Fanfic: A casa caiu | Tema: Vondy, Trendy, Barken, RBD
No dia posterior a visita de Christopher, Dulce acordou exatamente igual aos dias anteriores, depois de uma noite de sono ruim. Não eram nem sete da manhã, e decidiu que sairia da cama, já que sabia que não iria conseguir dormir mais. O misto de emoções que sentia, ao contrário dos outros dias, lhe dera agora uma energia que ela precisava canalizar para algum tipo de exercício. Resolveu que iria sair e caminhar o quanto seu corpo precisasse. Assim que saiu do banho, com sua roupa de malhar, encontrou Maite fazendo café na cozinha.
― O que houve? Caiu da cama, foi? ― Maite indagou, olhando-a de esguelha.
― Perdi o sono, vou aproveitar pra caminhar e pegar um pouco do ar da manhã. Deve fazer bem. ― Dulce murmurou, enquanto abria o pote de biscoitos para pegar o que seria seu café da manhã.
― Hm. ― Mai emitiu, observando-a interessadamente. – E o Alfonso vai com você? – Perguntou, como quem não quer nada.
― Não. – Dulce negou, e enfiou um biscoito na boca, mastigou, engoliu e prosseguiu. – Ele está trabalhando. Por que está perguntando isso? – Quis saber, apoiando o dorso na bancada e encarando Maite inquisitivamente.
― Sei lá, vocês dois estão tão próximos ultimamente. – Maite deixou escapar, com um tom insinuante.
Dulce não respondeu, apenas lançou um olhar mortífero para a amiga e saiu de casa.
Não podia negar que não era a primeira vez que pensava naquilo. Era verdade, estava mais próxima que nunca de Alfonso. O primo se tornara essencial a ela, e a presença dele lhe fazia bem. Poncho a amava, cuidava dela e estava sempre por perto quando ela precisava. Aquelas coisas não saíam de sua mente, enquanto caminhava.
Estava carente, confusa e propícia a tomar qualquer decisão que lhe fizesse sentir melhor. Os pensamentos jorravam na mesma intensidade que o suor, enquanto corria nas calçadas da Tijuca. Nunca havia percebido o quanto ter alguém para estar junto dela, como companhia e não como parceiro sexual, lhe fazia falta. Christopher a fizera perceber isso. Ele havia feito com que ela descobrisse uma parte dela até então desconhecida. E agora sentia um vazio horrível, e sabia que Alfonso, mesmo com toda a sua boa vontade, não poderia preencher.
Mas poderia amenizar.
Começou a imaginar-se ao lado dele, e a ideia não soava tão ruim. Com o tempo, talvez, fosse capaz de gostar dele, sabia que não seria como era com Christopher, mas poderia se empenhar para que tudo saísse bem. Achava que podia fazer aquilo. Pensou na ideia durante toda a caminhada, que alternava com corridas, até que seu corpo fatigado implorou por um descanso. Voltou para casa e aquilo não saía de sua mente nem por um segundo. Às vezes sentia-se idiota por apenas cogitar aquela ideia, e às vezes sentia-se inclinada a tentar.
Dulce chegou em sua casa completamente suada. Há tempos não se exercitava daquela forma, e nem sabia como havia aguentado correr por tanto tempo e num ritmo ao qual não estava familiarizada. Estava correndo de si mesma, fugindo dos pensamentos que a perseguia e a sufocava. Agora sentia-se cansada, mas melhor. Queria gastar o máximo de energia para conseguir dormir bem a noite. Precisava dormir por longas horas, sem sonhos, sem qualquer coisa que pudesse atrapalhar seu descanso.
Depois de uma ducha revitalizante, Dulce resolveu que prepararia o almoço para ela e as amigas. Estava sempre esquivando-se das tarefas domésticas, devia isso a Maite e a Natasha, e a si mesma, já que com quanto mais tarefas se ocupasse, menos pensaria em coisas que lhe faziam mal. A dispensa estava vazia, não fariam compras naquele mês, não fazia sentido já que todos iriam para suas casas e só voltariam no próximo semestre. Ainda eram onze da manhã, então, Dulce foi até o supermercado comprar algumas coisas para fazer um estrogonofe de frango, uma das poucas coisas que sabia cozinhar.
Maite e Natasha nem acreditaram quando saíram de seus quartos e sentiram cheiro de comida de verdade. Dulce estava irreconhecível atrás do avental, segurando uma colher de pau com um sorriso arteiro.
