olhou o relógio e suspirou. Imaginou que Anahí estaria aniquilada naquele momento, chorando as mágoas enquanto ganhava todas as calorias que havia evitado durante a semana, nas dietas absurdas que ela se impunha.
― Não seja idiota. – A morena interveio. – Se procurá-la agora vai piorar as coisas. Ela está nervosa, você ainda não tem um bom argumento, vão brigar e dificultar ainda mais as coisas.
― E então o que eu faço? – Christopher perguntou, desolado. Dava pena daquele olhar de cachorrinho abandonado que ele adotara desde a manhã daquele dia.
― Espere a poeira abaixar. – Maria respondeu simplesmente.
― E que argumento eu vou usar? – Quis saber. Em sua concepção, nem o melhor advogado do mundo poderia construir sua defesa, quando o “júri” havia presenciado o “crime”.
― Precisa dizer a verdade. – A morena o encarou com seriedade. – Você errou. É um ser humano. Mas está arrependido, precisa ser sincero com ela e esclarecer que quer que as coisas melhorem entre vocês dois.
― Você é louca, mas estou começando a achar que o que você diz faz algum sentido. – Brincou, com um sorriso de lado.
― Os loucos sempre têm razão. – Deu de ombros. – Tem um cigarro aí? Preciso fumar. – Disse de modo impaciente.
― Não fumo. – Christopher redarguiu.
Somente depois do café da manhã, é que Christopher se deu conta da tamanha bagunça que Anahí fizera em sua casa. A loira havia devastado tudo de quebrável pelo caminho curto que percorreu do quarto até a saída do apartamento. Teria muito trabalho ali e só aquele pensamento já o deixava fatigado.
A morena encostou-se no batente da porta e observou a baderna desinteressadamente. Por outro lado, Christopher indagava-se por onde iria começar a limpar e organizar toda aquela arruaça.
― Bom, acho que você tem muito trabalho pela frente. – Maria comentou. – Eu estou de saída.
*
Ao deixar o apartamento de Christopher, depois de trocarem números de telefone, Dulce ponderou que era uma pena que um homem como Christopher estivesse apaixonado e obstinado a reconquistar a sua amada. Não que estivesse demasiadamente interessada em algo mais com ele que não fosse um lance casual e talvez contínuo. Não era do tipo apaixonável, não seguia a linha facilmente apaixonável e tontamente romântica. Mas não podia negar que ele era extremamente atraente e agradável.
Aquilo lhe remeteu a outro pensamento. Aquele poderia ter sido o primeiro e o último encontro dos dois. É claro, deixou seu telefone com ele. Mas ele ligaria? Sabia que a primeira impressão que as pessoas tinham dela era sempre superficial e pouco condizente com a verdade. Ninguém entendia o seu espírito livre como uma opção diferente de vida, e quase que na totalidade, lhe julgavam como uma louca descompromissada com tudo. Aquilo não era totalmente verdade (Isto é, há alguma verdade nisso), ela só não era uma das pessoas mais convencionais. Era guiada pela sua própria vontade e se importar com o pensamento alheio não era nem de perto uma de suas prioridades.
Mas por que aquilo era tão importante? O que aconteceria se Christopher, o cara o qual nem lembrava mais o sobrenome, desaparecesse de sua vida o tão rápido o quanto havia aparecido? Era só um cara legal com quem poderia ter uma amizade. Não era uma regra. Aliás, não seria uma perda grandiosa, visto que consciente que Christopher era um cara apaixonado por outra mulher, iria tirar o seu cavalinho da chuva. Por mais libertina que pudesse ser, intrometer-se em relacionamentos alheios não era uma conduta que gostava de assumir, sabia de antemão que essas histórias nunca terminavam bem. Por hora, tudo o que tinha de fazer era aguardar o que sucederia e continuar a sua vida como estava antes de conhecê-lo.
O apartamento retornara a ter uma aparência apreciável, mas Christopher estava exausto. Não que o trabalho tivesse sido demasiadamente extenuante, no entanto, a ressaca da noite anterior ainda insistia em lhe afligir. Aliada a ressaca física, a ressaca moral também era devastadora. A cada cinco minutos, Christopher amaldiçoava o momento em que decidira sair de casa na noite anterior. Em tão pouco tempo ele havia destruído mais de três anos de namoro, um coração e todos os seus objetos de decoração antes alojados na estante da sala de estar.
Christopher reconhecia e admitia sua essência masculina tipicamente cafajeste, uma construção social de grande peso. Mas não era de todo canalha. Anahí havia sido uma boa namorada durante vários meses, mas já não se contentava somente em ser sua namorada. Queria-o para si, queria tê-lo por perto mais tempo do que ele conseguia se dispor, tanto por seu trabalho, tanto por sua própria vontade. Ele ainda queria aproveitar sua vida de solteiro, jogar bola com os amigos, sair para beber e dançar sem que tivesse alguém desconfiando de si a cada segundo. A loira, todavia, contava seus vinte e sete anos já uma idade propícia para casar-se e planejar os futuros filhos. Sempre que o assunto vinha a tona, Christopher dava um jeito de desconversar e aquilo a irritava profundamente. Porém, mesmo que não viessem se entendendo há algum tempo, Christopher gostava verdadeiramente de Anahí, que costumava ser uma mulher agradável, carinhosa, engraçada, discreta e inteligente na maior parte do tempo.
Saber que havia magoado Anahí era doloroso. Sabia que a loira era extremamente sensível e que um golpe daquele seria extremamente difícil de ser superado por ela. Annie, como costumava chamá-la sempre, não merecia passar por uma situação tão degradante. Era bondosa demais, fiel demais. Eram tantas qualidades que ele mal conseguia entender porque não era capaz de amá-la tanto o quanto ela merecia. Mas sentia que precisava trazê-la de volta, ainda mais porque a loira era um ponto de equilíbrio em sua vida. Anahí era quem tinha os melhores conselhos para todos os tipos de assunto e situações que envolviam sua vida. Família, trabalho, amigos, saúde... Sem Annie ele mal conseguia encontrar suas meias em seu próprio closet.
Talvez Maria, a insana (como ele havia concluído assim que a morena havia saído de seu apartamento), estivesse realmente certa em tudo o que falara. Apesar de ter errado feio com Anahí, ela o amava. Ele precisava encontrar uma forma de fazê-la acreditar que estava de fato arrependido e assim conquistar dela o perdão que tanto almejava.
Autor(a): beatrizrrangel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Nos primeiros dias da semana que se seguiu, Dulce se pegou apreensiva, olhando para o aparelho celular a espera de uma ligação de Christopher. Repreendeu-se pelo menos duas vezes por isso, afinal, aquilo não tinha o menor cabimento, não fazia o menor sentido. E então, resolveu simplesmente esquecer e parar de criar esperanças de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16
Que lindos!!!! Amei muito
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beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57
Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"
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beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03
Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?
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vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37
Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59
Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33
Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns
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yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43
Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*
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ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15
Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...
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yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59
Continua *_*_*_*
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beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51
Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!