― Ah não, Dulce. – Natasha resmungou. – Não faz um negócio desse, eu queria sair hoje de noite, e provavelmente vai chover, por sua causa. – Acrescentou em tom zombeteiro.
― Idiota. – A morena rebateu rapidamente.
― Me diz o que quer. – Maite disse, sentando-se a mesa. – Não tenho dinheiro, já vou logo avisando.
― Sentem e comam, antes que eu mude de ideia. – Dulce respondeu, esquivando-se da surpresa das amigas. – Vocês nunca acordaram com vontade de fazer uma boa ação não?
Depois de almoçar com as amigas, Dulce se recolheu para seu quarto e começou a arrumar suas coisas, limpando todo o quarto, separando roupas que não queria mais, e ajeitando tudo para quando fosse voltar para a casa de seus pais, no começo da próxima semana. Aquela tarefa ocupou sua tarde inteira, e quanto terminou, se jogou em sua cama, passando os braços por trás da cabeça, mirando o teto. Não restara nada que pudesse fazer, nada que não fosse chocar ainda mais as suas amigas, e ainda restavam algumas horas antes que pudesse finalmente dormir sem que acordasse antes das oito do dia seguinte.
Agradeceu aos céus quando ouviu leves batidinhas na porta e logo depois a voz de Maite anunciando sua entrada.
― Está ocupada? – Maite perguntou.
― Não, pode entrar. – Disse, sentando-se.
Maite entrou, fechando a porta atrás de si, e em seguida sentou-se ao lado de Dulce na cama dela. Dedicou os segundo iniciais a encará-la, observando meticulosamente.
― Por que está me olhando desse jeito? – Dulce quis saber, incomodada. – O que eu fiz?
― Não sei. – Mai deu de ombros. – Quer conversar?
― Conversar sobre o que? – Retrucou, fazendo-se de desentendida.
― Você sabe, Dulce. Sobre tudo. Sobre Christopher, sobre Alfonso...
Dulce ficou em silêncio por alguns instantes, e depois prosseguiu.
― O que você acha... Disso do Alfonso. – Disse, sua voz deixava transparecer toda a sua insegurança.
― Sinceramente? – Mai perguntou retoricamente. – Acho uma péssima ideia. O Alfonso gosta de você, mas você sabe que não gosta dele. Está carente, perdida, e gosta da confiança que ele te passa. Eu conheço essa história e pelo que me consta, isso não tem como acabar bem. – Disse e Dulce abaixou a cabeça, sabendo que ela estava completamente certa.
― Eu tenho sido egoísta de aceitar toda a ajuda dele. Sei que não posso recompensá-lo, mas é difícil, Mai.
― É difícil, mas não é impossível. O Christopher está com a Anahí, mas não é casado com ela. Ainda tem tempo, ele gosta de você. Se você ficar trancada nesse quarto o dia inteiro, aí então é que vai perdê-lo definitivamente e vai ter todo o fim da sua vida para lamentar isso.
― O que você acha que eu tenho que fazer? – Dulce quis saber, perdida. Não entendia nada daquele novo universo. Entendia de bebidas, de baladas e de sexo sem compromisso, nada além disso.
― Eu acho que você tem que ir atrás do Christopher e mostrar pra ele que ainda vale a pena escolher você.
― E se não valer? ― Indagou, insegura.
― Você tem que fazer valer. Anda, Dulce, não estou reconhecendo você. Caindo a migalhas, logo você que era um poço de autoconfiança! – Exclamou e aguardou as palavras surtarem o efeito desejado
― Quer saber? ― Dulce ergueu o queixo de maneira decidida. – Você está cheia de razão. Eu não estou sendo eu mesma desse jeito. Eu vou falar com ele, vou ser sincera, se não der certo, não deu. Pelo menos eu tentei, não é?
― Isso mesmo, garota! ― Mai afirmou animadamente, e abraçou a amiga.
Assim que Maite deixou seu quarto, Dulce se deu conta de que precisava agir rápido, antes que toda aquela coragem que sentia esvanecesse. Encarou seu celular por dois segundos antes de fazer o que pretendia: ligar para Christopher. Ouviu a primeira chamada, a segunda... A terceira... Ninguém atendia. Na segunda tentativa, uma voz mecânica anunciou que o telefone dele estava fora de área ou desligado. Ele não queria atendê-la...
No entanto... Não havia como prevenir uma visita. Ela precisava arriscar, já havia errado demais, aquela era a hora de consertar as coisas e mostrar que havia amadurecido. Não que acreditasse totalmente nisso, mas precisava provar pra si mesma também. Abriu a mala onde suas coisas já estavam arrumadas para a viagem e tirou de lá um vestido que não precisava ser passado, jogou sobre a cama e foi direto para o banho. Estava com pressa, por isso, nem mesmo secou os cabelos. Saiu o mais rápido que pode em direção a Glória, mais precisamente, ao apartamento de Christopher Uckermann. Pelo caminho, foi imaginando o que diria a ele. Simplesmente tocar a campainha da casa dele e gritar um animado “Surpresa” não era uma opção. Ela precisava se redimir, havia pisado na bola, mas estava arrependida e precisava convencê-lo disso. Sua felicidade dependia daquilo e ela não poderia recuar, não poderia viver com a dúvida e a incerteza pelo resto da vida, porque agora ela sabia... Jamais esqueceria Christopher. Precisava tentar.
Passar pela portaria, como sempre, não representara dificuldade nenhuma. O porteiro daquele plantão era um cara muito simpático que ia com a cara de Dulce e já a conhecia bem o suficiente para saber que ela não representava nenhum perigo. Até então, tudo estava correndo perfeitamente bem. Suas mãos tremiam e suavam compulsivamente enquanto o elevador subia os andares, seria capaz de vomitar ali mesmo se houvesse algo em seu estômago, mas sua cabeça estava bem e era aquilo que realmente importava. Iria atravessar aquele hall e ser completamente sincera com Christopher. Sabia que não havia sido fácil pra ele ter de lidar com uma pessoa tão instável como ela, mas não havia sido fácil pra ela também.
De repente, se encontrava de frente para a porta do apartamento dele. Secou as mãos suadas no vestido e fechou os olhos, respirando fundo e soltando o ar lentamente, tentava mentalizar o que estava prestes a fazer. Tinha lá suas dúvidas quanto a existência divina, mas naquele momento, se permitiu fazer um pedido silencioso. Queria Christopher. E ela podia fazer aquilo. Ela podia ser a pessoa que o faria feliz, claro, não sem um pouco de esforço, mas que casal era perfeito, aliás?
Ela podia fazer aquilo, estava convencida.
Então, simplesmente fez. Esticou seu indicador e pressionou a campainha, ouvindo o som ecoando por detrás da porta. Sentiu uma vontade súbita de sair correndo, mas sabia que era a coisa certa a fazer. Não podia ser tão covarde... Não com tanta coisa em jogo.
Coração bate acelerado
Cores e promessas
Como ser corajoso
Como posso amar quando tenho medo de me apaixonar
Mas ao ver você na solidão
Toda a minha dúvida de repente se vai de alguma maneira
Por um momento, achou que ele não apareceria... E se ele não estivesse em casa? Já fazia mais de dois minutos que ela estava ali, de pé, esperando. Milhões de coisas passavam por sua cabeça. Mas então a porta se abriu e ela encarou novamente aqueles olhos castanhos tão... Indiferentes, inexpressivos.
Um passo mais perto
Demorou mais um pouco até que conseguisse fazer sair algum som de seus lábios entreabertos e inseguros.
― Eu estou aqui porque... – Iniciou ela, suas palavras saíam num tom frágil e embargado, os olhos já marejavam, mas ela tentava se manter firme e raciocinar sobre o que precisava dizer a ele. Longe dele já não era fácil organizar algumas palavras, mas frente aqueles olhos sérios era uma tarefa extramente penosa. – estou arrependia pelo que fiz. Poderia justificar, mas sei que não adiantaria... Então, sintetizando... Eu... Eu... – Gaguejou, desviando o olhar do dele. – Amo você. – Disse, tornando a encará-lo.
― É só isso? – Christopher perguntou. Estava inabalável, seu olhar era frio e sem emoções. – Nesse caso, eu poderia atender o seu telefonema.
Eu morri todos os dias esperando você
Amor, não tenha medo
Eu te amei por mil anos
Eu te amarei por mais mil
― Mas sabe por que eu não atendi? – Christopher prosseguiu, cruzando os braços encarando as lágrimas dela com a maior indiferença que era capaz. – Porque a minha opinião sobre você continua a mesma. Você é uma covarde com quem eu perdi tempo, imaginando que poderia ser mais do que só uma garota prepotente, mimada e egoísta. Eu quis entender seu medo de se relacionar, mas pelo que entendi, você supera isso bem rapidinho as vezes. Quando tudo não deu certo com a gente, se jogou nos braços do Poncho. Você só pensa em você mesma. Pode ter se arrependido do que você fez com a gente, mas isso não muda o que você é! – Disparou, sem pensar muito. Estava completamente chateado. Tudo o que saía agora de sua boca era fruto do tempo que ficara remoendo aquela história e a mágoa pela cena que encontrara no apartamento dela.
― Está me chamando de egoísta? – Dulce repetiu, perdida e indignada. – Eu... Eu fiz o que achei certo no momento. Agora eu sei que estava errada, mas não agi só por mim! Você acha que conhece tudo sobre mim, mas não sabe nada. Eu nunca estive com o Alfonso, não estou, e não pretendo estar. – Defendeu-se, tentando manter a calma e se lembrar do motivo pelo qual estava ali. Estava com raiva de Christopher naquele momento, mas ele estava com raiva dela também e por motivos justos.
― Nunca conheci você porque nunca me permitiu, agora vá embora, por favor.
― Christopher... Eu errei, mas... Todo mundo merece uma segunda chance.
― Eu fui até o seu apartamento por isso. Você a perdeu naquele momento.
A porta se fechou diante de si e Dulce abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas descerem por seu colo. Então, aquele era o fim? Não, não podia ser. Não podia aceitar aquilo, tinha de tentar mais uma vez até achar que não adiantaria mais.
Começou a esmurrar a porta, gritando e pedindo para que ele voltasse. Só retornou a sanidade quando alguns vizinhos saíram para olhar a cena. Christopher não iria até ela novamente. Estava encerrado. Aquele era o fim.
O tempo fica parado
Há beleza em tudo que ela é
Terei coragem
Não deixarei nada levar embora
O que está na minha frente
Cada suspiro
Cada momento trouxe a isso
Um passo mais perto
Havia um tempo em que ela acharia aquilo uma completa babaquice, piegas e sem noção. Mas naquele momento ela soube que tudo estava modificado para sempre. Christopher podia não acreditar, no entanto, era o que tinha acontecido. Não tinha como voltar atrás, voltar ao tempo em que não o conhecia, e recuperar a sua paz de espírito por não amar ninguém e não ter de se preocupar em magoar as pessoas. Não tinha como deletar sua história com Christopher da sua mente, e agora tentava reunir seus pedaços e imaginar como seria sua vida dali em diante.
Autor(a): beatrizrrangel
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Dulce vagou pelas ruas com a mente completamente atordoada, e quando chegou em casa, mal soube explicar como estava ali, fisicamente intacta. Provavelmente Maite e Natasha estavam com os respectivos namorados e ela tinha todo o conforto para se sentir mal sem preocupar e incomodar ninguém. Jogou-se em sua cama, afundando-se em seu travesseiro. Não havia mais l& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 30
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stellabarcelos Postado em 03/08/2016 - 17:57:16
Que lindos!!!! Amei muito
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beatrizrrangel Postado em 09/08/2015 - 15:38:57
Eu tô postando uma nova web numa nova plataforma. Não sei se vocês conhecem, é o Yoble, bem parecido com o finado (que Deus o tenha!) orkut. Aqui o link pra quem quiser acompanhar: http://yoble.com.br/Community/3252 O nome é "La vida es sueño"
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beatrizrrangel Postado em 08/08/2015 - 20:49:03
Vou tentar agilizar a segunda temporada logo! Vou avisar por aqui, ok?
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vondyfforever Postado em 08/08/2015 - 19:27:37
Aaaaah que lindooo o finall! Ansiosaa paraa a 2 temporadaa! Postaaaaa maiss *-*-*-*-**-*-*-
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:20:59
Ah, estou a espera da 2 temporada viu?!
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ipcrbdvondy Postado em 06/08/2015 - 13:19:33
Aah q lindos Amei Fic perfeita Parabéns
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yasmim.b Postado em 01/08/2015 - 18:44:43
Que perfeito ! Quero segunda temporada *_*_*_*_*
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ipcrbdvondy Postado em 31/07/2015 - 14:38:15
Que lindos Ok! Quando dé vc começa Cont...
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yasmim.b Postado em 31/07/2015 - 13:31:59
Continua *_*_*_*
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beatrizrrangel Postado em 29/07/2015 - 15:33:51
Tenho que escrever pelo menos a primeira parte pra começar a postar... Eu não tenho muito tempo pra escrever, por isso é complicado. Mas vou me esforçar ao máximo!